C. elegans e o Cheiro dos Nutrientes
Estudo revela como os vermes usam o olfato pra encontrar aminoácidos nas bactérias.
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Índice
- O Papel dos Aminoácidos Essenciais
- Como os Animais Escolhem Sua Comida
- Os Sistemas Sensoriais dos Animais
- O Papel das Bactérias nas Dietas dos Vermes
- O Experimento: Encontrando a Conexão Entre Odores e Dieta
- O Que Encontramos Sobre o Álcool Isoamílico
- O Papel dos Neurônios na Percepção de Odores
- Análise Mais Profunda do Comportamento dos Vermes
- Importância do Álcool Isoamílico na Natureza
- O Papel do Receptor SRD-12
- Conclusão
- Implicações para Outros Animais
- Direções Futuras
- Fonte original
Os aminoácidos são essenciais pra todos os seres vivos. Eles têm duas funções principais: ajudam a construir proteínas, que são necessárias pra qualquer função do corpo, e agem como moléculas de sinalização, ajudando as células a se comunicarem e processar informações. Durante a evolução, muitos animais perderam a capacidade de produzir alguns desses aminoácidos, então eles precisam obtê-los na comida. Dentre esses aminoácidos, alguns são chamados de Aminoácidos essenciais (AAEs), que significa que os animais precisam consumi-los. Exemplos desses aminoácidos essenciais incluem leucina, isoleucina, valina, histidina, lisina, triptofano, fenilalanina, metionina, treonina e arginina.
O Papel dos Aminoácidos Essenciais
Pesquisas mostraram que os níveis de aminoácidos essenciais podem afetar a longevidade, comportamento e saúde geral de um animal. Por exemplo, altas quantidades de aminoácidos de cadeia ramificada (AACRs) no sangue podem aumentar o risco de obesidade e diabetes. Estudos com ratos mostraram que limitar a ingestão de certos AAEs pode aumentar sua longevidade e até causar perda de peso em vários órgãos. Especificamente, a leucina, que é um ACR, foi encontrada como redutora da ingestão de comida em ratos.
Como os Animais Escolhem Sua Comida
Os cientistas estão interessados em como os animais encontram e escolhem os alimentos certos que são ricos em aminoácidos essenciais. Embora se saiba que muitos animais conseguem distinguir entre diferentes alimentos com base no conteúdo nutricional, as exatas maneiras como eles fazem isso ainda estão sendo estudadas. Por exemplo, experimentos com ratos mostraram que eles preferem dietas ricas em proteínas em vez das ricas em carboidratos. Aves também são conhecidas por misturar diferentes tipos de dietas pra garantir que consigam os AAEs necessários.
Insetos como as moscas da fruta ajustam seus comportamentos alimentares quando estão em uma dieta que falta certos aminoácidos, e gatinhos mostraram preferência por dietas ricas em aminoácidos específicos como a metionina.
Os Sistemas Sensoriais dos Animais
Os animais têm sentidos especiais pra ajudar a avaliar sua comida. Eles usam o paladar e o olfato pra reconhecer diferentes nutrientes. Existem proteínas chamadas Receptores acoplados à proteína G (RAPGs) que desempenham um papel importante nesses sentidos. Diferentes aminoácidos podem ativar diferentes sensações gustativas. Alguns aminoácidos essenciais podem ter gosto doce, enquanto outros podem ter gosto amargo.
Pesquisas mostraram que não só os mamíferos, mas também os invertebrados, como vermes, usam esses receptores pra sentir aminoácidos no ambiente. Por exemplo, o pequeno verme Caenorhabditis elegans usa os RAPGs pra detectar nutrientes importantes.
O Papel das Bactérias nas Dietas dos Vermes
C. elegans depende das bactérias em seu ambiente pra se alimentar. Algumas bactérias conseguem quebrar aminoácidos em diferentes compostos, que também podem atrair esses vermes. Um odor específico chamado álcool isoamílico foi ligado à presença de uma dieta rica em nutrientes pra C. elegans. Esse odor é produzido pelas bactérias quando quebram a leucina por meio de um processo chamado via de degradação de Ehrlich.
O Experimento: Encontrando a Conexão Entre Odores e Dieta
No nosso estudo, queríamos ver se C. elegans usa certos odores pra encontrar bactérias que são ricas em aminoácidos essenciais. Focamos em como os vermes reagem a diferentes bactérias quando algumas são suplementadas com leucina, um aminoácido essencial. O objetivo era descobrir se o álcool isoamílico faria os vermes escolherem dietas com mais leucina.
Nós montamos experimentos onde os vermes podiam escolher entre diferentes tipos de bactérias. Algumas bactérias tinham leucina extra adicionada, enquanto outras não. Os resultados mostraram que os vermes preferiam as bactérias que tinham recebido leucina.
O Que Encontramos Sobre o Álcool Isoamílico
Depois de estudar os odores produzidos pelas bactérias, descobrimos que o álcool isoamílico era o odor mais comum nas bactérias preferidas. Quando as bactérias tinham mais leucina, produziam ainda mais álcool isoamílico. Isso sugeriu que o álcool isoamílico poderia ser um sinal chave para os vermes ajudarem a encontrar comida rica em leucina.
O Papel dos Neurônios na Percepção de Odores
C. elegans tem neurônios específicos que ajudam a detectar odores, especialmente os Neurônios AWC, que são essenciais pra sentir cheiros atraentes como o álcool isoamílico. Usando vermes com neurônios AWC alterados, descobrimos que esses vermes tinham dificuldade em encontrar as bactérias que produziam álcool isoamílico. Isso mostrou que os neurônios AWC desempenham um papel importante em ajudar os vermes a encontrar comida boa.
Análise Mais Profunda do Comportamento dos Vermes
Observamos de perto como os vermes reagiam a diferentes odores. Quando expostos a odores de bactérias, os vermes mostraram uma clara preferência pelo álcool isoamílico em vez de outros cheiros. Esse comportamento foi consistente mesmo quando tentamos diferentes concentrações dos odores.
Usando técnicas especiais, descobrimos que quando os vermes se acostumavam com o cheiro do álcool isoamílico, ficavam menos responsivos a ele, indicando que eles podiam se adaptar ao cheiro com o tempo.
Importância do Álcool Isoamílico na Natureza
Também exploramos se populações selvagens de C. elegans reagem ao álcool isoamílico. Testamos diferentes cepas selvagens de vermes de várias localidades ao redor do mundo. Todos esses vermes selvagens mostraram uma forte reação ao álcool isoamílico, apoiando ainda mais a ideia de que esse odor é importante pra encontrar comida em ambientes naturais.
O Papel do Receptor SRD-12
Através da nossa pesquisa, identificamos um receptor chamado SRD-12 que é encontrado nos neurônios AWC de C. elegans. Esse receptor é responsável por sentir o álcool isoamílico. Vermes sem esse receptor tiveram dificuldade em localizar as bactérias preferidas, confirmando que o SRD-12 é crucial pra detectar o álcool isoamílico e impactar a escolha de comida.
Conclusão
Em resumo, nossas descobertas sugerem que C. elegans usa o cheiro do álcool isoamílico como um sinal importante pra encontrar dietas ricas em leucina. Esse processo envolve neurônios sensoriais específicos e um receptor novo, o SRD-12, que ajuda os vermes a detectar esse odor crucial. Este estudo lança luz sobre como os seres vivos podem depender de seus sistemas sensoriais pra identificar e escolher dietas ricas em nutrientes, destacando a importância de pistas olfativas no comportamento de busca por alimento.
Implicações para Outros Animais
As descobertas do nosso estudo sobre C. elegans têm implicações mais amplas pra entender como animais, incluindo os humanos, encontram e selecionam comida com base em seu conteúdo nutricional. Por exemplo, muitos insetos são atraídos por plantas que produzem certos odores, o que pode sinalizar a presença de nutrientes essenciais. Isso mostra que a olfação, ou sentido do olfato, é uma parte central do comportamento de busca por alimento no reino animal.
Direções Futuras
Esperamos que nossa pesquisa possa levar a mais explorações dos mecanismos olfativos em outros organismos. Existem muitos outros RAPGs em vermes que ainda precisam ser estudados, e os odores produzidos por várias microrganismos poderiam fornecer insights valiosos sobre como os animais localizam comida em seus habitats naturais.
Título: Olfactory basis for essential amino acid perception during foraging in Caenorhabditis elegans
Resumo: Acquisition of essential nutrients through diet is crucial for the survival of animals. Dietary odors might enable foraging in animals for nutrient-rich diets. We asked if Caenorhabditis elegans, a bacterivorous nematode, uses olfactory cues to forage for essential amino acid-rich (EAA) diets. Using the native microbiome of C. elegans, we show that worms rely on olfaction to select leucine (EAA)-enriched bacteria. Using gas chromatography, we find that leucine-enriched bacteria produce isoamyl alcohol (IAA) odor in the highest abundance. Prior adaptation of worms to IAA diminishes the diet preference of worms. Several wild isolates of C. elegans display robust responses to IAA emphasizing its ecological relevance. We find that foraging for a leucine-enriched diet is mediated via the AWC olfactory neurons. Finally, we identify SRD-12, in AWC neurons, as a receptor for IAA and a mediator of dietary decisions in worms. Our study identifies a receptor-ligand module underpinning foraging behavior in C. elegans.
Autores: Varsha Singh, R. Siddiqui, N. Mehta, G. Ranjith, M.-A. Felix, C. Chen
Última atualização: 2024-07-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.11.603021
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.11.603021.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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