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# Ciências da saúde# Medicina cardiovascolare

Avaliar Diretrizes de Parada Cardíaca: Um Pedido por Melhores Evidências

As diretrizes atuais de RCP não têm evidências fortes; é urgente fazer pesquisas pra salvar vidas.

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Diretrizes de ParadaDiretrizes de ParadaCardíaca em Crisepesquisa urgente é essencial.Evidência insuficiente ameaça vidas;
Índice

A Parada Cardíaca é uma condição médica séria que afeta muitas pessoas todo ano. Na Europa, cerca de 400.000 indivíduos têm parada cardíaca, enquanto nos Estados Unidos, o número gira em torno de 350.000. Infelizmente, cerca de 90% dos que sofrem com essa condição não sobrevivem. A boa notícia é que existem diretrizes que ajudam a melhorar as chances de sobrevivência através da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e cuidados cardiovasculares de emergência.

Diretrizes para RCP

A cada cinco anos, uma organização chamada Comitê Internacional de Ligação sobre Ressuscitação (ILCOR) atualiza as diretrizes para RCP e cuidados cardiovasculares de emergência. Essas atualizações incorporam as descobertas científicas mais recentes para garantir que os profissionais de saúde tenham as melhores orientações disponíveis. Organizações como o Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC) e a Associação Americana do Coração (AHA) usam essas diretrizes para criar suas próprias Recomendações.

Entendendo as Recomendações

As recomendações são categorizadas com base em sua importância e na qualidade das Evidências que as apoiam. Existem diferentes classes de recomendações e níveis de evidência:

  • Classes de Recomendações:

    • Classe 1: Intervenção é eficaz e deve ser utilizada.
    • Classe 2: Intervenção é possivelmente eficaz, mas vem com algumas incertezas.
      • Classe 2a: Benefícios superam ligeiramente os riscos.
      • Classe 2b: Use com cautela, pois os benefícios não são claros.
    • Classe 3: Os riscos podem superar qualquer benefício.
  • Níveis de Evidência:

    • Nível A: Evidência de alta qualidade de múltiplos estudos.
    • Nível B: Evidência moderada de menos estudos.
    • Nível C: Opinião limitada ou de especialistas, com poucos dados confiáveis.

Dados Atuais sobre Recomendações

Uma revisão das diretrizes de RCP mais recentes, publicadas em 2020, revelou uma variedade de recomendações sobre diferentes tópicos relacionados à parada cardíaca. Isso incluiu informações sobre como gerenciar problemas nas vias aéreas, fornecer RCP e lidar com situações específicas, como afogamento ou overdose.

No total, havia 254 recomendações, divididas em:

  • 181 para suporte avançado de vida (SAV)
  • 69 para suporte básico de vida (SBV)
  • 4 para recuperação após parada cardíaca

Distribuição da Evidência

Entre todas as recomendações:

  • 0,8% foram baseadas em evidência de alta qualidade (Nível A).
  • 15% tinham evidência moderada de ensaios randomizados (Nível B-R).
  • 23% tinham evidência moderada de estudos não randomizados (Nível B-NR).
  • 50% foram baseadas em dados limitados (Nível C-LD).
  • 12% foram baseadas principalmente em opiniões de especialistas (Nível C-EO).

Para as recomendações de SAV, a divisão foi:

  • 1,1% Nível A
  • 17% Nível B-R
  • 25% Nível B-NR
  • 46% Nível C-LD
  • 10% Nível C-EO

Para SBV, as estatísticas eram menos promissoras:

  • 0% Nível A
  • 10% Nível B-R
  • 16% Nível B-NR
  • 57% Nível C-LD
  • 17% Nível C-EO

Classes de Recomendações

Entre todas as recomendações, 32% foram classificadas como Classe 1, sem suporte de Nível A. Para as recomendações de Classe 2a, os resultados foram semelhantes, sem respaldo de evidência de alta qualidade. É preocupante que uma parte significativa das recomendações dependesse de níveis mais baixos de evidência.

Lacunas na Evidência

Os achados destacam um problema notável nas diretrizes; enquanto muitas recomendações sugerem benefícios, elas carecem de forte respaldo de evidências bem estabelecidas. A maioria das recomendações se baseia em dados limitados ou opiniões de especialistas, em vez de estudos rigorosos.

Esse descompasso aponta a necessidade de mais Pesquisas detalhadas na área de manejo da parada cardíaca, especialmente em relação ao suporte avançado e básico de vida. Apesar das recomendações fortes, muitos procedimentos e intervenções críticos não estão fundamentados em evidências sólidas.

Importância de Mais Pesquisa

A falta de evidência confiável é especialmente crítica ao considerar intervenções que salvam vidas. Há uma necessidade clara de mais estudos que forneçam evidências de alta qualidade para apoiar as práticas atuais. Os pesquisadores deveriam focar em realizar mais ensaios randomizados e estudos de intervenção, pois esses proporcionam uma validação mais forte para as recomendações.

A situação é particularmente grave na área de SBV, onde nenhuma recomendação é baseada em evidência de alto nível, e muitas se apoiam em tipos de evidência mais fracos. Essa lacuna no conhecimento deve ser abordada, já que afeta a eficácia do treinamento em RCP e as diretrizes usadas ao redor do mundo.

Problemas com Relato de Resultados

Outro desafio apontado na pesquisa é a tendência de subnotificar descobertas que não mostram efeito ou potencial dano. As diretrizes muitas vezes refletem apenas resultados positivos, o que distorce os dados. A falta de resultados negativos ou nulos compromete a confiabilidade das recomendações e priva os profissionais de saúde de informações essenciais.

É crucial mudar essa tendência de relato. A área de parada cardíaca provavelmente é afetada pelos mesmos problemas de subnotificação que outras áreas da medicina, o que leva a um entendimento desbalanceado de várias intervenções.

Conclusão

Resumindo, o cenário atual das diretrizes para manejo da parada cardíaca revela lacunas significativas em evidências de alta qualidade. Apesar de muitas recomendações indicarem benefícios potenciais, elas não têm um bom suporte de estudos rigorosos. Tanto as diretrizes de SAV quanto as de SBV precisam de pesquisas mais robustas, especialmente através de ensaios randomizados.

A comunidade médica deve priorizar a melhoria da base de evidências para o manejo da parada cardíaca. Isso permitirá que os profissionais de saúde ofereçam um atendimento melhor, aumentem as taxas de sobrevivência e, no final das contas, salvem mais vidas. É necessário um esforço concentrado em pesquisas mais detalhadas e confiáveis para fazer melhorias substanciais nessa área crítica da prática médica.

Fonte original

Título: The evidence supporting AHA guidelines on adult cardiopulmonary resuscitation (CPR)

Resumo: BackgroundGuidelines for the management of cardiac arrest play a crucial role in guiding clinical decisions and care. We examined the strength and quality of evidence underlying these recommendations in order to elucidate strengths and gaps in knowledge. MethodsUsing the 2020 American Heart Association (AHA) Guidelines for Adult CPR, we subdivided all recommendations into advanced life support (ALS), basic life support (BLS), and recovery after cardiac arrest, as well as a more granular categorization by topic (i.e. the intervention or evaluation recommended). The Class of Recommendation (COR) and Level of Evidence (LOE) for each were reviewed. ResultsWe noted 254 recommendations, of which 181 were ALS, 69 were BLS, and 4 were recovery after resuscitation. In total, only 2 (0.8%) had the most robust evidence (LOE A), while 23% were at LOE B-NR(Non-Randomized), 15% at LOE B-R (Randomized), 50% at LOE C-LD (Limited Data), and 12% relied on expert opinion LOE C-EO (Expert Opinion). Despite the strength of ALS recommendations (Class 1, 2a, or 2b), none had LOE A. In BLS, no recommendations were supported by LOE A. For BLS, 74% of recommendations had LOE C (C-LD or C-EO). The evidence for specific BLS topics, such as airway management, was notably low. Among ALS topics, neurological prognostication had relatively stronger evidence. Overall, 26.1% of BLS recommendations had LOE A or B, versus 43.1% for ALS recommendations. ConclusionsThere is a strong discrepancy between the strength of recommendation and the underlying evidence in cardiac arrest guidelines. The findings underscore a pressing need for more rigorous research, particularly randomized trials.

Autores: Emma Linnéa Junedahl, P. Lundgren, E. Andersson, V. Gupta, T. Ramunddal, A. Rawshani, G. Riva, I. Arnetorp, F. Hessulf, J. Herlitz, T. Djärv

Última atualização: 2023-12-11 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.07.23299702

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.07.23299702.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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