Segurança da Terapia com Oxigênio Hiperbárico em Pacientes com Insuficiência Cardíaca
Estudo analisa os riscos da HBOT para pacientes com insuficiência cardíaca.
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Índice
A terapia de oxigênio hiperbárico (TOH) é um tratamento onde as pessoas respiram oxigênio puro em uma sala ou câmara pressurizada. Esse método é usado principalmente em situações médicas urgentes, como intoxicação por monóxido de carbono e doença de descompressão, mas também é utilizado para várias questões de saúde em tratamentos agendados. Muita gente recebeu TOH com segurança, já que a terapia geralmente tem um bom histórico de segurança.
Efeitos Colaterais Potenciais da TOH
Embora alguns efeitos colaterais leves possam ocorrer, como ansiedade na câmara ou mudanças temporárias na visão, problemas sérios são raros. Alguns pacientes, especialmente os com problemas no coração, podem ter mais chances de complicações, principalmente se tiverem uma condição chamada Insuficiência Cardíaca (IC). Insuficiência cardíaca significa que o coração tem dificuldades para bombear o sangue de forma eficaz, levando a sintomas variados como fadiga e falta de ar.
Insuficiência Cardíaca e Seus Tipos
Existem diferentes tipos de insuficiência cardíaca, dependendo de quão bem o coração bombeia sangue. São elas:
Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP): O coração bombeia normalmente, mas tem problemas para se encher de sangue. Isso geralmente acontece em adultos mais velhos ou em pessoas com outras condições de saúde, como pressão alta ou diabetes.
Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida (ICFER): A capacidade do coração de bombear sangue está significativamente diminuída. Esse tipo é comum em pacientes com histórico de doenças cardíacas ou infartos anteriores.
Importância de Monitorar a Função Cardíaca
Pacientes com insuficiência cardíaca geralmente são monitorados de perto, pois sua condição pode mudar. Ao considerar terapias como a TOH, é crucial avaliar a função cardíaca e ajustar os planos de tratamento conforme necessário.
O Estudo e Seus Resultados
Estudos recentes investigaram quão seguro é para pacientes com insuficiência cardíaca receber TOH. Os pesquisadores analisaram dados de pacientes com insuficiência cardíaca que passaram por TOH entre junho de 2018 e dezembro de 2020 em dois centros em Ontário, no Canadá.
Quem Foi Incluído no Estudo?
A pesquisa incluiu adultos com 18 anos ou mais e com histórico de insuficiência cardíaca, independentemente de quão bem seu coração bombeava sangue. Os pesquisadores coletaram detalhes como idade, histórico médico, medicações e qualquer evento adverso relacionado à TOH.
Protocolo de Tratamento
Os pacientes passaram por TOH em câmaras onde respiravam 100% de oxigênio a altas pressões. As sessões de tratamento duravam cerca de 90 minutos e eram feitas várias vezes por semana. Cada sessão incluía monitoramento de indicadores de saúde, como pressão arterial e frequência cardíaca.
Resultados do Estudo
No total, 23 pacientes receberam TOH durante o estudo. A idade média dos pacientes era de cerca de 70 anos, com a maioria tendo outras condições de saúde, como pressão alta ou diabetes. Entre esses pacientes:
- 13 tinham ICFEP.
- 3 tinham IC com fração de ejeção média (ICFEM).
- 7 tinham ICFER.
O que Aconteceu Durante o Tratamento?
Apenas dois pacientes tiveram sintomas de insuficiência cardíaca aguda após suas sessões de TOH. Um paciente com função cardíaca severamente reduzida desenvolveu falta de ar após múltiplos tratamentos. Esse paciente havia segurado a medicação diurética (usada para ajudar a remover o excesso de líquido) antes das sessões de TOH.
Outro paciente com ICFEP também teve problemas respiratórios, mas precisou de cuidados hospitalares após a sexta sessão. Esse paciente tinha uma função de bombeamento cardíaco normal, mas ainda enfrentou complicações relacionadas ao líquido nos pulmões.
Mais importante, 21 dos 23 pacientes não tiveram problemas significativos durante ou após seus tratamentos com TOH.
Entendendo as Complicações
As complicações vistas nesses dois pacientes podem ajudar a explicar como a TOH afeta pacientes com insuficiência cardíaca:
Sintomas de Insuficiência Cardíaca Aguda: Embora a TOH geralmente tenha uma boa reputação de segurança, pacientes com insuficiência cardíaca podem experimentar sintomas agravados durante o tratamento. O aumento da pressão arterial e mudanças na função cardíaca podem levar ao acúmulo de líquido nos pulmões, conhecido como congestão pulmonar.
Monitoramento é Essencial: O monitoramento contínuo da função cardíaca e a adesão à medicação são fundamentais para reduzir os riscos durante a TOH. Por exemplo, não tomar diuréticos pode agravar a retenção de líquido em pacientes que precisam desses medicamentos.
Conclusões e Recomendações
Embora alguns pacientes com insuficiência cardíaca possam enfrentar desafios durante a TOH, a maioria pode passar por esse tratamento com segurança com uma gestão cuidadosa. O estudo sugere que:
- Os pacientes devem estar bem informados sobre suas medicações, especialmente diuréticos.
- Os profissionais de saúde devem monitorar de perto os pacientes com insuficiência cardíaca durante a TOH e prestar atenção a quaisquer mudanças em sua condição.
- Aqueles com ICFEP, que normalmente não exibem baixa função de bombeamento cardíaco, também devem ser considerados para possíveis complicações durante a TOH.
No cenário médico atual, onde casos mais complexos podem surgir, os profissionais de saúde devem estar preparados para atender às necessidades dos pacientes com insuficiência cardíaca que buscam a TOH. Expandir o conhecimento sobre como a TOH interage com a insuficiência cardíaca é crucial para melhorar o cuidado e os resultados dos pacientes.
Direções Futuras
Pesquisas contínuas são necessárias para entender melhor:
- Como a TOH afeta diferentes tipos de insuficiência cardíaca ao longo do tempo.
- Estratégias para prevenir complicações em pacientes de alto risco.
- O papel das avaliações pré-tratamento, incluindo ecocardiogramas, para identificar melhor os pacientes que podem estar em risco.
À medida que mais estudos são realizados, a comunidade médica pode refinar as diretrizes para tratar com segurança pacientes com insuficiência cardíaca que podem se beneficiar da TOH. Com investigação e conscientização contínuas, podemos buscar oferecer um cuidado seguro e eficaz para aqueles que precisam dessa terapia.
Título: Safety of hyperbaric oxygen therapy in patients with heart failure: a retrospective review.
Resumo: BackgroundHyperbaric oxygen therapy (HBOT) has several hemodynamic effects including increases in afterload (due to vasoconstriction) and decreases in cardiac output. This, along with rare reports of pulmonary edema during emergency treatment, has led providers to consider HBOT relatively contraindicated in patients with reduced left ventricular ejection fraction (LVEF). However, there is limited evidence regarding the safety of elective HBOT in patients with heart failure (HF), and no existing reports of complications among patients with HF and preserved LVEF. We aimed to retrospectively review patients with preexisting diagnoses of HF who underwent elective HBOT, to analyze HBOT-related acute HF complications. MethodsResearch Ethics Board approvals were received to retrospectively review patient charts. Patients with a history of HF with either preserved ejection fraction (HFpEF), mid-range ejection fraction (HFmEF), or reduced ejection fraction (HFrEF) who underwent elective HBOT at two Hyperbaric Centers (Toronto General Hospital, Rouge Valley Hyperbaric Medical Centre) between June 2018 and December 2020 were reviewed. ResultsTwenty-three patients with a history of HF underwent HBOT, completing an average of 39 (range 6 - 62) consecutive sessions at 2.0 atmospheres absolute (ATA) (n=11) or at 2.4 ATA (n=12); only two patients received fewer than 10 sessions. Thirteen patients had HFpEF (mean LVEF 55 {+/-} 7%), and seven patients had HFrEF (mean LVEF 35 {+/-} 8%) as well as concomitantly decreased right ventricle function (n=5), moderate/severe tricuspid regurgitation (n=3), or pulmonary hypertension (n=5). The remaining three patients had HFmEF (mean LVEF 44 {+/-} 4%). All but one patient was receiving fluid balance therapy either with loop diuretics or dialysis. Twenty-one patients completed HBOT without complications. We observed symptoms consistent with HBOT-related HF exacerbation in two patients. One patient with HFrEF (LVEF 24%) developed dyspnea attributed to pulmonary edema after the fourth treatment, and later admitted to voluntarily holding his diuretics before the session. He was managed with increased oral diuretics as an outpatient, and ultimately completed a course of 33 HBOT sessions uneventfully. Another patient with HFpEF (LVEF 64%) developed dyspnea and desaturation after six sessions, requiring hospital admission. Acute coronary ischemia and pulmonary embolism were ruled out, and an elevated BNP and normal LVEF on echocardiogram confirmed a diagnosis of pulmonary edema in the context of HFpEF. Symptoms subsided after diuretic treatment and the patient was discharged home in stable condition, but elected not to resume HBOT. ConclusionsPatients with HF, including HFpEF, may develop HF symptoms during HBOT and warrant ongoing surveillance. However, these patients can receive HBOT safely after optimization of HF therapy and fluid restriction.
Autores: Simone Schiavo, C. T. A. Brenna, L. Albertini, G. Djaiani, A. Marinov, R. Katznelson
Última atualização: 2023-10-14 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.13.23297029
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.13.23297029.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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