Avaliando os riscos de doenças entre búfalos selvagens e gado na Tailândia
Um estudo sobre ameaças de doenças para bovinos selvagens causadas pelo gado na Tailândia.
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Índice
- Espécies de Bovídeos Selvagens na Tailândia
- Riscos de Doenças
- Dinâmica de Transmissão
- Método de Avaliação de Risco
- Hábitats de Bovídeos Selvagens
- Análise de Densidade de Gado
- Identificando Áreas de Alto Risco
- Dados de Surtos de Doenças
- Áreas com Alta Densidade de Gado
- Descobertas Importantes
- Avançando
- Fonte original
- Ligações de referência
Bovídeos selvagens, como búfalos e gaur, estão espalhados pelo mundo todo. Eles têm um papel importante no meio ambiente, ajudando a moldar florestas e ecossistemas. Esses animais movem nutrientes pelos habitats e espalham sementes de plantas. Além disso, eles servem como uma fonte de alimento chave para vários predadores.
Na Ásia, muitos bovídeos selvagens estão em risco devido à perda de habitat e à caça, principalmente no Sul e Sudeste Asiático. O Gado que pastoreia livremente também pode trazer problemas. Eles competem por recursos com os bovídeos selvagens, reduzem suas populações e podem até cruzar com parentes selvagens. Isso pode levar à propagação de Doenças.
Espécies de Bovídeos Selvagens na Tailândia
Até 2020, existem 27 espécies diferentes de bovídeos selvagens reconhecidas no mundo. Na Tailândia, restam cinco espécies: o gaur, banteng, búfalo d'água selvagem, serow do continente e goral chinês. Esses animais estão ameaçados por atividades humanas como desmatamento e caça. Herbívoros grandes como gaur, banteng e búfalos d'água selvagens costumam mudar onde vivem e como se comportam por causa de mudanças no uso da terra. Por exemplo, já viram gaur perto de fazendas onde comem plantações, enquanto banteng se adaptam bem a áreas próximas de vilarejos e locais de extração de madeira.
Esses bovídeos selvagens podem compartilhar recursos com o gado que pastoreia livremente, o que aumenta o risco de doenças se espalhando. As áreas onde animais selvagens e gado entram em contato são importantes para a saúde tanto da vida selvagem quanto dos humanos, porque muitas doenças novas que afetam os humanos vêm da vida selvagem.
Riscos de Doenças
Muitas doenças podem passar entre o gado e os bovídeos selvagens, como tuberculose bovina e febre aftosa. Essas doenças podem causar sérios problemas de saúde tanto nas populações domésticas quanto selvagens. A maioria dos estudos sobre esse assunto foi feita na Europa, América do Norte e África, com menos foco na Ásia, incluindo a Tailândia.
Fatores como o crescimento da pecuária, perda de habitats da vida selvagem e mudanças nos comportamentos animais podem impulsionar a propagação de doenças. Muitos animais em uma área podem levar a mais interações entre diferentes espécies, aumentando as chances de transmissão de doenças.
As áreas onde o gado e a vida selvagem se sobrepõem costumam ser onde os riscos de transmissão de doenças são maiores. Essas zonas de sobreposição estão tipicamente nas bordas de florestas e campos, onde ambos os tipos de animais podem compartilhar recursos. Estudos anteriores mostraram que o gado doméstico pode ter várias doenças infecciosas, tornando-os potenciais fontes para os bovídeos selvagens.
Dinâmica de Transmissão
As doenças bovinas podem ter efeitos variados tanto em animais selvagens quanto domésticos. Alguns patógenos podem não mostrar sintomas em uma espécie, mas podem ser muito prejudiciais para outra. Por exemplo, a febre aftosa não afeta muito o búfalo africano, mas pode ser fatal para o gaur.
Nos últimos anos, a Tailândia viu vários surtos de doenças em animais domésticos. Isso torna vital identificar áreas onde os riscos de doenças são altos para prevenir a transmissão para as populações selvagens, que podem ser mais suscetíveis a certas doenças.
Método de Avaliação de Risco
Este estudo tem como objetivo encontrar potenciais riscos de transmissão de doenças entre os bovídeos selvagens e o gado na Tailândia. Queremos fornecer sugestões para monitorar e reduzir conflitos em áreas onde a vida selvagem e o gado interagem.
A Tailândia abrange uma grande área com muitos tipos diferentes de terra. As terras agrícolas ocupam cerca de 41% do país, enquanto as florestas representam cerca de 32%. A maior parte da agricultura consiste em campos de arroz e outras culturas, enquanto a criação de gado ocupa uma pequena parcela. Regiões centrais e ocidentais do país têm bastante criação de gado, às vezes permitindo que o gado entre em habitats da vida selvagem.
Para identificar áreas de alto risco, analisamos dois tipos de dados: onde os bovídeos selvagens vivem e onde o gado é concentrado. Em seguida, combinamos esses conjuntos de dados para encontrar áreas onde esses animais se sobrepõem.
Hábitats de Bovídeos Selvagens
Acreditamos que a distribuição dos bovídeos selvagens combina com seus habitats adequados. Usamos modelos para prever onde esses habitats adequados estão baseados em vários fatores ambientais. Três espécies de bovídeos selvagens foram escolhidas para análise detalhada: gaur, banteng e búfalo d'água selvagem.
Análise de Densidade de Gado
Para analisar a densidade de gado, usamos dados de um banco de dados global de gado. Convertendo esses dados para uma resolução mais fina, conseguimos alinhar com os mapas de habitat dos bovídeos selvagens. Supondo que densidades de gado mais altas significam maior risco de propagação de doenças, analisamos surtos de doenças tanto em áreas de baixa quanto de alta densidade de gado.
Nossos achados mostram que houve mais surtos de doenças em áreas de alta densidade de gado em comparação com áreas de baixa densidade. Isso significa que a densidade de gado é um fator chave para identificar áreas potenciais de transmissão de doenças.
Identificando Áreas de Alto Risco
Áreas de alto risco referem-se aos lugares onde a vida selvagem e o gado compartilham recursos e têm uma chance maior de transmissão de doenças. Combinamos os dados sobre habitats da vida selvagem e densidade de gado para identificar essas áreas em toda a Tailândia.
Também analisamos como essas áreas de alto risco se sobrepõem com parques nacionais e tipos variados de uso da terra para determinar onde medidas de vigilância e controle deveriam ser implementadas.
Dados de Surtos de Doenças
Examinamos relatórios de surtos de doenças na Tailândia para doenças do gado ao longo de vários anos. Focamos em cinco doenças significativas: febre aftosa, septicemia hemorrágica, tuberculose bovina, doença da pele nodular e brucelose.
Nossa análise mostrou que muitos surtos aconteceram em áreas onde a vida selvagem e o gado interagem de perto. A maioria dos surtos registrados ocorreu em lugares com alta densidade de gado, o que reforça a conexão entre as práticas de criação de gado e o risco de doenças.
Áreas com Alta Densidade de Gado
Em áreas com alta densidade de gado, houve significativamente mais surtos de doenças. Nossos dados revelaram que a sobreposição de habitats adequados para bovídeos selvagens e alta densidade de gado ocorreu principalmente nas regiões central-oeste e sul da Tailândia.
As maiores porcentagens de áreas de risco dentro de parques nacionais foram identificadas. Isso destaca a importância de proteger esses espaços enquanto se considera as práticas de criação de gado.
Descobertas Importantes
O búfalo d'água selvagem tem o maior habitat predito, mas é uma das espécies mais ameaçadas. Atualmente, está confinado a um único santuário de vida selvagem, onde sua população continua baixa. Isso mostra como a proteção do habitat é crucial para sua sobrevivência.
Gaur e banteng têm mais oportunidades de interagir com o gado doméstico em comparação com os búfalos d'água selvagens, que principalmente os encontram nas bordas de áreas protegidas. A capacidade de gaur e banteng de se adaptar às atividades humanas os torna mais propensos a compartilhar habitats com o gado.
Curiosamente, encontramos que algumas áreas identificadas como de alto risco podem não ter, atualmente, populações selvagens. Isso não diminui sua importância como potenciais áreas para realocações ou expansões futuras de vida selvagem.
Avançando
Com a crescente industrialização e agricultura, as chances de a vida selvagem entrar em contato com o gado aumentam. Entender como essas interações afetam a transmissão de doenças é essencial.
Gerir como o gado e a vida selvagem interagem pode reduzir o risco de transmissão de doenças. Estratégias podem incluir a redução do número de gado, manutenção de barreiras e monitoramento de saúde através de programas de vacinação.
Um sistema robusto de vigilância de doenças que engloba todos os aspectos da propagação de doenças ajudará a abordar os riscos potenciais na interface entre vida selvagem e gado. Esforços coordenados envolvendo múltiplos interessados, coleta de dados aprimorada e estratégias informadas por uma abordagem de Uma Saúde podem garantir que tanto a vida selvagem quanto o gado sejam protegidos de surtos de doenças.
Em conclusão, identificar riscos potenciais entre bovídeos selvagens e gado na Tailândia é crucial para estratégias de monitoramento e mitigação. Nossa abordagem para mapear áreas de alto risco abre caminho para uma melhor prevenção de doenças, ajudando a garantir a saúde tanto das populações de vida selvagem quanto de gado.
Título: Spatial risk of disease transmission between wild bovids and livestock in Thailand
Resumo: The livestock-wildlife interface is one of the most essential issues threatening wildlife conservation and public health. Identifying interface areas can help to prioritise disease surveillance and implement mitigation measures and control programs for targeting threatened wildlife. We predicted interface areas which were assumed to be areas at risk of infectious disease transmission based on the spatial overlap between three Thai wild bovids (including gaur, banteng and wild water buffalo) habitat suitability and domestic cattle. We assumed that domestic cattle are the reservoir of bovine infectious disease, and that high cattle density is a proxy for a higher risk of disease transmission. Our study indicated that the highest risk areas for the native species are at the forest edges where overlap exists between high habitat suitability and high cattle density. Wild water buffalo showed the largest proportion of high-risk areas (8%), while gaur and banteng showed similar risk areas (4%) in Thailand. The largest proportion of risk areas overlapping with protected areas was Namtok Sam Lan PAs at 89% for gaur, 84% for banteng and 65% for wild water buffalo. Kuiburi NP has the largest risk area around 274 km2 (around 28% of the total protected area) for gaur and banteng, whereas wild water buffalo has the largest risk area overlapping with Huai Thabthan-Had Samran around 126 km2 (10% of the PA). Kaengkrachan Forest Complex showed the second largest risk area from 249 km2 for gaur and 273 km2 for banteng (8-9% of the PA). Our results address how habitat suitability might be helpful for infectious disease prevention and control strategies focused on native fauna and One Health. Furthermore, this work may also support the wild bovid habitat conservation initiatives and land use planning by informing decision-making about balancing wildlife habitats and livestock farming.
Autores: Wantida Horpiencharoen, J. C. Marshall, R. L. Muylaert, R. S. John, D. T. S. Hayman
Última atualização: 2024-05-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.04.592526
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.04.592526.full.pdf
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