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# Biologia# Imunologia

Mudanças Imunes Iniciais em Lúpus Induzido por Pristano em Camundongos

Estudo revela respostas imunes ligadas a sintomas parecidos com lúpus em camundongos após injeção de pristano.

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Índice

Pristano é um tipo de óleo que pode causar uma doença parecida com lúpus em camundongos. Essa doença é conhecida como lúpus eritematoso sistêmico (LES), que afeta o sistema imunológico e leva a vários problemas de saúde, como dor nas articulações, inflamação no abdômen e problemas nos rins.

Os neutrófilos, um tipo de glóbulo branco, têm um papel fundamental no combate a infecções. Eles geralmente são os primeiros a responder quando o corpo é atacado por germes. Os neutrófilos podem ser ativados por diferentes sinais do corpo quando há uma infecção ou lesão. Eles têm receptores especiais que ajudam a se mover para o local do problema e se conectar às paredes dos vasos sanguíneos.

Em pessoas com doenças autoimunes como o lúpus, os neutrófilos se comportam de maneira diferente. Eles tendem a ser mais ativos, mas também podem ter dificuldade em fazer seu trabalho de forma eficaz. Por exemplo, talvez não sejam tão bons em remover células mortas e podem liberar substâncias que causam mais inflamação. Um grupo específico de neutrófilos, conhecido como granulócitos de baixa densidade (GLDs), foi encontrado em maior número em pacientes com lúpus. Os GLDs são únicos em sua forma e comportamento e podem vir de neutrófilos imaturos ou de neutrófilos maduros que foram modificados após a ativação. Esses GLDs liberam substâncias conhecidas como armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs), que podem prender e matar bactérias, mas também podem contribuir para a inflamação e danos aos tecidos.

Neste estudo, analisamos o que acontece em camundongos que recebem pristano e desenvolvem uma condição semelhante ao lúpus. Nosso objetivo era ver se havia mudanças iniciais nos neutrófilos e GLDs que poderiam ajudar a iniciar o processo da doença.

Métodos

Usamos doze camundongos fêmeas de uma raça específica, comum em pesquisas. Esses camundongos foram mantidos em um ambiente controlado, onde tinham comida e água disponíveis o tempo todo. Antes de dar o óleo, coletamos uma amostra de sangue de base para medir os níveis normais de neutrófilos ativados, GLDs e NETs.

Após um curto período de aclimatação, injetamos metade dos camundongos com pristano e a outra metade com uma solução salina (uma solução simples de água com sal que serve como controle). Cinco dias depois das injeções, coletamos amostras de sangue e tecido para analisar a resposta imunológica.

As amostras de sangue foram processadas com cuidado para manter os glóbulos brancos intactos. Também coletamos amostras do peritônio (cavidade abdominal), medula óssea e baço. Cada uma dessas amostras foi analisada para ver quantos neutrófilos ativados e GLDs estavam presentes, além da quantidade de NETs que produziram.

Resultados

Aumento do Número de Neutrófilos Ativados

Os resultados mostraram que os camundongos injetados com pristano tinham um número significativamente maior de neutrófilos ativados em seu sangue em comparação com o grupo controle. Esse aumento também foi visto no peritônio, medula óssea e baço. Isso sugere que os neutrófilos estavam respondendo à injeção de pristano e se tornando ativos no combate ao que percebiam como uma ameaça externa.

Aumento do Número de Granulócitos de Baixa Densidade (GLDs)

Da mesma forma, os camundongos que receberam pristano também tinham mais GLDs em seu sangue, fluido peritoneal, medula óssea e baço em comparação com o grupo controle. Isso sugere que a resposta imunológica desencadeada pelo pristano não só afetou os neutrófilos normais, mas também resultou em um aumento nesse subgrupo específico de células imunológicas.

Aumento da Liberação de NETs pelos Neutrófilos Ativados

Além disso, encontramos que o grupo do pristano teve uma liberação muito maior de NETs pelos neutrófilos ativados. NETs são estruturas formadas pelos neutrófilos para prender e matar patógenos, mas também podem causar danos aos tecidos e promover inflamação.

Aumento da Liberação de NETs pelos GLDs

Da mesma forma, os GLDs do grupo do pristano mostraram um aumento significativo na liberação de NETs quando comparados ao grupo controle. Isso é importante porque indica que os GLDs podem também desempenhar um papel no processo inflamatório e podem contribuir para o desenvolvimento de sintomas semelhantes ao lúpus nos camundongos.

Discussão

Os achados deste estudo indicam que apenas cinco dias após a injeção de pristano, há mudanças notáveis na resposta imunológica dos camundongos. O aumento no número de neutrófilos ativados e GLDs, junto com a elevação na liberação de NETs, sugere que o sistema imunológico inato está respondendo de forma agressiva ao pristano.

Em pessoas com lúpus, é conhecido que neutrófilos e GLDs podem causar inflamação e contribuir para a formação de autoanticorpos-moléculas que atacam erroneamente os próprios tecidos do corpo. Nosso estudo mostra que processos semelhantes podem começar no modelo de camundongos induzido por pristano muito antes do que foi documentado anteriormente.

A presença de NETs em excesso no corpo pode levar a danos aos tecidos saudáveis. No contexto do lúpus, isso pode resultar em vários sintomas, incluindo problemas renais e de pele. Nossos resultados apoiam a ideia de que a resposta imunológica inicial, refletida no aumento da ativação de neutrófilos e na produção de NETs, pode ser um fator crítico no início do lúpus.

Conclusão

Em conclusão, este estudo destaca mudanças imunológicas precoces em camundongos submetidos a pristano. O aumento no número de neutrófilos ativados e GLDs, junto com a maior liberação de NETs, indica que o sistema imunológico inato provavelmente está envolvido na iniciação do processo da doença semelhante ao lúpus.

Esses eventos imunológicos iniciais poderiam ser alvo de futuras terapias para prevenir o início do lúpus. Entender os mecanismos por trás dessas mudanças no sistema imunológico pode levar a melhores tratamentos para doenças autoimunes como o lúpus em humanos.

No geral, essa pesquisa enfatiza a importância da resposta imunológica inata nas primeiras etapas do desenvolvimento do lúpus e fornece insights sobre como a doença pode começar e progredir. Estudos futuros poderiam explorar mais essas descobertas e ajudar a identificar novas estratégias para intervenção e tratamento.

Fonte original

Título: EARLY NEUTROPHIL ACTIVATION AND NETs RELEASE IN THE PRISTANE-INDUCED LUPUS MICE MODEL

Resumo: BackgroundNETosis is recognized as an important source of autoantigens. Therefore, we hypothesized whether the pristane-induced lupus mice model shows early activation of neutrophils, the presence of low-density granulocytes (LDGs), and neutrophil extracellular traps (NETs) release, which could contribute to the development of a lupus phenotype. MethodsTwelve female wild-type Balb/c mice were intraperitoneally injected with pristane (n=6; pristane group) or saline (n=6; control group). Five days after the injection, blood, peritoneal lavage, bone marrow, and spleen samples were collected for flow cytometry analyses of activated neutrophils (Ly6G+CD11b+), LDGs (CD15+CD14low), and NETs release (Sytox Green+). ResultsThe pristane-induced mice group had a significantly increased number of blood activated neutrophils and LDGs as well as NETs released by these cells compared to the saline-injected control group and the basal values determined 12 days before the injection. The pristane group also had a significantly increased number of activated neutrophils, LDGs, and NETs released compared to the control group for the peritoneal lavage, bone marrow, and spleen. ConclusionsWe demonstrated early changes in the innate immune response such as an increased number of activated neutrophils and LDGs and mainly increased NETosis in the pristane-induced mice model which may be considered as the primary event triggering lupus development.

Autores: Solange Carrasco, B. L. Liphaus, T. V. Peixoto, T. M. Lima, S. K. K. Ariga, Z. A. Jesus Queiroz, T. de Matos Lobo, S. Catanozi, L. G. Rodrigues, A. S. Filho, W. R. Teodoro, A. P. P. Velosa, D. Levy, F. G. Soriano, C. Goldenstein-Schainberg

Última atualização: 2024-06-05 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.05.597651

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.05.597651.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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