Modelando os Efeitos das Mudanças Climáticas nos Ecossistemas
Pesquisas mostram coisas novas sobre como as mudanças climáticas vão afetar os ecossistemas e a distribuição das espécies.
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Índice
Modelagem é uma ferramenta super importante pra prever como a mudança climática afeta os ecossistemas e os ciclos de nutrientes e químicos no nosso ambiente. Pra quem tá gerenciando recursos naturais, tomar decisões informadas depende muito de modelos que consigam projetar mudanças futuras com precisão. Esses modelos ajudam a entender como tanto os ecossistemas quanto a Biodiversidade podem mudar por causa dos impactos climáticos.
Pra garantir que os modelos sejam confiáveis, é preciso avaliá-los bem. Um jeito eficaz de testar esses modelos é comparando suas previsões com dados históricos reais, conhecido como hindcasting. Esse processo ajuda a determinar se os modelos conseguem representar corretamente os processos chave necessários pra fazer previsões em condições bem diferentes das que a gente vê hoje. Analisando registros antigos de clima e biodiversidade, os cientistas conseguem ver como os modelos se saem quando as condições mudam dramaticamente.
Desafios com os Modelos Atuais
Porém, as previsões feitas por muitos modelos sobre a distribuição de espécies passadas e os componentes da biosfera muitas vezes não batem com os dados climáticos históricos ou registros fósseis. Entender quão bem esses modelos funcionam em prever condições climáticas bem diferentes das de hoje não é fácil. Por isso, rola uma incerteza sobre se as previsões feitas pro século 21 podem ser confiáveis.
Embora nenhuma condição climática histórica seja exatamente igual às esperadas pro século 21, as diferenças entre o clima do século 20 e o do século atual estão dentro da faixa de variações observadas desde o início do período Holoceno. Esse período começou depois da última Idade do Gelo, com um aquecimento rápido seguido por um longo tempo de estabilidade climática relativa até o recente aquecimento causado pelo ser humano.
Os registros de plantas e pólen acumulados ao longo de milhares de anos dão aos cientistas uma chance valiosa de testar a confiabilidade dos modelos ecológicos, especialmente aqueles que visam prever como a distribuição de espécies pode mudar.
Modelos de Distribuição de Espécies
Entendendo osModelos de Distribuição de Espécies (SDMs) são ferramentas que ajudam a prever onde diferentes espécies podem viver com base em vários fatores ambientais, como temperatura e precipitação. A maior parte da pesquisa tem se concentrado em modelos correlacionais, que olham pra relação entre onde as espécies são encontradas e as condições ambientais ao redor. Esses modelos são populares porque são flexíveis e relativamente fáceis de usar pra planejamento de conservação.
No entanto, quando enfrentam novas condições climáticas que nunca foram observadas antes, os modelos correlacionais podem não capturar todos os habitats potenciais pra as espécies, levando a previsões menos confiáveis. Testes em climas passados mostram que esses modelos muitas vezes enfrentam dificuldades, levantando dúvidas sobre sua capacidade de fornecer previsões precisas pro futuro.
Por outro lado, Modelos baseados em processos (PBMs) focam nos processos biológicos subjacentes que influenciam como e onde as espécies prosperam. Esses modelos foram desenvolvidos através de anos de pesquisa e experimentos, incluindo análises de condições climáticas extremas. A confiabilidade dos PBMs depende de um bom entendimento de como os fatores ambientais impactam as funções biológicas das espécies e de ter dados suficientes pra calibrar seus muitos parâmetros. Como esses modelos analisam relações diretas de causa e efeito em vez de correlações, eles podem oferecer previsões melhores em novos cenários climáticos.
A Necessidade de Provas Mais Fortes
Apesar de a crença de que os PBMs são mais confiáveis ser prevalente, essa suposição nem sempre foi comprovada. A maioria das comparações entre PBMs e modelos correlacionais não proporcionou confiança quantitativa em suas descobertas, focando mais em resultados qualitativos. Muito poucos estudos realizaram análises minuciosas do desempenho dos modelos, especialmente usando espécies virtuais ou comparando os resultados de diferentes tipos de modelos em condições climáticas variadas.
Pra preencher essa lacuna, pesquisas recentes usaram múltiplos modelos correlacionais e baseados em processos pra simular as distribuições passadas de certas espécies de árvores na Europa ao longo de um período de 12.000 anos. Usando dados climáticos detalhados gerados a partir de simulações avançadas, os pesquisadores puderam examinar quão bem cada abordagem de modelagem previu as distribuições passadas de espécies e se o desempenho estava mais relacionado às hipóteses em que foram baseados ou aos métodos usados pra calibrá-los.
Comparando Diferentes Abordagens de Modelagem
O estudo se propôs a comparar três tipos de modelos: modelos de distribuição de espécies correlacionais (CSDMs), modelos baseados em processos calibrados por especialistas (PBMs), e PBMs ajustados de forma semelhante aos CSDMs. Comparando as previsões desses modelos, os pesquisadores puderam identificar se as diferenças de desempenho vinham das suposições subjacentes ou de como eles foram calibrados.
Pra análise, foram extraídos dados fósseis de pólen de cinco espécies de árvores chave na Europa. O desempenho dos modelos foi avaliado, especialmente olhando pra quão bem eles conseguiam prever a presença de espécies com base em dados climáticos passados.
Resultados das Comparações de Modelos
Todos os modelos mostraram uma tendência geral de desempenho decrescente quando aplicados a dados climáticos mais antigos. No entanto, os modelos baseados em processos tendiam a manter um desempenho melhor do que os modelos correlacionais ao longo do tempo, sugerindo que seus mecanismos biológicos detalhados proporcionavam uma vantagem. Notavelmente, enquanto os modelos correlacionais tiveram dificuldades pra prever as distribuições de árvores, ambos os tipos de modelos baseados em processos mostraram resultados mais precisos.
O estudo revelou que os modelos baseados em processos, sejam calibrados por especialistas ou ajustados, foram menos impactados pela crescente dissimilaridade climática ao longo dos últimos 12.000 anos do que os modelos correlacionais. No passado recente, a diferença de desempenho entre os dois tipos de modelos era menos significativa, mas no passado mais distante, os modelos correlacionais frequentemente tiveram um desempenho pior do que ambos os tipos de modelos baseados em processos.
Essas diferenças estavam intimamente ligadas à capacidade dos modelos de identificar rotas de migração chave durante períodos de mudança climática significativa, como o final da última Idade do Gelo. Alguns modelos tiveram dificuldades em prever as localizações dos refúgios, que são áreas onde as espécies poderiam sobreviver durante períodos climáticos severos. Entender essas dinâmicas é essencial pra simular com precisão as distribuições de espécies em climas em mudança.
A Importância da Migração
Simulações de migração foram incluídas no estudo pra levar em conta as limitações dos modelos ao prever distribuições de espécies apenas com base em fatores climáticos e de solo. Os métodos usados pra simular migração se mostraram eficazes em entender como as espécies de árvores poderiam recolonizar áreas após mudanças climáticas extremas.
Usando um modelo de autômatos celulares, os pesquisadores conseguiram simular a migração de forma eficaz. Os resultados indicaram que as diferenças no desempenho dos modelos surgiram principalmente da capacidade deles de prever onde as espécies encontrariam condições adequadas durante períodos de rápida mudança climática.
Limitações do Estudo
Embora a pesquisa tenha fornecido insights valiosos, também teve limitações. Os modelos não foram projetados pra considerar eventos de dispersão muito raros ou influências humanas, que poderiam impactar como as espécies migraram no passado. A falha dos modelos em prever as distribuições de certas espécies em regiões específicas sugere que ainda há trabalho a ser feito pra melhorar a precisão dos modelos.
Implicações para Previsões Futuras
A pesquisa destaca a necessidade de considerar cuidadosamente como diferentes modelos podem prever os impactos futuros da mudança climática nos ecossistemas e na biodiversidade. As descobertas sugerem que modelos baseados em processos provavelmente oferecerão projeções mais confiáveis do que modelos correlacionais, especialmente à medida que enfrentamos condições climáticas em rápida mudança.
Conforme mais dados de pólen se tornam disponíveis, os cientistas podem avaliar melhor o desempenho dos modelos sob uma gama mais ampla de condições, levando a um entendimento e previsões aprimorados. Os pesquisadores enfatizaram que, mesmo que o desempenho passado não garanta confiabilidade futura, ele desempenha um papel significativo na avaliação da transferibilidade dos modelos.
Conclusão
Explorar como a mudança climática afeta ecossistemas através da modelagem é uma empreitada crítica. A pesquisa mostra que modelos com bases biológicas fortes, como os PBMs, são essenciais pra fornecer previsões confiáveis sobre as distribuições de espécies diante da mudança climática. Ao continuar melhorando esses modelos e incorporando novos dados, os cientistas podem ajudar a informar o gerenciamento de recursos naturais e as estratégias de conservação pro futuro.
Reconhecer as incertezas associadas às previsões dos modelos é tão importante quanto fazer essas previsões, especialmente pra manter a confiança pública nas descobertas científicas. O estudo encoraja o uso de modelos baseados em processos nas previsões de biodiversidade e ecossistemas, abrindo caminho pra melhores estratégias de adaptação e gerenciamento climático.
Título: Biological mechanisms are necessary to improve projections of species range shifts
Resumo: The recent acceleration of global climate warming has created an urgent need for reliable projections of species distributions, widely used by natural resource managers. Such projections, however, are produced using various modeling approaches with little information on their relative performances under expected novel climatic conditions. Here, we hindcast the range shifts of five forest tree species across Europe over the last 12,000 years to compare the performance of three different types of species distribution models and determine the source of their robustness. We show that the performance of correlative models (CSDMs) decreases twice as fast as that of process-based models (PBMs) when climatic dissimilarity rises, and that PBM projections are likely to be more reliable than those made with CSDMs, at least until 2060 under scenario SSP245. These results demonstrate for the first time the well-established albeit so far untested idea that explicit description of mechanisms confers models robustness, and highlight a new avenue to improve model projections in the future.
Autores: Victor Van der Meersch, E. Armstrong, F. Mouillot, A. Duputie, H. Davi, F. Saltre, I. Chuine
Última atualização: 2024-05-08 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592679
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592679.full.pdf
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