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O Crescente Desafio da Resistência a Herbicidas

Pesquisas mostram que as algas estão se tornando resistentes rapidinho quando expostas ao glifosato.

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Resistência a Herbicidas:Resistência a Herbicidas:Uma Ameaça Crescenteresistência.mostra problemas urgentes deA resposta das algas ao glifosato
Índice

O uso de Herbicidas pelo mundo todo fez com que muitas plantas, conhecidas como ervas daninhas, se tornassem resistentes. Isso quer dizer que essas ervas conseguem sobreviver e crescer mesmo quando tratadas com esses químicos que deveriam matá-las. Atualmente, 269 tipos diferentes de ervas daninhas já são conhecidos por resistir a 167 tipos de herbicidas. Isso é um problema para a agricultura e para o meio ambiente porque as ervas daninhas podem levar a uma perda significativa na produção de culturas-cerca de 10% da produção global. Isso faz das ervas resistentes um problema mais sério para as colheitas do que outros insetos.

A Evolução da Resistência

A resistência aos herbicidas é resultado da evolução. Para lidar com esse problema de forma sustentável, precisamos estudar como e por que certas plantas desenvolvem resistência. Um aspecto importante dessa pesquisa envolve observar como as ervas daninhas se comportam com e sem herbicidas. Os cientistas acreditam que, ao desenvolver resistência, essas ervas podem enfrentar custos internos, afetando sua capacidade de crescer ou se reproduzir em comparação com as que não são resistentes.

À medida que essas populações resistentes crescem, elas se tornam melhores em sobreviver aos herbicidas, o que muda como esses químicos funcionam para controlá-las. Os cientistas estudam como essas mudanças de crescimento ocorrem ao longo do tempo para entender os padrões gerais de resistência. No entanto, os custos da resistência podem variar de um tipo de erva daninha para outra e dependem de fatores ambientais, dificultando a previsão de quão rápido a evolução acontecerá.

A Ascensão do Glifosato

O glifosato é atualmente o herbicida mais amplamente utilizado, especialmente desde que começou a ser usado com culturas desenvolvidas para resistir a ele. No entanto, esse uso generalizado levou a muitas espécies de ervas daninhas a desenvolver resistência a ele. O glifosato mata as plantas bloqueando um caminho específico necessário para produzir aminoácidos importantes. Ele interrompe processos como a fotossíntese e pode gerar subprodutos nocivos dentro da planta.

Embora entendamos como o glifosato funciona, ainda estamos aprendendo como a resistência se desenvolve, especialmente em relação aos seus custos. As características das plantas resistentes dependem da espécie específica de erva daninha, do background genético e das condições em que estão crescendo. Em alguns casos, as plantas conseguem desenvolver resistência sem efeitos negativos no seu crescimento, enquanto em outros casos, podem haver compromissos.

Estudando a Resistência em Algas

Para estudar como a resistência se desenvolve, os cientistas escolheram trabalhar com um tipo de alga verde chamada Chlamydomonas reinhardtii. Essa alga cresce rápido e é sensível a diferentes herbicidas, tornando-a uma boa candidata para esses experimentos. Os pesquisadores montaram condições controladas que permitem monitorar de perto como essas algas respondem ao glifosato.

Durante o experimento, os pesquisadores expuseram algumas algas a doses letais e subletais de glifosato. A dose letal deveria parar completamente o crescimento, enquanto a dose subletal reduziria o crescimento, mas não mataria as algas imediatamente. Usando ambientes controlados, os cientistas puderam ver quão rapidamente as algas se adaptavam e se desenvolviam resistência.

Configuração Experimental

Os pesquisadores usaram uma configuração especial chamada quimiostato para manter condições de crescimento constantes. As algas foram mantidas em um sistema fluido que permitia monitorar constantemente a Densidade Populacional e as taxas de crescimento. Eles testaram várias concentrações de glifosato para ver como as algas respondiam ao longo do tempo.

Depois de expor as algas ao glifosato, os pesquisadores monitoraram diariamente a densidade populacional para ver como os números mudavam. Eles também avaliaram a taxa de crescimento das algas em diferentes condições, tanto com quanto sem glifosato. O objetivo era ver se as algas se tornaram resistentes e se havia custos associados à sua aptidão ou crescimento em condições normais.

Resultados: Evidências de Resistência

Os resultados mostraram que as algas expostas a doses letais de glifosato experimentaram uma queda na densidade populacional antes de eventualmente se recuperarem. Isso sugeriu que a resistência se desenvolveu relativamente rápido-em cerca de 19 dias de exposição. As populações expostas a doses letais apresentaram padrões claros de queda no crescimento seguidos de recuperação, enquanto aquelas expostas a doses subletais mostraram respostas semelhantes, mas atrasadas.

No entanto, apesar dos sinais de resistência vistos nas contagens populacionais, testes adicionais mostraram que não houve aumento significativo nos níveis de resistência ao comparar as taxas de crescimento em várias doses de glifosato. Isso indicou que, embora as algas parecessem estar evoluindo em resposta ao glifosato, não houve mudança mensurável na sua capacidade de tolerar doses mais altas até o final do experimento.

Desempenho em Ambiente Ancestral

Curiosamente, as algas expostas ao glifosato mostraram consistentemente taxas de crescimento reduzidas em comparação com os controles não expostos em testes de acompanhamento. Embora o desempenho inicial fosse semelhante, as populações tratadas se saíram pior, refletindo um possível custo associado ao desenvolvimento de resistência. Essa situação sugere que pode haver compromissos no crescimento quando essas algas evoluem para sobreviver ao glifosato.

A presença de um número maior de algas não resistentes misturadas com indivíduos resistentes provavelmente mascarou o desempenho real dos genótipos resistentes. Isso significa que mesmo que algumas algas se tornassem resistentes, o desempenho global da população levou mais tempo para mostrar essa mudança.

Implicações para o Manejo da Resistência

Entender como a resistência evolui nessas algas fornece insights sobre como gerenciar a resistência a herbicidas em ambientes agrícolas. A rápida evolução da resistência vista neste estudo destaca a necessidade de os agricultores adaptarem suas estratégias de manejo para reduzir a dependência de qualquer herbicida único, especialmente um tão utilizado como o glifosato.

O estudo também enfatiza como as algas podem responder rapidamente à exposição a herbicidas, ressaltando seu papel nos ecossistemas. Como o glifosato pode entrar em ambientes não-alvo através do escoamento, essa resposta adaptativa pode ter implicações ecológicas mais amplas. É fundamental considerar cuidadosamente as estratégias de aplicação de herbicidas para minimizar o desenvolvimento de resistência em ambientes agrícolas e selvagens.

Direções Futuras de Pesquisa

Mais pesquisas são necessárias para explorar a dinâmica da resistência ao longo de um período mais longo e em condições ambientais variadas. Seria útil estudar como diferentes doses afetam o ritmo da evolução e as características específicas que surgem a partir da resistência. Isso pode ajudar a traçar um quadro mais claro de como a poluição por herbicidas impacta os ecossistemas e quais estratégias podem ser usadas para gerenciá-la eficazmente.

Além disso, isolar os genótipos específicos dentro das algas pode fornecer novas informações sobre os mecanismos de resistência e os custos de aptidão associados. Técnicas como a análise genética podem revelar quais mudanças são responsáveis pela maior tolerância ao glifosato e se essas têm algum comprometimento nas condições normais.

Conclusão

Em resumo, essa pesquisa demonstra quão rapidamente a resistência pode surgir com o uso de herbicidas e destaca a importância de estudar esses processos em ambientes controlados. Algas como a Chlamydomonas reinhardtii servem como ferramentas valiosas para entender a evolução e os mecanismos de resistência. Esse conhecimento é crucial para desenvolver práticas eficazes e sustentáveis que protejam tanto as culturas quanto os ecossistemas dos efeitos negativos da resistência a herbicidas.

Fonte original

Título: Glyphosate resistance evolution to lethal and sublethal doses in chemostat populations of model organism Chlamydomonas reinhardtii

Resumo: Herbicide resistant weeds are an increasing economic and ecological problem world-wide. Evolutionary theory and insight from experiments testing this theory are now a central part of solving resistance problems. More specifically, experimental evolution, where populations are allowed to evolve under specific conditions, can offer substantial insights into the trade-offs that govern the pace at which resistance arises. Here we leverage the green alga Chlamydomonas reinhardtii facing glyphosate as a model plant system to evaluate such theory, monitoring the level of evolved resistance and associated fitness costs throughout the course of adaptation. On a gradient of lethal and sub-lethal doses of glyphosate, we found evidence for evolved resistance from standing genetic variation but limited evidence for classic growth rate trade-offs that are expected to affect the pace of resistance evolution.

Autores: Erika M Hansson, D. Z. Childs, A. P. Beckerman

Última atualização: 2024-02-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.26.582134

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.26.582134.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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