O Papel do Autoexame na Gestão da COVID-19
O autoteste para COVID-19 oferece resultados rápidos e dá às pessoas a chance de cuidar da própria saúde.
― 7 min ler
Índice
Os casos de COVID-19 estão diminuindo graças à vacinação em massa, mas alguns grupos, como os não vacinados ou com sistema imunológico enfraquecido, ainda têm aglomerados de casos. No final de 2021, muita gente começou a usar testes rápidos com mais frequência. Kits de auto-teste ficaram disponíveis em vários lugares, incluindo farmácias e online, permitindo que as pessoas tomem controle da sua saúde fazendo testes de COVID-19 em casa.
Fazer auto-teste para COVID-19 significa que cada um coleta suas próprias amostras, faz os testes e interpreta os resultados sozinho. Esse método é bem útil em áreas ricas, mas é ainda mais importante em lugares com menos recursos ou onde os testes tradicionais são caros ou difíceis de achar, especialmente durante surtos.
Os auto-testes dão resultados rápidos, tornando-os uma escolha simples em comparação com os testes tradicionais, que podem demorar pra serem processados. Permitindo que as pessoas se testem em espaços seguros, os auto-testes reduzem a necessidade de profissionais de saúde fazerem os testes e ajudam a prevenir a exposição em ambientes médicos. Identificar rapidamente quem tem sintomas de COVID-19 ajuda a limitar a propagação do vírus, já que essas pessoas podem tomar medidas para proteger os outros enquanto confirmam seus resultados.
Uma revisão sistemática mostrou que os testes tradicionais feitos por profissionais de saúde têm taxas de Precisão variadas, detectando cerca de 72% dos casos em quem mostra sintomas e 58% em quem não apresenta sintomas. No entanto, pouco se sabe sobre a precisão dos auto-testes quando usados pelas próprias pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou diretrizes sobre auto-testes para COVID-19 que trazem um pouco de clareza sobre a precisão, mas mais pesquisa é necessária pra entender como esses testes se saem em situações reais.
O objetivo de revisar os dados dos auto-testes é atualizar as políticas de saúde existentes, identificar lacunas no conhecimento e oferecer orientações para melhorar a qualidade desses testes. A revisão busca avaliar quão bem os auto-testes funcionam em diferentes situações, sua aceitação pelo público, quão acessíveis são e seu impacto geral na Saúde Pública.
Métodos Usados na Revisão
Pra coletar informações pra essa revisão, dois pesquisadores independentes vasculharam cinco grandes bancos de dados em busca de artigos e trabalhos de conferência relacionados a auto-testes de COVID-19 de 1º de abril de 2020 até 18 de janeiro de 2023. Eles não limitaram as buscas a idiomas específicos ou anos de publicação. Esse processo vai continuar sendo atualizado até 1º de agosto de 2023.
Uma ampla gama de estudos que avaliam estratégias de auto-teste foi incluída na revisão, enquanto aqueles que eram peças de opinião ou não pesquisa empírica foram excluídos. Os pesquisadores analisaram títulos, resumos e textos completos pra determinar a elegibilidade com base em critérios definidos.
Pra coleta de dados, foram analisados estudos de diferentes regiões globais. Isso incluiu auto-testes que usam métodos moleculares, de Antígeno ou anticorpos. O foco principal era como esses testes identificam casos de COVID-19 com precisão.
Os resultados foram medidos de várias formas. O resultado primário mediu a precisão diagnóstica, enquanto os resultados secundários analisaram a viabilidade, aceitação, taxas de detecção de novas infecções e preferências de quem usava esses testes. Resultados terciários incluíram dados qualitativos sobre motivações e obstáculos enfrentados pelos usuários.
Ferramentas de avaliação de qualidade foram usadas pra avaliar o risco de viés nos estudos incluídos na revisão. Diferentes ferramentas foram empregadas dependendo do tipo de estudo, garantindo uma análise completa da evidência.
Resultados da Revisão
Setenta estudos atenderam aos critérios pra serem incluídos na revisão. A maioria desses estudos veio de países de alta renda. Os métodos de auto-teste variaram, com alguns estudos focando em triagens em massa enquanto outros se dirigiram a populações específicas, como estudantes ou moradores de asilos.
Os dados revelaram diferentes tipos de locais de amostragem usados nos auto-testes, incluindo swabs nasais e saliva. Muitos estudos focaram em indivíduos Sintomáticos e assintomáticos, e as estratégias envolvidas nos testes foram classificadas como supervisionadas ou não supervisionadas.
De forma geral, os resultados sobre a precisão dos auto-testes mostraram desfechos variados. Alguns dispositivos funcionaram muito bem, enquanto outros não atenderam aos padrões aceitáveis. Testes durante os primeiros estágios dos sintomas ou usando tipos de amostra específicos frequentemente apresentaram resultados mais precisos.
Ao examinar os resultados, os auto-testes mostraram um alto nível de especificidade, o que significa que eram bons em descartar casos negativos. No entanto, a sensibilidade, ou a capacidade de identificar corretamente casos positivos, variou significativamente dependendo de fatores como o tipo de amostra coletada e se o teste foi supervisionado.
A revisão também destacou a aceitação geral dos auto-testes entre o público, com muitos participantes dispostos a usar esses testes. Estudos mostraram altas taxas de facilidade de uso, especialmente quando suportes digitais, como aplicativos ou instruções em vídeo, eram oferecidos.
Impacto do Auto-Teste na Disseminação da COVID-19
Os auto-testes mostraram ser uma ferramenta valiosa durante a pandemia, especialmente quando os métodos tradicionais de teste eram limitados. Eles proporcionaram um tempo de resposta rápido, facilitando que as pessoas descobrissem se estavam infectadas e agissem de acordo. O auto-teste ajudou a prevenir fechamentos de escolas e diversos eventos públicos ao possibilitar a identificação rápida de casos positivos.
Trabalhadores em áreas de alto risco, como saúde, puderam se auto-testar regularmente, permitindo que se isolassem rapidamente após um resultado positivo. Isso ajudou a reduzir o potencial de propagação do vírus em locais de trabalho e em comunidades maiores.
A revisão também identificou uma tendência preocupante em relação ao acesso desigual aos auto-testes entre diferentes grupos socioeconômicos. Aqueles com menos recursos muitas vezes tiveram mais dificuldade em obter os auto-testes, levando a disparidades sobre quem podia monitorar efetivamente sua saúde.
Benefícios e Desafios do Auto-Teste
O auto-teste apresenta vários benefícios, incluindo velocidade, conveniência e maior acessibilidade durante uma pandemia. Ele permite que as pessoas tenham controle sobre sua saúde ao conhecer seu status e agir de acordo com os resultados.
No entanto, ainda existem desafios. Alguns usuários tiveram dificuldades com a precisão dos testes, que podem ser afetados por fatores como uso incorreto ou dificuldade em interpretar os resultados. Também há preocupações sobre os custos e a logística de tornar os testes disponíveis para todos, especialmente em áreas de menor renda.
Pra melhorar a eficácia dos auto-testes, precisam ser fornecidas instruções mais claras e materiais de apoio. Isso vai ajudar a garantir que as pessoas entendam como realizar os testes corretamente e interpretar os resultados com precisão.
Recursos digitais e treinamentos podem aumentar a usabilidade dos auto-testes, principalmente quando estão associados a plataformas online ou aplicativos que oferecem orientações. Funcionários de saúde pública e organizações precisam priorizar o acesso equitativo aos testes e enfrentar as barreiras que certas populações enfrentam.
Conclusão
No geral, o auto-teste para COVID-19 provou ser um desenvolvimento importante durante a pandemia. Ele permite que as pessoas ajam rapidamente em relação à sua saúde, ajudando a reduzir a transmissão do vírus. Enquanto a revisão destaca muitos pontos positivos do auto-teste, também aponta áreas que precisam de melhorias e atenção.
A conexão entre auto-testes para COVID-19 e outras doenças infecciosas, como HIV, sugere que há potencial para expandir essa prática ainda mais em estratégias de saúde pública. Indo pra frente, o auto-teste pode desempenhar um papel vital no gerenciamento de pandemias atuais e futuras, especialmente se forem feitos esforços para garantir acesso equitativo e comunicação eficaz sobre os procedimentos de teste.
Título: Self-tests for COVID-19: what is the evidence? A living systematic review and meta-analysis (2020-2023)
Resumo: COVID-19 self-testing strategy (COVIDST) can rapidly identify symptomatic and asymptomatic SARS-CoV-2-infected individuals and their contacts, potentially reducing transmission. In this living systematic review, we evaluated the evidence for real-world COVIDST performance. Two independent reviewers searched six databases (PubMed, Embase, Web of Science, World Health Organization database, Cochrane COVID-19 registry, Europe PMC) for the period April 1st, 2020, to January 18th, 2023. Data on studies evaluating COVIDST against laboratory-based conventional testing and reported on diagnostic accuracy, feasibility, acceptability, impact, and qualitative outcomes were abstracted. Bivariate random effects meta-analyses of COVIDST accuracy were performed (n=14). Subgroup analyses (by sampling site, symptomatic/asymptomatic infection, supervised/unsupervised strategy, with/without digital supports) were conducted. Data from 70 included studies, conducted across 25 countries with a median sample size of 817 (range: 28-784,707) were pooled. Specificity was high overall, irrespective of subgroups (98.37-99.71%). Highest sensitivities were reported for: a) symptomatic individuals (73.91%, 95%CI: 68.41-78.75%; n=9), b) mid-turbinate nasal samples (77.79%, 95%CI: 56.03-90.59%; n=14), c) supervised strategy (86.67%, 95%CI: 59.64-96.62%; n=13), and d) presence of digital interventions (70.15%, 95%CI: 50.18-84.63%; n=14). Sensitivity was lower in asymptomatic populations (40.18%, 95% CI: 21.52-62.20%; n=4), due to errors in test conduct and absence of supervision or a digital support. We found no difference in COVIDST sensitivity between delta and omicron pre-dominant period. Digital supports increased confidence in COVIDST reporting and interpretation (n=16). Overall acceptability was 91.0-98.7% (n=2) with lower acceptability reported for daily self-testing (39.5-51.1%). Feasibility was 69.0-100.0% (n=5) with lower feasibility (35.9-64.6%) for serial self-testing. COVIDST decreased closures in school, workplace, and social events (n=4). COVIDST is an effective rapid screening strategy for home-, workplace- or school-based screening, for symptomatic persons, and for preventing transmission during outbreaks. This data is useful for updating COVIDST policy. Our review demonstrates that COVIDST has paved the way for the introduction of self-tests, worldwide.
Autores: Nitika Pant Pai, A. Anand, F. Vialard, A. Esmail, F. Ahmad Khan, P. O'Byrne, J.-P. Routy, K. Dheda
Última atualização: 2023-08-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.09.23293885
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.09.23293885.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.