Modelos de IA melhoram a previsão de riscos para cirurgia de pâncreas
Novas técnicas de IA mostram que podem ajudar a prever complicações após a cirurgia de Whipple.
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Índice
O câncer pancreático é um grande problema de saúde, especialmente nos países ocidentais. Ele tem uma das taxas de sobrevivência mais baixas entre todos os tipos de câncer, com apenas cerca de 12% dos pacientes sobrevivendo por cinco anos após o diagnóstico. A situação é ainda mais complicada para quem passou por cirurgias para remover tumores. Mesmo com a cirurgia, muitos pacientes enfrentam uma alta chance de a doença voltar e uma baixa probabilidade de sobrevivência a longo prazo.
Opções Cirúrgicas
A principal forma de tratar o câncer pancreático é através da cirurgia. Existem diferentes procedimentos cirúrgicos, incluindo o procedimento Whipple, que é formalmente conhecido como pancreatoduodenectomia, pancreatectomia distal e pancreatectomia total. Embora a cirurgia possa curar, ela também traz muitos riscos e complicações. Mais de 40% dos pacientes têm problemas após o procedimento, como infecções, coágulos, sangramentos e até morte. Essas complicações podem levar a um tempo de recuperação mais longo e podem deixar os pacientes tão fracos que não conseguem passar por tratamentos necessários de acompanhamento, como a quimioterapia.
Importância de Identificar Riscos
Dado os riscos associados à cirurgia e a alta probabilidade de recidiva do câncer, é crucial avaliar os benefícios potenciais em relação aos riscos ao decidir sobre um plano de tratamento. Identificar quais pacientes estão em maior risco de complicações pode ajudar os médicos a escolher os melhores caminhos de tratamento. Embora muitas ferramentas existam para ajudar a prever os riscos de complicações após a cirurgia, sua eficácia varia, especialmente para quem passa pelo procedimento Whipple.
Avanços em Modelos de Previsão
Recentemente, a inteligência artificial (IA) e métodos de Aprendizado Profundo surgiram como alternativas promissoras para prever riscos. Esses modelos mais novos podem aprender com grandes quantidades de dados de vários procedimentos cirúrgicos e, em seguida, podem ser ajustados para operações específicas, como o procedimento Whipple. Essa abordagem visa aproveitar o conhecimento de dados cirúrgicos gerais para melhorar os resultados de pacientes que passam por cirurgias específicas.
Desenho do Estudo
O estudo usou dados de um grande banco de dados nacional que inclui informações de milhares de hospitais. Os dados abrangem quase 6 milhões de pacientes e uma ampla gama de procedimentos cirúrgicos e complicações. Para este estudo, focamos em pacientes que passaram pelo procedimento Whipple.
Dentre quase 6 milhões de pacientes, 31.944 fizeram o procedimento Whipple. Um número pequeno foi excluído porque sua cirurgia foi incomumente rápida, deixando 31.728 pacientes para analisar.
Análise de Dados
O conjunto de dados incluía uma variedade de fatores para cada paciente, como idade, peso, histórico médico e detalhes sobre a cirurgia. Essas informações foram divididas em dois grupos para análise. Um grupo continha 40% dos pacientes Whipple combinados com pacientes que tiveram outras cirurgias, o que ajudou o modelo a aprender com um conjunto mais amplo de dados. O outro grupo foi dedicado exclusivamente a pacientes do procedimento Whipple.
Construção dos Modelos
Usamos quatro abordagens diferentes de modelagem para determinar qual delas preveria melhor as complicações pós-cirúrgicas para pacientes do procedimento Whipple.
- Modelo Geral: Um modelo de aprendizado profundo treinado em um conjunto amplo de dados cirúrgicos e testado apenas em pacientes Whipple.
- Modelo de Transferência de Aprendizado: Este modelo também começou com o conjunto geral, mas foi ajustado especificamente para pacientes Whipple.
- Modelo Direto: Um modelo de aprendizado profundo treinado usando apenas dados de pacientes Whipple.
- Modelo de Floresta Aleatória: Um modelo tradicional que opera de maneira diferente do aprendizado profundo, também treinado estritamente em pacientes Whipple.
Depois de criar esses modelos, verificamos seu desempenho usando um grupo de teste separado de pacientes.
Desempenho do Modelo
Todos os quatro modelos foram avaliados pela sua capacidade de prever complicações após a cirurgia. Os resultados mostraram que o modelo geral e o modelo de transferência de aprendizado tiveram um desempenho significativamente melhor que o modelo direto focado apenas nos pacientes Whipple. O modelo de floresta aleatória também teve um desempenho forte, mas ainda não tão eficaz quanto os dois modelos de aprendizado profundo.
O modelo geral alcançou uma pontuação média que reflete sua capacidade de prever problemas pós-cirúrgicos, superando o desempenho da calculadora de risco cirúrgico existente, que apenas fornece probabilidades gerais de morbidade e mortalidade.
Principais Descobertas
Entre os modelos, a abordagem de transferência de aprendizado se mostrou particularmente eficaz, mostrando que pode aproveitar as informações obtidas de conjuntos de dados cirúrgicos mais amplos ao prever resultados para um tipo específico de cirurgia. Fatores como idade, peso e tempo de operação surgiram como indicadores importantes de complicações pós-cirúrgicas.
No geral, o estudo sugere que o uso de modelos avançados como aprendizado profundo pode melhorar a previsão dos riscos associados ao procedimento Whipple, levando a decisões de tratamento mais bem informadas.
Limitações do Estudo
Apesar dos resultados promissores, algumas limitações foram observadas. A qualidade dos dados usados é essencial para a modelagem eficaz, e este estudo se baseou em um grande banco de dados dos Estados Unidos. Isso significa que os achados podem não ser válidos para outros países ou sistemas de saúde. Além disso, os dados dos pacientes podem mudar ao longo do tempo, afetando a precisão de variáveis contínuas como resultados de exames.
O conjunto de dados para pacientes Whipple também não era grande, o que pode afetar a qualidade das previsões para complicações raras. Além disso, enquanto os modelos de aprendizado profundo podem considerar muitos fatores, eles também podem ser complexos, tornando desafiador para os profissionais de saúde aplicá-los diretamente em ambientes clínicos.
Conclusão
Este estudo destaca os benefícios potenciais do uso de IA e aprendizado profundo, especialmente através de métodos como transferência de aprendizado, para prever complicações cirúrgicas em casos especializados como o procedimento Whipple. Esses modelos preditivos avançados oferecem uma maneira de melhorar o cuidado ao paciente, fornecendo avaliações mais precisas dos riscos, assim informando melhores decisões de tratamento.
Olhando para o futuro, integrar esses modelos nos sistemas de saúde pode melhorar seu uso prático, contribuindo, em última análise, para melhores resultados para os pacientes.
Título: ASSESSING THE VALUE OF DEEP NEURAL NETWORKS FOR POSTOPERARTIVE COMPLICATION PREDICTION IN PANCREATICODUODENECTOMY PATIENTS
Resumo: IntroductionPancreaticoduodenectomy (PD) for patients with pancreatic ductal adenocarcinoma (PDAC) is associated with a high risk of postoperative complications (PoCs) and risk prediction of these is therefore critical for optimal treatment planning. We hypothesize that novel deep learning network approaches through transfer learning may be superior to legacy approaches for PoC risk prediction in the PDAC surgical setting. MethodsData from the US National Surgical Quality Improvement Program (NSQIP) 2002-2018 was used, with a total of 5,881,881 million patients, including 31,728 PD patients. Modelling approaches comprised of a model trained on a general surgery patient cohort and then tested on a PD specific cohort (general model), a transfer learning model trained on the general surgery patients with subsequent transfer and retraining on a PD-specific patient cohort (transfer learning model), a model trained and tested exclusively on the PD-specific patient cohort (direct model), and a benchmark random forest model trained on the PD patient cohort (RF model). The models were subsequently compared against the American College of Surgeons (ACS) surgical risk calculator (SRC) in terms of predicting mortality and morbidity risk. ResultsBoth the general model and transfer learning model outperformed the RF model in 14 and 16 out of 19 prediction tasks, respectively. Additionally, both models outperformed the direct model on 17 out of the 19 tasks. The transfer learning model also outperformed the general model on 11 out of the 19 prediction tasks. The transfer learning model outperformed the ACS-SRC regarding mortality and all the models outperformed the ACS-SRC regarding the morbidity prediction with the general model achieving the highest Receiver Operator Area Under the Curve (ROC AUC) of 0.668 compared to the 0.524 of the ACS SRC. ConclusionDNNs deployed using a transfer learning approach may be of value for PoC risk prediction in the PD setting.
Autores: Martin Sillesen, M. Bonde, A. Bonde, H. Kaafarani, A. Millarch
Última atualização: 2023-08-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.21.23294364
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.21.23294364.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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