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# Ciências da saúde# Medicina genetica e genomica

Falta de Diversidade na Pesquisa sobre Doenças Neurodegenerativas

Uma revisão destaca a necessidade de estudos genéticos diversos em doenças do cérebro.

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Estudos recentes mostraram que a pesquisa genética, especialmente sobre doenças que afetam o cérebro, costuma se concentrar em pessoas de ascendência europeia. Isso é preocupante porque os europeus representam apenas uma pequena porcentagem da população mundial. Essa falta de diversidade é clara em pesquisas relacionadas a Doenças Neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Por exemplo, enquanto um grande estudo sobre Alzheimer incluiu quase um milhão de indivíduos de ascendência europeia, não houve estudos semelhantes focando em populações mistas americanas ou nativas americanas. Da mesma forma, apenas uma pequena fração das pesquisas sobre Parkinson inclui indivíduos negros.

As doenças neurodegenerativas afetam diferentes populações de maneiras distintas. Por isso, é importante olhar de perto como a pesquisa foi conduzida ao longo dos anos. Este artigo revisa os achados de estudos sobre doenças neurodegenerativas entre 2012 e 2022.

Abrangência da Revisão

A revisão cobre várias doenças neurodegenerativas comuns, incluindo Alzheimer, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica (ELA), além de formas mais raras de demência. O objetivo é destacar quantas pessoas de diferentes origens foram incluídas em Estudos Genéticos, quais descobertas emergiram de grupos sub-representados e que esforços estão sendo feitos para melhorar a representação na pesquisa.

Metodologia de Busca

A revisão envolveu duas fases principais. Primeiro, os pesquisadores olharam para o GWAS Catalog, um arquivo para estudos de associação genoma amplo. Como esse catálogo não captura todos os estudos, uma busca abrangente foi realizada em parceria com uma grande biblioteca médica. As palavras-chave usadas em ambas as buscas foram catalogadas para referência.

Os resultados foram processados usando uma ferramenta de software para eliminar estudos duplicados e filtrar aqueles publicados fora do período definido. Apenas estudos que analisaram associações genéticas amplas relacionadas a doenças neurológicas foram incluídos. Estudos focando em genes específicos ou pequenos grupos de genes foram excluídos.

Dois revisores independentes avaliaram quais estudos incluir, e quaisquer discordâncias foram resolvidas por um terceiro revisor. Detalhes importantes, como data de publicação e informações de amostra, foram extraídos de cada estudo. Os pesquisadores se concentraram em sete categorias de ancestralidade: europeia, asiática oriental, do Oriente Médio, africana, afro-americana/carinena, latino/indígena das Américas e sul-asiática.

No final, 123 estudos relevantes passaram por todos os filtros.

Descobertas sobre Representação nos Estudos

A revisão descobriu que as populações europeias estavam significativamente super-representadas em estudos sobre doenças neurodegenerativas. De fato, quando populações não europeias foram incluídas, seus tamanhos de amostra eram, em média, 15 vezes menores do que os de ancestralidade europeia. Essa falta de representação foi particularmente pronunciada em estudos de doenças mais raras, como demência com corpos de Lewy e demência frontotemporal.

Um resumo detalhado desse desequilíbrio foi fornecido na forma de tabelas e figuras, mostrando claramente como o número de estudos mudou de 2012 a 2022.

Principais Descobertas em Várias Doenças

Doença de Alzheimer

O maior estudo focado em Alzheimer incluiu cerca de 1,1 milhão de participantes europeus e encontrou vários marcadores genéticos ligados à doença. Em contraste, o maior estudo que incluiu diferentes ancestrais relatou apenas um pequeno número de participantes não europeus. Notavelmente, pesquisas com afro-americanos replicaram algumas descobertas de estudos europeus, incluindo uma variante de risco específica ligada ao aumento do risco de Alzheimer, que é mais prevalente entre indivíduos de ascendência africana.

Doença de Parkinson

Para a doença de Parkinson, os maiores estudos em populações europeias identificaram um alto número de fatores de risco genéticos. No entanto, o estudo mais extenso que incluía indivíduos da Ásia Oriental apenas replicou descobertas da pesquisa europeia sem introduzir novos fatores de risco. Nos últimos anos, houve um aumento nos estudos que analisam populações diversas, que começaram a identificar novos marcadores genéticos para a doença.

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

No caso da ELA, pesquisas mostraram que populações não europeias podem ter diferentes fatores de risco genéticos. Estudos destacaram vários marcadores de risco entre indivíduos da Ásia Oriental que diferem dos encontrados nas populações europeias. Estudos com múltiplas ancestralidades também contribuíram com descobertas valiosas nos últimos anos.

Esclerose Múltipla

A pesquisa sobre esclerose múltipla (EM) teve menos sucesso em identificar novos marcadores genéticos entre populações não europeias. A maioria dos estudos continua focando na ancestralidade europeia, com descobertas limitadas de outros grupos.

Demência Frontotemporal

Para a demência frontotemporal, muito poucos estudos incluem participantes não europeus. A maioria das pesquisas foi realizada com grupos de ancestralidade europeia, destacando a necessidade de mais investigação em outras populações.

Demência Vascular

A pesquisa sobre demência vascular enfrenta desafios devido às complexidades no diagnóstico da doença. Muito poucos estudos se concentraram em populações não europeias, levando a uma lacuna no conhecimento.

Tendências Gerais e Direções Futuras

Esta revisão ilustra claramente uma significativa falta de diversidade na pesquisa genética sobre doenças neurodegenerativas na última década. Mais vezes do que não, os estudos focam na ancestralidade europeia, o que limita a compreensão de como essas doenças afetam pessoas de diferentes origens. Pesquisadores acreditam que incluir populações não europeias pode revelar novos marcadores genéticos, melhorar a análise estatística e identificar variações genéticas específicas que difiram entre as populações.

Outro ponto preocupante é o agrupamento de indivíduos de diferentes origens em categorias amplas, muitas vezes obscurecendo diferenças genéticas importantes. Embora esforços para incluir mais populações diversas tenham começado, muitas lacunas ainda existem, principalmente em relação às ancestrais africanas e sul-asiáticas.

Esforços em Andamento para Melhorar a Diversidade

Apesar dos desafios, existem iniciativas em andamento para melhorar a diversidade em estudos genéticos relacionados a doenças neurodegenerativas. Várias organizações e grupos de pesquisa estão comprometidos em aumentar a representação entre diferentes populações. Por exemplo, parcerias foram formadas para expandir os esforços de pesquisa na América Latina e no Caribe, além de desenvolver biobancos em países como a Índia.

Nos últimos anos, houve um aumento notável em estudos que envolvem múltiplas ancestralidades, que contribuíram para a identificação de vários novos marcadores genéticos. Essas iniciativas visam não apenas enriquecer a compreensão das doenças neurodegenerativas, mas também garantir que práticas médicas, como a pontuação de risco poligênico, sejam aplicáveis a diferentes ancestralidades.

Conclusão

Esta revisão abrangente destaca a necessidade urgente de mais pesquisa genética inclusiva em doenças neurodegenerativas. Ao priorizar a diversidade nos estudos, os pesquisadores podem melhorar a compreensão dessas condições complexas e abrir caminho para estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes. O futuro parece promissor, com esforços contínuos visando reduzir as lacunas e promover uma abordagem mais equitativa para a pesquisa genética em populações diversas.

Fonte original

Título: Assessing the lack of diversity in genetics research across neurodegenerative diseases: a systematic review of the GWAS Catalog and literature

Resumo: ImportanceThe under-representation of participants with non-European ancestry in genome-wide association studies (GWAS) is a critical issue that has significant implications, including hindering the progress of precision medicine initiatives. This issue is particularly significant in the context of neurodegenerative diseases (NDDs), where current therapeutic approaches have shown limited success. Addressing this under-representation is crucial to harnessing the full potential of genomic medicine in underserved communities and improving outcomes for NDD patients. ObjectiveOur primary objective was to assess the representation of non-European ancestry participants in genetic discovery efforts related to NDDs. We aimed to quantify the extent of inclusion of diverse ancestry groups in NDD studies and determine the number of associated loci identified in more inclusive studies. Specifically, we sought to highlight the disparities in research efforts and outcomes between studies predominantly involving European ancestry participants and those deliberately targeting non-European or multi-ancestry populations across NDDs. Evidence ReviewWe conducted a systematic review utilizing existing GWAS results and publications to assess the inclusion of diverse ancestry groups in neurodegeneration and neurogenetics studies. Our search encompassed studies published up to the end of 2022, with a focus on identifying research that deliberately included non-European or multi-ancestry cohorts. We employed rigorous methods for the inclusion of identified articles and quality assessment. FindingsOur review identified a total of 123 NDD GWAS. Strikingly, 82% of these studies predominantly featured participants of European ancestry. Endeavors specifically targeting non-European or multi-ancestry populations across NDDs identified only 52 risk loci. This contrasts with predominantly European studies, which reported over 90 risk loci for a single disease. Encouragingly, over 65% of these discoveries occurred in 2020 or later, indicating a recent increase in studies deliberately including non-European cohorts. Conclusions and relevanceOur findings underscore the pressing need for increased diversity in neurodegenerative research. The significant under-representation of non-European ancestry participants in NDD GWAS limits our understanding of the genetic underpinnings of these diseases. To advance the field of neurodegenerative research and develop more effective therapies, it is imperative that future investigations prioritize and harness the genomic diversity present within and across global populations. Abstract and highlightsO_ST_ABSKey PointsC_ST_ABSQuestionWhat is the state of ancestral inclusivity in genetic studies of neurodegenerative diseases? FindingsA systematic review of 123 publications on neurodegenerative diseases shows a focus on European populations, with only 18% of studies including any non-European ancestry data. Among 52 novel loci identified in non-European studies, 28 were from multi-ancestry studies (which included Europeans), 21 from East Asian studies, and 3 from other populations. MeaningThis significant disparity underscores the need for more inclusive research approaches in neurodegenerative diseases, emphasizing multi-ancestry and non-European populations to advance precision medicine and develop treatments effective for diverse populations.

Autores: Hampton Leonard, C. Jonson, K. Levine, J. Lake, L. Hertslet, L. Jones, D. Patel, J. Kim, S. Bandres-Ciga, N. Terry, I. F. Mata, C. Blauwendraat, A. B. Singleton, J. S. Yokoyama

Última atualização: 2024-01-09 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.08.24301007

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.08.24301007.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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