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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Avaliando Sistemas de Vigilância One Health na Europa

Um estudo avalia a eficácia da vigilância One Health em onze sistemas europeus.

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Avaliando a Eficácia doAvaliando a Eficácia doOne Healthnos sistemas de vigilância em saúde.Estudo revela pontos fortes e fracos
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Recentes surtos de doenças como Ebola, Zika, gripe aviária e Covid-19 mostraram como é importante ter bons sistemas para rastrear doenças infecciosas. Essa necessidade trouxe muito foco global na abordagem One Health, que analisa as conexões entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental. A abordagem One Health reúne diferentes setores e especialistas para trabalharem juntos de forma eficaz.

O que é Vigilância One Health?

A vigilância One Health é sobre coletar e compartilhar informações sobre doenças que afetam humanos, animais e o meio ambiente. Isso envolve coletar Dados, checar sua precisão, analisá-los e compartilhar as descobertas com quem pode usar as informações para melhorar as intervenções de saúde. Embora muitos países estejam tentando adotar essa abordagem, eles enfrentam diferentes níveis de sucesso e vários desafios.

Desafios na Implementação do One Health

Apesar do forte compromisso de muitas organizações em usar a abordagem One Health para lidar com problemas de saúde complexos, colocar essa abordagem em prática tem sido difícil. Um dos principais problemas é que isso requer cooperação entre muitos grupos diferentes. Muitos países costumam focar nessa Colaboração apenas durante crises de saúde.

A maioria dos países não tem maneiras formais de coordenar e integrar atividades nos setores de saúde humana, agricultura e ambiental. Esses setores geralmente operam sob agências governamentais separadas, com regras e orçamentos diferentes. Por isso, a forma como aplicam o One Health muitas vezes não é muito organizada.

A Necessidade de Avaliação

Para melhorar os sistemas de vigilância One Health, é essencial checar regularmente como eles estão se saindo. Essa avaliação ajuda a identificar os principais problemas que impedem uma implementação eficaz. Para apoiar essa necessidade, uma nova ferramenta chamada OH-EpiCap foi criada. Essa ferramenta ajuda a avaliar as capacidades e habilidades dos sistemas de vigilância nacional existentes de maneira amigável.

A ferramenta OH-EpiCap permite que os usuários avaliem quão bem um sistema de vigilância One Health está organizado, como opera e qual impacto tem. Ela ajuda a identificar os pontos fortes e fracos de como diferentes setores trabalham juntos.

Visão Geral do Estudo

Esse estudo avaliou onze sistemas de vigilância nacional diferentes na Europa, focando em riscos de doenças transmitidas pela comida e outras que pulam de animais para humanos. Isso incluiu o rastreamento da resistência a antimicrobianos na França e em Portugal, monitoramento de Salmonella na Alemanha, França e Países Baixos, e análise de Listeria na Finlândia, Noruega e Países Baixos. Ao longo de um período de abril a novembro de 2022, esses sistemas foram avaliados usando a ferramenta OH-EpiCap como parte de um projeto europeu chamado MATRIX.

Como a Ferramenta Funciona

A ferramenta OH-EpiCap é estruturada em três partes principais, cada uma lidando com diferentes aspectos da vigilância One Health. A primeira parte foca em quão bem o sistema de vigilância está organizado. A segunda parte analisa as atividades do dia a dia envolvidas na coleta e compartilhamento de dados. A última parte avalia o impacto que a vigilância teve.

Durante a avaliação, um grupo de representantes de diferentes setores se reuniu para um workshop de meio dia. Eles discutiram e concordaram com respostas a perguntas específicas relacionadas ao seu sistema. Essa abordagem coletiva levou a uma pontuação que reflete quão bem estão integrando os princípios do One Health.

Principais Descobertas da Avaliação

O estudo revelou uma gama de pontuações entre os onze sistemas avaliados, com pontuações variando bastante. A pontuação média foi de cerca de 49 em 100, indicando que há muito espaço para melhorias nos sistemas. Sistemas que se saíram bem na avaliação frequentemente tinham uma organização forte, mas enfrentavam dificuldades nas atividades operacionais. Em contraste, sistemas que pontuaram mais baixo tendiam a ter um desempenho consistentemente fraco em todas as áreas.

Dimensão Um - Organização

Em termos de organização, o estudo descobriu que alguns sistemas estabeleceram metas claras que uniram diferentes setores. No entanto, ainda faltavam documentação formal e diretrizes sobre como compartilhar informações e recursos. Além disso, a liderança entre os diferentes setores era frequentemente fraca, o que é crucial para gerenciar as atividades de One Health de forma eficaz.

Além disso, enquanto muitos sistemas incluíam setores e disciplinas relevantes, frequentemente deixavam de lado o aspecto ambiental. Reconhecer as conexões entre a saúde humana, animal e ambiental é vital para uma abordagem One Health bem-sucedida. Muitas vezes, havia uma falha em incluir considerações econômicas e sociais, que são essenciais para criar soluções a longo prazo.

Dimensão Dois - Atividades Operacionais

Analisando as atividades operacionais, o estudo constatou que alguns sistemas haviam estabelecido plataformas de dados compartilhados para rastrear informações entre os setores. No entanto, a adesão aos princípios de compartilhamento de dados era baixa. Vários obstáculos dificultaram a comunicação eficaz, incluindo desafios legais e técnicos.

Avaliações da qualidade dos dados também não eram realizadas de forma sistemática. Apesar da necessidade de dados confiáveis, apenas alguns sistemas implementaram verificações para garantir a precisão. Quando se tratava de analisar e interpretar dados, havia um compartilhamento limitado de métodos e indicadores, que poderiam ajudar a melhorar os resultados durante surtos de doenças.

Dimensão Três - Impacto

Ao avaliar o impacto desses sistemas, ficou claro que a eficácia da vigilância One Health não foi formalmente avaliada na maioria dos casos. Embora alguns sistemas tenham melhorado sua capacidade de responder a surtos, ainda há necessidade de métodos de avaliação melhores.

A colaboração entre diferentes setores aumentou através das atividades de One Health, mas equipes e redes oficiais ainda não estão bem estabelecidas. A maior parte das colaborações internacionais depende de redes específicas, em vez de uma estratégia unificada.

Conclusões

Esse estudo destaca os diferentes níveis de eficácia nos sistemas de vigilância One Health na Europa. Embora haja algumas áreas de força, fraquezas significativas também persistem, especialmente em termos de organização, atividades operacionais e impacto geral.

Avaliações regulares, como as fornecidas pela ferramenta OH-EpiCap, podem ajudar a identificar áreas para melhorias e incentivar a colaboração contínua entre diferentes setores. Focando nesses aspectos, os países podem trabalhar para melhorar seus sistemas de vigilância e proteger melhor a saúde pública.

Informações de Apoio

As descobertas deste estudo fornecem uma base para entender onde os sistemas de vigilância One Health estão hoje. Ao compartilhar experiências e lições aprendidas, os países podem continuar a fortalecer suas abordagens à vigilância de saúde, enfrentando os desafios complexos que estão à frente em um mundo cada vez mais interconectado.

Fonte original

Título: Implementation of One Health surveillance systems: opportunities and challenges - Lessons learned from the OH-EpiCap application

Resumo: As the complexity of health systems has increased over time, there is an urgent need for developing multi-sectoral and multi-disciplinary collaboration within the domain of One Health (OH). Despite the efforts to promote collaboration in health surveillance and overcome professional silos, implementing OH surveillance systems in practice remains challenging for multiple reasons. In this study, we describe the lessons learned from the evaluation of OH surveillance using OH-EpiCap (an online evaluation tool for One Health epidemiological surveillance capacities and capabilities), the challenges identified with the implementation of OH surveillance, and the main barriers that contribute to its sub-optimal functioning, as well as possible solutions to address them. We conducted eleven case studies targeting the multi-sectoral surveillance systems for antimicrobial resistance in Portugal and France, Salmonella in France, Germany, and the Netherlands, Listeria in The Netherlands, Finland and Norway, Campylobacter in Norway and Sweden, and psittacosis in Denmark. These evaluations facilitated the identification of common strengths and weaknesses, focusing on the organization and functioning of existing collaborations and their impacts on the surveillance system. Lack of operational and shared leadership, adherence to FAIR data principles, sharing of techniques, and harmonized indicators led to poor organization and sub-optimal functioning of OH surveillance systems. In most cases, the effectiveness of OH surveillance over traditional surveillance, operational costs, behavioural changes, and population health outcomes brought by the OH surveillance have not been evaluated. To this end, the establishment of a formal governance body with representatives from each sector could assist in overcoming long-standing barriers. Moreover, demonstrating the impacts of OH-ness of surveillance may facilitate the implementation of OH surveillance systems.

Autores: Henok Ayalew Tegegne, F. T. A. Freeth, C. Bogaardt, E. Taylor, J. Reinhardt, L. Collineau, J. M. Prada, V. Henaux

Última atualização: 2023-11-03 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.02.23297972

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.02.23297972.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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