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Melhorando o Cuidado Cirúrgico na Etiópia: Um Estudo de Caso

O plano da Etiópia pra ter mais acesso a serviços cirúrgicos mostra um jeito de melhorar.

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Os serviços de cuidados Cirúrgicos e anestesia são super importantes pra Saúde pública e pra acesso à saúde. Mas, muita gente no mundo, especialmente em países de baixa e média renda, não consegue ter acesso aos cuidados cirúrgicos e de anestesia que precisa. Por exemplo, cinco bilhões de pessoas não têm acesso a serviços cirúrgicos seguros e acessíveis. Na África Subsaariana, estima-se que 93% das pessoas não têm acesso a esses serviços essenciais, enquanto nas regiões mais ricas esse número é só 3,6%.

Na Etiópia, onde vivem cerca de 120 milhões de pessoas, tem uma demanda enorme por procedimentos cirúrgicos, com cerca de cinco milhões de cirurgias necessárias todo ano. Pra fechar essa lacuna, o país precisa de um plano nacional forte pra integrar os cuidados cirúrgicos e de anestesia ao sistema de saúde. Esse plano deve orientar como os cuidados são entregues, como a educação e a pesquisa são feitas e como melhorar os serviços cirúrgicos.

A Iniciativa SaLTS

Em 2016, o Ministério da Saúde da Etiópia lançou a iniciativa Saving Lives Through Safe Surgery (SaLTS). Este programa tem como objetivo melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados cirúrgicos e de anestesia em toda a Etiópia. A Etiópia foi um dos primeiros países a criar um Plano Nacional de Cirurgia, Obstetrícia e Anestesia (NSOAP). Isso mostrou o país como um líder na África Subsaariana em tornar a cirurgia uma parte chave do planejamento de saúde.

Pra ajudar outros países a desenvolverem seus próprios planos cirúrgicos, a Comissão Lancet sobre Cirurgia Global criou uma estrutura que inclui seis áreas essenciais: infraestrutura, força de trabalho, entrega de serviços, financiamento, gestão da informação e governança. Até o momento em que o estudo foi conduzido, vários países começaram a desenvolver seus próprios NSOAPs, mas desenvolver um plano é só o primeiro passo; a implementação bem-sucedida é crucial.

Estudo de Pesquisa

Pra entender como desenvolver e implementar o NSOAP na Etiópia, foi realizado um estudo de pesquisa. Esse estudo tinha como objetivo descobrir os desafios e facilitadores no processo de planejamento do NSOAP. Usando uma abordagem qualitativa, os pesquisadores desenharam o estudo dentro de um programa mais amplo de fortalecimento do sistema de saúde que operava na Etiópia e em outros países africanos.

O estudo ocorreu de maio de 2018 a janeiro de 2020. A iniciativa SaLTS propôs uma abordagem abrangente pra melhorar os cuidados cirúrgicos e envolveu várias áreas chave de foco, como liderança, gestão, infraestrutura e desenvolvimento da força de trabalho. Uma equipe de profissionais, incluindo cirurgiões e anestesistas, foi formada pra trabalhar no NSOAP.

Coleta de Dados

Os pesquisadores realizaram entrevistas com os principais envolvidos no desenvolvimento do NSOAP, como formuladores de políticas, líderes de hospitais e representantes de ONGs. Eles desenvolveram um guia pra ajudar a orientar as discussões sobre o processo de planejamento, desafios enfrentados e lições aprendidas. As entrevistas foram feitas em Amárico e traduzidas para o inglês pra análise.

Um total de 12 pessoas participaram do estudo. Elas incluíam profissionais do Ministério da Saúde, órgãos de saúde regionais e ONGs, com uma mistura de formações médicas.

Principais Passos no Desenvolvimento do NSOAP

Antes do desenvolvimento do NSOAP, a atenção à cirurgia segura na Etiópia cresceu após um relatório global significativo em 2015 que destacou sua importância. O Ministério da Saúde da Etiópia começou a se envolver com várias instituições e profissionais pra chamar atenção pros cuidados cirúrgicos.

O processo incluiu a formação de uma equipe técnica que desenvolveu uma nota conceitual pra a iniciativa SaLTS. Eles colaboraram com diferentes envolvidos, incluindo a Associação Médica Etíope e universidades. Um passo crucial foi realizar uma análise situacional pra avaliar a infraestrutura atual de saúde e identificar lacunas nos serviços cirúrgicos.

A equipe também criou um "Pacote de Serviços Essenciais para Cirurgia" que delineava intervenções cirúrgicas custo-efetivas. Depois de coletar todos os dados necessários, o NSOAP foi moldado em torno de oito pilares focados em melhorar os cuidados cirúrgicos na Etiópia.

Desafios Enfrentados Durante o Desenvolvimento

Enquanto desenvolviam o NSOAP, a equipe enfrentou vários desafios. Esta foi a primeira vez que um plano cirúrgico foi criado em um país de baixa renda, e havia pouca experiência prévia pra se basear. A alta rotatividade de liderança dentro do Ministério da Saúde causou inconsistências no comprometimento e apoio à iniciativa. Engajar todos os principais envolvidos foi difícil, levando à participação tardia de alguns grupos quando decisões críticas já haviam sido tomadas.

Restrições orçamentárias também impactaram o processo de planejamento. A equipe não alocou um orçamento específico pro NSOAP porque não tinham certeza sobre os custos totais. O longo tempo de planejamento, que durou cerca de nove meses, foi outro desafio, já que muitos profissionais de saúde tiveram que equilibrar suas funções clínicas com as atividades de planejamento.

A qualidade ruim dos dados e a disponibilidade limitada de informações sobre recursos de saúde foram mais barreiras. Dados de linha de base precisos eram essenciais pra tomar decisões informadas durante o processo de planejamento.

Implementando o NSOAP

Ter um plano sólido é importante, mas a implementação bem-sucedida é ainda mais crucial. Enquanto a Etiópia avançou no desenvolvimento do NSOAP, enfrentou desafios significativos na hora de colocar o plano em ação. Embora a liderança tenha sido forte inicialmente, mudanças na liderança política interromperam o progresso. O apoio de funcionários do governo foi crítico pra avançar o NSOAP e garantir responsabilização.

Uma equipe multidisciplinar que incluía profissionais de várias associações teve um papel chave na implementação do NSOAP. O engajamento contínuo de Partes interessadas foi necessário pra manter o impulso durante esse processo.

Os desafios durante a implementação incluíram recursos financeiros limitados e barreiras na aquisição de suprimentos cirúrgicos essenciais. Muitos dos fundos disponíveis eram restritos a apenas alguns hospitais, levando a problemas na distribuição equitativa de recursos pelo país. Além disso, mudanças frequentes de liderança e a rotatividade de pessoal chave complicaram ainda mais o processo de implementação.

Lições Aprendidas

Com base nas entrevistas realizadas, várias lições surgiram pra outros países que buscam desenvolver e implementar seus próprios planos cirúrgicos. Primeiro, é essencial enquadrar as questões cirúrgicas como problemas de saúde pública, assim como garantir liderança comprometida em todos os níveis do governo. Manter os profissionais motivados e priorizar o planejamento nacional foram vistos como críticos pro sucesso.

Um plano claro que delineia processos de implementação e responsabilidades fornece um mapa pra ação. Além disso, realizar uma análise situacional era necessário pra coletar dados de linha de base e avaliar os recursos disponíveis.

O processo de planejamento deve ser passo a passo, permitindo que várias partes interessadas contribuam de forma eficaz. Engajar indivíduos em todos os níveis durante o processo pode ajudar a manter o comprometimento e construir um senso de propriedade sobre o programa.

Por fim, avaliar e aprimorar continuamente o NSOAP com base nas experiências locais pode aumentar sua relevância e eficácia.

Conclusão

A experiência da Etiópia com o desenvolvimento e a implementação do NSOAP é um estudo de caso valioso pra outros países que buscam melhorar seus sistemas de cirurgia e anestesia. Reconhecer a importância dos cuidados cirúrgicos e fomentar uma liderança forte são componentes vitais pra fazer progresso. Embora desafios sejam inevitáveis, as lições aprendidas podem guiar esforços futuros pra fortalecer sistemas de saúde e garantir que serviços cirúrgicos essenciais sejam acessíveis pra todos.

Fonte original

Título: Lessons Learned from Development and Implementation of the National Surgical, Obstetric and Anaesthesia Plan in Ethiopia: a qualitative study

Resumo: BackgroundThe Saving Lives Through Safe Surgery (SaLTS) project was launched in 2016 by the Ethiopian Ministry of Health to improve access and quality of surgical and anaesthesia care throughout Ethiopia. A key action of SaLTS was to develop a National Surgical, Obstetric and Anaesthesia Plan (NSOAP). The aim of this study was to explore barriers and facilitators in the development and implementation of this plan in Ethiopia. MethodsWe conducted semi-structured interviews with 12 key stakeholders involved in developing and implementing the NSOAP at national and regional level in Ethiopia. Thematic analysis was performed. ResultsThe attention given to safe surgery after the Lancet Commission on Global Surgery that reported in 2015, provided key impetus to commitment from the Ethiopian government to develop an NSOAP. Another important opportunity while drafting the plan was the engagement of relevant and motivated professionals. However, major challenges during development included a lack of consistent leadership, no prior experience to benchmark from, the extended time taken to complete the plan, the lack of exclusively dedicated staff, varying engagement, awareness and commitment of regional bureaus and poor quality of available data to inform the situation analysis. Key facilitators of implementation were ownership of the plan by the government and involvement of a multidisciplinary implementation team. However, this was undermined by poor cost estimation and inadequate commitment of financial resources, the low quality of surgical equipment and supplies, and the lack of dedicated human resources, data management systems, ongoing stakeholder engagement, and government accountability. Recommendations to increase the success of future planning and implementation included the need to properly estimate resources and financial impact, carry out a careful baseline assessment, implement checklists for monitoring and evaluation, ensure reasonable resource allocation and involve grassroots regional stakeholders from the beginning. Alongside this, countries need to have committed leadership and transparency in setting goals to bring about broad stakeholder engagement. ConclusionEthiopia showed early commitment to strengthen surgical systems and improve surgical care. Lessons learned can help to guide and encourage other countries to develop realistic NSOAPs and support their effective implementation on the ground.

Autores: Charlotte Hanlon, A. Belay, M. Getachew, A. Bekele, A. Deneke Beyene, A. Tadesse, J. Davies, A. J. Leather

Última atualização: 2023-10-06 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.06.23296670

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.06.23296670.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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