Monócitos na Doença de Crohn: Uma Olhada Mais Profunda
Pesquisas mostram mudanças nos monócitos que podem afetar o tratamento da doença de Crohn.
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Índice
- O Papel dos Monócitos na Doença de Crohn
 - O Estudo Sobre Perfis de Monócitos na Doença de Crohn
 - Citometria de Fluxo e Análise de Dados
 - Examinando a Coorte
 - Principais Descobertas Sobre Subconjuntos de Monócitos
 - Células Mieloides Imaturas
 - Impacto da Estimulação por LPS
 - Correlação Entre Expressão Gênica e Atividade de Monócitos
 - Implicações dos Achados
 - Conclusão
 - Fonte original
 
Doenças inflamatórias intestinais (DIIs) são um grupo de condições que duram bastante tempo e causam Inflamação no sistema digestivo. Um dos tipos mais comuns de DII é a Doença de Crohn (DC), que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal (GI). A DC acontece quando o sistema imunológico reage de forma errada a certos gatilhos, como fatores ambientais, genética e bactérias do intestino. Essa reação leva a vários sintomas, como perda de peso, fadiga, diarreia, dor abdominal e inflamação significativa no intestino. A inflamação surge quando o corpo não consegue manter um equilíbrio na sua resposta imunológica e começa a reagir agressivamente a tecidos intestinais normais.
O Papel dos Monócitos na Doença de Crohn
Monócitos são células do sangue que têm um papel essencial no sistema imunológico. Eles podem ser classificados em três tipos baseados em certos marcadores de superfície: monócitos clássicos, intermediários e não clássicos. Os monócitos clássicos estão envolvidos na ingestão de patógenos e no início de respostas imunológicas, enquanto os intermediários são responsáveis por produzir sinais que ajudam outras células imunológicas. Os monócitos não clássicos estão envolvidos em um tipo diferente de resposta imunológica.
Em pessoas com doença de Crohn, o número de monócitos clássicos tende a diminuir na corrente sanguínea. Isso sugere que essas células estão se movendo para áreas inflamadas no intestino onde são necessárias. Dois marcadores importantes, CCR2 e CX3CR1, ajudam a guiar os monócitos para os locais de inflamação. Uma vez que eles chegam à inflamação, os monócitos liberam moléculas sinalizadoras conhecidas como citocinas, que ajudam a regular a resposta imunológica. Algumas citocinas, como TNF-α e IL-1β, podem intensificar ainda mais a inflamação e influenciar como outras células do sistema imunológico se comportam.
O Estudo Sobre Perfis de Monócitos na Doença de Crohn
O objetivo de um estudo recente foi examinar como os monócitos se comportam em pessoas com doença de Crohn. Os pesquisadores compararam um grupo de 96 pacientes com Crohn com indivíduos saudáveis, olhando especificamente para os diferentes tipos de monócitos e suas funções. Eles analisaram amostras de sangue de ambos os grupos para obter informações sobre a resposta imunológica associada à doença de Crohn.
Os participantes do estudo deram consentimento informado, e todos os procedimentos seguiram rigorosas diretrizes éticas. O estudo envolveu tanto testes de sangue para medir a atividade genética quanto citometria de fluxo para avaliar as características dos monócitos.
Citometria de Fluxo e Análise de Dados
A citometria de fluxo foi usada para identificar e caracterizar vários tipos de monócitos presentes no sangue. Os pesquisadores coraram amostras de sangue com anticorpos específicos que se ligam a certos marcadores de monócitos para visualizá-los e categorizá-los. Eles contaram os vários tipos e mediram a intensidade de diferentes marcadores.
Os pesquisadores também avaliaram a produção de citocinas estimulando as amostras de sangue com uma substância chamada lipopolissacarídeo (LPS) por intervalos de tempo específicos. Esse desafio ajuda a simular uma infecção e revela como os monócitos respondem em termos de liberação de citocinas. Os achados mostraram que os monócitos clássicos dos pacientes com Crohn produziram níveis mais baixos de citocinas pró-inflamatórias em comparação com aqueles de indivíduos saudáveis, indicando uma possível redução na funcionalidade deles.
Examinando a Coorte
O estudo incluiu principalmente mulheres, com uma idade média de cerca de 36 anos para os pacientes com Crohn e 33 anos para os indivíduos saudáveis. Certos marcadores usados para diagnosticar a doença de Crohn estavam significativamente elevados no grupo de pacientes. Interessantemente, a contagem total de células brancas do sangue e monócitos não diferiu muito entre os dois grupos, sugerindo que, enquanto os monócitos estavam presentes, seus perfis e funcionalidade estavam alterados nos pacientes com Crohn.
Principais Descobertas Sobre Subconjuntos de Monócitos
Após testes minuciosos, os pesquisadores identificaram que os monócitos clássicos eram menos abundantes em pacientes com Crohn, junto com uma redução notável em marcadores associados a respostas anti-inflamatórias. Essa queda sugere que esses monócitos podem não ser tão eficazes em controlar a inflamação. Monócitos intermediários também mostraram números mais baixos em pacientes com Crohn. Essas células desempenham um papel crucial na ativação de células T, que são críticas para as respostas imunológicas.
Em contraste, os monócitos não clássicos pareceram estar mais ativos em pacientes com doença de Crohn. Essas células mostraram um aumento em marcadores que ajudam na migração para áreas inflamadas, indicando que podem estar tentando responder à inflamação contínua no intestino.
Células Mieloides Imaturas
O estudo também se concentrou em um tipo de célula chamada Células Supressoras Derivadas de Mieloide (MDSCs), que são conhecidas por modular respostas imunológicas em várias doenças. Os achados indicaram que não houve diferença significativa no número de MDSCs entre indivíduos saudáveis e pacientes com Crohn. No entanto, havia evidências de aumento de células mieloides imaturas em pacientes com Crohn, o que pode ter um papel na natureza crônica da doença.
Impacto da Estimulação por LPS
Uma análise adicional mostrou que, após a exposição ao LPS, os monócitos clássicos de pacientes com Crohn demonstraram mudanças em marcadores de superfície que estão frequentemente associados à exaustão celular. Especificamente, os pesquisadores encontraram expressão reduzida de CCR2, indicando uma capacidade diminuída de migrar para locais de inflamação. Por outro lado, marcadores associados à exaustão, como CD38, estavam elevados.
Quando os pesquisadores mediram a produção de citocinas após a estimulação por LPS, observaram níveis mais baixos de IL-1β em monócitos de pacientes com Crohn. Essa redução aponta para uma capacidade comprometida dessas células imunológicas em pacientes com Crohn de produzir sinais inflamatórios essenciais para combater infecções.
Correlação Entre Expressão Gênica e Atividade de Monócitos
A análise da expressão gênica forneceu insights adicionais. Embora não houvesse grandes diferenças nos níveis de expressão de certos genes inflamatórios entre indivíduos saudáveis e pacientes com Crohn, correlações positivas foram notadas em alguns casos. Por exemplo, a expressão gênica relacionada à inflamação mostrou associações significativas em pacientes com Crohn, esclarecendo os processos inflamatórios.
Implicações dos Achados
Os resultados indicam que os monócitos em pacientes com doença de Crohn exibem sinais de exaustão, o que pode levar a uma resposta imunológica reduzida. Essa exaustão poderia ser um fator contribuinte para a inflamação persistente observada nesses pacientes. Uma possível explicação para a diminuição dos monócitos clássicos pode ser que o corpo esteja compensando sua perda produzindo mais células imaturas, embora a eficácia dessas células no controle da inflamação possa ser limitada.
Entender o comportamento dos monócitos na doença de Crohn pode ajudar a melhorar estratégias de tratamento. Se terapias puderem ajudar a manter a funcionalidade dessas células imunológicas, isso poderia levar a melhores resultados para os pacientes, especialmente para aqueles que experienciam crises após o tratamento.
Conclusão
Apesar de extensas pesquisas, muitos aspectos da doença de Crohn e seus mecanismos ainda permanecem sem resposta. Os achados deste estudo destacam o papel complexo dos monócitos na patologia da doença. Os perfis alterados de monócitos presentes em pacientes com Crohn enfatizam a necessidade de pesquisas contínuas para entender totalmente como essas células imunológicas interagem com o intestino e como podem ser alvo de tratamentos eficazes. Estudos futuros serão cruciais para desvendar as intrincadas relações entre respostas imunológicas, saúde intestinal e o manejo geral da doença de Crohn.
Título: Exhaustion profile on classical monocytes after LPS stimulation in patients with Crohn's disease.
Resumo: Crohns disease is an inflammatory bowel disease that induces diarrhea, abdominal pain, weight loss, and even susceptibility to developing tumors. The immune system is pivotal in the gastrointestinal tract, promoting tolerance against commensal antigens and food. However, Crohns disease manifests by a breakdown in the mechanism of immune tolerance and the consequent development of exacerbated chronic inflammatory responses. The involvement of the immune system is pivotal in Crohns disease, with a wide range of immune cells being altered, which may include monocytes. Taking the lack of knowledge regarding monocytes in Crohns disease, we ought to elucidate the cytokine production and activation profile of monocyte subsets in the pathophysiology. We used multiparametric flow cytometry, quantified gene expression using qPCR, and made a correlation matrix regarding flow cytometry data and qPCR using a bioinformatic approach to examine monocyte status. The Corhns patients show a decrease in all subsets of monocytes. In contrast, classical monocytes show an exhaustion profile with increased expression of CD38 and decreased production of IL-1{beta} after LPS stimulation in the patients group. These results indicate that monocyte subsets are differentially involved in the pathophysiology. These findings may suggest that monocytes favor disease chronicity and lack immune response resolution.
Autores: Karina Inacio Carvalho, L. P. Oliveira, R. G. Xavier, C. C. Nora, C. L. Mangueira, E. A. Rosseto, T. Aloia, J. Z. Gil, A. Scavanini Neto, F. B. Lopes
Última atualização: 2024-03-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.28.587307
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.28.587307.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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