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Respostas Musculares ao Estresse Mecânico

Pesquisas mostram como o estresse mecânico afeta as células musculares e a regulação de energia.

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Estresse Mecânico eEstresse Mecânico eAdaptação Muscularmusculares revelados.Efeitos da carga na função das células
Índice

Quando a gente se exercita, nossos músculos mudam de várias maneiras pra ficar mais fortes e eficientes. Essas mudanças ajudam nosso corpo a usar energia melhor e melhoram a forma como os músculos se contraem. Algumas mudanças chave incluem melhor qualidade das Mitocôndrias (as usinas de energia das células), aumento da capacidade de absorver glicose (um tipo de açúcar que os músculos usam pra energia) e uma resposta melhor à insulina (um hormônio que ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue). Um jogador importante nessas mudanças é uma enzima chamada AMPK (quinase ativada por AMP).

Como o Exercício Afeta a AMPK

A AMPK é ativada durante a atividade muscular, e sua ativação depende da intensidade do exercício. Treinos de alta intensidade levam a mais ativação da AMPK do que exercícios de baixa intensidade. Quando a gente se exercita, os níveis de ATP (a moeda de energia da célula) caem, enquanto os níveis de AMP (o sinal de que a energia tá baixa) aumentam, o que ativa a AMPK. Embora os cientistas ainda não tenham descoberto exatamente como o exercício ativa a AMPK, estudos em laboratório podem dar algumas pistas.

Pra imitar como os músculos funcionam no corpo, os pesquisadores podem usar um sistema especial pra aplicar estresse mecânico nas células musculares em laboratório. No entanto, ainda não tá claro se esse estresse mecânico vai levar à ativação da AMPK nessas células. Estudos mostram que a AMPK é ativada durante as contrações musculares reais em animais vivos, e o estresse mecânico também pode ativar outro caminho importante chamado MTOR, que ajuda a regular o crescimento celular e o uso de energia.

Importância das Interações entre AMPK e mTOR

O caminho mTOR tem um papel grande em como os músculos crescem. Ele ajuda na síntese de Proteínas e no crescimento celular, especialmente depois de exercícios intensos. Porém, a AMPK funciona de um jeito oposto. Ela é ativada durante exercícios de resistência e ajuda a quebrar as reservas de energia nos músculos. Juntas, essas duas vias ajudam os músculos a se adaptarem a diferentes tipos de exercício. Pesquisas sugerem que quando a AMPK tá ativa, ela pode reduzir a atividade da mTOR.

O equilíbrio entre essas duas vias é importante pra saúde e função muscular. Por isso, é interessante investigar como elas interagem nas células musculares quando são submetidas a diferentes níveis de estresse mecânico.

Foco da Pesquisa

Esse estudo tem como objetivo entender como diferentes níveis de estresse mecânico afetam as células musculares em termos de vias de sinalização. Os pesquisadores usaram um sistema especial pra aplicar várias cargas estáticas nas células musculares em laboratório e analisaram as mudanças que ocorreram.

Eles olharam pras proteínas produzidas pelas células, examinaram seu RNA (o molde genético pra fazer proteínas) e realizaram experimentos adicionais pra confirmar suas descobertas. Descobriram que intensidades diferentes de carga mecânica afetam o metabolismo do RNA de um jeito que envolve as vias da AMPK e da mTOR.

Análise Proteômica e Respostas dos Mioblastos

Pra entender como o estresse mecânico afeta as células musculares, os pesquisadores realizaram um estudo de proteômica. Eles expuseram as células a três níveis diferentes de carga mecânica estática (2%, 5% e 10%) por um período de 24 horas. Depois, coletaram amostras e identificaram milhares de proteínas diferentes dentro das células.

Na carga mais baixa (2%), não foram detectadas mudanças significativas. Na carga média (5%), 12 proteínas mostraram diminuição, enquanto uma proteína aumentou. A carga mais alta (10%) causou as mudanças mais significativas, com 68 proteínas afetadas. Notavelmente, algumas proteínas mostraram níveis reduzidos tanto nas cargas média quanto alta. Essas proteínas são essenciais pra várias etapas do processo de transformar DNA em RNA e depois em proteínas.

Uma análise adicional mostrou que as mudanças estão principalmente ligadas ao metabolismo do RNA, indicando que o estresse mecânico impacta a maquinaria celular responsável por produzir proteínas.

Impacto na Síntese de RNA e Proteínas

Dadas as funções das proteínas que mudaram, os pesquisadores investigaram se essas mudanças afetaram a produção de RNA e proteínas. Eles usaram um kit especial pra medir a síntese de RNA e proteínas.

Na carga mais baixa (2%), a produção de RNA aumentou em comparação com o grupo controle. Porém, com as cargas média (5%) e alta (10%), houve uma queda significativa na síntese de RNA. Da mesma forma, a produção de proteínas caiu drasticamente nas células sob a carga mais alta.

Essa descoberta sugere que o aumento do estresse mecânico pode inibir tanto a síntese de RNA quanto a de proteínas, afetando a eficácia com que os músculos podem crescer e responder ao exercício.

Ativação da AMPK Suprimindo a Via da mTOR

Os pesquisadores também analisaram as proteínas específicas que foram significativamente alteradas sob as diferentes condições de carga. Eles descobriram que marcadores importantes na via da mTOR, que regula o crescimento celular, foram reduzidos após cargas mecânicas mais altas. Como a AMPK é conhecida por inibir a atividade da mTOR, isso sugere que a ativação da AMPK durante a carga intensa pode estar levando à redução da sinalização da mTOR.

Aumentada ativação da AMPK foi confirmada por níveis mais altos de pAMPK (a forma ativa da AMPK) em resposta às cargas mais altas. Inibir a AMPK com certos medicamentos restaurou a ativação da mTOR, enfatizando a conexão entre essas duas vias na regulação da resposta muscular ao estresse mecânico.

Mudanças na Expressão de mRNA

Pra confirmar os efeitos da carga mecânica nas vias da AMPK e da mTOR, os pesquisadores realizaram sequenciamento de RNA. Essa análise revelou que genes específicos associados à sinalização da AMPK e da mTOR foram regulados com base no nível de estresse mecânico.

Por exemplo, na carga mais baixa, muitos genes envolvidos no crescimento e metabolismo celular foram upregulados, enquanto na carga mais alta houve a tendência oposta. Isso sugere que as células musculares ajustam sua atividade com base na intensidade da carga mecânica que experimentam.

Efeitos na Dinâmica Mitocondrial

A AMPK é crucial pra monitorar os níveis de energia dentro da célula. O estudo também olhou como o estresse mecânico afeta o equilíbrio energético dentro das células musculares, focando na relação ADP/ATP (que indica quanto de energia a célula tem) e na saúde das mitocôndrias (as partes das células que geram energia).

Mudanças significativas foram observadas na relação ADP/ATP logo após a aplicação de estresse mecânico alto, indicando um desequilíbrio energético temporário. Os pesquisadores também avaliaram o potencial de membrana mitocondrial, descobrindo que ele mudou em resposta à carga mecânica.

Além disso, genes responsáveis pela função mitocondrial foram ativados após as células serem submetidas ao estresse mecânico, sugerindo que as células estão adaptando sua capacidade de produção de energia.

Conclusão

Esse estudo oferece novas perspectivas sobre como as células musculares respondem ao estresse mecânico. Ao analisar mudanças em proteínas e RNA, os pesquisadores descobriram que diferentes intensidades de carga mecânica levam a respostas celulares distintas, especialmente envolvendo as vias da AMPK e da mTOR.

Essas descobertas destacam a relação complexa entre estresse mecânico e regulação energética celular, que é crucial pra adaptação muscular. Entender melhor esses mecanismos pode, no final das contas, informar estratégias de treino e reabilitação pra melhorar a saúde e o desempenho muscular.

Fonte original

Título: Mechanical loading modulates AMPK and mTOR signaling in myblasts

Resumo: Skeletal muscle adaptation to exercise involves various phenotypic changes that enhance metabolic and contractile functions. One key regulator of these adaptive responses is the activation of AMPK, influenced by exercise intensity. However, the mechanistic understanding of AMPK activation during exercise remains incomplete. In this study, we utilized an in vitro model to investigate the effects of mechanical loading on AMPK activation and its interplay with the mTOR signaling pathway. Proteomic analysis of myoblasts subjected to static loading (SL) revealed distinct quantitative protein alterations associated with RNA metabolism, with 10% SL inducing the most pronounced response compared to lower intensity of 5% and 2% as well as control. Additionally, 10% SL suppressed RNA and protein synthesis, while activating AMPK and inhibiting the mTOR pathway. Our RNA sequencing analysis further corroborated these findings, revealing numerous differentially regulated genes and signaling pathways influenced by both AMPK and mTOR. Further examination showed that SL induced changes in mitochondrial biogenesis and the ADP/ATP ratio. These findings provide novel insights into the cellular responses to mechanical loading and shed light on the intricate AMPK-mTOR regulatory network in myoblasts.

Autores: Xin Zhou, S. Zhu, J. Li, A. Mateus, L. Backman

Última atualização: 2024-02-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.02.578567

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.02.578567.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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