Estabilidade de Peptídeos em Hidrogéis: A Chave para Tratamentos Melhores
Pesquisas mostram como as modificações de peptídeos afetam a degradação e o comportamento celular em hidrogéis.
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Índice
Hidrogéis são materiais especiais que conseguem segurar bastante água. Eles são usados em ciência e medicina porque imitam o ambiente onde as Células vivem, chamado de matriz extracelular (ECM). Ao imitar a ECM, os hidrogéis ajudam os pesquisadores a estudar como as células se comportam e a criar tratamentos melhores para curar lesões ou doenças.
As células interagem com o que está ao redor, e o jeito como elas se comportam nos hidrogéis depende da estrutura e das propriedades do material. Uma característica importante dos hidrogéis é a presença de partes especiais chamadas domínios de adesão. Esses domínios ajudam as células a grudar no hidrogel, o que influencia seu movimento e crescimento.
As células também podem mudar seu ambiente liberando substâncias nele. Essas substâncias incluem enzimas, que são proteínas que ajudam a quebrar outras proteínas. Um grupo de enzimas chamado proteases tem um papel crucial em como as células interagem com seu ambiente. As proteases podem atacar proteínas específicas e quebrá-las ou modificá-las.
Pesquisadores descobriram que certos medicamentos peptídicos, que são pequenas cadeias de aminoácidos, podem ser afetados por essas proteases. Se os Peptídeos forem quebrados demais, eles não vão funcionar tão bem como deveriam. Isso é um problema quando se tenta usar peptídeos em tratamentos.
Os pesquisadores costumam misturar peptídeos bioativos nos hidrogéis para deixá-los mais parecidos com a ECM natural. No entanto, geralmente não checam a estabilidade desses peptídeos em cultura. Peptídeos como RGD, que ajudam as células a grudar, e outros peptídeos sinalizadores são incluídos para melhorar os resultados da terapia. É importante que esses peptídeos não se quebrem muito rápido porque isso pode deixar o tratamento menos eficaz.
As proteases produzidas pelas células podem modificar os hidrogéis e afetar como eles funcionam. Embora algumas proteases sejam bem estudadas, existem muitos tipos que também podem ter um papel. A maioria das proteases usadas em estudos são chamadas endopeptidases, que quebram proteínas em locais específicos dentro da cadeia. Também existem exopeptidases, que quebram proteínas a partir das extremidades da cadeia. Essas exopeptidases são comuns em tecidos humanos e podem ser muito importantes na rapidez com que os medicamentos peptídicos se quebram.
Por exemplo, se um peptídeo tem uma certa modificação nas extremidades, isso pode mudar a forma como ele é degradado. Algumas modificações fazem o peptídeo durar mais no sistema. Muitas proteínas humanas foram encontradas com alterações nas extremidades, mostrando que isso é um aspecto comum de como as proteínas funcionam.
Neste estudo, queríamos aprender como as células quebram esses peptídeos bioativos. Criamos diferentes versões de bibliotecas de peptídeos, alterando as extremidades para ver como isso afetava a Degradação por diferentes tipos de células. Ao modificar esses peptídeos de formas específicas, nosso objetivo era descobrir quais versões duram mais ao interagir com células.
Criando e Testando Bibliotecas de Peptídeos
Para investigar como as células quebram peptídeos, começamos fazendo uma variedade de bibliotecas de peptídeos. Essas bibliotecas foram criadas com diferentes modificações nas extremidades dos peptídeos. Cada peptídeo foi projetado para testar como as modificações influenciavam a degradação.
Sintetizamos um conjunto de bibliotecas de peptídeos com variações, garantindo uma ampla gama de aminoácidos. As bibliotecas foram então incubadas com diferentes tipos de células: células-tronco mesenquimatosas (hMSCs), células endoteliais (hUVECs) e macrófagos. O objetivo era ver quão rapidamente essas células quebravam os peptídeos ao longo do tempo.
Como parte do nosso experimento, coletamos amostras das células em vários momentos e medimos a quantidade de peptídeo que restou após o tratamento. Isso nos permitiu acompanhar quanto de cada peptídeo ainda estava intacto e quão rapidamente foram degradados.
Resultados-Chave Sobre a Degradação de Peptídeos
Os resultados mostraram que peptídeos com certas modificações nas extremidades foram degradados muito mais rápido do que outros. Por exemplo, peptídeos com aminas livres no início foram rapidamente quebrados por todos os tipos de células, independentemente do resto da cadeia. Essa foi uma descoberta significativa, pois sugeriu que mudanças químicas específicas nas extremidades dos peptídeos podem influenciar drasticamente sua estabilidade na presença de células.
Por outro lado, quando modificamos o N-terminal - o início da cadeia de peptídeos - adicionando grupos acetila ou usando beta-alanina, a degradação foi reduzida. Isso foi verdade tanto para hMSCs quanto para hUVECs. Macrófagos mostraram algumas diferenças, mas geralmente seguiram os mesmos padrões. Ao alterar a química terminal, conseguíamos retardar significativamente a forma como os peptídeos eram quebrados.
Curiosamente, o C-terminal também teve impacto em como os peptídeos eram degradados. Peptídeos com ácidos carboxílicos na extremidade eram geralmente menos estáveis em comparação com aqueles com amidas ou beta-alaninas. Ao mudar o C-terminal, poderíamos ainda melhorar a estabilidade dos peptídeos.
Efeitos do Tipo Celular na Estabilidade dos Peptídeos
O estudo também revelou que diferentes tipos de células interagem com peptídeos de maneiras diferentes. Por exemplo, hMSCs foram muito mais agressivas em quebrar peptídeos em comparação com hUVECs e macrófagos. Isso mostra que o ambiente, incluindo os tipos de células presentes, pode afetar bastante como os peptídeos se comportam.
Repetimos os experimentos com várias amostras de células de doadores diferentes para garantir que essas tendências fossem consistentes em diferentes contextos biológicos. No geral, descobrimos que os padrões de degradação se mantiveram em diferentes tipos de células e variaram apenas um pouco de um doador para outro.
Implicações para Biomateriais e Tratamentos
Essas descobertas têm implicações importantes para o design de biomateriais e o desenvolvimento de terapias baseadas em peptídeos. Ao entender como modificações terminais podem aumentar a estabilidade dos peptídeos, os pesquisadores podem criar tratamentos melhores que durem mais no corpo.
Em muitos casos, a estabilidade do peptídeo é crucial para sua eficácia. Se um peptídeo se quebra muito rápido, ele não terá tempo de desempenhar a função desejada, seja estimulando o crescimento celular ou promovendo a cicatrização. Usando nossas descobertas, os cientistas podem criar sequências de peptídeos que sejam mais resilientes e eficazes quando incorporadas em hidrogéis usados para medicina regenerativa.
Peptídeos RGD e Comportamento Celular
Além das nossas descobertas sobre a estabilidade geral dos peptídeos, também focamos nos peptídeos RGD. Esses peptídeos são conhecidos por ajudar as células a aderir e se espalhar, o que é crucial em engenharia de tecidos e medicina regenerativa.
Testamos hidrogéis com diferentes tipos de peptídeos RGD para ver como influenciavam a disseminação e a viabilidade celular. Descobrimos que RGD é essencial para o comportamento celular, uma vez que incentiva as células a se espalhar e permanecer vivas na matriz do hidrogel.
Géis com peptídeos RGD cíclicos mostraram a maior disseminação celular e viabilidade em comparação com os peptídeos RGD lineares de degradação rápida. Isso indica que manter os peptídeos RGD estáveis dentro dos hidrogéis é essencial para promover o melhor comportamento celular.
Conclusão
Em resumo, nosso estudo mostra como os hidrogéis podem ser melhor projetados para medicina regenerativa ao entender a degradação de peptídeos. Peptídeos com modificações terminais específicas mostraram diferenças significativas em como foram quebrados por diferentes tipos de células.
Esse conhecimento abre portas para a criação de biomateriais melhorados que incorporam peptídeos estáveis, levando a tratamentos mais eficazes. Ao focar no design e na estabilidade dos peptídeos dentro dos hidrogéis, os pesquisadores podem aprimorar terapias regenerativas e, em última análise, melhorar os resultados dos pacientes em várias áreas médicas.
A dinâmica entre a estabilidade dos peptídeos, o tipo celular e o comportamento do hidrogel é vital para futuros desenvolvimentos em engenharia de tecidos e medicina regenerativa. Hidrogéis que imitam o ambiente natural das células têm um potencial significativo para avançar aplicações e terapias biomédicas.
Título: Quantifying and controlling the proteolytic degradation of cell adhesion peptides
Resumo: Peptides are widely used within biomaterials to improve cell adhesion, incorporate bioactive ligands, and enable cell-mediated degradation of the matrix. While many of the peptides incorporated into biomaterials are intended to be present throughout the life of the material, their stability is not typically quantified during culture. In this work we designed a series of peptide libraries containing four different N-terminal peptide functionalizations and three C-terminal functionalization to better understand how simple modifications can be used to reduce non-specific degradation of peptides. We tested these libraries with three cell types commonly used in biomaterials research, including mesenchymal stem/stromal cells (hMSCs), endothelial cells, and macrophages, and quantified how these cell types non-specifically degraded peptide as a function of terminal amino acid and chemistry. We found that peptides in solution which contained N-terminal amines were almost entirely degraded by 48 hours, irrespective of the terminal amino acid, and that degradation occurred even at high peptide concentrations. Peptides with C-terminal carboxylic acids also had significant degradation when cultured with cells. We found that simple modifications to the termini could significantly reduce or completely abolish non-specific degradation when soluble peptides were added to cells cultured on tissue culture plastic or within hydrogel matrices, and that functionalizations which mimicked peptide conjugations to hydrogel matrices significantly slowed non-specific degradation. We also found that there were minimal differences across cell donors, and that sequences mimicking different peptides commonly-used to functionalized biomaterials all had significant non-specific degradation. Finally, we saw that there was a positive trend between RGD stability and hMSC spreading within hydrogels, indicating that improving the stability of peptides within biomaterial matrices may improve the performance of engineered matrices.
Autores: E. Thomas Pashuck, S. J. Rozans, A. S. Moghaddam, Y. Wu, K. Atanasoff, L. Nino, K. Dunne
Última atualização: 2024-04-24 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.19.590329
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.19.590329.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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