Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Biologia do Cancro

Estresse Oxidativo e Danos no mtDNA no Câncer Oral

Pesquisas mostram que danos no mtDNA estão ligados ao estresse oxidativo no carcinoma espinocelular oral.

― 7 min ler


Dano Oxidativo em CélulasDano Oxidativo em Célulasde Câncer Oralestresse oxidativo no câncer bucal.Estudo analisa danos no mtDNA devido ao
Índice

Carcinoma espinocelular oral (OSCC) é um tipo comum de câncer que atinge partes da cabeça e do pescoço, especialmente a boca e a garganta. É uma preocupação séria para a saúde pública, principalmente para dentistas e profissionais da saúde. Nos últimos anos, o número de casos tem sido significativo, com centenas de milhares de novos casos sendo reportados todo ano. Apesar das melhorias nos tratamentos, as taxas de sobrevivência não avançaram muito.

Uma grande porcentagem dos casos de OSCC está ligada a fatores de risco como consumo de álcool e tabagismo. Os efeitos nocivos dessas substâncias podem levar a mudanças nas células que podem eventualmente se tornar cancerosas. Pesquisas mostram que esses fatores trabalham juntos para aumentar o risco de desenvolver câncer oral.

Papel do Estresse oxidativo no Câncer

No nível celular, um processo chamado estresse oxidativo desempenha um papel em muitos tipos de câncer, incluindo o OSCC. Isso acontece quando há altos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) no corpo. Essas ROS são moléculas instáveis que podem danificar o DNA e outras partes importantes das células. Quando o equilíbrio normal de ROS no corpo é interrompido, isso pode levar a danos celulares e aumentar o risco de câncer.

As ROS são criadas durante processos metabólicos normais no corpo. Enquanto pequenas quantidades podem promover o crescimento celular, excesso de ROS pode ter efeitos negativos sérios, incluindo morte celular. Uma das principais ROS é o Peróxido de Hidrogênio (H2O2), que está envolvido em várias doenças relacionadas ao estresse oxidativo, incluindo inflamação.

Danos ao DNA e Suas Implicações

O DNA pode ser danificado por vários fatores internos e externos, incluindo radicais livres, radiação e produtos químicos nocivos. Esse dano pode atrapalhar o processo de interpretação e transmissão de informações genéticas, o que é crucial para a função celular.

As mitocôndrias, as estruturas que produzem energia nas células, são fontes significativas de ROS, particularmente superóxidos e peróxido de hidrogênio. Danos ao DNA mitocondrial (MtDNA) podem levar a problemas sérios, contribuindo para características vistas no câncer, como resistência ao tratamento e a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo.

Desenvolvendo Novos Métodos para Detectar Danos ao mtDNA

Essa pesquisa foca em criar um novo método para detectar danos ao mtDNA e mudanças em suas quantidades devido ao estresse oxidativo em células de câncer oral. Conseguir medir esse dano pode ajudar a avaliar danos ao DNA oxidativo não só no câncer oral, mas também em outras doenças.

Cultura Celular e Reagentes

O estudo utilizou células de fibroblastos humanos normais e células de carcinoma espinocelular oral humano obtidas de um banco de células. Os produtos químicos necessários foram adquiridos de vários fornecedores. Cada tipo de célula foi cultivado em soluções nutritivas específicas para um crescimento ótimo. As células foram mantidas em condições controladas para incentivar um crescimento saudável.

Induzindo Danos ao DNA Oxidativo

A equipe de pesquisa expôs as células a diferentes quantidades de peróxido de hidrogênio para induzir estresse oxidativo. Essa exposição durou períodos de tempo específicos para observar como isso afetava as células. Após o tratamento, as células foram limpas e seu DNA foi extraído para análises posteriores.

Preparação do DNA

Para estudar o DNA, foi utilizado um kit especial para extração de DNA a partir de amostras celulares. O processo foi feito com cuidado para garantir que o mtDNA fosse preservado. O DNA extraído foi então medido para preparar os próximos passos da análise.

Quantificando Danos ao mtDNA Usando PCR

O próximo passo envolveu o uso de uma técnica chamada Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (PCR) para medir danos ao mtDNA. Esse método permite quantificar a quantidade de mtDNA danificado em comparação com a quantidade total presente. Os resultados ajudam a indicar quanto dano ocorreu nas células após a exposição ao peróxido de hidrogênio.

Testando a Viabilidade Celular com Ensaios MTT

Para ver como o peróxido de hidrogênio afetou a saúde das células, a equipe de pesquisa realizou ensaios MTT. Esses testes medem como as células estão se saindo com base na capacidade delas de transformar um corante específico em um produto colorido. Essa mudança de cor reflete a viabilidade celular. As células foram tratadas com diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio por períodos variados para analisar suas respostas.

Analisando Danos ao DNA com Citometria de Fluxo

Para avaliar quebras de DNA causadas pelo peróxido de hidrogênio, a citometria de fluxo foi utilizada. Essa técnica ajuda a medir a quantidade de uma proteína específica que aparece quando o DNA está danificado. Focando nessa proteína, os pesquisadores podem entender melhor quanto dano ocorreu nas células.

Detectando Quebras de DNA com Eletroforese em Gel Alcalino

Outro método usado foi a eletroforese em gel alcalino, que ajuda a identificar diferentes tipos de danos ao DNA. Aplicando uma corrente elétrica específica, os pesquisadores puderam ver quanto dano foi feito ao DNA nuclear após a exposição ao peróxido de hidrogênio.

Conclusões sobre Danos ao mtDNA e Respostas Celulares

Os resultados mostraram que tanto as células de câncer oral quanto as células normais sofreram danos ao mtDNA quando expostas ao peróxido de hidrogênio. No entanto, a resposta variou entre os dois tipos de células. Nas células cancerosas, o dano ocorreu mais facilmente, e embora alguns mecanismos de reparo tenham sido ativados após um tempo, o número total de cópias de mtDNA diminuiu significativamente.

Nas células normais, os efeitos do estresse oxidativo não foram tão severos a menos que elas fossem expostas a altas concentrações de peróxido de hidrogênio. Isso sugere que as células de carcinoma espinocelular oral são geralmente mais sensíveis ao dano oxidativo.

Peróxido de Hidrogênio Induz Danos em Ambos os Tipos de Células

Ambos os tipos de células sofreram danos significativos ao mtDNA quando tratados com peróxido de hidrogênio. As células cancerosas mostraram um aumento claro no dano com concentrações crescentes de peróxido de hidrogênio, indicando uma forte ligação entre estresse oxidativo e saúde celular.

Após o tratamento, as células cancerosas demoraram mais para se recuperar em comparação com as células normais, o que pode sugerir que seus mecanismos de reparo não são tão eficientes.

Entendendo o Impacto dos Danos ao DNA

O estudo destacou que quando as células enfrentam estresse oxidativo, isso pode levar a diferentes tipos de quebras de DNA. Tanto o peróxido de hidrogênio quanto um medicamento quimioterápico chamado etoposídeo causaram quebras severas no DNA. No entanto, as respostas a cada substância variaram. O peróxido de hidrogênio causou quebras de fita simples mais facilmente, enquanto o etoposídeo foi mais propenso a induzir quebras de fita dupla.

Conclusão

Essa pesquisa traz novas informações sobre a relação entre estresse oxidativo, danos ao mtDNA e saúde celular no carcinoma espinocelular oral. Entender como esses fatores interagem pode oferecer insights para prevenir e tratar esse tipo de câncer. Diferenças significativas nas respostas das células cancerosas e normais ressaltam a importância de desenvolver terapias direcionadas para abordar o estresse oxidativo e seus efeitos na saúde celular. Os achados podem abrir novas possibilidades para mais pesquisas sobre como gerenciar e tratar o câncer oral de forma mais eficaz.

Fonte original

Título: Mitochondrial DNA is a sensitive surrogate and oxidative stress target in oral cancer cells

Resumo: Cellular oxidative stress mediated by intrinsic and/or extrinsic reactive oxygen species (ROS) is associated with disease pathogenesis. Oxidative DNA damage can naturally be substituted by mitochondrial DNA (mtDNA), leading to base lesion/strand break formation, copy number changes, and mutations. In this study, we devised a single test for the sensitive quantification of acute mtDNA damage, repair, and copy number changes using supercoiling-sensitive quantitative PCR (ss-qPCR) and examined how oxidative stress-related mtDNA damage responses occur in oral cancer cells. We observed that exogenous hydrogen peroxide (H2O2) induced dynamic mtDNA damage responses, as reflected by early structural DNA damage, followed by DNA repair if damage did not exceed a particular threshold. However, high oxidative stress levels induced persistent mtDNA damage and caused a 5-30-fold depletion in mtDNA copy numbers over late responses. This dramatic depletion was associated with significant growth arrest and apoptosis, suggesting persistent functional consequences. Moreover, oral cancer cells responded differentially to oxidative injury when compared with normal cells, and different ROS species triggered different biological consequences under stress conditions. In conclusion, we developed a new method for the sensitive detection of mtDNA damage and copy number changes, with exogenous H2O2 inducing dynamic mtDNA damage responses associated with functional changes in stressed cancer cells. Finally, our method can help characterize oxidative DNA damage in cancer and other human diseases.

Autores: Haiwen Liu, J. Tan, X. Dong

Última atualização: 2024-05-27 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.23.595508

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.23.595508.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes