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# Biologia# Imunologia

Entendendo a COVID longa: Sintomas e Desenvolvimento de Pesquisas

Analisando os efeitos contínuos da Long COVID e possíveis fatores que contribuem.

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A pandemia de COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, se tornou um grande problema de saúde global. Mais de 780 milhões de pessoas foram diagnosticadas e mais de 7 milhões perderam suas vidas. Para muitos que sobreviveram, uma tendência preocupante surgiu: mais de 10% deles enfrentam sintomas persistentes que duram mais de 12 semanas após a infecção inicial. Essa condição é frequentemente chamada de Long COVID, ou Sequelas Pós-Acutas da infecção por SARS-CoV-2 (PASC).

O que é Long COVID?

Long COVID é uma condição que inclui uma variedade de sintomas que persistem muito depois que a pessoa se recuperou da infecção inicial por COVID-19. Sintomas comuns incluem:

  • Tosse
  • Fadiga
  • Dor muscular
  • Dor nas articulações
  • Palpitações cardíacas
  • Dificuldade de concentração (geralmente chamada de "nevoeiro mental")
  • Problemas de sono
  • Ansiedade
  • Falta de ar
  • Febre
  • Problemas gastrointestinais

As razões exatas pelas quais algumas pessoas experimentam esses sintomas prolongados ainda não estão claras, e a pesquisa está em andamento para identificar as causas subjacentes.

Possíveis causas do Long COVID

Os pesquisadores sugeriram várias razões potenciais para os sintomas vistos no Long COVID, incluindo:

  • Respostas anormais do sistema imunológico
  • Inflamação persistente no corpo
  • Disrupção das funções celulares
  • Presença viral contínua
  • Mudanças na microbiota intestinal
  • Inflamação no sistema nervoso
  • Resposta autoimune, onde o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente suas próprias células

Autoimunidade e sintomas do Long COVID

Alguns estudos sugerem que respostas autoimunes podem estar ligadas tanto à fase inicial da COVID-19 quanto às fases posteriores do Long COVID. Durante a fase aguda da doença, a gravidade dos sintomas pode estar relacionada à produção de anticorpos contra o vírus. Esses anticorpos podem às vezes atacar erroneamente as proteínas do próprio corpo, levando a sintomas que persistem mesmo após o vírus não estar mais presente.

Evidências que apoiam a autoimunidade

Resultados experimentais recentes indicam que esses autoanticorpos podem desempenhar um papel nos sintomas contínuos associados ao Long COVID. Por exemplo, tratamentos para remover esses anticorpos mostraram alguma melhora nos sintomas dos pacientes. Além disso, transferir anticorpos de pacientes com certos síndromes de fadiga crônica para camundongos resultou em comportamentos de dor semelhantes, sugerindo uma ligação entre esses anticorpos e os sintomas de fadiga crônica.

Estudo de pacientes com Long COVID

Um estudo foi realizado envolvendo pacientes com Long COVID de uma clínica especializada. Todos os participantes tiveram uma infecção confirmada por SARS-CoV-2 e relataram uma variedade de sintomas persistentes. Os pesquisadores coletaram amostras de sangue para analisar vários fatores, incluindo:

  • Citoquinas: Estas são proteínas importantes para a sinalização celular no sistema imunológico.
  • Interferons: Estas são proteínas que ajudam o corpo a combater vírus.
  • Marcadores de dano cerebral: Esses marcadores indicam se houve dano ao sistema nervoso.

Resultados das amostras de sangue

A análise das amostras de sangue revelou que os pacientes com Long COVID tinham níveis alterados de certas proteínas em comparação com indivíduos saudáveis. Especificamente:

  • Interferon-gama: Essa proteína foi encontrada em níveis mais baixos nos pacientes com Long COVID.
  • Interferon-beta: Este estava ligeiramente elevado nos pacientes com Long COVID.
  • Proteína Ácida Fibrilar Glial (GFAP): Este marcador, associado ao dano cerebral, estava significativamente elevado nos pacientes com Long COVID, enquanto não era detectável em controles saudáveis.

Subgrupos de pacientes

O estudo categorizou os pacientes com Long COVID em três grupos distintos com base nos níveis de proteínas no sangue:

  1. Grupo 1 (LC-1): Esses pacientes mostraram altos níveis de marcadores de dano cerebral.
  2. Grupo 2 (LC-2): Pacientes deste grupo tiveram níveis elevados de certas proteínas de resposta imune.
  3. Grupo 3 (LC-3): Este grupo apresentou níveis mais baixos de marcadores de dano cerebral e proteínas pró-inflamatórias.

Essas classificações sugerem diferentes mecanismos subjacentes contribuindo para os sintomas do Long COVID.

Análise proteômica

Os pesquisadores também realizaram uma análise detalhada de várias proteínas nas amostras de sangue dos pacientes com Long COVID. Essa análise tinha como objetivo entender se as proteínas poderiam indicar vias ou processos específicos afetados pela doença.

Resultados da análise proteômica

A análise indicou diferenças nos níveis de proteínas entre os três subgrupos de pacientes. Por exemplo:

  • Grupo LC-1: Os pacientes tinham níveis aumentados de proteínas associadas ao sistema nervoso e menos relacionadas à resposta bacteriana.
  • Grupo LC-2: Este grupo exibiu proteínas elevadas relacionadas aos músculos.
  • Grupo LC-3: Os pacientes tinham níveis mais altos de proteínas relacionadas à ativação imune.

Esses achados sugerem que diferentes processos biológicos estão ocorrendo em cada subgrupo, o que pode explicar seus perfis únicos de sintomas.

Estudo com modelo de camundongo

Para explorar melhor o papel dos anticorpos no Long COVID, os pesquisadores desenvolveram um modelo de camundongo. Eles injetaram anticorpos purificados de pacientes com Long COVID em camundongos para ver se causavam sintomas semelhantes.

Resultados do modelo de camundongo

Após as injeções, os pesquisadores observaram que os camundongos injetados com anticorpos de pacientes com Long COVID exibiram maior sensibilidade à dor, indicando que esses anticorpos poderiam de fato influenciar o desenvolvimento de sintomas. Curiosamente, as respostas variaram com base em qual subgrupo de paciente os anticorpos foram retirados:

  • Camundongos que receberam anticorpos do LC-1 mostraram hipersensibilidade significativa a estímulos dolorosos.
  • Camundongos que receberam anticorpos do LC-2 não mostraram o mesmo nível de hipersensibilidade.
  • Camundongos que receberam anticorpos do LC-3 tiveram um aumento rápido da sensibilidade.

Isso sugere que a composição específica dos anticorpos pode levar a diferentes sintomas.

Mudanças na atividade locomotora

Além disso, mudanças nos movimentos e coordenação foram avaliadas nos camundongos após a injeção. Camundongos injetados com anticorpos do LC-2 mostraram níveis de atividade reduzidos em comparação com aqueles injetados com anticorpos de controles saudáveis. No entanto, nenhuma diferença significativa na capacidade deles de manter o equilíbrio ou a coordenação foi observada.

Resumo das descobertas

Em resumo, essa pesquisa destaca a complexidade do Long COVID e o papel potencial dos autoanticorpos na prolongação dos sintomas. A presença de subgrupos distintos de pacientes sugere que diferentes mecanismos podem estar em jogo, levando às experiências variadas relatadas pelos pacientes com Long COVID.

Importância da pesquisa contínua

A pesquisa contínua é essencial para entender completamente o Long COVID. Identificar fatores específicos que contribuem para os sintomas contínuos pode ajudar a desenvolver terapias direcionadas para os afetados. Esforços para delinear o papel preciso dos anticorpos e outras respostas imunes no Long COVID são cruciais para futuros avanços nas opções de tratamento.

Conclusão

A compreensão emergente do Long COVID revela uma condição multifacetada que afeta muitas pessoas de maneiras diferentes. Ao focar nas experiências dos pacientes, marcadores no sangue e possíveis respostas imunes, os pesquisadores estão trabalhando para uma imagem mais clara de suas causas e tratamentos eficazes. À medida que reunimos mais dados, esperamos melhorar a vida daqueles que enfrentam os efeitos duradouros da COVID-19.

Fonte original

Título: Transfer of IgG from Long COVID patients induces symptomology in mice

Resumo: SARS-CoV-2 infections worldwide led to a surge in cases of Long COVID, a post-infectious syndrome. It has been hypothesized that autoantibodies play a crucial role in the development of Long COVID and other syndromes, such as fibromyalgia and myalgic encephalomyelitis/chronic fatigue syndrome (ME/CFS). In this study, we tested this hypothesis by passively transferring total IgG from Long COVID patients to mice. Using Glial Fibrillary Acidic Protein (GFAP) and type-I interferon expression, we stratified patients into three Long COVID subgroups, each with unique plasma proteome signatures. Remarkably, IgG transfer from the two subgroups, which are characterized by higher plasma levels of neuronal proteins and leukocyte activation markers, induced pronounced and persistent sensory hypersensitivity with distinct kinetics. Conversely, IgG transfer from the third subgroup, which are characterized by enriched skeletal and cardiac muscle proteome profiles, reduced locomotor activity in mice without affecting their motor coordination. These findings demonstrate that transfer of IgG from Long COVID patients to mice replicates disease symptoms, underscoring IgGs causative role in Long COVID pathogenesis. This work proposes a murine model that mirrors Long COVIDs pathophysiological mechanisms, which may be used as a tool for screening and developing targeted therapeutics.

Autores: Niels Eijkelkamp, H.-J. Chen, B. Appelman, H. Willemen, A. Bos, J. Prado, C. E. Geyer, P. Silva Santos Ribeiro, S. Versteeg, M. D. Larsen, E. Schuchner, M. M. K. Bomers, A. H. A. Lavell, Amsterdam UMC COVID-19 biobank, B. Charlton, R. Wust, W. J. Wiersinga, M. van Vugt, G. Vidarsson, J. den Dunnen

Última atualização: 2024-05-31 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.30.596590

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.30.596590.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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