O Desafio de Deixar de Seguir Quem Espalha Desinformação
Um estudo revela por que os usuários costumam aderir a quem espalha desinformação nas redes sociais.
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Índice
Muitos estudos analisam como as pessoas são expostas à Desinformação, mas pouco se fala sobre como elas decidem parar de seguir quem espalha isso. Será que os usuários unfollowam naturalmente esses espalhadores de desinformação, e o que influencia essas decisões? Esse estudo acompanhou, por mais de seis meses, como e porque um milhão de seguidores deixaram de seguir cinco mil espalhadores de desinformação sobre saúde no Twitter.
Principais Descobertas
Nossa pesquisa mostra que as pessoas tendem a continuar seguindo os espalhadores de desinformação, já que a taxa de unfollow é bem baixa, apenas 0,52% por mês. Os usuários também são mais propensos a unfollowar quem não espalha desinformação - 31% mais propensos - em comparação com aqueles que fazem. As razões mais associadas ao unfollow de espalhadores de desinformação são a redundância (quando os usuários seguem muitos espalhadores ou seguem quem tuita com frequência) e crenças ideológicas (liberais são mais propensos a unfollowar espalhadores de desinformação do que conservadores). No geral, os laços com a desinformação são fortes, indicando que apenas a exposição tem efeitos duradouros. Isso sugere que podemos precisar de empurrões externos para ajudar as pessoas a evitar a desinformação desde o começo.
Entendendo a Exposição à Desinformação
A desinformação afeta decisões importantes, como se as pessoas seguem diretrizes de saúde ou optam por vacinas. Por causa disso, muitos estudos focaram em como os usuários entram em contato com a desinformação. No entanto, ainda há muitas perguntas sem resposta sobre quando os usuários decidem deixar de seguir essas fontes. Por exemplo, será que unfollowar fontes de desinformação é comum ou raro? E uma alta exposição à desinformação leva a mais ou menos unfollow depois?
A raridade do unfollow sugere que moderar o conteúdo e intervenções para evitar conexões com espalhadores de desinformação são importantes para reduzir a exposição. Se unfollowar é comum, pode indicar que os usuários conseguem gerenciar sua exposição de forma independente, aliviando assim a carga da moderação de conteúdo.
Objetivos da Pesquisa
O objetivo dessa pesquisa é fornecer um relato detalhado de com que frequência os espalhadores de desinformação são unfollowados nas redes sociais e quais fatores preveem essa decisão. Especificamente, queríamos ver quantos espalhadores de desinformação os usuários seguem no início e como isso se relaciona ao comportamento deles de unfollowar depois.
Trabalhos Relacionados
Duas áreas chave de pesquisa são relevantes para entender a exposição à desinformação e o unfollow: fatores individuais e fatores ambientais.
Fatores Individuais
A exposição à desinformação depende fortemente de características individuais, incluindo ideologia, traços cognitivos e atenção à precisão.
Exposição Seletiva: As pessoas costumam consumir informações que alinham com suas crenças. Por exemplo, durante a eleição de 2016, usuários conservadores consumiram mais notícias não confiáveis do que liberais. Estudos mostram que os usuários tendem a visitar sites que se alinham com suas opiniões políticas, e essa tendência é mais pronunciada entre os que têm ideologias extremas.
Reflexão Cognitiva: Pessoas com menos pensamento analítico são mais propensas a acreditar em desinformação. Testes mostram que quem se envolve menos em pensamento crítico é mais propenso a aceitar teorias da conspiração e fake news. Usuários que prestam menos atenção ao que compartilham também encontram mais desinformação em seus feeds.
Fatores Ambientais
A exposição à desinformação também pode resultar de várias influências ambientais. Isso pode incluir algoritmos que recomendam conteúdo e padrões criados pelos usuários.
Enquanto alguns estudos indicam que algoritmos de recomendação levam a uma maior exposição à desinformação, outros sugerem que essa ligação não é tão forte. O ambiente que os usuários constroem para si mesmos, incluindo quais fontes escolhem seguir, serve como um filtro para as notícias que consomem. Isso pode criar câmaras de eco onde ideologias similares são reforçadas.
Desseguindo nas Redes Sociais
Vários fatores preveem se os usuários vão unfollowar nas redes sociais. Um laço recíproco, ou conexões mútuas, torna menos provável que um usuário unfollow outro. Além disso, a exposição repetida a conteúdo similar e tuites frequentes podem levar os usuários a escolher unfollowar.
Hipóteses da Pesquisa
Estávamos particularmente interessados em dois fatores chave: o número de espalhadores de desinformação que um usuário segue no início e suas crenças políticas.
Efeito da Exposição Inicial: A relação entre o número de espalhadores que um usuário segue e seu comportamento de unfollow é incerta.
- Hipótese de Reversão: Seguir muitos espalhadores no início leva a mais unfollow depois.
- Hipótese de Inércia: Seguir muitos espalhadores inicialmente leva a menos unfollow depois.
Efeito da Ideologia Partidária: Previmos que crenças políticas afetariam o comportamento de unfollow.
- Liberais podem ser mais propensos a unfollowar espalhadores de desinformação, enquanto usuários extremos podem ser menos propensos a fazê-lo.
Design do Estudo
Analisamos dados de um milhão de usuários do Twitter ao longo de um período de março de 2023 a outubro de 2023. Definimos espalhadores de desinformação como usuários que compartilharam conteúdo sinalizado como desinformação por organizações de checagem de fatos.
Processo de Amostragem
Para coletar dados, primeiro reunimos URLs e tuítes de desinformação. Depois, identificamos usuários que compartilharam ou retweetaram essas postagens e os marcamos como espalhadores. Em seguida, coletamos os seguidores desses espalhadores em dois momentos diferentes.
Resultados
Taxas de Unfollow
Nossas descobertas mostram que os espalhadores de desinformação são raramente unfollowados, com uma taxa de 3,3% no geral e apenas 0,52% por mês. Isso é consideravelmente mais baixo do que as taxas observadas para usuários que não espalham desinformação.
Preditores de Unfollow
Ao analisar os preditores de unfollow, usamos modelos estatísticos que identificaram fatores-chave:
- Reciprocidade: Laços entre usuários que são mútuos são menos propensos a serem rompidos.
- Exposição Inicial: Maior exposição inicial à desinformação leva a taxas de unfollow mais altas, apoiando a hipótese de reversão.
- Ideologia Partidária: Liberais eram mais inclinados a unfollowar espalhadores de desinformação, especialmente aqueles com crenças extremas.
Discussão
Nossa pesquisa traz à tona a dinâmica do unfollow de desinformação. Embora as taxas de unfollow de espalhadores de desinformação sejam baixas, certos fatores podem encorajar os usuários a romper esses laços. A influência da reciprocidade torna desafiador o unfollow, já que os usuários são menos propensos a unfollowar quem sentem próximos.
Além disso, a exposição inicial é um elemento chave - maior exposição no início pode levar os usuários a decidir unfollowar depois. Isso destaca a importância de reduzir a exposição à desinformação desde o começo.
As diferenças partidárias observadas sugerem a necessidade de abordagens personalizadas para lidar com a desinformação. Por exemplo, intervenções direcionadas a usuários com ideologias liberais podem ter uma chance maior de sucesso do que aquelas voltadas para usuários conservadores.
Direções Futuras
Mais estudos são necessários para ampliar nossa compreensão de como os laços de desinformação podem ser rompidos. Pesquisas qualitativas, como entrevistas com usuários que decidem unfollowar espalhadores de desinformação, forneceriam insights sobre as motivações e processos de pensamento por trás dessas decisões.
Limitações
Embora este estudo ofereça insights valiosos, há algumas limitações. Nossa estratégia para identificar desinformação é robusta, mas pode não capturar todos os espalhadores. Além disso, diferentes dinâmicas podem surgir ao olhar para usuários com seguidores maiores.
O método usado para determinar o unfollow não diferencia entre bloquear um usuário ou simplesmente unfollowar. Por fim, essa pesquisa foca principalmente em uma plataforma de mídia social, e as descobertas podem variar entre plataformas diferentes ou ao longo do tempo.
Conclusão
Nosso trabalho destaca a persistência dos laços de desinformação entre os usuários e as assimetrias presentes ao longo das linhas ideológicas. Entender essas dinâmicas é crucial para desenvolver estratégias eficazes para combater a desinformação online. As intervenções devem focar não apenas em encorajar o unfollow, mas também em prevenir que a desinformação se espalhe desde o início.
Título: The Dynamics of (Not) Unfollowing Misinformation Spreaders
Resumo: Many studies explore how people 'come into' misinformation exposure. But much less is known about how people 'come out of' misinformation exposure. Do people organically sever ties to misinformation spreaders? And what predicts doing so? Over six months, we tracked the frequency and predictors of ~900K followers unfollowing ~5K health misinformation spreaders on Twitter. We found that misinformation ties are persistent. Monthly unfollowing rates are just 0.52%. In other words, 99.5% of misinformation ties persist each month. Users are also 31% more likely to unfollow non-misinformation spreaders than they are to unfollow misinformation spreaders. Although generally infrequent, the factors most associated with unfollowing misinformation spreaders are (1) redundancy and (2) ideology. First, users initially following many spreaders, or who follow spreaders that tweet often, are most likely to unfollow later. Second, liberals are more likely to unfollow than conservatives. Overall, we observe a strong persistence of misinformation ties. The fact that users rarely unfollow misinformation spreaders suggests a need for external nudges and the importance of preventing exposure from arising in the first place.
Autores: Joshua Ashkinaze, Eric Gilbert, Ceren Budak
Última atualização: 2024-02-17 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2401.13480
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2401.13480
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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