O Papel do Alox15 no Combate a Infecções por Helmintos
Alox15 tem um papel importante na resposta imunológica contra helmintos.
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Índice
- Entendendo a Resposta Imune aos Helmintes
 - O Papel da Alox15 na Função dos Macrófagos
 - Investigando os Mecanismos por Trás do Papel da Alox15
 - Alox15 e a Resposta Imune Híbrida
 - A Importância do Metabolismo na Função dos Macrófagos
 - Consequências da Deficiência de Alox15 em Outras Infecções por Parasitas
 - O Papel da Alox15 em Outros Tipos de Células Imunes
 - Implicações para a Saúde Humana
 - Conclusão
 - Fonte original
 
Os helmintos são parasitas grandes e multicelulares que vivem dentro de outros organismos, incluindo os seres humanos. Eles costumam desenvolver relações complexas com seus hospedeiros. Embora raramente causem morte, os helmintos podem levar a doenças significativas, especialmente em áreas tropicais e subtropicais mais pobres, onde essas infecções são comuns. Apesar de muita pesquisa, ainda não existe uma vacina efetiva para infecções por helmintos em humanos. Os cientistas continuam investigando como o sistema imunológico reage a essas infecções, especialmente na prevenção de reinfecções.
Entendendo a Resposta Imune aos Helmintes
O sistema imunológico tem duas partes principais: a resposta imune inata (natural) e a resposta imune adaptativa (aprendida). Pesquisas mostraram que a comunicação entre esses dois sistemas é a chave para combater os helmintos. Os Macrófagos, um tipo de célula imunológica, desempenham um papel crucial na proteção do corpo contra esses parasitas, especialmente em modelos de infecção em camundongos.
Duas proteínas importantes, IL-4 e IL-13, ajudam a ativar os macrófagos em resposta a infecções por helmintos. Essa ativação leva ao que é conhecido como ativação "M2", que é essencial para controlar como os parasitas se movem e sobrevivem. Os macrófagos M2 produzem várias moléculas importantes, incluindo Arginase-1, que demonstrou proteger contra certos tipos de helmintos em estudos com roedores.
Algumas pesquisas conflitantes surgiram, sugerindo que a Arginase-1 pode não ser tão crítica quanto se pensava antes. Isso levou os cientistas a examinar outras moléculas importantes envolvidas na polarização dos macrófagos em resposta a infecções. Uma dessas moléculas é a Alox15, que é altamente ativa em macrófagos humanos e de camundongos quando expostos a IL-4 e IL-13.
O Papel da Alox15 na Função dos Macrófagos
Alox15 é uma enzima que processa ácidos graxos no corpo. Ela ajuda a gerenciar uma série de funções importantes, incluindo a remoção de células mortas e a criação de substâncias que reduzem a inflamação. Pesquisadores descobriram que a Alox15 aumenta significativamente em macrófagos após infecções por helmintos. Por exemplo, após infecção por um tipo de ancilostomíase, os níveis de Alox15 nos macrófagos pulmonares aumentam, e sua atividade está ligada ao quão bem o sistema imunológico funciona contra esses parasitas.
Em experimentos com camundongos infectados por ancilostomíase, a Alox15 foi crucial para prevenir reinfecções. Camundongos deficientes em Alox15 tinham níveis mais altos de larvas de parasitas em seus pulmões e sofreram mais danos devido a sangramentos causados pela infecção. Isso indica que a Alox15 é necessária tanto para eliminar os parasitas quanto para reparar os danos nos tecidos causados pela infecção.
Investigando os Mecanismos por Trás do Papel da Alox15
Para entender melhor como a Alox15 contribui para a resposta imune contra os helmintos, os cientistas realizaram vários experimentos. Eles examinaram camundongos sem Alox15 para ver se ainda conseguiam combater infecções de forma eficiente. Os resultados mostraram que esses camundongos tinham mais dificuldade em controlar a infecção e apresentaram cicatrização mais lenta nos pulmões.
Os pesquisadores também analisaram como a Alox15 atua em nível celular. Eles transferiram macrófagos de camundongos saudáveis para camundongos deficientes em Alox15 para ver se essas células saudáveis poderiam oferecer proteção. A transferência de macrófagos saudáveis resultou na diminuição dos níveis de parasitas, indicando que a Alox15 desempenha um papel central na funcionalidade dos macrófagos.
Alox15 e a Resposta Imune Híbrida
Curiosamente, durante a resposta à infecção, os macrófagos deficientes em Alox15 mostraram uma mistura de características pró-inflamatórias (M1) e anti-inflamatórias (M2). Essa resposta híbrida indicou uma interrupção no processo imunológico típico, já que marcadores M2 estavam presentes, mas os macrófagos não funcionavam efetivamente contra os helmintos. A presença de ambos os tipos de marcadores sugere que a Alox15 é essencial para garantir que os macrófagos adotem um papel puramente anti-helminto.
O estudo revelou que, embora os macrófagos deficientes em Alox15 pudessem expressar alguns genes M2 normalmente ligados à reparação de tecidos, ainda falhavam em prender e eliminar larvas de helmintos. Isso foi atribuído a um estado elevado de glicólise, que é um processo que quebra a glicose para gerar energia. Nos macrófagos M2 normais, a fosforilação oxidativa (um processo diferente de geração de energia) é mais dominante. Essa mudança impactou negativamente sua função, enfatizando a importância da Alox15 em manter o estado metabólico certo para respostas imunes eficazes.
A Importância do Metabolismo na Função dos Macrófagos
Descobertas recentes indicam que o metabolismo desempenha um papel crucial nas funções dos macrófagos. Essas células imunológicas precisam adaptar seus métodos de produção de energia dependendo do ambiente e do tipo de infecção. No caso de infecções por helmintos, depender mais da fosforilação oxidativa ajuda os macrófagos a prender e matar parasitas de forma eficaz.
Em experimentos, quando os macrófagos deficientes em Alox15 foram cultivados em condições com glicose limitada, eles conseguiram prender larvas de helmintos tão bem quanto os macrófagos normais. Isso sugere que a incapacidade deles de se ligar e eliminar parasitas estava ligada à sua dependência de uma alta taxa de glicólise em vez da ausência de importantes marcadores de ativação. Essa descoberta fornece uma visão sobre os requisitos metabólicos essenciais para a funcionalidade dos macrófagos durante infecções parasitárias.
Consequências da Deficiência de Alox15 em Outras Infecções por Parasitas
Enquanto a Alox15 se mostrou crítica para combater infecções por ancilostomíase, os pesquisadores também examinaram o comportamento desses macrófagos durante outras infecções parasitárias, incluindo aquelas causadas por Leishmania. Nesse caso, os resultados foram diferentes. A deficiência de Alox15 não prejudicou significativamente a capacidade de controlar o parasita Leishmania, o que sugere que diferentes parasitas podem exigir diferentes estratégias imunológicas e vias metabólicas.
Outro helminto, Heligmosomoides polygyrus, também foi estudado. Aqui, camundongos deficientes em Alox15 apresentaram maiores cargas larvais e menos granulomas ao redor dos parasitas, indicando uma falha na resposta imune protetora. Granulomas são grupos de células imunológicas que se formam em resposta a infecções, destacando a tentativa do sistema imunológico de conter os parasitas.
O Papel da Alox15 em Outros Tipos de Células Imunes
Pesquisas mostraram que a Alox15 não é importante apenas para os macrófagos, mas pode também influenciar outras células imunológicas, como as células T regulatórias. Essas células ajudam a regular as respostas imunológicas e manter a tolerância para evitar reações excessivas contra substâncias benignas. A Alox15 parece ser essencial no equilíbrio entre respostas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias nessas células também.
Curiosamente, os cientistas descobriram que deficiências na Alox15 levaram a um perfil glicolítico elevado nas células T regulatórias, parecendo com as mudanças observadas nos macrófagos. Isso indica que a Alox15 desempenha um papel mais amplo no controle do metabolismo energético em diferentes tipos de células imunológicas.
Implicações para a Saúde Humana
As informações obtidas ao estudar a Alox15 e seu papel na resposta imune contra helmintos têm implicações cruciais para a saúde humana. Infecções crônicas por helmintos costumam levar a respostas imunes duradouras que impactam a saúde geral. Compreender os mecanismos pelos quais diferentes células imunológicas, especialmente os macrófagos, reagem a essas infecções pode ajudar a desenvolver melhores tratamentos e medidas preventivas.
Como a Alox15 parece ser crucial para a funcionalidade eficaz dos macrófagos contra helmintos, direcionar essa via poderia abrir novas possibilidades para combater essas infecções. Os pesquisadores podem explorar maneiras de aumentar a atividade da Alox15 ou imitar seus efeitos por meios dietéticos ou farmacológicos para melhorar as respostas imunes.
Conclusão
Em resumo, o estudo da Alox15 revela seu papel vital nas funções dos macrófagos contra helmintos. Não apenas afeta a capacidade dessas células imunológicas de prender e matar parasitas, mas também influencia seu estado metabólico, determinando a eficácia da resposta imune. Essas descobertas destacam a complexidade da interação do sistema imunológico com parasitas e abrem caminho para novas estratégias no tratamento de infecções por helmintos e na melhoria dos resultados de saúde em populações afetadas.
Conforme os cientistas continuam a explorar as nuances dessas relações, pesquisas futuras podem levar a terapias inovadoras que aproveitem as defesas naturais do corpo para combater infecções parasitárias de maneira mais eficaz.
Título: Holding glycolysis in check though Alox15 activity is required for macrophage M2 commitment and function in tissue repair and anti-helminth immunity.
Resumo: Macrophage polarization by type-2 cytokines is central to anti-helminth immunity and tissue repair. While some hallmark changes in macrophages are well-characterized and associated with protection against helminths, it is still unclear how macrophages exert their anti-helminth effects. In this context, we investigated Arachidonate 15-lipoxygenase (Alox15), a lipoxygenase well known for its role in macrophage polarization in the context of metabolic diseases, and a hallmark of type-2 macrophage (M2) human polarization. We show that in the absence of Alox15, M2 cannot trap and kill helminths. Surprisingly, expression of M2 markers was normal despite a loss of function. Instead, we found a concomitant increase in pro-inflammatory responses due to an uncontrolled activation of glycolysis. We further show that activation of Peroxisome proliferator-activated receptor-delta (PPAR-{delta}) by lipids downstream of Docosapentaenoic acid (DPA) can restore normal glycolysis control, highlighting a novel role for lipids in the fine-tuning of the metabolic support required for optimal macrophage polarization.
Autores: Tiffany Bouchery, R. Doolan, m. Moyat, G. Coakley, L. Wickramasinghe Mudiyansel, C. Daunt, B. Volpe, F. Henkel, V. Trefzer, N. Ubags, A. Butler, R. Chatzis, B. Marsland, A. A. T. Smith, D. L. Deveson, E. N. S. McGowan, K. J. Binger, J. Esser-von Bieren, N. Harris
Última atualização: 2024-03-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.26.586755
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.26.586755.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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