Trabalhadores de Saúde Comunitária na África do Sul: Desafios e Avanços
Analisando o papel vital e as dificuldades dos agentes de saúde comunitária na África do Sul.
― 8 min ler
Índice
- O Papel dos Trabalhadores de Saúde Comunitários
- Contexto Histórico na África do Sul
- Condições de Emprego para Trabalhadores de Saúde Comunitários
- Avanço na Carreira e Apoio
- Relacionamentos com a Equipe da Unidade de Saúde
- Mobilização do Trabalho entre os Trabalhadores de Saúde Comunitários
- Relação com os Sindicatos
- Resultados dos Esforços de Mobilização
- Conclusão
- Fonte original
Em muitos países, incluindo a África do Sul, há um esforço forte pra fornecer serviços de saúde básicos pra todo mundo, especialmente pra quem costuma ficar de fora. Esse objetivo é conhecido como Cobertura Universal de Saúde (UHC). Os trabalhadores de saúde comunitários (CHWs) têm um papel crucial nesse esforço. Eles ajudam a levar serviços de saúde pras comunidades que podem não ter acesso fácil. Infelizmente, alguns desses programas não atendem às expectativas. Isso geralmente acontece por causa de problemas como falta de grana, salário baixo e conexões ruins com outros profissionais de saúde.
O Papel dos Trabalhadores de Saúde Comunitários
Os CHWs geralmente são mulheres que podem não ter uma educação avançada. Elas costumam trabalhar de forma voluntária ou recebem salários baixos sem segurança no emprego. Esses fatores podem levar a uma moral baixa e altas taxas de rotatividade entre os CHWs. Pra melhorar a motivação e a satisfação no trabalho, é importante oferecer benefícios financeiros e não financeiros. Benefícios financeiros poderiam ser salários fixos, enquanto os não financeiros poderiam incluir uniformes e ferramentas pra seu trabalho.
A Organização Mundial da Saúde sugeriu formas de melhorar os programas de CHWs. Isso inclui pagamento justo, oportunidades de crescimento na carreira e uma melhor integração no sistema de saúde. No entanto, pouco progresso foi feito em algumas áreas, em parte porque muitos CHWs trabalham sozinhos ou em pequenos grupos e não têm poder coletivo pra negociar melhores condições.
Contexto Histórico na África do Sul
Na África do Sul, os sindicatos historicamente desempenharam um papel importante. Durante a luta contra o Apartheid, os sindicatos trabalharam pra opor práticas trabalhistas injustas que discriminavam com base na raça. Desde os anos 90, os sindicatos participaram de discussões políticas e influenciaram as leis trabalhistas pra fortalecer os direitos dos trabalhadores. Essa parceria permitiu que trabalhadores formalmente empregados, como os do setor público, conseguissem salários melhores através de negociações coletivas.
Em 2011, um programa nacional de CHWs foi introduzido na África do Sul, visando melhorar os serviços de saúde primária. Cada equipe de CHWs está conectada a uma unidade de saúde local e deve oferecer vários serviços de saúde pra as famílias. Essas equipes deveriam ter uma enfermeira, um promotor de saúde e um oficial ambiental pra garantir a entrega eficaz dos serviços.
Antes do novo programa, a maioria dos CHWs era empregada por organizações não governamentais (ONGs) que focavam especificamente em doenças como HIV/AIDS e tuberculose. Esses programas de ONGs costumavam ser fragmentados, abordando apenas questões de saúde específicas e ignorando as necessidades mais amplas das famílias. O novo programa tinha como objetivo resolver isso integrando os serviços.
Condições de Emprego para Trabalhadores de Saúde Comunitários
Infelizmente, a transição pro novo programa de CHWs não veio sem desafios. Os CHWs frequentemente recebiam contratos temporários, o que criava incerteza sobre seus empregos. Nas áreas urbanas, os CHWs recebiam bolsas que costumavam atrasar ou eram inadequadas pra atender suas necessidades. Alguns CHWs relataram esperar meses pra receber pagamento. Nas áreas rurais, enfrentavam problemas semelhantes, muitas vezes dependendo das ONGs pra receber, levando a atrasos e estresse financeiro.
Em ambientes urbanos e rurais, os CHWs expressaram frustrações sobre seus salários baixos e a falta de segurança no emprego. Isso levou a sentimentos de desvalorização e contribuiu pra altos níveis de ansiedade entre os trabalhadores. Muitos CHWs mencionaram que se sentiam desmotivados ao discutir seus papéis na comunidade porque enfrentavam dificuldades financeiras semelhantes às das pessoas que tentavam ajudar.
Além disso, os CHWs relataram não ter os recursos adequados pra realizar seu trabalho de forma eficaz. Muitos careciam de ferramentas essenciais como medidores de pressão arterial e uniformes, que são importantes pra serem reconhecidos como profissionais de saúde na comunidade.
Avanço na Carreira e Apoio
Os CHWs frequentemente queriam oportunidades pra avançar em suas carreiras. Alguns tinham qualificações básicas e buscavam expandir sua educação, talvez pra se tornarem enfermeiros ou outros profissionais de saúde. No entanto, eles sentiam que o Departamento de Saúde não estava oferecendo as oportunidades necessárias pra isso. Mesmo aqueles que completaram cursos de treinamento se viam nas mesmas posições, sem avanço ou reconhecimento.
Além disso, os CHWs destacaram questões relacionadas à supervisão. Em algumas áreas, eles recebiam pouco ou nenhum suporte de seus supervisores, levando a sentimentos de isolamento. Por outro lado, onde havia supervisores solidários, os CHWs se sentiam mais motivados e sua moral melhorava.
Relacionamentos com a Equipe da Unidade de Saúde
A relação entre os CHWs e os membros da equipe da unidade de saúde pode ser complicada. Alguns CHWs sentiam que a equipe da unidade não respeitava ou valorizava seu trabalho. Essa falta de respeito muitas vezes resultava em tensões e, em alguns casos, houve confrontos físicos. Apesar de se sentirem desvalorizados, os CHWs continuavam a ajudar a equipe da unidade com várias tarefas.
Ficou claro que uma boa comunicação e cooperação entre os CHWs e a equipe da unidade eram essenciais pra melhorar o cuidado ao paciente. Em áreas onde havia relacionamentos eficazes, os CHWs se sentiam mais empoderados pra desempenhar melhor suas funções e fornecer serviços essenciais pras suas comunidades.
Mobilização do Trabalho entre os Trabalhadores de Saúde Comunitários
Em resposta a suas condições de trabalho desafiadoras, alguns CHWs começaram a se organizar. Antes de entrar no programa nacional, eles haviam estabelecido comitês pra defender melhores condições. Após entrar no programa nacional, formaram uma equipe de trabalho pra representar seus interesses.
Essa equipe tinha como objetivo abordar questões como baixos salários, falta de recursos e a necessidade de emprego permanente. No entanto, decidiram não se juntar a sindicatos existentes devido à falta de confiança e à preocupação de que esses sindicatos não defenderiam efetivamente suas necessidades.
Desde 2015, os CHWs lideraram várias greves pra exigir melhores condições de trabalho. Uma greve significativa foi provocada pela nomeação de uma empresa de folha de pagamento sem consultar os CHWs. Durante essas protestas, eles frequentemente enfrentaram desafios e ameaças, mas persistiram na luta por seus direitos.
Relação com os Sindicatos
Com o tempo, a equipe de trabalho reconheceu a importância de se juntar a um sindicato formal pra aumentar suas chances de negociar melhores condições. Em 2018, eles se juntaram ao Sindicato Nacional de Educação, Saúde e Trabalhadores Aliados (NEHAWU) pra representá-los nas negociações com o governo.
O sindicato tinha como objetivo melhorar os salários e fornecer benefícios associados ao emprego formal. No entanto, as negociações muitas vezes eram lentas, e enquanto o sindicato conseguiu garantir um aumento na bolsa, muitos CHWs continuaram a defender emprego permanente e melhores condições de trabalho.
Resultados dos Esforços de Mobilização
Embora a equipe de trabalho e o sindicato enfrentassem muitos desafios, seus esforços coletivos pra negociar melhores condições trouxeram alguns resultados positivos. Embora o emprego permanente continuasse fora de alcance, os CHWs conseguiram defender um aumento na bolsa de R2.500 pra R3.500.
Esse aumento trouxe algum alívio, permitindo que eles pagassem necessidades, uniformes e outras despesas básicas. No entanto, o desejo por emprego permanente ainda era forte, já que muitos CHWs continuavam a buscar segurança em seus empregos.
Conclusão
A jornada dos CHWs na África do Sul destaca a importância de reconhecer e valorizar o trabalho que fazem na comunidade. Ao melhorar suas condições de emprego, fornecer recursos e apoio, e fomentar melhores relacionamentos com a equipe da unidade, os CHWs podem se tornar mais eficazes em seus papéis.
Esforços contínuos pra se mobilizar e organizar em torno de melhores condições de trabalho são essenciais. À medida que continuam a defender seus interesses, é fundamental que o governo e as autoridades de saúde ouçam suas preocupações e trabalhem pra integrar os CHWs no sistema de saúde como membros valorizados e respeitados da força de trabalho da saúde.
A luta por salários justos, segurança no emprego e recursos continua, mas com solidariedade e organização, os CHWs têm o potencial de criar mudanças duradouras no cenário de saúde da África do Sul.
Título: Mobilisation towards formal employment in the healthcare system: A qualitative study of community health workers in South Africa
Resumo: In low and middle-income countries (LMICs), community health workers (CHWs) play a critical role in delivering primary health care (PHC) services to vulnerable populations. In these settings, they often receive low stipends, function with a lack of basic resources and have little bargaining power with which to demand better working conditions. In this article, we examine CHWs employment status, their struggle for recognition as health workers, and their activities to establish labour representation in South Africa. Using a case study approach, we studied seven CHW teams located in semi-urban and rural areas of Gauteng and Mpumalanga Provinces, South Africa. We used in-depth interviews, focus group discussions and observations to gather data from CHWs and their representatives, supervisors and PHC facility staff members. The rural and semi-urban sites CHWs were poorly supervised, resourced and received meagre remuneration, their employment outsourced, without employment benefits and protection. The lack of career progression opportunities demotivated the CHWs, particularly those keen to establish a career in health. In the semi-urban sites, CHWs established a task team to represent them that held regular meetings and often used violent and disruptive strategies against clinic, district and provincial management, which often led to tensions and conflicts with facility staff and programme coordinators. After a meeting with the local provincial legislature, the task team joined a labour union (NEHAWU) in order to be able to participate in the local Bargaining Council. Though they were not successful in getting the government to provide permanent employment, the union negotiated an increase in stipend from R2 500 (136 USD) to R3 500 (192 USD). In contrast, in the rural sites, the CHWs were not actively demanding permanent employment due to their employment contracts being partly managed by non-government organisations (NGOs); they were fearful of being recalled from the government programme. After the study ended, during the height of COVID-19 in 2020, when the need for motivated and effective CHWs became much more obvious to decision makers, the semi-urban-based teams received permanent employment with remuneration between R9-11,000 (500-600 USD). The task team and their protests raised awareness of the plight of the CHWs, and joining a formal union enabled them to negotiate a modest salary increase. However, it was the emergency created by the world-wide COVID-19 pandemic that forced decision-makers to acknowledge their reliance on this community-based cadre. Hopefully this recognition, and the associated gains, will not fade as the pandemic recedes.
Autores: Hlologelo Malatji, F. Griffiths, J. Goudge
Última atualização: 2023-07-14 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.11.23292526
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.11.23292526.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.