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Quimiotaxia em Borrelia burgdorferi: Uma Chave para a Doença de Lyme

Estudo revela como as bactérias sentem o que tá ao redor, ajudando na sobrevivência e infecções.

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Bactérias como a Borrelia Burgdorferi, que causa a doença de Lyme, têm jeitos especiais de se moverem em direção a ambientes favoráveis ou longe de ambientes prejudiciais. Essa habilidade é conhecida como quimiotaxia. Certas proteínas nas bactérias, chamadas quimioreceptores, ajudam elas a detectar vários sinais ao redor. Essas proteínas são fundamentais para a sobrevivência e o crescimento dessas bactérias em diferentes ambientes, como dentro de carrapatos e mamíferos.

Quimiotaxia nas Bactérias

A quimiotaxia permite que as bactérias nadem em direção a fontes de alimento ou longe de toxinas. Pesquisadores já estudaram a quimiotaxia em bactérias bem conhecidas como Escherichia coli e Salmonella. Quando as bactérias percebem algo que precisam ou querem evitar, elas mudam seu movimento usando uma série de proteínas que comunicam essas informações.

As principais proteínas envolvidas na quimiotaxia bacteriana incluem:

  • Quimioreceptores – Essas proteínas detectam diferentes produtos químicos no ambiente.
  • CheW – Essa proteína ajuda a conectar os receptores a outras proteínas na cadeia de sinalização.
  • CheA – Uma proteína que age como uma espécie de interruptor para iniciar o sinal.
  • CheY – A proteína final que influencia o movimento das bactérias.

Quando essas proteínas trabalham juntas, elas ajudam as bactérias a nadar em direção a substâncias químicas úteis e longe de substâncias nocivas.

Papel dos Quimioreceptores

Os quimioreceptores, especialmente as proteínas quimiotáticas que aceitam metilas (MCPs), têm várias partes importantes:

  1. Domínio de ligação ao ligante – Essa parte detecta os produtos químicos no ambiente.
  2. Região transmembrana – Essa seção ajuda a transmitir o sinal através da membrana celular da bactéria.
  3. Domínio HAMP – Uma parte crucial que ajuda a retransmitir o sinal para outras proteínas.
  4. Módulo de controle de quinase – Essa área controla a atividade do CheA.

Os MCPs costumam atuar em grupos, o que ajuda as bactérias a perceberem vários sinais de forma mais eficaz. Quando um produto químico se liga a um MCP, ele muda de forma, o que desencadeia uma série de reações que, no fim, alteram como as bactérias se movem.

B. burgdorferi e Seu Sistema Único de Quimiotaxia

A Borrelia burgdorferi é uma bactéria única porque tem um sistema complexo para quimiotaxia. Ela é conhecida por ser altamente móvel e pode invadir diferentes hospedeiros, causando a doença de Lyme. Entender como ela se move e percebe seu ambiente é essencial para encontrar maneiras de controlá-la.

A B. burgdorferi é transmitida entre carrapatos e animais. Quando os carrapatos se alimentam de animais infectados, eles pegam as bactérias, que são atraídas por certos sinais no local da alimentação. Depois que os carrapatos se alimentam, eles podem transmitir as bactérias para novos hospedeiros, como camundongos ou humanos.

Essa bactéria possui múltiplas cópias dos genes de quimiotaxia, indicando seu sistema intricado para sentir e reagir às mudanças ambientais. Isso inclui várias proteínas, como quinases de histidina, reguladores de resposta e quimioreceptores.

Importância dos MCPs na B. burgdorferi

Embora se saiba muito sobre como a B. burgdorferi se move, ainda há muito a aprender sobre seus MCPs. Enquanto alguns dos produtos químicos que ela responde já foram identificados, o funcionamento exato dos MCPs ainda precisa de mais investigação.

Entre os MCPs da B. burgdorferi, uma proteína chamada MCP5 é encontrada em alta expressão e mostrou diferentes níveis de atividade durante o ciclo de vida da bactéria. Pesquisas sugerem que o MCP5 é vital para a sobrevivência da B. burgdorferi, especialmente ao se mover através dos hospedeiros.

Fatores Ambientais que Influenciam a Expressão do MCP5

A expressão do MCP5 pode mudar com base em várias condições ambientais. Esses fatores incluem:

  • Temperatura – Temperaturas mais altas podem levar a um aumento na expressão.
  • Níveis de pH – Níveis de pH mais baixos (condições mais ácidas) também podem induzir uma maior expressão.
  • Densidade celular – Quando as bactérias estão mais aglomeradas, isso pode afetar a intensidade da expressão do MCP5.

Esses fatores podem imitar as condições dentro de um carrapato se alimentando de um mamífero, indicando como a B. burgdorferi pode se ajustar durante diferentes fases do seu ciclo de vida.

MCP5 no Ciclo de Vida da B. burgdorferi

A expressão do MCP5 é baixa em carrapatos não alimentados, mas aumenta significativamente após a alimentação. A expressão dessa proteína continua a subir à medida que as bactérias se movem para infectar mamíferos. Parece que o MCP5 ajuda as bactérias a evitar a resposta imunológica do hospedeiro, permitindo que elas cresçam e se espalhem dentro do corpo.

Em estudos, quando os pesquisadores analisaram como a B. burgdorferi se move e estabelece infecções, ficou claro que o MCP5 é crucial para sua sobrevivência. Sem o MCP5, a bactéria enfrenta dificuldades para sobreviver e se espalhar em mamíferos.

Estudos de Infecção com MCP5

Para entender melhor seu papel, os cientistas realizaram experimentos com camundongos. Eles compararam a B. burgdorferi do tipo selvagem com uma cepa mutante que não tinha o MCP5. Os resultados foram impressionantes: enquanto as bactérias do tipo selvagem prosperavam e se espalhavam pelo hospedeiro, a cepa sem o MCP5 não conseguia estabelecer infecção de forma eficaz.

Em camundongos normais, as bactérias mutantes do MCP5 eram rapidamente eliminadas do corpo. Mas em camundongos com sistema imunológico enfraquecido (como os camundongos SCID), os mutantes lutavam, mas conseguiam infectar os camundongos que não tinham a maioria das funções imunológicas.

Essas descobertas sugerem que o MCP5 é essencial para ajudar a B. burgdorferi a escapar das respostas imunológicas, tornando-se um fator crucial para a capacidade da bactéria de causar doenças.

Conclusão

O estudo do MCP5 na B. burgdorferi destaca as interações complexas entre as bactérias e seus hospedeiros. Revela como bactérias como a B. burgdorferi utilizam proteínas específicas para sentir seu ambiente e se adaptar às mudanças, o que é fundamental para sua sobrevivência e capacidade de infectar hospedeiros.

Ao entender como esses caminhos funcionam, incluindo o papel do MCP5, os pesquisadores esperam encontrar maneiras melhores de combater a doença de Lyme e prevenir a propagação dessa bactéria. Esse conhecimento pode levar a novas estratégias de tratamento e proteção contra infecções causadas pela B. burgdorferi.

Fonte original

Título: MCP5, a methyl-accepting chemotaxis protein regulated by both the Hk1-Rrp1 and Rrp2-RpoN-RpoS pathways, is required for the immune evasion of Borrelia burgdorferi

Resumo: Borrelia (or Borreliella) burgdorferi, the causative agent of Lyme disease, is a motile and invasive zoonotic pathogen, adept at navigating between its arthropod vector and mammalian host. While motility and chemotaxis are well established as essential for its enzootic cycle, the function of methyl-accepting chemotaxis proteins (MCPs) in the infectious cycle of B. burgdorferi remains unclear. In this study, we demonstrate that MCP5, one of the most abundant MCPs in B. burgdorferi, is differentially expressed in response to environmental signals as well as at different stages of the pathogens enzootic cycle. Specifically, the expression of mcp5 is regulated by the Hk1-Rrp1 and Rrp2-RpoN-RpoS pathways, which are critical for the spirochetes colonization of the tick vector and mammalian host, respectively. Infection experiments with an mcp5 mutant revealed that spirochetes lacking MCP5 could not establish infections in either C3H/HeN mice or Severe Combined Immunodeficiency (SCID) mice, which are defective in adaptive immunity, indicating the essential role of MCP5 in mammalian infection. However, the mcp5 mutant could establish infection and disseminate in NOD SCID Gamma (NSG) mice, which are deficient in both adaptive and most innate immune responses, suggesting a crucial role of MCP5 in evading host innate immunity. In the tick vector, the mcp5 mutants survived feeding but failed to transmit to mice, highlighting the importance of MCP5 in transmission. Our findings reveal that MCP5, regulated by the Rrp1 and Rrp2 pathways, is critical for the establishment of infection in mammalian hosts by evading host innate immunity and is important for the transmission of spirochetes from ticks to mammalian hosts, underscoring its potential as a target for intervention strategies. SUMMARYLyme disease is the most commonly reported arthropod-borne illness in the US, Europe, and Asia. The causative agent of Lyme disease, Borrelia burgdorferi, is maintained in an enzootic cycle involving arthropod vectors (Ixodes ticks) and rodent mammalian hosts. Understanding how B. burgdorferi moves within this natural cycle is crucial for developing new strategies to combat Lyme disease. The complex nature of the enzootic cycle necessitates sensory-guided movement in response to environmental stimuli. B. burgdorferi possesses a unique and intricate chemotaxis signaling system, with methyl-accepting chemotaxis proteins (MCPs) at its core. These proteins are responsible for sensing environmental signals and guiding bacterial movement toward or away from stimuli. This study found that one of the MCPs, MCP5, is highly expressed and differentially regulated during the enzootic cycle by the Hk1-Rrp1 and Rrp2-RpoN-RpoS pathways. MCP5 is crucial for mammalian infection, aiding in immune evasion and transmission from ticks to mammals, providing a foundation for further research into B. burgdorferis navigation within its hosts.

Autores: X. Frank Yang, S. Raghunandanan, K. Zhang, Z. Yan, C. W. Sze, R. Priya, Y. Luo, M. J. Lynch, B. R. Crane, C. Li

Última atualização: 2024-06-10 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598185

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598185.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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