Relação entre Eosinófilos no Sangue e Resposta ao Tratamento da DPOC
Estudo destaca o papel da contagem de eosinófilos no sangue na eficácia do tratamento da DPOC.
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Índice
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição de saúde séria que afeta a respiração. É uma das principais causas de morte e deficiência no mundo todo. A DPOC leva a problemas duradouros com a respiração, causando sintomas como tosse, chiado e dificuldade para respirar. A condição pode variar muito de pessoa para pessoa, o que torna essencial personalizar o tratamento para cada um.
Papel dos Corticosteroides Inalatórios (ICS)
Os corticosteroides inalatórios (ICS) são um tratamento comum para a DPOC. Eles ajudam a reduzir a inflamação nas vias aéreas, o que pode levar a menos Crises de DPOC e uma função pulmonar melhor no geral. Porém, os ICS não funcionam para todo mundo. Pesquisas mostram que apenas alguns pacientes com eosinófilos aumentados nas vias aéreas-células que estão envolvidas na resposta do corpo à asma e alergias-se beneficiam desse tratamento.
Eosinófilos são um tipo de glóbulo branco que pode indicar inflamação nos pulmões. Um teste que mede o número dessas células no sangue, conhecido como contagem de eosinófilos no sangue (BEC), pode ajudar a prever se um paciente vai responder ao tratamento com ICS. Geralmente, contagens mais altas de eosinófilos no sangue no início do tratamento estão ligadas a melhores resultados com o uso de ICS. Isso significa que, para os médicos que tratam a DPOC, checar o BEC pode ajudar a decidir sobre o uso de ICS.
Riscos dos Corticosteroides Inalatórios
Embora os ICS possam ajudar a melhorar os sintomas, eles também podem causar efeitos colaterais, como pneumonia. Nem todos os pacientes com DPOC se beneficiam do uso de ICS, especialmente aqueles que têm menor risco de crises. Portanto, monitorar os níveis de eosinófilos nos pacientes pode ajudar a identificar aqueles em maior risco de complicações ao usar ICS.
Contagem de Eosinófilos no Sangue como um Biomarcador
O BEC é um marcador útil para determinar inflamação nas vias aéreas. Essa medida também pode mudar durante o tratamento. Por exemplo, corticosteroides sistêmicos, que são outro tipo de esteroide, podem diminuir o BEC em pacientes com DPOC. Existe uma preocupação de que os ICS também possam suprimir o BEC em alguns pacientes, afetando potencialmente a resposta ao tratamento.
Pesquisas mostram que há três maneiras importantes de olhar para o BEC ao avaliar a resposta ao tratamento com ICS:
- BEC enquanto usa ICS: Mede a contagem de eosinófilos enquanto os pacientes estão em tratamento com ICS.
- BEC quando não usa ICS: Avalia a contagem de eosinófilos após parar com ICS.
- Mudança no BEC: Olha para a diferença na contagem de eosinófilos ao trocar entre tratamentos com e sem ICS.
Essas três medidas podem fornecer insights valiosos sobre como os pacientes vão responder ao tratamento.
O Estudo FLAME
Para entender melhor a conexão entre BEC e resposta ao tratamento na DPOC, os pesquisadores analisaram dados do estudo FLAME. Essa pesquisa comparou duas combinações de tratamentos: uma que inclui antagonistas muscarínicos de longa duração (LAMA) e agonistas beta-2 de longa duração (LABA), e outra que combina LABA com ICS. O estudo FLAME teve mais de 3.000 participantes e durou um ano, oferecendo uma riqueza de informações.
Design do Estudo
No estudo FLAME, os pesquisadores incluíram um grupo diversificado de pacientes com DPOC, alguns dos quais já usavam ICS antes de participar do estudo. Os participantes passaram por um período sem corticosteroides antes de medir seu BEC. Esse esforço foi para garantir que os resultados do BEC não fossem influenciados por medicamentos.
Resultados Medidos
O foco principal da análise foi ver como o BEC impactava a eficácia dos tratamentos. Os pesquisadores monitoraram dois resultados principais: a taxa de crises moderadas a graves e a taxa de crises severas. Eles também analisaram uma variedade de resultados secundários, incluindo estado de saúde e função pulmonar.
Descobertas sobre a Contagem de Eosinófilos no Sangue
Os resultados mostraram que o BEC medido quando os pacientes estavam sem ICS forneceu melhores informações sobre a probabilidade de resposta ao tratamento. Uma contagem de eosinófilos no sangue mais baixa estava ligada a uma melhor resposta à combinação LABA/LAMA. Em contrapartida, a contagem de eosinófilos enquanto em uso de ICS não teve um impacto significativo na resposta ao tratamento, sugerindo que pode não ser tão útil para prever a eficácia do tratamento com ICS.
Curiosamente, cerca de 20% dos pacientes mostraram um aumento na contagem de eosinófilos após começar o ICS, o que estava associado a piores resultados, como taxas mais altas de crises e um declínio mais rápido na função pulmonar. Em contraste, quando os pacientes tinham tanto uma contagem alta de eosinófilos sem ICS quanto uma contagem baixa com ICS, isso estava associado a melhores resultados.
Mudanças na Contagem de Eosinófilos no Sangue Durante o Tratamento
O estudo também descobriu que acompanhar a mudança no BEC durante o tratamento fornecia insights cruciais. Quando as contagens de eosinófilos diminuíam durante o tratamento, isso estava ligado a melhores respostas em termos de menos crises. No entanto, se o BEC aumentasse, isso indicava uma melhor resposta ao tratamento LABA/LAMA.
Implicações para Estratégias de Tratamento
Essas descobertas sugerem que os médicos devem considerar não apenas os números absolutos do BEC, mas também como esses números mudam com o tratamento. Um aumento no BEC enquanto em uso de ICS poderia significar que o tratamento não está sendo eficaz para aquele paciente, enquanto uma queda significativa no BEC poderia indicar uma resposta positiva ao tratamento.
Avaliando Diferentes Respostas ao Tratamento
Uma exploração mais profunda no estudo olhou para vários subgrupos de pacientes. Essa análise tinha o objetivo de refinar a compreensão de como diferentes medições de BEC poderiam prever resultados de tratamento com mais precisão. Pacientes com contagens variadas de eosinófilos foram examinados para ver como cada combinação de tratamento afetava suas taxas de crises e saúde geral.
Tendências Notáveis
A análise revelou várias tendências. Por exemplo, pacientes com uma diminuição significativa no BEC enquanto em uso de ICS responderam melhor a esse tratamento. Em contraste, aqueles cujas contagens de eosinófilos permaneceram inalteradas ou aumentaram tendiam a se sair melhor com a combinação LAMA/LABA.
Conclusões do Estudo FLAME
Os resultados do estudo FLAME destacam que as contagens de eosinófilos no sangue são valiosas para personalizar tratamentos da DPOC. Ao focar em quais pacientes são mais propensos a se beneficiar de ICS usando medições de BEC, os profissionais de saúde podem tomar decisões de tratamento mais informadas.
Resumo das Principais Descobertas
Resumindo, os seguintes pontos emergiram da pesquisa sobre BEC e seu papel no tratamento da DPOC:
- As contagens de eosinófilos no sangue podem indicar se um paciente se beneficiará do ICS.
- Contagens mais baixas de eosinófilos enquanto sem ICS estão ligadas a melhores respostas à combinação LABA/LAMA.
- A mudança nas contagens de eosinófilos durante o tratamento é um biomarcador crucial para prever resultados de tratamento.
- ICS pode causar pneumonia em alguns pacientes, especialmente aqueles que não se beneficiam do uso.
Considerando esses fatores, os profissionais de saúde podem adaptar melhor os tratamentos para pacientes com DPOC e melhorar seus resultados. Os resultados também enfatizam a necessidade de pesquisas contínuas para entender melhor as nuances das respostas dos eosinófilos em condições pulmonares crônicas.
Título: Rethinking Blood Eosinophils for Assessing ICS Response in COPD: A Post-Hoc Analysis from FLAME.
Resumo: BackgroundThe varied treatment response to inhaled corticosteroids (ICS) in COPD, and the increased risk of pneumonia necessitate a personalised ICS approach. This is informed by blood eosinophil count (BEC), which predicts ICS treatment response. This post-hoc analysis evaluates the ability of different BEC measurements to predict ICS treatment response. BEC measured either on or off ICS treatment, and BEC change during ICS treatment were investigated. MethodsFLAME, a 52-week, double-blind RCT compared LABA/LAMA versus LABA/ICS. Corticosteroids were prohibited during a 4-week run-in period. We chose patients previously on ICS, thereby allowing pre and post run-in period BEC to represent BEC on and off ICS, respectively. In this post-hoc analysis, we revisited outcome data, exploring how the three BEC biomarkers interacted with treatment response to the ICS containing regimen. ResultsOur study confirms that LABA/LAMA combination is superior, or at least non-inferior, to LABA/ICS in curbing exacerbations for most FLAME participants. Lower BEC off and BEC on ICS and lack of significant BEC suppression during ICS treatment corresponded to superior response to LABA/LAMA in terms of exacerbation rate, time-to-first exacerbation, and time-to-first pneumonia. In a subgroup, including 9% of participants, BEC changed significantly during ICS treatment, and higher BEC on ICS did not predict ICS treatment response. For these patients BEC off ICS and BEC change proved more predictive. ConclusionThis exploratory analysis advocates preferentially using BEC off ICS or BEC change during ICS treatment for guiding ICS treatment decisions. BEC measured on ICS is less predictive of treatment response. What is already known on this topicBlood eosinophil count (BEC) is used to guide the administration of inhaled corticosteroids (ICS) for COPD, but they may be suppressed in response to systemic or inhaled corticosteroids. What this study addsThis post-hoc analysis suggests that BEC change during treatment with ICS and this change is associated with treatment response to ICS containing regimens. More specifically, BEC suppression is associated with favourable response to ICS, while unchanged or increased BEC is associated with inferior ICS treatment effect and increased risk of pneumonia. In 9% of participants, BEC changes significantly ([≥]200 cells/L) during ICS treatment, and in these patients, BEC on ICS is not reliable in predicting treatment response to ICS, as it appears that some ICS responders may actually have low BEC on ICS and vice versa. How this study might affect research, practice or policyThese findings highlight the potential utility of BEC change during ICS treatment as a predictive biomarker of treatment response to ICS and question the use of BEC on ICS to guide withdrawal of ICS, but need prospective validation.
Autores: Alexander G. Mathioudakis, S. Bate, P. Sivapalan, J.-U. Jensen, D. Singh, J. Vestbo
Última atualização: 2023-10-06 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.06.23296651
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.06.23296651.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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