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# Ciências da saúde# Malattie infettive (eccetto HIV/AIDS)

Soluções Digitais no Tratamento da Tuberculose

Analisando o papel da tecnologia digital em melhorar os resultados do tratamento de tuberculose.

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Índice

A tuberculose, ou TB, é uma doença infecciosa séria causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis. Ela ataca principalmente os pulmões, mas também pode afetar outras partes do corpo. A TB é a segunda maior causa de morte por doenças infecciosas no mundo, perdendo só para a COVID-19. Aproximadamente um quarto da população global acredita-se que está infectada com TB, o que é uma estatística preocupante. Só em 2022, cerca de 10,6 milhões de pessoas foram diagnosticadas com TB, resultando em cerca de 1,3 milhões de mortes.

Desafios no Tratamento e Adesão

Quando as pessoas têm TB, é crucial que elas sigam direitinho o tratamento. Não seguir o plano corretamente pode levar a falhas no tratamento, aumentar as chances de morte e possível recidiva da doença. Para melhorar a adesão dos pacientes aos tratamentos, a Organização Mundial da Saúde recomendou um método chamado terapia diretamente observada (DOT). Nesse processo, trabalhadores da saúde, ajudantes comunitários ou até membros da família observam os pacientes enquanto tomam a medicação.

Mas, com os avanços da tecnologia, surgiram novos métodos chamados tecnologias digitais de adesão (DATs). As DATs oferecem maneiras mais flexíveis e menos invasivas de ajudar os pacientes a manterem o tratamento. Por exemplo, essas tecnologias podem incluir lembretes por celular, monitoramento por vídeo e sistemas de rastreamento de medicação. Alguns estudos sugerem que tratamentos usando DATs podem levar a melhores resultados de saúde do que o cuidado tradicional. No entanto, os resultados podem variar com base no tipo de tecnologia usada, assim como o nível de renda do país onde o estudo foi realizado.

Objetivo do Estudo

O foco da nossa pesquisa foi revisar e analisar sistematicamente quão eficazes são as tecnologias digitais em melhorar os resultados de saúde para pessoas tratadas por TB e infecção por TB. Seguímos diretrizes específicas para garantir que nossa revisão fosse completa e confiável.

Métodos de Pesquisa

Estratégia de Busca

Começamos realizando uma busca detalhada por estudos relevantes em várias bases de dados e plataformas médicas. Nossa busca tinha como objetivo encontrar ensaios controlados randomizados, estudos quase-experimentais e estudos de coorte que examinassem o impacto das tecnologias digitais na adesão ao tratamento da TB e seus resultados. Esses estudos foram publicados entre 1º de janeiro de 2000 e 14 de abril de 2023.

Nossos termos de busca incluíam variações relacionadas à TB, tecnologias digitais e resultados de saúde. Também analisamos resumos de conferências e listas de referências de outros estudos para encontrar fontes de dados adicionais.

Critérios de Estudo

Incluímos estudos que envolveram indivíduos diagnosticados com a doença ou infecção por TB e que usaram tecnologias digitais para ajudar os pacientes a seguirem seus tratamentos. Acompanhamos intervenções focadas na dosagem de medicamentos, lembretes de consultas e monitoramento do progresso dos pacientes. Estudos que envolviam cuidados padrão como comparação também foram incluídos, desde que reportassem resultados de saúde.

Para garantir que nossas descobertas fossem robustas, realizamos uma triagem sistemática dos estudos quanto à sua adequação, extraímos dados relevantes e avaliamos a qualidade das pesquisas incluídas.

Características dos Estudos Incluídos

No total, coletamos informações de 70 estudos, que tinham uma ampla gama de participantes e diferentes tipos de intervenções digitais. Os estudos incluíram vários métodos, como lembretes por SMS, monitoramento por vídeo, dispositivos de rastreamento de medicação e tecnologia para smartphones. Entre os participantes, uma parte significativa usou intervenções baseadas em SMS e caixas de pílulas digitais.

Os estudos incluídos variaram bastante em qualidade e metodologia. A maioria utilizou randomização, que é uma abordagem forte para testar a eficácia dos tratamentos, embora alguns estudos apresentassem fraquezas que poderiam introduzir viés.

Principais Descobertas

Sucesso no Tratamento

Nossa análise revelou que o uso de tecnologias digitais levou a um modesto aumento no sucesso do tratamento entre os pacientes com TB. A terapia observada por vídeo e certas tecnologias para smartphones foram particularmente eficazes em melhorar os resultados do tratamento. No entanto, a eficácia variou com base no nível de renda do país, com taxas de sucesso mais altas reportadas em países mais ricos em comparação com nações de baixa renda.

Perda no Acompanhamento

As tecnologias digitais também estavam associadas a uma diminuição no número de pacientes perdidos no acompanhamento. Isso é importante porque perder o contato com os pacientes pode dificultar o tratamento e a recuperação. Intervenções baseadas em smartphones mostraram uma redução significativa nessa área.

Falha no Tratamento e Morte

Embora as tecnologias digitais tenham mostrado potencial em melhorar o sucesso do tratamento e reduzir a Perda de acompanhamento, elas não diminuíram significativamente as falhas no tratamento. Na verdade, alguns achados sugeriram que certas intervenções digitais poderiam estar ligadas a um aumento nas taxas de mortalidade. Isso levanta preocupações sobre a necessidade de um suporte e monitoramento melhores para os pacientes, especialmente em locais onde os recursos podem ser limitados.

Eventos Adversos

O uso de tecnologias digitais foi relacionado a um aumento nos eventos adversos reportados. Isso sugere que pacientes que utilizam essas tecnologias podem ter mais contato frequente com os provedores de saúde, levando a uma maior taxa de relato de efeitos colaterais ou complicações do tratamento. Entender esses eventos adversos é crucial para gerenciar o tratamento e estimular a adesão.

Conclusão do Tratamento para Infecção por TB

Ao revisar a eficácia das tecnologias digitais para indivíduos com infecção por TB, nossos achados indicaram que essas tecnologias podem melhorar as taxas de conclusão do tratamento. Apenas alguns estudos focaram nesse aspecto, mas mostraram resultados promissores relacionados a intervenções específicas, como monitoramento por vídeo.

Resultados Relatados pelos Pacientes

Nós também analisamos o quão satisfeitos os pacientes estavam com seu tratamento, incluindo sua qualidade de vida relacionada à saúde (HRQoL). A maioria dos estudos não encontrou diferenças significativas na satisfação ou qualidade de vida relatadas entre grupos que usavam tecnologias digitais e aqueles que recebiam cuidados padrão. No entanto, alguns estudos mostraram níveis de satisfação mais altos entre aqueles que utilizavam métodos de intervenção, indicando que as pessoas podem se sentir melhor apoiadas quando ferramentas digitais estão envolvidas.

Forças e Limitações

Nossa revisão tem várias forças, incluindo uma estratégia de busca abrangente e um grande número de estudos incluídos em diversos contextos. Isso nos permitiu fornecer análises detalhadas de intervenções específicas.

Apesar dessas forças, havia limitações em nossas descobertas. A maioria dos estudos que examinavam a eficácia do monitoramento por vídeo e intervenções via smartphone foi realizada em países de renda mais alta, o que limita a aplicabilidade desses resultados para configurações de baixa renda, onde a TB é mais prevalente. Além disso, a diversidade entre os estudos criou desafios na análise e resumo de dados de forma uniforme.

Uma das lacunas notáveis na pesquisa foi o foco limitado em grupos como crianças, indivíduos vivendo com HIV e pacientes com TB resistente a medicamentos. Essas populações podem ter necessidades e respostas diferentes ao tratamento e poderiam se beneficiar de intervenções personalizadas.

Conclusão

Nossa revisão sistemática destaca os potenciais benefícios das tecnologias digitais em melhorar os resultados do tratamento da TB, especialmente em países de alta renda. No entanto, os resultados são menos claros para intervenções usadas em configurações de baixa renda, onde desafios relacionados ao acesso e implementação podem afetar a eficácia.

Daqui pra frente, é essencial focar no desenvolvimento e teste de tecnologias digitais que sejam relevantes e viáveis localmente. Isso inclui considerar as necessidades únicas dos pacientes em diferentes níveis de renda e garantir que os provedores de saúde sejam adequadamente apoiados no uso dessas ferramentas.

À medida que as soluções digitais continuam a ganhar popularidade, os sistemas de saúde precisarão aprimorar suas abordagens. Aprendendo com pesquisas atuais e explorando soluções inovadoras, podemos melhorar o suporte aos pacientes com TB e aprimorar os resultados do tratamento para esse desafio de saúde pública. Pesquisa contínua nessa área é vital para entender os efeitos a longo prazo das tecnologias digitais no tratamento da TB e no cuidado ao paciente, especialmente nas populações mais afetadas pela doença.

Fonte original

Título: The impact of digital adherence technologies on health outcomes in tuberculosis: A systematic review and meta-analysis

Resumo: BackgroundSuboptimal tuberculosis (TB) treatment adherence may lead to unsuccessful treatment and relapse. Digital adherence technologies (DATs) may allow more person-centric approaches for supporting treatment. We conducted a systematic review (PROSPERO-CRD42022313166) to evaluate the impact of DATs on health outcomes in TB. MethodsWe searched MEDLINE, Embase, CENTRAL, CINAHL, Web of Science and preprints from medRxiv, Europe PMC, and clinicaltrials.gov for relevant literature from January 2000 to April 2023. We considered experimental or cohort studies reporting quantitative comparisons of clinical outcomes between a DAT and the standard of care in each setting. ResultsSeventy studies (total 58,950 participants) met inclusion criteria. They reported SMS-based interventions (k=18 studies), feature phone-based interventions (k=7), medication sleeves with phone calls (branded as "99DOTS," k=5), video-observed therapy (VOT; k=17), smartphone-based interventions (k=5), digital pillboxes (k=18), ingestible sensors (k=1), and interventions combining 2 DATs (k=1). Overall, the use of DATs was associated with more frequent treatment success in TB disease (OR = 1.18 [1.06, 1.33]; I2 = 66%, k = 46), a decrease in loss to follow up (OR = 0.71 [0.53, 0.94]; I2 = 80%, k = 36) and an increase in adverse event reporting (OR = 1.53 [1.26, 1.86]; I2 = 0%, k = 9). VOT was associated with an increased likelihood of treatment success in TB disease (OR 1.54 [1.09; 2.19]; I2 = 0%, k = 8) and treatment completion in TB infection (OR 4.69 [2.08; 10.55]; I2 = 0%, k = 2) as well as an increased frequency of adverse event reporting (OR = 1.79 [1.27; 2.52]; I2 = 34%, k = 4). Other interventions involving smartphone technologies were associated with increased treatment success in TB disease (OR 1.98 [1.07; 3.65]; I2 =56%, k = 5) and a decreased frequency of loss to follow up (OR = 0.31 [0.13; 0.77]; I2 = 36%, k = 5). Digital pillboxes were also associated with an improvement in treatment success (OR = 1.32 [1.00; 1.73]; I2 = 71%, k = 11). However, improved treatment success was only seen in high- and upper middle-income countries. SMS-based interventions, feature-phone interventions and 99DOTS were not associated with improvements in short-term clinical outcomes. ConclusionCertain DATs--notably VOT and smartphone-based interventions, in higher income settings and sometimes combined with other supportive measures--may be associated with improvements in treatment success and losses to follow-up, compared to standard care. However, evidence remains highly variable, and generalizability limited. Higher quality data are needed.

Autores: Kevin Schwartzman, M. S. Mohamed, M. Zary, C. Kafie, C. I. Chilala, S. Bahukudumbi, N. Foster, G. Gore, K. Fielding, R. Subbaraman

Última atualização: 2024-02-03 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.31.24302115

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.01.31.24302115.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

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