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Como a Temperatura Afeta o Desenvolvimento em Moscas de Frutas

Os efeitos maternos moldam as características dos filhotes com base na temperatura e nas fases de desenvolvimento.

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A plasticidade fenotípica é uma característica que ajuda os organismos a mudarem rapidamente em resposta ao que rola ao seu redor. Isso significa que, em uma única geração, os animais e plantas podem ajustar seu comportamento, funções corporais e formas físicas com base nas diferentes condições que enfrentam. Um bom exemplo disso é visto em um tipo de peixe chamado ciclídeo. Quando os ciclídeos machos veem outros machos por perto, eles podem mudar instantaneamente seu comportamento de não agressivo para agressivo para proteger seu parceiro de reprodução.

Além dessas mudanças rápidas, as características dos organismos também podem ser afetadas pelos traços e pelo ambiente dos pais. Isso é conhecido como plasticidade transgeracional. Muitas espécies desenvolveram a habilidade de se adaptar a estressores ambientais não apenas com base nas próprias experiências, mas também com base no que os pais passaram. Por exemplo, se os pais de um peixe foram expostos a calor moderado, isso pode ajudar o peixinho a lidar melhor com estresse térmico mais tarde.

A interação entre esses dois tipos de plasticidade-dentro de uma geração e ao longo das gerações-levanta perguntas interessantes. Como elas afetam as características da prole, especialmente quando as informações entre pais e Filhos podem não se alinhar? Essa é uma questão complexa porque diferentes sinais ambientais podem influenciar como as características se desenvolvem. Tomando as moscas da fruta como exemplo, quando elas passam por um choque térmico repentino, conseguem aumentar a produção de proteínas que as ajudam a lidar com o calor. Curiosamente, essas proteínas úteis também podem ser transmitidas das mães para os embriões, oferecendo alguma proteção contra o calor depois.

O Papel dos Efeitos Maternos

Essa transmissão de características das mães para a prole é crucial para entender como os organismos se adaptam a ambientes em mudança. As mães podem oferecer benefícios aos seus filhotes que os ajudam a prosperar, mas há alguns aspectos que ainda não entendemos completamente. Um ponto chave é que, para os efeitos parentais serem benéficos, as condições que os pais enfrentam devem coincidir de perto com o que os filhos encontrarão. Se o que os pais esperam é diferente do que os filhos realmente lidam, esses efeitos parentais podem fazer mais mal do que bem.

Além disso, a influência que uma mãe tem sobre seus filhotes pode mudar ao longo do Desenvolvimento. Nos estágios iniciais, o impacto de uma mãe pode ser forte, mas conforme os filhotes crescem e se tornam mais habilidosos em perceber o que rola ao redor, eles podem depender menos dos sinais maternos. Por exemplo, em um tipo específico de peixe, a influência das mães sobre seus filhotes é significativa quando eles são pequenos, mas se torna desprezível quando os peixes amadurecem.

No geral, os filhotes podem começar a depender menos de suas mães e confiar mais em suas próprias observações. Essa mudança significa que a importância dos efeitos maternos pode diminuir à medida que os organismos envelhecem. Assim, filhotes jovens podem primeiro se apoiar na orientação de suas mães antes de fazer a transição para serem mais independentes.

Temperatura e Desenvolvimento em Moscas da Fruta

A temperatura é um fator crucial ao estudar como a plasticidade funciona em organismos como as moscas da fruta. Elas são ectotérmicas, ou seja, as funções corporais são muito influenciadas pela temperatura. O ciclo de vida curto das moscas da fruta-apenas dez dias em um ambiente quente-as torna perfeitas para estudar como rapidamente conseguem se adaptar.

Pesquisadores descobriram que as moscas da fruta podem se ajustar tanto dentro de suas gerações quanto entre gerações com base nas mudanças de temperatura. Elas conseguem responder efetivamente a condições de calor e frio, mas ainda há muito o que aprender sobre como os efeitos maternos podem mudar ao longo do desenvolvimento desses seres.

Neste estudo, os pesquisadores buscaram investigar como diferentes Temperaturas experimentadas pelas mães e suas crias afetam o desenvolvimento delas. Usaram um método em que criaram as moscas da fruta em várias temperaturas para criar um experimento estruturado. Os pesquisadores mediram várias características que poderiam mostrar como bem as moscas se adaptaram, como quanto tempo levaram para se desenvolver, seus tempos de recuperação após choques de calor e frio, e suas taxas de sobrevivência.

A expectativa era que os efeitos da temperatura maternal fossem mais evidentes durante os estágios iniciais de desenvolvimento, especialmente quando as condições se alinhavam entre a mãe e a prole.

O Experimento: Configurando

O experimento envolveu dois tipos principais de moscas da fruta: uma linhagem de laboratório conhecida como Oregon-R e moscas da fruta capturadas na natureza. As moscas selvagens foram capturadas durante o verão e foram cuidadosamente criadas em laboratório por várias gerações para se adaptarem às condições do lab. Isso garantiu que ambas as linhagens tivessem respostas semelhantes às condições de temperatura.

Para explorar o impacto da temperatura na prole, os pesquisadores criaram algumas moscas em condições quentes e outras em condições frias. Depois de um período determinado, as mães foram colocadas em setups especiais para pôr ovos, e a prole foi dividida em diferentes grupos de temperatura para estudar como se desenvolveram e responderam ao calor e ao frio.

Condições de Temperatura e Agrupamento

Os pesquisadores criaram um sistema de agrupamento para estudar os efeitos da temperatura na prole. Eles rotularam grupos com base na temperatura das mães e de seus jovens, criando combinações de temperaturas alinhadas e desalinhadas. Por exemplo, algumas mães foram mantidas em condições quentes enquanto seus jovens foram criados em condições frias, e vice-versa.

Organizando as moscas dessa forma, os pesquisadores puderam analisar como diferentes cenários de temperatura afetaram características como tempos de recuperação após choques, taxas de sobrevivência e quão rapidamente as moscas se desenvolveram em adultas. Eles realizaram testes após separar as moscas mães dos machos para garantir resultados precisos.

Principais Observações nos Tempos de Recuperação

As observações começaram com o foco em como a temperatura afetou os tempos de recuperação após choques de calor e frio. Os resultados mostraram que a temperatura que os filhotes experimentaram realmente afetou sua recuperação. Moscas criadas em condições mais quentes tendiam a se recuperar mais rápido de choques térmicos do que aquelas criadas em condições mais frias.

Curiosamente, os achados destacaram que os tempos de recuperação para larvas de mães em condições quentes foram mais longos em comparação com aquelas de mães em condições frias. Isso foi especialmente claro nos estágios iniciais de desenvolvimento, onde a temperatura materna influenciou significativamente como as larvas se saíram.

À medida que os pesquisadores analisavam diferentes estágios de desenvolvimento, observaram que a influência da temperatura materna mudava de larvas para estágios adultos. Por exemplo, enquanto as larvas de mães quentes se recuperavam mais rápido, os adultos de mães quentes mostravam tempos de recuperação diferentes, destacando como os efeitos maternos podem mudar conforme o desenvolvimento avança.

Taxas de Sobrevivência e Tempo de Desenvolvimento

Os estudos também examinaram as taxas de sobrevivência e o tempo que levou para as moscas se desenvolverem de ovos a adultas. As temperaturas em que a prole foi criada desempenharam um grande papel na rapidez com que se desenvolveram. Moscas em condições mais quentes cresceram muito mais rápido do que aquelas em condições mais frias.

Os efeitos maternos nas taxas de sobrevivência foram particularmente observáveis durante o estágio larval. Filhotes de mães criadas em condições quentes tiveram uma taxa de sobrevivência maior em comparação com aqueles de condições mais frias. No entanto, essa tendência não se manteve para as moscas adultas, onde nem a temperatura materna nem a da prole pareciam influenciar significativamente as taxas de sobrevivência.

Em termos de tempo de desenvolvimento, filhotes de mães em condições frias cresceram mais rápido do que aqueles de mães em condições quentes. No entanto, esse padrão se inverteu ao olhar para o estágio de pupa, onde filhotes de mães quentes se desenvolveram mais rápido.

Conclusões Sobre Efeitos Maternos e Sua Complexidade

Os achados do estudo sugeriram que os efeitos da temperatura materna podem variar amplamente dependendo do estágio de desenvolvimento. Descobriram que esses efeitos geralmente diminuíam conforme os filhotes envelheciam. As implicações são significativas: os organismos jovens se beneficiam dos efeitos maternos no início da vida, quando são mais dependentes de suas mães. À medida que amadurecem, passam a se apoiar cada vez mais em suas próprias observações e podem ignorar a influência materna.

Essa diminuição do impacto materno pode ser um processo natural, à medida que a prole se torna mais habilidosa em perceber e responder ao que está ao seu redor. Os resultados destacam como os efeitos maternos são influenciados não apenas pelas condições que as mães enfrentam, mas também pelas necessidades de desenvolvimento de seus jovens.

Compreender essas dinâmicas é essencial para entender como os organismos se adaptam em ambientes em mudança. Isso enfatiza a necessidade de mais pesquisas sobre as complexidades e nuances dos efeitos maternos, especialmente em relação a estressores ambientais.

Considerações Finais

Em resumo, o estudo revela que a temperatura materna desempenha um papel fundamental na formação das características da prole ao longo dos diferentes estágios de desenvolvimento. Ajustes nos tempos de recuperação, taxas de sobrevivência e velocidade de desenvolvimento destacam a relação intrincada entre pais e filhos. À medida que os organismos envelhecem, a dependência da influência materna tende a diminuir, o que ressalta as estratégias adaptativas que evoluíram ao longo das gerações.

Explorar esses padrões oferece insights valiosos sobre os processos evolutivos que permitem às espécies prosperar em um mundo onde as condições estão sempre mudando. Estudando esses mecanismos, os cientistas podem entender melhor as potenciais respostas de várias espécies às mudanças ambientais no futuro.

Fonte original

Título: Temperature-modulated maternal effects vary with offspring developmental stage in Drosophila melanogaster

Resumo: An organisms phenotype has the potential to vary in response to environmental factors, allowing it to adjust to environmental fluctuations. Maternal effects on offspring phenotypes have been recognized as important contributors to this phenotypic plasticity, although the extent and duration of this contribution remain elusive. At more advanced developmental stages, offspring may be able to assess their current environment more accurately than at earlier developmental stages, and therefore their reliance on maternal effects may decline over time. This study investigates how the magnitude and direction of maternal effects change between early and late development using the fruit fly Drosophila melanogaster as a model. We employed a split brood design to disentangle the effects of maternal ambient temperature from the effects of offspring ambient temperature at the larval vs. the pupal or early adulthood stage. We subsequently measured offspring phenotypes such as heat shock and cold shock recovery times, survival, and developmental time. Maternal effects on these traits were often substantial during early offspring development, but these effects either diminished in magnitude or even changed direction as development progressed. In conclusion, our study reveals a dynamic shift in the magnitude and direction of maternal effects on offspring phenotypes in D. melanogaster, highlighting the interplay between maternal influence and offspring developmental stage in shaping adaptive responses to environmental variation.

Autores: Pinar Kohlmeier, B. van Schaik, I. Pen, J.-C. Billeter, T. G. Groothuis

Última atualização: 2024-04-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.26.591356

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.26.591356.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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