Impacto do COVID-19 na Saúde Mental das Novas Mães
Este artigo explora como a pandemia afetou a saúde mental das mães no Reino Unido.
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Índice
A pandemia de COVID-19 começou no final de 2019 e afetou pessoas em todo o mundo. Com as restrições impostas para parar a propagação do vírus, muita gente enfrentou desafios, especialmente em relação à saúde mental. Um grupo que teve dificuldades significativas foi o das mães de primeira viagem. Este artigo explora como a pandemia influenciou a saúde mental das mães no Reino Unido, focando naquelas que moram no Sudeste da Inglaterra.
Entendendo os Desafios das Mães de Primeira Viagem
Quando as mães de primeira viagem entram na fase de se tornarem mães, enfrentam muitas mudanças. Isso pode incluir mudanças na identidade pessoal, nas relações com parceiros e familiares, e na vida social. Essas mudanças podem levar a sentimentos de tristeza, ansiedade e até transtorno do estresse pós-traumático, principalmente em eventos estressantes como uma pandemia.
Com a COVID-19, as novas mães se encontraram em uma situação ainda mais difícil devido ao isolamento. Os hospitais criaram políticas rigorosas para lidar com o aumento de casos, muitas vezes restringindo o acesso às maternidades. Muitas mães deram à luz sem a presença dos parceiros, passaram menos tempo no hospital e tiveram oportunidades limitadas para que familiares e amigos visitassem. Essas experiências perdidas, como receber apoio de entes queridos ou profissionais de saúde, aumentaram o peso emocional.
Saúde Mental Materna é Importante
Por que aUma boa saúde mental é essencial tanto para as mães quanto para os bebês. Quando uma mãe enfrenta estresse ou depressão, isso pode levar a resultados negativos para a criança, incluindo problemas de desenvolvimento e dificuldades emocionais. Vários estudos mostraram que a saúde mental ruim nas mães pode contribuir para complicações durante a gravidez e o parto, como partos prematuros e outras condições sérias.
Os custos econômicos dos problemas de saúde mental materna também podem ser enormes. Pesquisas mostram que depressão e ansiedade em novas mães podem gerar custos significativos, tanto pessoais quanto sociais. Por exemplo, o custo vitalício de uma mãe com depressão perinatal pode passar de £75.000, levando em conta a perda de produtividade e o aumento das necessidades de saúde. Coletivamente, esses problemas podem custar bilhões ao governo do Reino Unido.
Objetivos da Pesquisa
Este estudo teve como objetivo examinar como a pandemia de COVID-19 afetou especificamente a saúde mental materna no Reino Unido, particularmente no Sudeste da Inglaterra. Os pesquisadores queriam identificar lacunas no conhecimento existente e reunir informações de profissionais que apoiam novas mães. Para isso, foi feita uma revisão de estudos existentes, junto com entrevistas com conselheiros que se especializam na saúde mental materna.
Como a Pesquisa Foi Realizada
Uma busca preliminar em bancos de dados online encontrou informações limitadas sobre a saúde mental materna desde a gravidez até um ano após o parto durante a pandemia. As pesquisas existentes focavam principalmente em dados numéricos, com menos ênfase nas experiências pessoais. Como resultado, este estudo teve como objetivo coletar informações qualitativas, proporcionando uma imagem mais clara do que as mães vivenciaram.
Foram realizadas entrevistas com conselheiros que apoiaram novas mães durante a pandemia. Essas entrevistas foram estruturadas para garantir que cobrissem temas importantes e permitissem que novas ideias surgissem. Os sujeitos das entrevistas foram escolhidos com base em sua experiência e qualificações relacionadas à saúde mental materna durante a pandemia.
Principais Descobertas da Pesquisa
A pesquisa revelou vários temas importantes sobre a saúde mental materna. Abaixo, estão algumas das descobertas mais significativas.
O Papel do Apoio
Uma das descobertas mais consistentes foi a falta de apoio social que as novas mães enfrentaram durante a pandemia. Sem acesso a amigos e familiares, muitas mães se sentiram isoladas. Essa falta de apoio levou a sentimentos de inadequação. Os conselheiros notaram que as mães tinham dificuldade em cuidar de si mesmas, com algumas dizendo que apenas conseguir tomar banho parecia uma grande conquista.
Enquanto algumas mães apreciaram o silêncio e o tempo passado com suas famílias, muitas expressaram saudade do apoio que normalmente vem de familiares e amigos.
Grupos de Apoio
A Importância dosOs grupos de apoio surgiram como um recurso chave para as mães. Participar desses grupos proporcionou um espaço onde as mães podiam compartilhar suas experiências e validar os sentimentos umas das outras. Muitas mães encontraram conforto em saber que não estavam sozinhas em suas dificuldades. No entanto, durante a pandemia, muitos grupos de apoio mudaram para formatos online, que algumas mães acharam menos eficazes em comparação com as interações presenciais.
A necessidade de conexão e experiências compartilhadas foi destacada tanto nas entrevistas quanto na literatura. Os grupos de apoio ajudaram muitas mães a construir confiança e lidar com a ansiedade e a tristeza, tornando-se essenciais durante um período tão difícil.
Responsabilidades Domésticas
A pandemia também intensificou as responsabilidades domésticas das novas mães. Muitas tiveram que gerenciar os filhos, trabalhar de casa e lidar com as tarefas da casa sem a ajuda usual de familiares ou amigos. Essa carga de trabalho avassaladora levou a sentimentos de culpa e inadequação. Alguns conselheiros observaram que as mães ficaram estressadas com a capacidade de equilibrar os cuidados com a casa e as obrigações de cuidar das crianças.
Curiosamente, enquanto algumas mães sentiram a pressão das tarefas domésticas aumentadas, outras relataram se sentir menos sobrecarregadas sabendo que não teriam visitas durante a pandemia.
Mudanças nas Políticas dos Hospitais
As restrições nos hospitais também se mostraram um tema significativo que afetou a saúde mental das mães. Políticas que impediam a presença de parceiros durante o parto ou em consultas obstétricas deixaram muitas mães se sentindo vulneráveis e sem apoio. Em momentos em que enfrentavam notícias angustiantes, estar sozinha tornava uma situação difícil ainda mais complicada.
As histórias compartilhadas pelos conselheiros mostraram mães se defendendo sem o apoio dos parceiros. Isso adicionou estresse emocional em um momento que já era desafiador.
Sentimentos de Insegurança
Outro tema que surgiu foram os sentimentos de insegurança entre as novas mães. Muitas estavam preocupadas com suas situações financeiras, segurança no emprego e acesso a necessidades básicas como comida e suprimentos para o bebê. A pandemia criou incertezas em relação ao emprego, e algumas mães tiveram que tomar decisões difíceis sobre retornar ao trabalho antes do que planejavam.
As inseguranças iam além das preocupações financeiras. As mães expressaram medos sobre sua própria saúde e a saúde dos bebês. A ansiedade em contrair COVID-19 e o impacto potencial sobre os recém-nascidos contribuíram para uma sensação geral de inquietação.
Luto por Marcos Perdidos
A pandemia roubou muitas mães de momentos significativos durante a gravidez e os primeiros meses de maternidade. Celebrações tradicionais como chás de bebê foram canceladas, e muitas sentiram uma sensação de perda ao não poder compartilhar suas experiências com familiares e amigos. Esse luto por marcos perdidos, como não poder exibir a gravidez ou ter a família visitando o recém-nascido, adicionou mais uma camada de sofrimento emocional.
Os conselheiros notaram que muitas mães lidavam com sentimentos de tristeza e raiva, decorrentes da incapacidade de criar as experiências alegres que haviam idealizado.
Reflexões sobre a Pesquisa
As entrevistas com os conselheiros revelaram insights importantes sobre as experiências das novas mães durante a pandemia. Enquanto a revisão de escopo destacou uma variedade de questões, as entrevistas ofereceram uma compreensão mais profunda e histórias pessoais que ilustraram os desafios que as mães enfrentaram.
O estudo teve algumas limitações. Por exemplo, as entrevistas focaram principalmente em uma demografia específica, deixando de fora uma gama mais ampla de experiências de mães de diferentes origens. Também pode ter havido viés, já que as memórias da pandemia podem ter sido recordadas de uma maneira que enfatiza sentimentos ou experiências específicas.
Ainda assim, as descobertas sublinham a complexidade da saúde mental materna e como diversos fatores, incluindo apoio social e políticas hospitalares, desempenharam papéis significativos durante a pandemia.
Olhando para o Futuro
As percepções desta pesquisa ressaltam a necessidade de continuar focando na saúde mental materna, especialmente em tempos de crise. É vital que os sistemas de saúde considerem como as políticas impactam o bem-estar das novas mães e garantam que redes de apoio adequadas estejam disponíveis.
Além disso, as experiências das mães durante a pandemia podem fornecer lições cruciais para o futuro. Reconhecer a importância do apoio social, entender as implicações das políticas hospitalares e abordar sentimentos de insegurança será essencial para ajudar as mães a enfrentar desafios semelhantes no futuro.
Conclusão
A pandemia de COVID-19 destacou numerosos desafios que afetam a saúde mental materna. Com a estrutura de apoio da qual muitas mães dependem sendo interrompida, a necessidade de suporte direcionado e empatia nunca foi tão evidente. As descobertas desta pesquisa indicam que ações devem ser tomadas para melhorar a saúde mental e o bem-estar das mães, garantindo que elas possam prosperar durante uma das transições mais significativas de suas vidas.
Ao prestar atenção às suas necessidades, fornecer apoio social e garantir cuidados de saúde acessíveis, podemos criar um ambiente mais acolhedor para as mães que enfrentam desafios semelhantes no futuro.
Título: An exploration into the impact of the COVID-19 pandemic on maternal mental health in high-and middle- income countries with a case study in East Sussex
Resumo: BackgroundThe physical isolation that the Coronavirus pandemic enforced resulted in a decline in mental health that disproportionally affected higher risk individuals, including women in the perinatal period. The wellbeing of perinatal women was, at times, neglected due to hospital and governmental isolation regulations. The aim of this study was to conduct a scoping review and Key Informant Interviews (KII) to identify gaps and opportunities for further research, and to distinguish discrepancies and correlations between the two sources of information. MethodsTwo methods were utilised: a scoping review and KIIs. The scoping review identified relevant articles through a database search on Google Scholar, PubMed and EBSCO. The KIIs were conducted virtually with counsellors working in a maternal mental health charity in South-East England. Both methods collected qualitative data and were thematically analysed. Results95 articles were eligible for the review and 5 participants were recruited for the KIIs. Thematic analysis revealed 6 themes in both sources (1) demographics; (2) support; (3) policy; (4) insecurity; (5) anxiety; and (6) milestones. Between the two datasets there were no disparities in the impacts of changing policies, fear of the virus, and the grief caused by missing perinatal milestones on mental health. Significant discrepancies were identified in the influence of demographic characteristics, which was a risk factor for adverse mental health outcomes. ConclusionThe most prominent theme in the review is the reduced support available, whilst the KIIs indicate that changing hospital policies are the main cause of harm to perinatal mental health. Birth trauma is deemed to be of significance in the interviews but not in the literature. Further research should focus on the impact of the pandemic on recovery following birth trauma to identify long-term implications and facilitate policy changes to reduce the risk of birth trauma/ post-traumatic stress disorder.
Autores: Abbeishna Sabesan, C. Ackley, S. Stone
Última atualização: 2023-11-03 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.02.23298002
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.02.23298002.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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