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# Ciências da saúde# Allergia e Immunologia

Variações Genéticas nos Receptores Fcγ e Imunidade

Estudo liga mudanças genéticas nos receptores Fcγ a distúrbios do sistema imunológico.

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Índice

Nosso sistema imunológico tem várias ferramentas para combater infecções. Um grupo importante é chamado de receptores Fcγ (FcγRs). Esses são proteínas que ajudam nossas células imunológicas a reconhecer e responder a anticorpos no nosso corpo. Existem diferentes tipos de FcγRs, e eles variam na forma como interagem com os anticorpos. Essa interação pode influenciar como nosso sistema imunológico funciona. Alguns desses receptores ajudam a ativar as células imunológicas, enquanto um receptor específico é conhecido por inibir a atividade imunológica.

Às vezes, mudanças em nossos genes podem afetar como esses receptores funcionam. Essas mudanças são chamadas de Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPS). Certos SNPs podem aumentar o risco de Doenças Autoimunes, onde o corpo ataca a si mesmo por engano. Essas doenças podem incluir condições como lúpus e artrite reumatoide. Pesquisas recentes mostraram que algumas variações nos genes desses receptores podem mudar o risco de uma pessoa desenvolver doenças autoimunes específicas.

O Papel dos Receptores Fcγ

Os FcγRs são encontrados em várias células imunológicas. Quando se ligam a anticorpos, podem ativar ou inibir a resposta imunológica. Os principais tipos de FcγRs em humanos são FcγRI, FcγRIIa, FcγRIIb, FcγRIIc, FcγRIIIa e FcγRIIIb. Entre eles, o FcγRI tem uma alta afinidade por anticorpos, o que significa que se liga muito fortemente. Os outros têm habilidades de ligação menores.

O equilíbrio entre os FcγRs ativadores e o inibidor FcγRIIb é crucial. Se houver muita ativação e pouca inibição, isso pode levar a doenças autoimunes. Esse desbalanceamento pode causar condições como lúpus eritematoso sistêmico (LES) e artrite reumatoide.

Variações Genéticas nos Receptores Fcγ

Existem SNPs específicos nos genes que codificam os FcγRs. Três principais afetam como esses receptores funcionam. Eles estão localizados nos genes FCGR2A, FCGR2B e FCGR3A.

  1. FCGR2A: Aqui, uma mudança de histidina para arginina em uma posição específica aumenta a capacidade do receptor de se ligar a anticorpos, particularmente a um tipo de anticorpo chamado IgG2.

  2. FCGR2B: Neste gene, uma mudança de isoleucina para treonina reduz a capacidade do receptor de se ligar a certas áreas na célula. Isso afeta o quão bem ele pode inibir os sinais nas células B, que são cruciais para a resposta imunológica.

  3. FCGR3A: Esse SNP envolve uma mudança de fenilalanina para valina, que aumenta a ligação do receptor aos anticorpos.

Esses SNPs podem aumentar o risco de desenvolver doenças autoimunes. Por exemplo, a variante FCGR2A está ligada a doenças como púrpura trombocitopênica imune (PTI) e artrite reumatoide. Associações semelhantes são observadas com a variante FCGR3A.

Imunodeficiência Varíavel Comum (CVID)

A CVID é uma condição onde o sistema imunológico não funciona direito. É caracterizada por baixos níveis de anticorpos, especialmente IgG. Pacientes costumam ter infecções frequentes, especialmente nos pulmões e seios nasais. Com o tempo, alguns indivíduos com CVID podem desenvolver outras complicações, incluindo doenças autoimunes.

As causas da CVID não são totalmente claras, mas estudos recentes sugerem que é influenciada por muitos genes trabalhando juntos. Isso significa que pessoas com CVID também podem carregar SNPs específicos que podem afetar sua resposta imunológica.

Objetivos da Pesquisa

Essa pesquisa tem como objetivo explorar se essas variações genéticas nos FcγRs estão presentes em pacientes com Imunodeficiências Primárias (PIDs), incluindo CVID. Queremos entender se ter certos SNPs influencia o desenvolvimento de complicações relacionadas à CVID.

População do Estudo

Examinamos amostras de DNA de 83 indivíduos com diferentes PIDs. Dentre eles, 56 tinham CVID, enquanto 27 foram classificados como controles. Esses controles tinham outras PIDs, mas não tinham CVID. Incluímos também um grupo de voluntários saudáveis para comparação. Todos os participantes deram consentimento para que seus dados fossem usados no estudo.

Métodos

Para estudar as variações genéticas, usamos um método para analisar regiões específicas do DNA. Observamos três SNPs relacionados aos genes FcγR. O DNA foi extraído de amostras de sangue e testado para esses SNPs usando técnicas especializadas.

Comparamos a composição genética dos pacientes com PID com os controles saudáveis para ver se havia diferenças na frequência desses SNPs. Testes estatísticos foram usados para determinar se alguma diferença era significativa.

Resultados

Primeiro, descobrimos que a variante de alta afinidade do FCGR2A era menos comum em pacientes com PID em comparação com os controles saudáveis. Isso foi uma descoberta interessante porque pesquisas anteriores sugeriram que essa variante é frequentemente associada a doenças autoimunes.

Para outros SNPs, como FCGR2B e FCGR3A, não encontramos diferenças significativas entre pacientes e controles. Isso sugere que essas variantes podem não ter um papel importante nos problemas imunológicos vistos em nosso grupo de pacientes.

Em pacientes com CVID, notamos que não havia uma ligação clara entre esses SNPs e um aumento no risco de complicações. No entanto, algumas diferenças foram observadas no grupo de PID não CVID, indicando que o papel dessas variações genéticas pode diferir com base na condição específica.

Discussão

As descobertas indicam que o papel genético dos SNPs FcγR na CVID não é tão significativo quanto se pensava anteriormente. Embora as variantes FCGR2A estivessem ligadas a alguns distúrbios imunológicos, isso não parece se traduzir diretamente para a CVID em nossa população.

Observamos também uma menor frequência da variante FCGR2A de alta afinidade em pacientes com PID, sugerindo que aqueles com essa variante podem não desenvolver PIDs com tanta frequência. Mas, devido ao número limitado de pacientes, mais estudos são necessários para explorar essa descoberta.

É importante reconhecer que o sistema imunológico é complexo, e múltiplos fatores, incluindo outros genes e influências ambientais, contribuem para as condições imunológicas. A análise pode ser expandida no futuro para incluir outros FcγRs e características adicionais dos pacientes.

Conclusão

Nossa pesquisa indica que SNPs específicos nos genes FcγR não contribuem significativamente para o desenvolvimento de CVID. Embora algumas variações estejam associadas a doenças autoimunes, elas não parecem influenciar a probabilidade de desenvolver CVID ou suas complicações na população estudada. Mais estudos com grupos maiores de pacientes são necessários para aprofundar nossa compreensão do papel da genética em distúrbios imunológicos.

Essa pesquisa destaca a importância de entender fatores genéticos em condições imunológicas, abrindo caminho para melhores estratégias de diagnóstico e tratamento no futuro.

Fonte original

Título: FCGR2A-131H/H is under-represented amongst patients with primary immunodeficiencies

Resumo: The Fc{gamma} receptors (Fc{gamma}Rs) act as modulators of the immune system and have previously been shown to play a role in immune disorders such as systemic lupus erythematosus and immune thrombocytopenic purpura. Thus far, their role in primary immunodeficiencies (PID), including common variable immunodeficiency disorders (CVID), has not been studied. In this paper we explored whether there is an association between the following single nucleotide polymorphisms (SNPs) and CVID: FCGR2A H131R (rs1801274), FCGR2B I232T (rs1050501), and FCGR3A F158V (rs396991). We compared the genotypes of a cohort of 83 patients with PID, including 56 with CVID, against controls. We found a significant difference between our mixed PID cohort and controls at the FCGR2A H131R SNP (X2 =7.884, p=0.019). There was not a significant difference at either of the other SNPs studied. Further, we examined the effect of FCGR SNPs on the incidence of the most common CVID complications within our cohort: anaemias, organ-specific autoimmunity, bronchiectasis, splenomegaly, granulomata, and cytopenias. We found no significant association between SNPs and the development of these complications. In summary, we have shown that there is a link between the FCGR2A H131R SNP and the development of a PID.

Autores: Smita Y Patel, E. W. D. Flewitt, J. E. G. Charlesworth, C. E. Hargreaves

Última atualização: 2023-10-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.12.23296440

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.12.23296440.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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