Impacto Oculto da COVID-19 na Saúde Mental
Pesquisas mostram que a COVID-19 pode causar problemas neurológicos duradouros.
― 6 min ler
Índice
A pandemia de COVID-19, causada pelo vírus conhecido como SARS-CoV-2, resultou em um monte de infecções e mortes ao redor do mundo. Embora a COVID-19 afete principalmente o sistema respiratório, há cada vez mais provas de que também pode prejudicar o cérebro, levando a vários problemas Neurológicos e psicológicos. Sintomas comuns incluem dificuldade de pensar claramente, dores de cabeça, alterações no olfato e paladar, confusão, derrames, convulsões, danos nos nervos e problemas musculares. Enquanto muitos desses problemas melhoram com o tempo, alguns persistem, como perda de memória e fadiga. As razões por trás desses sintomas duradouros ainda não estão totalmente entendidas.
Inflamação e o Cérebro
Pesquisas sugerem que a inflamação no corpo pode ter um papel nos problemas neurológicos relacionados à COVID-19. Estudos mostraram que pacientes com COVID-19 que apresentam sintomas neurológicos têm altos níveis de certas moléculas inflamatórias no líquido espinhal. No entanto, parece que o vírus não infecta diretamente o cérebro. Em vez disso, a inflamação no corpo pode afetar a função cerebral enviando sinais através do sangue e dos nervos. Isso pode levar a inflamação no cérebro e contribuir para as mudanças vistas em pacientes com SARS-CoV-2.
Para pessoas com doença de Parkinson, há evidências de que seus sintomas podem piorar após pegar COVID-19.
Olfativo
Efeitos no SistemaQuando o SARS-CoV-2 infecta o nariz, ele ataca células de suporte especiais que ajudam na função do olfato. A disfunção nessas células pode levar à perda do olfato. Estudos mostraram que pessoas que tiveram COVID-19 podem ter mudanças na estrutura do cérebro relacionadas ao sentido do olfato, mesmo depois da fase de infecção ter passado. Embora a infecção possa danificar o sistema olfativo, um link claro entre esse dano e as mudanças nas funções cerebrais relacionadas ao olfato ainda não foi estabelecido de forma firme.
Os pesquisadores também perceberam que certas áreas do cérebro não ligadas diretamente ao olfato podem ser afetadas, incluindo regiões relacionadas a movimento e coordenação. Isso levanta preocupações de que essas áreas possam já estar vulneráveis a doenças como Parkinson, e sua condição poderia piorar devido à infecção. Algumas células no cérebro podem ser mais sensíveis às respostas inflamatórias, o que pode levar a problemas adicionais.
Abordagem de Pesquisa
Para investigar essas questões, cientistas infectaram camundongos com uma versão do SARS-CoV-2 que afeta principalmente o sistema respiratório. Eles então olharam para áreas específicas do cérebro relacionadas ao olfato e movimento. O objetivo era ver como a infecção impactava a função cerebral ao longo do tempo. Os resultados mostraram que mesmo meses após a infecção, houve mudanças notáveis semelhantes às vistas em doenças neurológicas.
Mudanças na Expressão Gênica
Em estudos anteriores, descobriu-se que o olfato em camundongos foi afetado após serem infectados com SARS-CoV-2. Os pesquisadores observaram uma redução em uma enzima chave relacionada à Dopamina, um neurotransmissor importante para movimento e prazer. Para ver se essas reduções duram, infectaram camundongos e estudaram seus cérebros meses depois.
As descobertas indicaram uma diminuição significativa no número de células produtoras de dopamina no bulbo olfatório em comparação com camundongos saudáveis. Testes adicionais confirmaram que essa diminuição continuou ao longo do tempo e estava associada a marcadores de inflamação aumentados no cérebro. A inflamação provavelmente teve um papel nos níveis reduzidos de dopamina.
Perda de Neurônios Dopaminérgicos
A inflamação aumentada também foi observada em outra área importante do cérebro conhecida como substância negra, que é crucial para o movimento. Essa área tem muitos neurônios produtores de dopamina, e sua perda é um sinal de doenças como Parkinson. O estudo mostrou que, mesmo que o vírus em si não estivesse mais presente no cérebro, a inflamação permaneceu e estava conectada a níveis mais baixos de dopamina.
Os pesquisadores também descobriram que mudanças similares em genes associados a neurotransmissores eram específicas da substância negra dos camundongos infectados. Essas descobertas sugerem que a infecção tem impactos duradouros nas células que produzem dopamina e pode levar a problemas de movimento.
Ligando a Casos Humanos
Para entender como essas descobertas podem se relacionar com humanos, os pesquisadores examinaram tecidos cerebrais de pacientes falecidos que tiveram COVID-19. Eles notaram menos neurônios produtores de dopamina na substância negra desses pacientes em comparação com aqueles que não foram infectados. Isso apoia a ideia de que a COVID-19 pode realmente afetar a função cerebral de maneiras que se assemelham a doenças neurodegenerativas.
Mudanças Comportamentais
Os pesquisadores realizaram testes comportamentais nos camundongos infectados para avaliar como as mudanças em seus cérebros afetavam seus movimentos. Eles descobriram que os camundongos infectados tinham dificuldades em testes de equilíbrio e coordenação, se movendo menos do que os camundongos saudáveis. Além disso, os camundongos infectados mostraram sinais de ansiedade em certos testes, indicando que seu comportamento mudou significativamente.
Efeitos do Tratamento
Alguns tratamentos antivirais, como nirmatrelvir e molnupiravir, ajudam a reduzir o vírus no corpo durante os estágios iniciais da infecção. Os pesquisadores testaram se esses tratamentos poderiam diminuir os efeitos a longo prazo da infecção no cérebro. Eles descobriram que, embora os tratamentos reduzissem os níveis de vírus e inflamação, não melhoraram os problemas comportamentais ou neurológicos observados nos camundongos infectados.
Conclusão
A pesquisa revela links importantes entre COVID-19 e potenciais efeitos neurológicos a longo prazo, mostrando como a inflamação e mudanças na produção de neurotransmissores podem impactar a função cerebral. Mesmo que tratamentos antivirais possam reduzir a carga viral inicial e a inflamação, eles não parecem aliviar os problemas neurológicos duradouros causados pela infecção.
Essas descobertas levantam preocupações sobre o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas após sobreviver à COVID-19. Mais estudos são necessários para entender como a COVID-19 pode levar a essas condições e como mitigar os efeitos, mas é essencial reconhecer a relação complexa entre infecção viral, inflamação e saúde cerebral.
Título: Persistent Neurological Deficits in Mouse PASC Reveal Antiviral Drug Limitations
Resumo: Post-Acute Sequelae of COVID-19 (PASC) encompasses persistent neurological symptoms, including olfactory and autonomic dysfunction. Here, we report chronic neurological dysfunction in mice infected with a virulent mouse-adapted SARS-CoV-2 that does not infect the brain. Long after recovery from nasal infection, we observed loss of tyrosine hydroxylase (TH) expression in olfactory bulb glomeruli and neurotransmitter levels in the substantia nigra (SN) persisted. Vulnerability of dopaminergic neurons in these brain areas was accompanied by increased levels of proinflammatory cytokines and neurobehavioral changes. RNAseq analysis unveiled persistent microglia activation, as found in human neurodegenerative diseases. Early treatment with antivirals (nirmatrelvir and molnupiravir) reduced virus titers and lung inflammation but failed to prevent neurological abnormalities, as observed in patients. Together these results show that chronic deficiencies in neuronal function in SARS-CoV-2-infected mice are not directly linked to ongoing olfactory epithelium dysfunction. Rather, they bear similarity with neurodegenerative disease, the vulnerability of which is exacerbated by chronic inflammation.
Autores: Stanley Perlman, A. K. Verma, S. Lowery, L.-C. Lin, E. Duraisami, J. E. K. Abrahante, Q. Qiu, M. M. Hefti, R. C. Yu, M. W. Albers
Última atualização: 2024-06-03 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.02.596989
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.02.596989.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.