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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Desafios nos Testes de Imunidade contra Dengue e Vacinação

Explorando questões sobre testes de imunidade à dengue e seus efeitos nos programas de vacinação.

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Problemas com Testes deProblemas com Testes deImunidade à Denguevacinação contra dengue.Falsos positivos ameaçam a segurança da
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Flavivírus é um grupo de vírus que geralmente são espalhados por mosquitos. Alguns exemplos bem conhecidos incluem os vírus da Dengue, do encefalite japonês, do Oeste do Nilo, do Zika e da febre amarela. Esses vírus estão se tornando mais comuns ao redor do mundo à medida que os mosquitos se espalham para novas áreas. Muitas vezes, as pessoas podem ter anticorpos de um vírus que reagem erroneamente a outro vírus desse grupo.

Em lugares onde esses vírus são comuns, vacinas estão disponíveis para alguns, como a encefalite japonesa e a febre amarela. Essa situação dificulta saber se uma pessoa realmente foi exposta à dengue ou se seus anticorpos estão apenas reagindo a outro vírus, o que é muito importante para tomar boas decisões sobre medidas de saúde.

Importância de Entender a Imunidade à Dengue

Saber quantas pessoas em uma população são imunes à dengue é fundamental para programas de Vacinação. A Dengvaxia foi a primeira vacina contra a dengue amplamente usada. Ela foi recomendada para crianças acima de 9 anos em áreas onde o vírus da dengue era comum. No entanto, depois foi descoberto que essa vacina poderia aumentar o risco de doenças graves em pessoas que nunca tinham sido infectadas pela dengue antes.

Para melhorar isso, organizações de saúde recomendaram testar indivíduos para imunidade à dengue antes da vacinação, especialmente em populações em risco. A segunda vacina contra a dengue, QDENGA, também foi recomendada para uso em crianças em áreas muito afetadas.

Em alguns casos, a proteção dessas vacinas é incerta, especialmente para tipos específicos de vírus como DENV3 e DENV4. Essa incerteza pode aumentar o risco para pessoas que nunca foram infectadas antes.

Testando a Imunidade à Dengue

Para descobrir quantas pessoas são imunes à dengue, os oficiais de saúde costumam usar um teste chamado IgG ELISA. Esse teste mede certos anticorpos no sangue. Um teste mais específico, o teste de neutralização por redução de placas (PRNT), mede como o corpo consegue combater o vírus da dengue. O PRNT é mais confiável, mas também mais difícil de realizar.

O PanBio IgG ELISA indireto é um teste popular para determinar a imunidade à dengue. A empresa que o fabrica afirma que ele tem precisão perfeita com base em Testes com indivíduos que nunca tiveram dengue. Outros estudos também encontraram uma precisão muito alta. No entanto, esse teste pode às vezes mostrar resultados falso-positivos, especialmente em pessoas que foram vacinadas contra outros flavivírus, ou que foram infectadas por eles.

Em um estudo, pesquisadores analisaram o desempenho desse teste em crianças pequenas no Camboja, onde a dengue é muito comum, junto com os vírus Zika e da encefalite japonesa.

Conduzindo o Estudo

O estudo foi aprovado por comitês de ética em saúde, e todos os pais ou responsáveis deram permissão por escrito para que suas crianças participassem. Os pesquisadores inscreveram 771 crianças de 2 a 9 anos em Kampong Speu, Camboja. Eles testaram o sangue de 770 dessas crianças para verificar a imunidade à dengue usando o PanBio ELISA. Para uma parte dessas crianças que teve um determinado resultado no teste, os pesquisadores usaram o PRNT, que é mais preciso, para confirmar a imunidade à dengue.

Após analisar os resultados, eles encontraram um bom número de crianças que mostraram imunidade à dengue, mas algumas foram identificadas incorretamente como imunes quando na verdade não eram, o que é chamado de "falso positivo".

Resultados do Estudo

Das 770 crianças, a maioria foi considerada sem exposição à dengue com base nos resultados dos testes. Um pequeno número recebeu resultados que sugeriam que eram imunes, mas uma parte deles eram falso-positivos. Entre aqueles identificados como falso-positivos, muitos tinham anticorpos neutralizantes contra outros flavivírus, como Zika e encefalite japonesa.

Os pesquisadores notaram que os resultados falso-positivos eram mais comuns em crianças que tinham níveis mais altos de anticorpos contra esses outros vírus. Isso indicou que os anticorpos de outros vírus poderiam interferir nos resultados do teste de dengue.

Problemas com a Especificidade do Teste ELISA

Os resultados do estudo sugeriram que o teste PanBio ELISA pode não ser tão preciso quanto se pensava anteriormente quando usado em áreas onde outros flavivírus estão presentes. Isso é importante porque, se esse teste der um resultado falso positivo, pode levar a uma superestimação de quantas pessoas são realmente imunes à dengue.

Por exemplo, crianças que foram vacinadas contra o JEV mostraram reatividade cruzada que poderia confundir os resultados do teste de dengue. Saber disso ajuda os trabalhadores da saúde a entender que a presença de outros vírus pode complicar a interpretação dos resultados dos testes.

Impacto nas Campanhas de Vacinação Contra a Dengue

Os oficiais de saúde precisam levar em consideração a possibilidade de falso-positivos ao avaliar a imunidade em comunidades onde vários flavivírus estão circulando. Se as campanhas de vacinação dependerem desses testes, eles podem acreditar erroneamente que há mais casos de dengue do que realmente existem.

Esse problema é especialmente sério ao tentar identificar grupos de pessoas elegíveis para vacinação contra a dengue. Se a vacina não for segura para aqueles que nunca foram infectados, usar testes imprecisos pode colocar esses indivíduos em risco.

No passado, problemas com a vacina Dengvaxia levaram à desconfiança e relutância em se vacinar. Portanto, garantir que os testes de triagem sejam precisos é vital para manter a confiança pública nos programas de vacinação.

Recomendações para Testes e Vacinação Futuros

Dadas as complexidades de diagnosticar a imunidade à dengue em áreas com muitos flavivírus, os pesquisadores sugerem que um único teste pode não ser suficiente. Abordagens futuras poderiam envolver o uso de múltiplos testes para confirmar a imunidade de uma pessoa.

Por exemplo, confirmar infecções passadas através de testes laboratoriais específicos ou combinando diferentes ensaios sorológicos pode fornecer resultados mais precisos. Assim, os oficiais de saúde podem identificar melhor os indivíduos que são adequados para vacinação e reduzir o risco de reações graves em aqueles que nunca foram infectados.

Conclusão

Em resumo, o estudo destaca a necessidade de testes precisos para dengue em áreas onde outros flavivírus estão presentes. O teste PanBio, embora útil, pode resultar em falso positivos que podem comprometer a segurança da vacina. Isso ressalta a importância de pesquisa contínua e a conscientização sobre como a interação de diferentes vírus afeta medidas de saúde pública e estratégias de vacinação. Levando em conta a presença de múltiplos flavivírus, as autoridades de saúde podem proteger melhor as comunidades da dengue e melhorar as campanhas de vacinação para aqueles em risco.

Fonte original

Título: Immunity to non-dengue flaviviruses impacts dengue virus IgG ELISA specificity in Cambodia

Resumo: Seroprevalence studies are the gold standard for disease surveillance, and serology was used to determine eligibility for the first licensed dengue vaccine. However, expanding flavivirus endemicity, co-circulation, and vaccination complicate serology results. Among 713 healthy Cambodian children, a commonly used indirect dengue virus IgG ELISA (PanBio) had a lower specificity than previously reported (94% vs. 100%). Of those with false positive PanBio results, 46% had detectable neutralizing antibodies against other flaviviruses, with the highest frequency against West Nile virus (WNV). Immunity to non-dengue flaviviruses can impact dengue surveillance and potentially pre-vaccine screening efforts.

Autores: Leah Katzelnick, C. Odio, C. Yek, C. Hasund, S. Man, P. Ly, S. Nhek, S. Chea, C. Lon, C. Voirin, R. Huy, R. Leang, C. Huch, F. Oliveira, J. Manning

Última atualização: 2023-11-20 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.17.23298701

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.17.23298701.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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