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# Ciências da saúde# Oncologia

Novas Descobertas sobre Carcinoma Nasofaríngeo e Medicamentos para Diabetes

Estudo sugere que SGLT2I pode reduzir risco de NPC em pacientes com diabetes.

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O carcinoma nasofaríngeo (CNP) é um problema de saúde sério, especialmente em muitos países asiáticos. A ocorrência pode ser de até 50 casos para cada 100.000 pessoas. Isso é bem diferente dos países ocidentais, onde menos de 1 em 100.000 pessoas é afetada. O CNP faz parte da categoria dos cânceres de cabeça e pescoço, que são cânceres que se desenvolvem a partir das membranas mucosas das vias aéreas e do trato digestivo, começando da cavidade nasal até a laringe. O CNP é único porque tem características diferentes em termos de causas, propagação e como aparece sob um microscópio quando comparado a outros cânceres de cabeça e pescoço.

O CNP é especialmente comum no sul da China e em outras regiões do Leste e Sudeste Asiático. Um dos fatores principais relacionados ao CNP é a infecção pelo vírus Epstein-Barr (VEB). Além disso, escolhas de estilo de vida e dieta, como comer alimentos conservados e fumar, podem aumentar o risco de desenvolver CNP entre a população chinesa. Um grande desafio é que muitas pessoas diagnosticadas com CNP já estão em estágio avançado da doença, levando a resultados ruins, o que destaca a necessidade de encontrar maneiras de diminuir o risco desse tipo de Câncer.

Potenciais Benefícios de Medicamentos Antidiabéticos

Tem algumas evidências de que certos medicamentos para diabetes podem ajudar a reduzir o risco de CNP. Por exemplo, em Taiwan, um estudo descobriu que a metformina, um medicamento comum para diabetes, estava relacionada a um menor risco de CNP entre pacientes com Diabetes Tipo 2. Outra classe de medicamentos para diabetes, conhecida como inibidores do cotransportador de sódio e glicose 2 (SGLT2I), mostrou ter amplos efeitos anticancerígenos. Isso significa que usuários de SGLT2I tinham um risco menor de desenvolver qualquer câncer em comparação com aqueles que não usavam esse medicamento.

Uma maneira que as células de CNP podem absorver mais açúcar é através de uma oncoproteína conhecida como LMP1, que aumenta uma proteína de transporte de açúcar nas células. SGLT2I pode ajudar a reduzir o risco de CNP afetando como as células usam açúcar. No entanto, ainda não está claro quão eficaz é o SGLT2I em populações maiores. Além disso, informações sobre a conexão entre outros medicamentos antidiabéticos de segunda linha, como inibidores DPP4 (DPP4I), e CNP ainda são limitadas.

Dada a alta prevalência de CNP em Hong Kong, os pesquisadores decidiram usar dados de registros eletrônicos de saúde para analisar como SGLT2I e DPP4I impactam o desenvolvimento de CNP entre pacientes com diabetes tipo 2. Essa abordagem permite uma análise mais profunda do que poderia ser possível através de estudos menores.

Visão Geral do Estudo

A pesquisa foi um estudo de coorte retrospectivo focando em pacientes com diabetes tipo 2 em Hong Kong que foram tratados com SGLT2I ou DPP4I de 1 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2019. O acompanhamento continuou até 31 de dezembro de 2020 ou até o falecimento dos pacientes. O estudo considerou pacientes em outra forma de medicamento para diabetes, agonistas do receptor GLP1, para comparar os efeitos desses diferentes tratamentos de forma mais completa.

Os pesquisadores coletaram informações demográficas como idade e sexo, diagnósticos de saúde, resultados de testes laboratoriais e detalhes sobre tratamentos a partir de uma grande base de dados de saúde em Hong Kong. Eles excluíram pacientes com histórico de CNP ou outros cânceres de cabeça e pescoço, bem como aqueles com informações incompletas ou que eram menores de 18 anos.

Processamento de Dados e Resultados

O estudo focou principalmente em novos casos de CNP e outros cânceres de cabeça e pescoço. A equipe coletou dados de mortalidade de um registro oficial do governo. As informações importantes coletadas incluíram o momento em que os pacientes foram diagnosticados com CNP ou faleceram, permitindo que os pesquisadores analisassem a incidência de câncer e as mortes relacionadas.

Estatísticas foram usadas para resumir as informações dos pacientes, com variáveis contínuas comparadas usando testes estatísticos. Os pesquisadores combinaram pacientes recebendo SGLT2I e DPP4I para garantir que os dois grupos fossem comparáveis em suas características, o que é crucial para resultados precisos.

No total, o estudo examinou mais de 76.000 pacientes com diabetes tipo 2. Após remover aqueles que não atendiam aos critérios, um total de aproximadamente 75.884 pacientes foi incluído, com uma variedade de dados demográficos e de saúde examinados.

Descobertas sobre SGLT2I e CNP

Entre o grupo pareado, os pesquisadores descobriram que usuários de SGLT2I tiveram uma incidência significativamente menor de CNP em comparação com usuários de DPP4I-31 casos contra 75 casos depois de analisar os dados. O tempo total de acompanhamento revelou um risco notavelmente menor de desenvolver CNP para aqueles em SGLT2I, enfatizando as vantagens potenciais de usar esse medicamento específico.

Ao comparar as mortes relacionadas ao câncer, usuários de SGLT2I também tiveram uma chance menor de morrer de câncer do que aqueles em DPP4I.

Além disso, o estudo analisou diferenças entre vários grupos de pacientes com base em fatores como sexo, idade e saúde geral. Os resultados consistentemente indicaram que SGLT2I estava associado a um risco menor de CNP nessas diferentes categorias.

Limitações e Pesquisa Futura

Embora o estudo tenha fornecido insights importantes, ele teve algumas limitações. Sendo um estudo observacional, significa que poderia estar sujeito a vários vieses, como erros de codificação ou dados ausentes. A pesquisa também não incluiu certos fatores de estilo de vida que poderiam influenciar esses resultados, como dieta ou histórico familiar de CNP.

Os pesquisadores notaram a necessidade de mais estudos para explorar e confirmar os efeitos de SGLT2I sobre CNP. Ensaios clínicos randomizados ajudariam a fornecer evidências mais claras sobre a relação entre esses medicamentos antidiabéticos e o risco de desenvolver CNP.

Conclusão

Em resumo, este estudo sugere que usar SGLT2I pode ajudar a reduzir a probabilidade de novo CNP em comparação com DPP4I em pacientes com diabetes tipo 2 em Hong Kong. As descobertas se baseiam em pesquisas anteriores que indicam os benefícios potenciais dos medicamentos antidiabéticos não apenas no manejo do diabetes, mas também na possível prevenção de certos tipos de câncer. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender melhor a conexão e confirmar a causalidade antes de fazer recomendações amplas sobre o uso desses medicamentos na prevenção do câncer.

Fonte original

Título: Nasopharyngeal Carcinoma and Head and Neck Cancer in Patients with Type-2 Diabetes Mellitus receiving SGLT2I, DPP4I or GLP1a: A population-based cohort study

Resumo: IntroductionNasopharyngeal carcinoma (NPC) remains endemic in Asian regions, which risk factors were distinct from other head and neck (H&N) cancers. Anti-diabetic drugs has been proposed to reduce the risk of NPC. The associations between sodium glucose cotransporter 2 inhibitors (SGLT2I) versus dipeptidyl peptidase-4 inhibitors (DPP4I) and the risks of NPC and H&N cancer amongst type-2 diabetes mellitus (T2DM) patients remains unknown. MethodThis was a retrospective population-based cohort study including T2DM patients treated with either SGLT2I or DPP4I between 1st January 2015 and 31st December 2019 in Hong Kong. The primary outcome was new-onset NPC and other H&N cancer. The secondary outcome was cancer-related mortality. Propensity score matching (1:1 ratio) was performed using the nearest neighbour search. Multivariable Cox regression was applied to identify significant predictors. ResultsThis cohort included 75,884 patients with T2DM, amongst whom 28,778 patients were on SGLT2I and 47,106 patients were on DPP4I. After matching (57556 patients), 106 patients developed NPC (0.18%), and 50 patients developed H&N cancer (0.08%). Compared to DPP4I, SGLT2I was associated with significantly lower risks of NPC (Hazard ratio [HR]: 0.41; 95% Confidence interval [CI]: 0.21-0.81) but not H&N cancer (HR: 1.00; 95% CI: 0.26-3.92) after adjustments. The result remained significant regardless of demographics and obesity. The association remained consistent in different risk models, matching approaches, and the sensitivity analysis. ConclusionThis study provides real-world evidence that SGLT2I was associated with lower risks of NPC, but not H&N cancer compared to DPP4I after adjustments amongst T2DM patients.

Autores: Jiandong Zhou, L. Li, O. H. I. Chou, K. K. Mak, Y. Yang, C. T. Chung, G. Li, C. Chan, W. T. Wong, T. Liu, B. M. Y. Cheung, G. Tse

Última atualização: 2024-01-15 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.14.24301285

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.14.24301285.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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