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Impacto da COVID-19 nos Serviços de Saúde Mental Global

A pandemia piorou o acesso ao atendimento de saúde mental e aumentou o estigma em todo o mundo.

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Antes da pandemia de COVID-19, os serviços de Saúde Mental atingiam só um número pequeno de pessoas com problemas de saúde mental no mundo todo. Por exemplo, em países ricos, apenas cerca de 22% das pessoas com depressão severa recebiam tratamento, e os números eram ainda mais baixos em países de renda média e baixa. Quando a pandemia começou, muita gente começou a sentir ansiedade e depressão, e quem já tinha condições de saúde mental enfrentava riscos maiores de doenças graves e morte pela COVID-19. A pandemia também fez com que os serviços de saúde mental enfraquecessem em muitos países, colocando em risco os objetivos estabelecidos pelas Nações Unidas para o cuidado em saúde mental.

A Lacuna no Tratamento de Saúde Mental

A diferença entre quem precisa de cuidado em saúde mental e quem recebe é significativa, especialmente em países de renda baixa e média (LMICs), onde mais de 80% das pessoas com condições severas de saúde mental não recebem apoio nenhum. Essa falta de cuidado pode levar a sintomas contínuos, piora da saúde, isolamento social e outros problemas sérios. Apesar das condições de saúde mental contribuírem para uma grande parte da carga de saúde global nos LMICs, os gastos com o cuidado em saúde mental continuam extremamente baixos. As comunidades muitas vezes não têm recursos para saúde mental, e o tratamento acontece principalmente em hospitais, em vez de estar disponível nas comunidades.

Impacto da COVID-19 na Saúde Mental

Vários estudos analisaram os efeitos da COVID-19 no bem-estar mental do público em geral e dos trabalhadores da saúde, mas menos atenção foi dada àqueles com condições de saúde mental existentes e os serviços disponíveis para eles. Evidências de países mais ricos mostram que as condições e respostas à pandemia afetaram negativamente os direitos de saúde mental de quem tem problemas, levando a uma maior desigualdade em comparação com a população em geral. Relatórios de países como Suíça, Itália e Noruega indicaram que as medidas de lockdown prejudicaram os serviços de saúde mental e aumentaram as necessidades não atendidas entre os usuários.

Na Suécia, 20% das pessoas com condições de saúde mental pré-existentes relataram precisar de mais medicações psiquiátricas em comparação com antes da pandemia. Um estudo envolvendo Áustria, Dinamarca e Alemanha descobriu que indivíduos com transtorno bipolar enfrentaram problemas de estilo de vida, incluindo aumento do uso de substâncias, tédio, depressão, ansiedade e problemas de sono. A pandemia também levou a taxas crescentes de infecções e hospitalizações por COVID-19 entre aqueles com condições severas de saúde mental, mas muitos lugares não priorizaram esse grupo para vacinação.

Enquanto alguns países relataram tendências preocupantes, houve uma falta de estudos nos LMICs abordando os efeitos da pandemia nos serviços de saúde mental e nas pessoas afetadas. Por exemplo, na Indonésia, o número de indivíduos com problemas de saúde mental sendo restritos cresceu significativamente durante a pandemia. Na China, muitas pessoas apresentaram altos níveis de transtorno de estresse pós-traumático. Na Índia, no entanto, a maioria das pessoas com condições de saúde mental sentiu-se positivamente impactada pelo aumento do apoio familiar durante a pandemia.

Objetivos do Estudo MASC

O projeto Saúde Mental: Consequências Adversas da COVID-19 (MASC) visava entender como a pandemia afetou os serviços de saúde mental e aqueles com problemas de saúde mental pré-existentes em sete LMICs. O estudo buscou identificar os impactos negativos e destacar exemplos de práticas positivas no gerenciamento dessas questões. Resultados chave do Chile, Etiópia, África do Sul e outros foram relatados, ilustrando as respostas variadas e as implicações para a resiliência futura do sistema de saúde.

Métodos de Pesquisa

O projeto MASC foi realizado no Chile, Etiópia, Geórgia, Nigéria, África do Sul, Sri Lanka e Ucrânia, usando uma combinação de métodos observacionais e qualitativos. Dados quantitativos foram coletados de instalações públicas de saúde mental, comparando o uso dos serviços antes e durante a pandemia. Os dados qualitativos vieram de entrevistas com provedores de serviços de saúde mental, planejadores e usuários, realizadas por meios virtuais e presenciais.

Os participantes incluíram 144 indivíduos de várias origens que forneceram insights sobre como a pandemia alterou a área da saúde mental. Os dados foram analisados usando modelos de codificação estabelecidos, permitindo que os pesquisadores identificassem temas e descobertas chave para entender melhor como a pandemia afetou os serviços de saúde mental e os indivíduos.

Considerações Éticas

Aprovações éticas para o estudo foram obtidas de várias instituições nos países participantes, garantindo que a pesquisa cumprisse diretrizes e padrões éticos.

Efeitos da COVID-19 na Saúde Mental

A pandemia teve impactos negativos significativos na vida daqueles com condições de saúde mental pré-existentes, afetando seu Acesso ao cuidado e apoio necessários. O Estigma em torno da saúde mental aumentou, levando a mais isolamento e desafios para os indivíduos afetados.

Impacto na Comunidade

Em todos os países, as medidas tomadas para controlar a pandemia e as dificuldades econômicas resultantes tiveram efeitos prejudiciais sobre aqueles com problemas de saúde mental e suas famílias. O aumento do estigma e violações dos direitos humanos foram relatados, com pessoas enfrentando discriminação devido a suas condições. Em alguns casos, indivíduos com problemas de saúde mental foram restritos por suas famílias durante crises.

As dificuldades econômicas afetaram desproporcionalmente aqueles com condições de saúde mental. Muitos perderam empregos ou foram considerados menos confiáveis. O acesso a benefícios de suporte econômico muitas vezes era inexistente ou difícil de conseguir. O isolamento social cresceu à medida que os serviços que forneciam cuidado e apoio, como os serviços de saúde mental comunitários, foram interrompidos.

Sistemas de Saúde e Políticas

Embora não tenham sido introduzidas políticas abertamente discriminatórias durante a pandemia, houve uma falta de medidas protetivas para indivíduos com condições de saúde mental. Alguns países mantiveram compromissos de manter o cuidado em saúde mental, mas essas promessas muitas vezes não se concretizaram na prática. Essa lacuna deixou indivíduos com problemas de saúde mental vulneráveis à coerção e exclusão do cuidado.

No geral, os serviços de saúde mental estavam despreparados para a pandemia. Em muitos lugares, os protocolos para cuidado em saúde mental durante a COVID-19 foram atrasados ou inadequadamente implementados. No entanto, alguns países, como o Sri Lanka e a Ucrânia, se adaptaram de maneira mais eficaz, melhorando a coordenação e compartilhando informações entre profissionais de saúde mental.

Efeitos na Utilização dos Serviços

A acessibilidade e a disponibilidade dos serviços de saúde mental sofreram um golpe na maioria dos países participantes. Várias instalações de saúde mental foram transformadas para lidar com a COVID-19, levando a tempos de espera aumentados e diminuições na disponibilidade dos serviços. Enquanto os serviços ambulatoriais de saúde mental viram reduções no uso, alguns serviços privados experimentaram aumento na demanda.

O transporte apresentou grandes desafios para as pessoas que precisavam de CUIDADOS especializados em saúde mental, e o medo da COVID-19 em si levou a uma diminuição na presença nas instalações. Em alguns casos, o cuidado internado foi reduzido ou interrompido completamente.

Qualidade do Cuidado em Saúde Mental

O cuidado em saúde mental se tornou cada vez mais focado em abordagens biomédicas, com interrupções no fornecimento de medicações necessárias. Alguns países encontraram maneiras inovadoras de manter o acesso a medicamentos por meio de entregas em casa ou períodos de prescrição mais longos, mas as atividades de suporte comunitário diminuíram. As oportunidades para consultas de acompanhamento foram reduzidas, levando a intervalos mais longos entre as consultas e disponibilidade limitada de terapias psicológicas.

À medida que os serviços migraram para o formato online, barreiras ao acesso surgiram. Muitas pessoas não tinham a tecnologia ou o treinamento necessários para usar esses recursos, limitando a eficácia das soluções de cuidado remoto. Essa divisão digital marginalizou ainda mais aqueles que já enfrentavam dificuldades com problemas de saúde mental.

Saúde Física e Mental

A pandemia revelou falhas sistêmicas na entrega de cuidados de saúde para pessoas com condições de saúde mental. O acesso à saúde física permaneceu inconsistente, especialmente para aqueles com problemas de saúde mental existentes. Essa falta de atenção impactou diversos aspectos do cuidado, e as barreiras para acessar assistência foram agravadas durante a COVID-19.

Inovações e Resiliência do Sistema

Durante a pandemia, exemplos de práticas inovadoras e resiliência surgiram em vários países. Essas medidas incluíram esforços para fortalecer os Apoios comunitários, manter o acesso ao cuidado em saúde mental e melhorar a qualidade do atendimento. A importância de integrar os serviços de saúde mental com os cuidados de saúde primários se tornou evidente, demonstrando como esses sistemas poderiam responder melhor a crises.

A disparidade nos sistemas de saúde mental preparados foi notável entre os países participantes, destacando a necessidade de investimento contínuo em cuidados de saúde mental. Países que anteriormente integraram os serviços de saúde mental dentro dos sistemas de saúde geral foram mais bem-sucedidos em gerenciar os desafios trazidos pela pandemia.

Conclusão

A pandemia afetou significativamente os serviços de saúde mental e os indivíduos lidando com questões de saúde mental em todo o mundo. O estigma, a falta de financiamento e sistemas de entrega de serviços inadequados contribuíram para os desafios enfrentados durante a COVID-19. Avançando, há uma clara necessidade de investimento em cuidados de saúde mental para expandir o acesso e os recursos, enquanto se aborda efetivamente o estigma estrutural e as lacunas tecnológicas.

Os países devem priorizar a saúde mental nos sistemas de saúde para garantir resiliência diante de futuras crises. Melhorar a integração dos serviços de saúde mental, aumentar o acesso ao cuidado e fornecer os recursos necessários criará uma base mais forte para o cuidado em saúde mental globalmente.

Fonte original

Título: Adverse sequelae of the COVID-19 pandemic on mental health care in seven low- and middle-income countries: MASC study

Resumo: A WHO rapid assessment of early impact of the COVID-19 pandemic on mental health services worldwide found a consistent pattern of degradation. In this context the MASC study aimed to: identify the consequences of the pandemic for mental health services and people with pre- existing mental health conditions (MHCs) in 7 low- and middle-income countries; and (2) identify good practice to mitigate these impacts. The study was conducted in Chile, Ethiopia, Georgia, Nigeria, South Africa, Sri Lanka and Ukraine. This was an observational study, using a mixed- methods convergent design, triangulating data from: (1) 144 key informants participating in semi- structured interviews or focus groups and/or a self-completed survey; (2) routine service utilization data; (3) local grey literature; and (4) expert consultation. We found clear evidence in all sites that the pandemic exacerbated pre-existing disadvantages experienced by people with MHCs and led to a deterioration in the availability and quality of care, especially for psychosocial care. Alongside increased vulnerability to COVID-19, people with MHCs faced additional barriers to accessing prevention and treatment interventions compared to the general population. To varying extents, sites showed accelerated implementation of digital technologies, but with evidence of worsening inequities in access. Where primary care-based mental health care was more developed or prioritised, systems seemed more resilient and adaptive. Our findings have the following implications. First, mental health service reductions are clear examples of structural stigma, namely policy level decisions in healthcare which place a low priority upon services for people with MHCs. Second, integration of mental health care into all general health care settings is key to ensuring accessibility and parity of physical and mental health care. Third, digital innovations should be designed to strengthen and not fragment systems. We discuss these findings in terms of anticipating such challenges in future and preparing layers of resilience.

Autores: Charlotte Hanlon, H. Lempp, A. Alem, A. A. Alemu, R. Alvarado, O. Ayinde, A. Adesola, E. Brohan, T. Davies, W. Fekadu, O. Gureje, L. Jalagania, N. Makhashvili, A. Mihretu, E. Misganaw, M. Milenova, T. Mujirishvili, O. Myshakivska, I. Pinchuk, C. Solis-Araya, K. Sorsdahl, G. Soto-Brandt, E. Susser, O. Toro-Devia, N. Votruba, A. Wickramasinghe, S. Williams, G. Thornicroft

Última atualização: 2024-06-20 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.18.24309132

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.18.24309132.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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