Tendências de Sobrevivência de Pacientes com HIV em Gana
Estudo revela que pacientes com HIV que recebem TAR em Gana têm taxas de sobrevivência melhoradas.
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Índice
- Objetivo do Estudo
- Design e Configuração do Estudo
- População do Estudo
- Coleta de Dados
- Análise de Dados
- Principais Resultados: Características Socio-Demográficas
- Principais Resultados: Características Clínicas
- Taxas de Sobrevivência
- Taxas de Mortalidade
- Fatores de Risco para Mortalidade
- Discussão
- Recomendações
- Conclusão
- Fonte original
O HIV, ou vírus da imunodeficiência humana, é o vírus que causa a AIDS, que enfraquece o sistema imunológico. Desde que foi identificado pela primeira vez no início dos anos 1970, o HIV impactou milhões de vidas ao redor do mundo. Em 2020, cerca de 37,6 milhões de pessoas estavam vivendo com HIV, e muitas estavam recebendo tratamento que salva vidas, conhecido como terapia antirretroviral (TAR). Essa terapia ajuda a controlar o vírus e permite que as pessoas vivam vidas mais longas e saudáveis.
Um número significativo de pessoas vivendo com HIV está em países de baixa e média renda, especialmente na África Oriental e Austral. Em Gana, cerca de 342.307 pessoas vivem com HIV, e 77% dessas pessoas estão recebendo TAR. Quando a TAR é iniciada cedo, pode reduzir doenças e mortes relacionadas ao HIV. Também ajuda a melhorar a saúde geral, aumentando o número de células imunológicas e melhorando a qualidade de vida.
A TAR começou em Gana em 2003, com esforços para fornecer cuidados abrangentes que incluem aconselhamento, testes e tratamento para outras infecções sexualmente transmissíveis. Inicialmente, apenas aqueles com doença avançada eram elegíveis para tratamento, mas à medida que a crise do HIV cresceu, organizações internacionais estabeleceram novas metas para tratamento e cuidados. A meta "90-90-90" visava que 90% das pessoas vivendo com HIV soubessem seu estado, 90% dos diagnosticados estivessem em tratamento e 90% dos tratados alcançassem supressão viral. Essa meta foi posteriormente revisada para "95-95-95" para melhorar os resultados de saúde até 2030.
Gana adotou essas metas em 2015, tentando tornar os testes e o tratamento mais acessíveis. Até 2019, 58% das pessoas vivendo com HIV em Gana estavam cientes de seu estado, com 77% recebendo TAR e 68% alcançando supressão viral.
Objetivo do Estudo
O objetivo deste estudo foi analisar as tendências de sobrevivência das pessoas vivendo com HIV em Gana que estão recebendo TAR de 2016 a 2020. O estudo olhou para taxas de sobrevivência, mortes e fatores que afetam os resultados de saúde.
Design e Configuração do Estudo
Este foi um review de dados de instalações de saúde em duas áreas rurais de Gana: Zabzugu e Tatale. Essas áreas foram escolhidas porque participam ativamente de programas de tratamento do HIV. Os participantes foram selecionados de quatro centros de saúde nesses distritos, localizados na região norte de Gana.
População do Estudo
O estudo incluiu indivíduos com 13 anos ou mais que foram diagnosticados com HIV e receberam TAR entre 2016 e 2020. Aqueles com menos de 13 anos ou que foram transferidos de outras regiões não foram incluídos. Um total de 261 participantes foi selecionado com base em seu histórico de tratamento.
Coleta de Dados
Os dados foram coletados usando uma lista de verificação dos registros médicos, incluindo os arquivos de tratamento dos pacientes e os registros de medicação. Dois enfermeiros de saúde pública e um estudante de pós-graduação conduziram a revisão dos dados para garantir precisão. Qualquer dado incompleto foi descartado, e os dados finais foram armazenados de forma segura para análise futura.
Análise de Dados
Os dados foram examinados usando software estatístico para identificar tendências e características dos participantes. Os pesquisadores calcularam as taxas de sobrevivência e procuraram fatores que influenciaram essas taxas. Isso incluiu o tipo de regime de TAR, o estado de saúde no diagnóstico e se os participantes tinham divulgado seu estado de HIV.
Principais Resultados: Características Socio-Demográficas
A idade média dos participantes era de cerca de 35 anos, com a maioria tendo entre 30 e 39 anos. A maioria dos participantes eram mulheres, e a maioria era casada. Um número significativo não tinha educação formal e trabalhava em empregos não qualificados. A maioria estava registrada no Sistema Nacional de Seguro Saúde, que ajuda a cobrir custos médicos.
Principais Resultados: Características Clínicas
A maioria dos participantes foi diagnosticada com HIV em um estágio inicial da doença. Um número significativo estava em um tipo específico de TAR. Muitos participantes ainda estavam vivos e recebendo tratamento ao final do período de estudo.
Taxas de Sobrevivência
Ao longo de cinco anos, um total de 635,98 anos-pessoa foi registrado, com um tempo médio de acompanhamento de pouco mais de dois anos. O primeiro ano mostrou uma probabilidade de sobrevivência de cerca de 93,76%. Ao final dos cinco anos, a taxa de sobrevivência caiu para cerca de 80,49%. A maioria das mortes ocorreu nos primeiros três anos após o início do tratamento.
Os dados mostraram que indivíduos diagnosticados em estágios mais iniciais do HIV tinham melhores taxas de sobrevivência. Mulheres e participantes mais jovens também tendiam a ter melhores resultados. Aqueles que não divulgaram seu status de HIV tinham uma taxa de sobrevivência mais alta inicialmente, mas isso mudou ao longo do tempo, pois o status divulgado proporcionava melhor apoio.
Taxas de Mortalidade
No total, 33 participantes morreram durante o estudo, levando a uma taxa de mortalidade de 51,89 por 1000 anos-pessoa. Isso significa que a mortalidade foi particularmente alta entre indivíduos mais velhos e aqueles diagnosticados em estágios mais avançados do HIV.
Fatores de Risco para Mortalidade
A análise mostrou que idade avançada e diagnóstico em estágios mais avançados do HIV estavam ligados a taxas de mortalidade mais altas. Indivíduos com 50 anos ou mais tinham um risco de morte significativamente maior, assim como aqueles diagnosticados nos estágios III e IV da OMS.
Discussão
Este estudo destaca o progresso feito na melhoria das taxas de sobrevivência para aqueles que vivem com HIV em Gana. O diagnóstico precoce e o início do tratamento desempenham um papel crucial na melhoria dos resultados de saúde.
Os achados indicaram que a maioria dos participantes estava viva após cinco anos, e a maioria havia iniciado o tratamento com TAR em estágios mais iniciais do HIV. Isso é um contraste positivo com estudos anteriores, onde muitas pessoas foram diagnosticadas em estágios avançados da doença.
No entanto, uma porcentagem significativa de participantes foi perdida para acompanhamento, sugerindo que mais esforços são necessários para garantir o engajamento contínuo nos cuidados.
Além disso, o estudo encontrou que homens tinham taxas de mortalidade mais altas do que mulheres, o que reforça a necessidade de estratégias de saúde personalizadas para abordar as diferenças de gênero no comportamento de busca de saúde.
Recomendações
Com base nos achados, várias recomendações podem ser feitas:
Aumentar a Acessibilidade aos Testes: Continuar os esforços para fornecer testes em todos os pontos de entrada do sistema de saúde para ajudar a identificar indivíduos com HIV mais cedo.
Apoio para Adultos Mais Velhos: Fornecer suporte adicional e monitoramento para adultos mais velhos e aqueles diagnosticados em estágios avançados para melhorar seus resultados de saúde.
Estratégias de Engajamento: Desenvolver estratégias para manter os indivíduos engajados nos cuidados e reduzir a perda para acompanhamento, especialmente entre aqueles que podem se sentir assintomáticos.
Educação e Apoio: Educar os indivíduos sobre a importância de divulgar seu status de HIV e os benefícios de ter um sistema de apoio.
Conclusão
As taxas de sobrevivência para aqueles que vivem com HIV nos distritos de Zabzugu e Tatale, em Gana, melhoraram significativamente nos últimos anos. O diagnóstico precoce e o tratamento são componentes críticos do cuidado, e esforços contínuos são necessários para aprimorar ainda mais os resultados de saúde.
Título: Survival trends among people living with human immunodeficiency virus on antiretroviral treatment in two rural districts in Ghana
Resumo: BackgroundThe human immunodeficiency virus (HIV) has caused a lot of havoc since the early 1970s, affecting 37.6 million people worldwide. The 90-90-90 treatment policy was adopted in Ghana in 2015 with the overall aim to end new infections by 2030, and to improve the life expectancy of HIV seropositive individuals. With the scale-up of Highly Active Antiretroviral Therapy (HAART), the lifespan of People Living with HIV (PLWH) on antiretrovirals (ARVs) is expected to improve. In rural districts in Ghana, little is known about the survival probabilities of PLWH on ARVs hence, this study was conducted to estimate the survival trends of PLWH on ARVs for the periods between 2016 to 2020. MethodsA retrospective evaluation of data gathered across ARV centers within Tatale and Zabzugu districts in Ghana from 2016 to 2020 among PLWH on ARVs. The census technique was employed and a total of 261 participants were recruited for the study. The data was analyzed using STATA software version 16.0. Lifetable analysis and Kaplan-Meier graph were used to assess the survival probabilities. "Stptime" per 1000 person-years and the competing risk regression was used to evaluate mortality rates and risk of mortality. ResultsThe cumulative survival probability was 0.8847 (95% CI: 0.8334-0.9209). The overall mortality rate was 51.89 (95% CI: 36.89-72.97) per 1000 person-years. WHO stage III and IV [AHR: 4.25 (95%CI: 1.6-9.71) p = 0.001] as well as age group (50+ years) [AHR: 5.02 (95% CI: 1.78-14.13) p=0.002] were associated with mortality. ConclusionSurvival probabilities is high among the population of PLWH in Ghana with declining mortality rates. Clinicians should provide critical attention and care to patients at HIV WHO stages III and IV and intensify HIV screening at all entry points since early diagnosis is associated with high survival probabilities.
Autores: Eugene Sackeya, M. M. Beru, R. N. Angmortey, K. Boakye, M. Baatira, M. S. Yakubu, D. A. Opoku, A. Mohammed, N. K. Ayisi-Boateng, D. Boateng, E. K. Nakua, A. K. Edusei
Última atualização: 2023-08-23 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.17.23294224
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.17.23294224.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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