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O Impacto da Auto-Fertilização na Evolução

Esse artigo analisa como a autofertilização afeta a diversidade genética e a adaptação em populações.

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Auto-Fertilização eAuto-Fertilização eEvoluçãona mudança genética e adaptação.Explorando o papel da autofertilização
Índice

No estudo da evolução, os cientistas querem saber como certos traços nos organismos são passados de geração em geração. Esses traços podem ajudar na sobrevivência e reprodução, e são geralmente influenciados por vários genes no genoma. Com o tempo, quando certos traços oferecem uma vantagem, os genes associados a esses traços podem se tornar mais comuns em uma população.

Os cientistas estão interessados em entender como esse processo de seleção funciona e as mudanças genéticas que ele causa no genoma. Muitos traços importantes para a sobrevivência são complexos, ou seja, são influenciados por muitos fatores genéticos. Isso dificulta a visualização de como genes individuais contribuem para os traços e como esses genes mudam com o tempo.

O crescimento de grandes bancos de dados genéticos permitiu que os cientistas buscassem muitas pequenas mudanças no genoma ao mesmo tempo. Isso gerou mais interesse em estudar como a seleção poligênica acontece, onde vários genes estão envolvidos nos traços que ajudam um organismo a sobreviver. No entanto, enquanto algumas teorias podem prever mudanças de curto prazo nos traços devido à seleção, entender o que acontece a longo prazo é bem mais difícil.

O Desafio da Seleção Poligênica

Quando se trata de traços influenciados por múltiplos genes, os cientistas têm dificuldade em conectar mudanças nas características físicas (fenótipos) com mudanças na estrutura genética subjacente (genótipos). Avanços recentes em simulações computacionais e métodos analíticos ajudaram os pesquisadores a entender como os traços mudam e como a Diversidade Genética evolui. No entanto, muito desse trabalho se concentrou em populações que se cruzam aleatoriamente.

Muitos organismos, como algumas plantas e animais, podem se autofertilizar, ou seja, conseguem se reproduzir sem precisar de um parceiro. A Autofertilização é comum em plantas, onde até metade das espécies conseguem fazer isso até certo ponto. Também ocorre em alguns animais e fungos. Como as espécies que se autofertilizam podem ter dinâmicas genéticas diferentes em comparação com aquelas que cruzam, as teorias existentes sobre seleção podem não se aplicar perfeitamente a elas.

Quando uma população se autofertiliza principalmente, certos efeitos genéticos entram em ação. Esse processo aumenta a Homozigose, o que significa que os indivíduos têm mais chances de herdar o mesmo alelo de ambos os pais. Uma maior homozigose pode levar a um aumento na deriva genética e uma diminuição no tamanho efetivo da população. Isso pode enfraquecer os efeitos da seleção, já que menos variações podem estar disponíveis para a seleção agir.

Impactos da Autofertilização na Adaptação

A autofertilização também pode impactar como as espécies se adaptam a novos ambientes. Enquanto alguns argumentam que a autofertilização limita a adaptabilidade devido à redução da diversidade genética, outros sugerem que ela pode ajudar populações a se estabelecerem em novos habitats ao eliminar rapidamente variações genéticas prejudiciais. Isso ressalta a necessidade de um entendimento mais profundo de como a seleção funciona em populações que se autofertilizam.

Ao examinar a genética de organismos que se autofertilizam, os pesquisadores encontraram casos em que mutações benéficas podem se fixar devido à recombinação limitada. Em espécies que se autofertilizam, associações genéticas formadas através da consanguinidade podem violar suposições feitas em modelos tradicionais de genética. A autofertilização cria uma população com diferentes níveis de homozigose que podem levar a correlações entre locos genéticos.

Além disso, embora a autofertilização possa ajudar a eliminar mutações prejudiciais ao longo do tempo, ela também pode reduzir a variância genética. Isso é crucial, já que uma redução na variância genética limita o potencial de uma população se adaptar a novos desafios. Pesquisadores indicaram que a autofertilização pode interferir nos processos de seleção, levando a um aumento no Desequilíbrio de Ligação negativo.

Os Efeitos da Autofertilização na Estrutura Genética

Para entender melhor a dinâmica da seleção poligênica sob autofertilização, os cientistas usaram simulações computacionais para modelar traços complexos. Usando modelos simples no começo, os pesquisadores examinaram como as mudanças genéticas ocorrem em populações que se autofertilizam. Nesses modelos, ficou evidente que a autofertilização pode afetar significativamente como os traços melhoram ou mudam ao longo das gerações.

O objetivo é determinar se a autofertilização ajuda ou atrapalha a adaptação a novos ambientes. Os pesquisadores observaram como diferentes fatores influenciam a composição genética dos organismos e como essas mudanças interagem com as pressões de seleção ao longo do tempo. Em particular, eles estudaram como a frequência dos alelos muda como resultado da seleção.

Entendendo Interações Genéticas

Em um modelo típico que foca em dois locos genéticos, os pesquisadores descobriram que diferentes alelos podem interagir entre si através da seleção estabilizadora. Isso significa que certas combinações de alelos podem ser benéficas e, portanto, aumentar em frequência. No entanto, a presença de desequilíbrio de ligação-quando alelos em diferentes locos co-variam mais do que o esperado-pode complicar os resultados.

À medida que a adaptação ocorre, a dinâmica de como os alelos mudam pode depender da presença de desequilíbrio de ligação. Por exemplo, quando alelos benéficos se tornam mais comuns, isso também pode significar que outros alelos menos vantajosos aumentam em frequência porque estão ligados. Isso cria um desafio em prever quantos traços vão melhorar ou quão rapidamente uma população pode se adaptar.

Quando os pesquisadores olham para muitos locos genéticos juntos, conseguem ver mais claramente como os traços Poligênicos evoluem. Eles desenvolveram métodos para analisar essas complexidades em espécies que se autofertilizam. Nesse contexto, interações entre diferentes alelos podem levar a mudanças na forma como os traços respondem às pressões de seleção.

Simulações e Previsões

Para prever como a autofertilização impacta a adaptação, os cientistas realizam simulações em larga escala que modelam uma variedade de cenários genéticos. Nesses modelos, eles podem mudar fatores como tamanho populacional, taxas de autofertilização e a influência da pleiotropia, onde uma única mutação afeta múltiplos traços.

Simulando como populações respondem a mudanças em seu ótimo ambiental, os pesquisadores podem reunir insights sobre as implicações mais amplas da autofertilização e adaptação poligênica. Por exemplo, em simulações onde o ótimo ambiental muda, populações que se autofertilizam costumam se adaptar rapidamente. No entanto, elas também podem exibir níveis reduzidos de variância genética, o que pode limitar a adaptabilidade futura.

Os principais achados mostram que a autofertilização pode levar a níveis mais altos de aptidão depois que uma população se adapta a um novo ótimo. Essa vantagem vem de uma redução no número de indivíduos com traços maladaptativos, além de uma purgação mais eficiente de variações genéticas deletérias.

Observações sobre Variação e Estrutura

Ao observar a variância genética, os pesquisadores notaram que sob altas taxas de autofertilização, as estruturas genéticas podem mudar drasticamente. A presença de diferentes traços e mutações pode criar ‘blocos’ de material genético que estão ligados entre si. Isso significa que, quando um traço é selecionado, outros no bloco podem ser afetados também.

Usando simulações, os cientistas analisaram como esses blocos se formam e permanecem estáveis ao longo do tempo, especialmente quando a autofertilização é prevalente. Eles notaram que modelos tradicionais muitas vezes falham em capturar as complexidades da paisagem genética em populações que se autofertilizam.

A transição da seleção poligênica para um regime de seleção monogênica-onde apenas algumas mutações de efeitos maiores dominam-também pode ser vista em populações que se autofertilizam. Isso reflete como altos níveis de homozigose podem mudar a dinâmica de como os traços são expressos e selecionados ao longo do tempo.

Ligação de Longo Alcance e Adaptação

A formação de blocos de ligação e sua longevidade estão intimamente relacionadas a como os traços respondem à seleção. Em populações que se autofertilizam, os pesquisadores notaram uma dependência de variantes genéticas menores. Isso pode resultar em menos variação em nível individual, mas a natureza ligada dos alelos pode levar a traços benéficos se tornarem fixos mais rapidamente.

No entanto, isso vem com o trade-off de potencialmente aumentar o risco de extinção a longo prazo, especialmente se mutações deletérias não forem efetivamente eliminadas. A interação entre mudanças genéticas e efeitos demográficos é importante à medida que as populações se adaptam a ambientes em mudança.

Os pesquisadores continuam a explorar como essas adaptações ligadas podem persistir e afetar a diversidade e viabilidade geral da população. As implicações de longo prazo dessa seleção ligada levantam questões sobre a sustentabilidade de espécies que se autofertilizam diante de mudanças ambientais.

Conclusão

Estudando como a autofertilização afeta as dinâmicas evolutivas, fica claro que esse sistema de reprodução introduz efeitos genéticos únicos que podem influenciar como as populações se adaptam ao longo do tempo. Embora a autofertilização possa ajudar populações a alcançar altos níveis de aptidão após mudanças ambientais, a perda de diversidade genética apresenta riscos para a sobrevivência e adaptabilidade a longo prazo.

À medida que o campo da genética evolutiva avança, os pesquisadores buscam entender melhor as complexas interações entre genes, ambiente e sistemas de reprodução. O trabalho contínuo continuará a refinar modelos e previsões, aprimorando nossa compreensão dos mecanismos de adaptação em sistemas biológicos diversos.

Direções Futuras de Pesquisa

Pesquisas futuras devem se concentrar em como a autofertilização interage com processos ecológicos e evolutivos mais amplos. Questões-chave incluem como a diversidade genética é mantida apesar das vantagens do autofluxo e o papel de fatores históricos na formação de estruturas genéticas contemporâneas.

Além disso, as implicações dessas descobertas para a biologia da conservação e o manejo de espécies que se autofertilizam serão cruciais. Compreender as consequências de longo prazo da autofertilização na dinâmica populacional e adaptabilidade contribuirá para estratégias mais eficazes de preservação da biodiversidade em ambientes em mudança.

A integração de dados empíricos, análises genéticas avançadas e técnicas de modelagem inovadoras será essencial para desvendar as complexidades da adaptação poligênica e o papel da autofertilização na formação de trajetórias evolutivas.

Fonte original

Título: Polygenic selection to a changing optimum under self-fertilisation

Resumo: Many traits are polygenic, affected by multiple genetic variants throughout the genome. Selection acting on these traits involves co-ordinated allele- frequency changes at these underlying variants, and this process has been extensively studied in random-mating populations. Yet many species self- fertilise to some degree, which incurs changes to genetic diversity, recombination and genome segregation. These factors cumulatively influence how polygenic selection is realised in nature. Here, we use analytical modelling and stochastic simulations to investigate to what extent self-fertilisation affects polygenic adaptation to a new environment. Our analytical solutions show that while selfing can increase adaptation to an optimum, it incurs linkage disequilibrium that can slow down the initial spread of favoured mutations due to selection interference, and favours the fixation of alleles with opposing trait effects. Simulations show that while selection interference is present, high levels of selfing (at least 90%) aids adaptation to a new optimum, showing a higher long-term fitness. If mutations are pleiotropic then only a few major-effect variants fix along with many neutral hitch-hikers, with a transient increase in linkage disequilibrium. These results show potential advantages to self-fertilisation when adapting to a new environment, and how the mating system affects the genetic composition of polygenic selection. Author SummaryMany biological traits of scientific interest are polygenic, which are influenced by multiple genetic variants present throughout the genome. Emerging whole-genome data from several species is shedding light on how such traits respond to selection, traditionally through co-ordinated changes in variant frequencies. However, many species in nature reproduce via self-fertilisation, where hermaphrodite individuals produce both male and female gametes that can be used to propagate without mates. This reproductive mode can reduce population-level diversity and the reassorting effects of recombination, which affects how polygenic traits respond to selection. In this paper, we theoretically explore how polygenic selection is realised under self-fertilisation, following a shift in the environment. We first show analytically how the mating-system affects the dynamics of polygenic selection, showing that there are two competing effects. First, it can expose mutations to selection more quickly, strengthening adaptation to a changing environment. Conversely, it can reduce the efficacy of selection through weakening the efficacy of recombination. We then use multi-locus stochastic simulations to investigate outcomes under more realistic scenarios, and find that high selfing can lead to higher fitness in the long-term, in contrast to classic expectations. We also investigate how many traits each variant influences, a property known as pleiotropy. If pleiotropy is absent we see that under very high levels of self-fertilisation, populations fix mutations with opposite effects on a trait. If pleiotropy is present then we instead see only a few major-effect genetic variants fixing in the population, alongside many neutral mutations. These findings provide insights into how natural populations adapt to changing environments.

Autores: Matthew Hartfield, S. Glemin

Última atualização: 2024-03-27 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.11.25.517916

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.11.25.517916.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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