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# Ciências da saúde# Epidemiologia

A Ascensão de Doenças Infecciosas Emergentes

As ações humanas estão aumentando o risco de novas doenças infecciosas que vêm dos animais.

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Índice

Nos últimos anos, vimos um aumento de doenças infecciosas que vêm de animais e insetos. Exemplos incluem COVID-19, Ebola e Zika. Essas doenças causaram sérios problemas para a sociedade, a economia e o meio ambiente. Esse aumento de doenças vai contra a tendência geral de melhora da saúde para muitas pessoas. Cientistas acreditam que essas novas doenças estão acontecendo por causa de mudanças no nosso ambiente, impulsionadas por ações humanas. Essas mudanças fazem com que os animais fiquem mais suscetíveis a doenças e criam mais chances de essas doenças pularem de animais para humanos. Como resultado, enfrentamos mais Surtos de doenças, tanto conhecidas quanto novas.

Para lidar com esse problema, tem rolado uma atenção em maneiras de reduzir as chances de essas doenças se espalharem. Muita gente está discutindo ações como parar o comércio de vida selvagem e reduzir o desmatamento. Outras ações possíveis incluem cortar emissões de gases de efeito estufa, vacinar humanos e animais, melhorar o acesso à saúde e criar melhores sistemas de monitoramento de doenças. Embora essas ideias sejam baseadas em ciência sólida, os especialistas não concordam totalmente sobre quais métodos vão funcionar melhor, porque não tem evidência suficiente sobre o que causa a propagação das doenças.

Impacto Humano na Propagação de Doenças

Vários estudos recentes mostraram que as atividades humanas afetam como as doenças se espalham na vida selvagem. Por exemplo, a destruição de habitat e a perda de biodiversidade parecem aumentar as doenças nos animais. No entanto, os efeitos da urbanização, desmatamento e mudanças climáticas nem sempre são claros. Essa incerteza existe porque vários fatores influenciam como as doenças se espalham, como a vida e reprodução de animais e insetos. Também é complicado pelos padrões de contato humano com a vida selvagem e como diferentes comunidades são vulneráveis a surtos.

Alguns estudos importantes analisaram diretamente a relação entre ações humanas e surtos de doenças. Pesquisadores identificaram conexões entre mudanças no uso da terra, crescimento agrícola e altas taxas de viagem, e os locais onde novas doenças são identificadas pela primeira vez. No entanto, esses surtos iniciais podem não representar com precisão o quadro maior de riscos para áreas maiores. Os dados de surtos muitas vezes vêm de lugares com bom relato de saúde, o que pode deixar de lado áreas mais pobres que também enfrentam ameaças de doenças, mas não têm o mesmo nível de relatório.

Coleta de Dados

No nosso estudo, coletamos dados de surtos para 32 doenças emergentes a partir de várias fontes. Isso inclui vírus de morcegos, roedores e mosquitos, junto com outras infecções. Nosso objetivo era entender o que causa esses surtos, em vez de o que faz com que se tornem epidemias maiores.

Incluímos registros apenas quando fatores ambientais estavam envolvidos, focando em casos onde animais eram a fonte de doença humana. Nosso conjunto de dados contém mais de 58.000 registros de surtos de 169 países, principalmente nas últimas duas décadas.

Métodos Aplicados

Para analisar o risco de surtos, criamos um framework estruturado. Usamos um design de caso-controle, onde comparamos locais com surtos a locais sem eles, levando em conta vários fatores. Categorizar esses fatores em cinco grupos principais: processos de detecção, fatores Socioeconômicos, estrutura do Ecossistema, mudanças no uso da terra e influências das mudanças climáticas. Usando modelos estatísticos complexos, testamos como esses fatores contribuíram para o risco de surtos.

Descobertas Sobre Viés de Relato

Nossa análise global encontrou que surtos de doenças estavam ligados a áreas com mais cobertura florestal, mas também a paisagens mais fragmentadas. No entanto, os sistemas de saúde locais e os esforços de relato influenciaram bastante esses padrões aparentes. Por exemplo, surtos foram relatados com mais frequência em áreas urbanas e perto de clínicas, indicando que a infraestrutura de saúde desempenha um papel crucial na detecção de doenças.

Quando levamos em conta esses viéses, as conexões entre fatores socioambientais e riscos de surtos se enfraqueceram. Surtos eram mais prováveis em áreas com maior densidade de gado, mais florestas e tendências de secagem a longo prazo. Essas relações foram consistentes entre doenças que eram zoonóticas ou transmitidas por vetores.

Modelos Específicos de Doenças

Em seguida, focamos em doenças individuais para ver como fatores específicos influenciaram o risco de surtos. Realizamos um exercício participativo com especialistas para identificar fatores a serem analisados. Alguns dos principais fatores incluíam acesso à saúde, vulnerabilidade socioeconômica e mudanças nas paisagens devido à atividade humana.

Os resultados mostraram que muitas doenças tinham associações significativas com uso do solo urbano e proximidade de unidades de saúde. Paisagens fragmentadas e áreas florestais também tiveram efeitos positivos sobre os riscos de surtos. Para algumas doenças, observamos que mudanças na precipitação estavam ligadas a riscos maiores de surtos, especialmente para doenças como febre do Vale do Rift e dengue.

No entanto, encontramos que muitas conexões com outros fatores ambientais, como perda de biodiversidade e mudanças de temperatura, eram menos claras. Isso destaca a complexidade de como diferentes fatores podem influenciar o surgimento e a propagação de doenças.

Fatores Compartilhados Entre Doenças

Embora muitos estudos foquem em fatores individuais, nossas descobertas sugerem que surtos podem surgir de interações combinadas entre vários fatores. Para certas doenças, conexões entre fatores poderiam levar a resultados piores.

Visualizamos padrões de ocorrência e co-ocorrência de fatores para entender melhor essas interações. Exemplos de fatores que co-ocorrem incluíram cobertura urbana e acesso à saúde, mas essas conexões variaram com base nos modos de transmissão de doenças.

Para doenças transmitidas por vetores, vimos uma presença mais forte de fatores ecológicos compartilhados, sugerindo que gerenciar ambientes poderia ajudar a reduzir essas doenças. Em contraste, doenças zoonóticas transmitidas diretamente mostraram pouca consistência em fatores compartilhados, indicando que uma abordagem única para prevenção de doenças pode não funcionar.

Importância do Acesso à Saúde

Apesar das limitações do nosso estudo, identificamos uma área crucial para intervenção: melhorar o acesso à saúde em comunidades rurais e carentes. Muitos surtos ocorrem longe de hospitais, dificultando que as pessoas recebam atendimento a tempo. Aumentar o acesso a unidades de saúde ajudaria não só na detecção de surtos, mas também nas respostas a eles.

Encontrar maneiras de reduzir o tempo de viagem até as unidades de saúde pode desempenhar um papel importante na melhoria da gestão de doenças. Melhorar a infraestrutura em áreas remotas e reduzir barreiras ao acesso à saúde pode levar a uma identificação e resposta mais rápidas a surtos.

Conclusão

O aumento de doenças infecciosas emergentes é uma questão complexa que está intimamente ligada às atividades humanas e mudanças ambientais. Enquanto algumas doenças são claramente influenciadas por certos fatores, outras mostram uma imagem mais complicada. Nosso trabalho lança luz sobre as conexões entre fatores socioambientais e surtos, mas também destaca a necessidade de abordagens mais ajustadas baseadas em condições locais.

Avançando, será vital que governos e organizações invistam em melhorias de saúde, especialmente em comunidades de alto risco para essas doenças. Garantir melhor acesso à saúde e fortalecer sistemas de saúde será chave para controlar surtos antes que se tornem emergências de saúde pública maiores.

Fonte original

Título: The anthropogenic fingerprint on emerging infectious diseases

Resumo: Emerging infectious diseases are increasingly understood as a hallmark of the Anthropocene1-3. Most experts agree that anthropogenic ecosystem change and high-risk contact among people, livestock, and wildlife have contributed to the recent emergence of new zoonotic, vector-borne, and environmentally-transmitted pathogens1,4-6. However, the extent to which these factors also structure landscapes of human infection and outbreak risk is not well understood, beyond certain well-studied disease systems7-9. Here, we consolidate 58,319 unique records of outbreak events for 32 emerging infectious diseases worldwide, and systematically test the influence of 16 hypothesized social and environmental drivers on the geography of outbreak risk, while adjusting for multiple detection, reporting, and research biases. Across diseases, outbreak risks are widely associated with mosaic landscapes where people live alongside forests and fragmented ecosystems, and are commonly exacerbated by long-term decreases in precipitation. The combined effects of these drivers are particularly strong for vector-borne diseases (e.g., Lyme disease and dengue fever), underscoring that policy strategies to manage these emerging risks will need to address land use and climate change10-12. In contrast, we find little evidence that spillovers of directly-transmitted zoonotic diseases (e.g., Ebola virus disease and mpox) are consistently associated with these factors, or with other anthropogenic drivers such as deforestation and agricultural intensification13. Most importantly, we find that observed spatial outbreak intensity is primarily an artefact of the geography of healthcare access, indicating that existing disease surveillance systems remain insufficient for comprehensive monitoring and response: across diseases, outbreak reporting declined by a median of 32% (range 1.2%-96.7%) for each additional hours travel time from the nearest health facility. Our findings underscore that disease emergence is a multicausal feature of social-ecological systems, and that no one-size-fits-all global strategy can prevent epidemics and pandemics. Instead, ecosystem-based interventions should follow regional priorities and system-specific evidence, and be paired with investment in One Health surveillance and health system strengthening.

Autores: Rory Gibb, S. J. Ryan, D. Pigott, M. d. P. Fernandez, R. L. Muylaert, G. F. Albery, D. J. Becker, J. K. Blackburn, H. Caceres-Escobar, M. Celone, E. A. Eskew, H. K. Frank, B. A. Han, E. N. Hulland, K. E. Jones, R. Katz, A. J. Kucharski, D. J. Limmathurotsakul, C. A. Lippi, J. Longbottom, J. Fernando Martinez, J. P. Messina, E. O. Nsoesie, D. W. Redding, D. Romero-Alvarez, B. V. Schmid, S. N. Seifert, A. Sinchi, C. H. Trisos, M. Wille, C. J. Carlson

Última atualização: 2024-05-22 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.22.24307684

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.22.24307684.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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