Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Microbiologia

Bactérias e Doenças das Plantas: Entendendo a Ameaça

Aprenda como as bactérias infectam as plantas e o papel dos biofilmes.

― 7 min ler


Ameaças Bacterianas àAmeaças Bacterianas àSaúde das Plantase danificam as plantas.Um olhar sobre como as bactérias atacam
Índice

Bactérias podem causar doenças nas plantas, e uma das principais maneiras que elas fazem isso é se grudando nos tecidos da planta. Essa fixação é geralmente o primeiro passo do processo de infecção. As bactérias podem grudar em superfícies e criar estruturas chamadas Biofilmes, que são grupos de bactérias que se juntam e ficam cobertos por uma camada protetora. Entender como as bactérias se aderem às plantas e formam esses biofilmes é importante para achar maneiras de controlar doenças nas plantas.

O que são Biofilmes?

Biofilmes são aglomerados de bactérias que grudam em superfícies e produzem uma cobertura pegajosa e protetora. Essa camada ajuda a proteger as bactérias de ameaças do ambiente, como mudanças de temperatura ou umidade, e permite que elas fiquem em um lugar só. Nas plantas, os biofilmes podem se formar nas superfícies das raízes e dentro dos tecidos vegetais, facilitando a propagação das bactérias e a causa de doenças.

Como as Bactérias Se Fixam nas Plantas

As bactérias usam vários métodos para se fixar nas superfícies das plantas. Um fator importante é a capacidade delas de sentir o ambiente. Por exemplo, as bactérias conseguem detectar sinais químicos das raízes das plantas, o que ajuda elas a se moverem em direção às raízes. Assim que elas chegam à superfície, usam diferentes estruturas, como proteínas pegajosas e fibras adesivas, para se fixar bem.

Doenças de Murcha Bacteriana

Um grupo de bactérias conhecido por causar doenças nas plantas é o complexo de espécies Ralstonia solanacearum (RSSC). Essas bactérias causam uma condição chamada murcha bacteriana, que afeta várias plantas ao infectar o sistema de transporte de água. Existem diferentes tipos de bactérias Ralstonia, cada uma encontrada em regiões específicas do mundo, e todas elas causam sintomas de murcha semelhantes ao bloquear o fluxo de água na planta.

Como as Bactérias Ralstonia Infectam as Plantas

As bactérias Ralstonia entram nas plantas principalmente pelas raízes. Elas são atraídas por químicos liberados pelas raízes e se movem em direção a elas usando estruturas parecidas com cabelos chamadas flagelos. Quando chegam à raiz, se fixam na superfície usando substâncias pegajosas e começam a invadir o tecido da planta.

Dentro da planta, essas bactérias podem criar biofilmes. Isso permite que elas vivam em um ambiente estável e dificulta para a planta combater a infecção. À medida que as bactérias se multiplicam, elas bloqueiam o fluxo de água pela planta, levando à murcha e, eventualmente, à morte.

O Papel das Lectinas

Lectinas são proteínas que conseguem se ligar a açúcares. Elas desempenham um papel importante em como as bactérias se fixam nas plantas e formam biofilmes. Por exemplo, as bactérias Ralstonia têm lectinas específicas que ajudam elas a grudar nos tecidos vegetais. Essas lectinas conseguem reconhecer açúcares que estão nas superfícies tanto das bactérias quanto das plantas, ajudando as bactérias a se fixarem de forma mais eficaz.

Duas das lectinas produzidas pelas bactérias Ralstonia são chamadas LecF e LecX. Pesquisas mostraram que essas lectinas são essenciais para a capacidade das bactérias de formar biofilmes e infectar as plantas de maneira eficaz. Quando os genes dessas lectinas são interrompidos, as bactérias têm mais dificuldade em se fixar nas plantas e formar biofilmes estáveis.

A Importância da Comunicação por Quorum

As bactérias muitas vezes vivem em grupos e conseguem se comunicar usando sinais químicos. Essa comunicação é chamada de percepção de quorum. Quando as bactérias atingem uma densidade específica, elas conseguem coordenar seu comportamento, incluindo a forma como se fixam nas superfícies e formam biofilmes.

No caso das bactérias Ralstonia, uma proteína específica chamada PhcA regula esse processo de comunicação. Quando as bactérias estão em baixa quantidade, a expressão de certos genes, incluindo os de fixação, é baixa. À medida que a população cresce, essa regulação muda, aumentando a capacidade delas de se fixar e formar biofilmes.

Como as Condições Ambientais Afetam o Comportamento Bacteriano

As condições ambientais, como o fluxo de água ou outros líquidos, podem afetar bastante o comportamento das bactérias. Em situações estáticas, onde há pouco movimento, as bactérias conseguem se fixar mais facilmente nas superfícies e umas nas outras. No entanto, em condições de fluxo, como as que existem dentro do xilema de uma planta, as bactérias precisam se fixar mais forte para ficar no lugar.

Esse comportamento dinâmico sugere que diferentes condições exigem estratégias diferentes das bactérias. Por exemplo, em ambientes de baixo fluxo, as bactérias podem precisar reduzir sua fixação para permitir a propagação e colonização de novas áreas. Em contrapartida, em ambientes com fluxo, uma fixação forte é vital para a sobrevivência e formação de biofilmes estáveis.

Os Efeitos das Lectinas e Polissacarídeos Extracelulares

A presença de lectinas como LecF e LecX pode influenciar o quanto as bactérias se fixam nas superfícies. Além disso, as bactérias produzem substâncias conhecidas como polissacarídeos extracelulares (EPS), que também desempenham um papel na formação de biofilmes. O EPS pode fornecer estrutura e ajudar a manter o biofilme unido.

Pesquisas mostram que o EPS produzido pelas Ralstonia é crítico para sua capacidade de causar doenças. No entanto, a influência do EPS na fixação bacteriana pode variar dependendo das condições ambientais. Em situações estáticas, o EPS pode não ser tão crucial, enquanto em ambientes de fluxo, ele se torna essencial para a fixação e estabilidade do biofilme.

O Papel dos Fatores Ambientais na Infecção das Plantas

O ambiente onde as bactérias infectam as plantas desempenha um papel crucial no comportamento delas. Fatores como umidade, temperatura e a presença de outros microrganismos podem afetar o quanto as bactérias se fixam e formam biofilmes. Esses fatores podem, em última análise, influenciar o sucesso da infecção bacteriana e a gravidade da doença.

Como a Pesquisa Ajuda a Melhorar a Saúde das Plantas

Entender como as bactérias interagem com as plantas pode levar a melhores maneiras de gerenciar doenças nas plantas. Aprendendo como as bactérias Ralstonia se fixam e formam biofilmes, os pesquisadores podem desenvolver estratégias para interromper esses processos. Isso pode envolver o uso de produtos químicos para inibir a fixação, cultivar plantas com melhor resistência a infecções bacterianas ou encontrar métodos de controle biológico para reduzir as populações bacterianas.

Conclusão

A batalha entre plantas e patógenos bacterianos é complexa e influenciada por muitos fatores, incluindo fixação bacteriana, formação de biofilmes e condições ambientais. Estudando esses processos, os cientistas podem descobrir novas estratégias para proteger as plantas de doenças causadas por bactérias como a Ralstonia solanacearum. A pesquisa contínua nessa área é essencial para melhorar as práticas agrícolas e garantir a segurança alimentar.

Fonte original

Título: Lectins and polysaccharide EPS I have flow-responsive roles in the attachment and biofilm mechanics of plant pathogenic Ralstonia

Resumo: Bacterial biofilm formation and attachment to hosts are mediated by carbohydrate- binding lectins, exopolysaccharides, and their interactions in the extracellular matrix (ECM). During tomato infection Ralstonia pseudosolanacearum (Rps) GMI1000 highly expresses three lectins: LecM, LecF, and LecX. The latter two are uncharacterized. We evaluated the roles in bacterial wilt disease of LecF, a fucose-binding lectin, LecX, a xylose-binding lectin, and the Rps exopolysaccharide EPS I. Interestingly, single and double lectin mutants attached to tomato roots better and formed more biofilm under static conditions in vitro. Consistent with this finding, static bacterial aggregation was suppressed by heterologous expression of lecFGMI1000 and lecXGMI1000 in other Ralstonia strains that naturally lack these lectins. Crude ECM from a {Delta}lecF/X double mutant was more adhesive than the wild-type ECM, and LecF and LecX increased Rps attachment to ECM. The enhanced adhesiveness of the {Delta}lecF/X ECM could explain the double mutants hyper-attachment in static conditions. Unexpectedly, mutating lectins decreased Rps attachment and biofilm viscosity under shear stress, which this pathogen experiences in plant xylem. LecF, LecX, and EPS I were all essential for biofilm development in xylem fluid flowing through cellulose-coated microfluidic channels. These results suggest that under shear stress, LecF and LecX increase Rps attachment by interacting with the ECM and plant cell wall components like cellulose. In static conditions such as on root surfaces and in clogged xylem vessels, the same lectins suppress attachment to facilitate pathogen dispersal. Thus, Rps lectins have a dual biological function that depends on the physical environment. Author SummaryBacterial wilt diseases caused by Ralstonia species inflict significant losses on diverse, globally important agricultural plants. The pathogen first colonizes roots and ultimately the water-transporting xylem. There it attaches to host cell walls and other bacterial cells to form biofilms that eventually block xylem vessels and disrupt sap flow. It is not well known how Ralstonia spp. modulate attachment, but precise control of both attachment and dispersal is critical for successful host colonization over the disease cycle. Excessive adhesion could trap bacteria in a toxic or nutrient-depleted environment. Conversely, insufficient adhesion in a flowing environment could displace bacteria from an optimal niche. We provide evidence of dual, environment-specific roles of carbohydrate-binding lectins and exopolysaccharide EPS I in Ralstonia pseudosolanacearum (Rps) attachment. In static conditions, which Rps experiences on a host root, two lectins suppress bacterial aggregation and adhesion to roots. However, in flowing conditions, which Rps experiences in healthy xylem vessels, the same two lectins and EPS I are essential for biofilm development. The lectins increase the biofilm viscosity and support colony structural integrity, likely by interacting with polysaccharides in the biofilm matrix. This novel multifunctionality of bacterial lectins reveals how pathogens adapt to a physically dynamic host environment.

Autores: Caitilyn Allen, M. D. Carter, T. M. Tran, M. Cope-Arguello, S. Weinstein, H. Li, C. G. Hendrich, J. L. Prom, J. Li, L. T. Chu, L. Bui, H. Manikantan, T. Lowe-Power

Última atualização: 2024-06-21 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.21.599993

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.21.599993.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes