Riscos do HPV Entre Pessoas Transmasculinas e Diversas em Gênero
Novas descobertas mostram que é preciso fazer mais testes de HPV em comunidades transmasculinas e de gênero diverso.
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Índice
- Entendendo os Riscos para Pessoas Transmasculinas e Diversas em Gênero
- A Importância da Auto-Coleta Personalizada
- A Influência do HPV em Vários Cânceres
- Abordagem do Estudo
- Quem Podia Participar do Estudo?
- Como os Participantes Foram Recrutados
- Processo de Coleta de Amostras
- Testando para HPV
- Resultados do Estudo
- A Necessidade de Monitorar o Risco de HPV
- Barreiras ao Teste e o Caminho à Frente
- Conclusão
- Fonte original
O vírus do papiloma humano (HPV) é um vírus que pode levar a vários tipos de câncer, incluindo câncer de colo do útero. Todo ano, o HPV causa mais de 24.000 cânceres em mulheres e pessoas designadas como femininas ao nascer (AFAB). O câncer cervical representa cerca de 12.000 desses casos. Recentemente, as diretrizes de saúde nos EUA atualizaram as opções de triagem para câncer cervical, incluindo o teste de HPV. Essa mudança permite que as pessoas sejam testadas para HPV de alto risco, sozinhas ou junto com um exame de Papanicolau.
Entendendo os Riscos para Pessoas Transmasculinas e Diversas em Gênero
Indivíduos Transmasculinos são aqueles que foram designados femininos ao nascer, mas se identificam como homens ou masculinos. Também existem pessoas não binárias e diversas em gênero que se identificam fora das categorias tradicionais de masculino e feminino. Acreditava-se que esses grupos poderiam ter um risco menor de câncer cervical devido às taxas mais baixas de sexo vaginal penetrativo. No entanto, estudos mostram que pessoas transmasculinas podem ter casos semelhantes ou até mais altos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), o que pode aumentar seu risco para cânceres relacionados ao HPV.
Outro problema para pessoas trans e diversas em gênero (TGD) é o estigma que enfrentam em ambientes de saúde. Esse estigma pode levar a menos visitas para cuidados preventivos, incluindo triagens para câncer cervical. Algumas pesquisas recentes sugeriram que testes em casa para HPV poderiam resolver essas barreiras.
A Importância da Auto-Coleta Personalizada
Qualquer procedimento de auto-coleta para HPV deve considerar os desafios físicos e emocionais que as pessoas TGD podem enfrentar. Esse trabalho é essencial, especialmente à luz das diretrizes atualizadas e do clima político atual em torno da saúde trans. Embora o HPV seja mais amplamente reconhecido por causar câncer cervical, ele também pode levar a outros cânceres, como cânceres anais, orais e de garganta.
A Influência do HPV em Vários Cânceres
O HPV é responsável por mais de 90% dos cânceres anais e cerca de 40% dos cânceres nas áreas vaginal, vulvar e peniana. Mais de 60% dos cânceres orofaringeos (garganta) e outros cânceres orais também são causados pelo HPV. O câncer orofaringeo, em particular, está se tornando cada vez mais comum nos EUA, ofuscando o câncer cervical em termos de novos casos a cada ano.
Pesquisas recentes começaram a ver o HPV como uma infecção que pode afetar múltiplos locais anatômicos, não apenas o colo do útero. Essa perspectiva também deve se estender à compreensão dos riscos de cânceres associados ao HPV em indivíduos TGD designados femininos ao nascer.
Abordagem do Estudo
Em um estudo recente, os pesquisadores inscreveram um grupo de pessoas TGD designadas femininas ao nascer. Eles enviaram kits de auto-coleta para testes em casa para HPV no ânus, boca e colo do útero. Esse método visava fornecer opções para aqueles que podem se sentir desconfortáveis fazendo testes médicos padrão.
O estudo recebeu aprovação de um comitê de ética. Membros da comunidade TGD foram consultados sobre o estudo para garantir que fosse respeitoso e preciso. Os participantes foram compensados pelo seu tempo e esforços.
Quem Podia Participar do Estudo?
Para participar, os indivíduos precisavam atender a critérios específicos: ter entre 21 e 65 anos, serem designados femininos ao nascer e se identificarem como homens, não binários ou outro gênero fora do feminino. Não podiam estar grávidos ou ter removido o colo do útero. O estudo buscava um grupo diverso de participantes, independentemente do histórico de vacinação contra HPV ou infecções.
Como os Participantes Foram Recrutados
Os pesquisadores usaram vários métodos de recrutamento, incluindo redes sociais, contato com grupos LGBTQ+ e e-mails através de programas de saúde. Indivíduos interessados foram selecionados para elegibilidade e então convidados a saber mais sobre o estudo.
Os participantes responderam a duas pesquisas online. A primeira pesquisa incluía perguntas sobre demografia e comportamento sexual. A segunda pesquisa perguntava sobre a experiência deles com a auto-coleta após a conclusão.
Processo de Coleta de Amostras
Uma vez inscritos, os participantes receberam pelo correio um kit com instruções para coletar amostras de três áreas: colo do útero, boca e ânus. As instruções usavam uma linguagem clara para ser inclusiva e acessível.
Para a amostra cervicovaginal, os participantes usaram um pincel para coletar uma amostra de dentro da vagina. Eles foram orientados a girar o pincel e depois prepará-lo para o transporte. Esse método se mostrou eficaz na coleta de amostras.
Para amostras anais, os participantes usaram um swab, inserindo-o no ânus. Eles foram instruídos a girar o swab enquanto pressionavam contra as paredes anais e, em seguida, colocá-lo em um tubo para envio. Para amostras orais, os participantes bochecharam enxaguante bucal e cuspiu de volta em um tubo.
Todas as amostras foram enviadas de volta para os pesquisadores para teste.
Testando para HPV
As amostras foram testadas para tipos de HPV de alto risco usando métodos laboratoriais específicos. Os pesquisadores identificaram diferentes tipos de HPV presentes nas amostras, incluindo aqueles mais associados ao câncer.
Resultados do Estudo
O estudo inscreveu 137 participantes, com 102 completando todos os aspectos dele. A idade dos participantes variou de 21 a 59 anos, mas a maioria tinha menos de 30. A maioria se identificou como branca e bem-educada. Muitos relataram atividade sexual anterior, incluindo beijos, sexo oral e sexo anal.
O HPV foi encontrado em um número variável de amostras de diferentes áreas. Os resultados dos testes indicaram que 8,8% das amostras orais, 30,5% das amostras cervicovaginais e 39,6% das amostras anais foram positivas para HPV. Os altos níveis de HPV encontrados nas amostras anais, em particular, levantam preocupações.
Notavelmente, alguns participantes relataram ter histórico de outras ISTs, o que estava ligado a taxas mais altas de HPV. Aqueles que tiveram múltiplos parceiros de beijo ou receberam sexo oral de vários parceiros também mostraram taxas mais altas de infecções por HPV.
A Necessidade de Monitorar o Risco de HPV
Os resultados ressaltam a importância de monitorar os riscos de HPV entre pessoas TGD designadas femininas ao nascer. Ao contrário de algumas crenças, esse grupo pode não estar em menor risco de HPV ou cânceres relacionados ao HPV em comparação com mulheres cisgênero. Na verdade, alguns indivíduos TGD podem ter um risco ainda maior.
Além disso, os achados mostraram um alto nível de concordância de HPV entre amostras cervicovaginais e anais. Isso sugere que o HPV deve ser tratado como uma infecção que pode afetar múltiplos locais. A equipe de pesquisa planeja explorar mais as experiências dos participantes para melhorar o processo de coleta.
Barreiras ao Teste e o Caminho à Frente
Embora o estudo tenha fornecido insights críticos, também destacou barreiras que pessoas TGD enfrentam quanto ao cuidado médico. Muitos participantes relataram adiar visitas à saúde devido ao medo de desconforto ou sentimentos de disforia. Isso indica a necessidade de serviços de saúde mais acessíveis e afirmativos para indivíduos TGD.
A abordagem do estudo para auto-coleta poderia abrir caminho para melhores opções de teste para HPV e aumentar a participação em triagens. Ao entender e abordar as necessidades únicas das populações TGD, os provedores de saúde podem melhorar a eficácia dos programas de triagem.
Conclusão
A pesquisa enfatizou a necessidade de métodos de triagem eficazes para HPV entre pessoas TGD designadas femininas ao nascer. Com taxas significativas de HPV encontradas nesse grupo, é essencial fornecer melhor acesso aos testes e reduzir as barreiras ao cuidado. Pesquisas contínuas serão vitais para entender os riscos do HPV e melhorar os resultados de saúde para indivíduos TGD.
Título: Prevalence and determinants of cervicovaginal, oral, and anal HPV infection in a population of transgender and gender diverse people assigned female at birth
Resumo: IntroductionHPV causes oral, cervicovaginal, and anogenital cancer, and cervical cancer screening options include HPV testing of a physician-collected sample. Transgender and gender diverse (TGD) people assigned female at birth (AFAB) face discrimination and stigma in many healthcare settings; are believed to be a lower risk for cervical cancer by many physicians; are less likely to be up to date on preventive health care services such as pelvic health exams; and are more likely to have inadequate results from screening tests. Self-sampling options may increase access and participation in HPV testing and cancer screening. MethodsWe recruited 137 TGD individuals AFAB for an observational study, mailing them a kit to self-collect cervicovaginal, oral, and anal samples at home. We tested samples for HPV genotypes 6, 11, 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68, 73 and 90 using a PCR mass array test. Results102 participants completed the study. Among those with valid tests, 8.8% were positive for oral HPV, 30.5% were positive for cervicovaginal HPV, and 39.6% were positive for anal HPV. A large fraction of anal (50.0%) and oral (71.4%) infections were concordant with a cervicovaginal infection of the same type. ConclusionsHPV infection in TGD people AFAB may be just as high, if not higher, than in cisgender women. It is essential that we reduce barriers to cancer screening for TGD populations, such as through the development of a clinically approved self-screening HPV test.
Autores: Andrew Brouwer, R. D. McIntosh, E. C. Andrus, H. M. Walline, C. B. Sandler, C. M. Goudsmidt, M. B. Moravek, D. Stroumsa, S. K. Kattari
Última atualização: 2023-08-16 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.15.23294129
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.15.23294129.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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