Impacto dos Gastos com Saúde na Mortalidade Infantil
Analisando como os gastos com saúde afetam as taxas de mortalidade neonatal e infantil no mundo todo.
― 7 min ler
Índice
- Fatores que Influenciam a Mortalidade
- Objetivo do Estudo
- Fontes de Dados
- Indicadores de Gasto em Saúde
- Métodos de Estimativa de Mortalidade
- Métodos Analíticos
- Resultados sobre Gasto em Saúde e Mortalidade
- Observações sobre Gastos Públicos
- Observações e Comparações Adicionais
- Limitações
- Conclusão
- Fonte original
As taxas de mortalidade neonatal e infantil são sinais-chave da saúde e desenvolvimento de um país. O momento logo após o nascimento é quando os bebês estão mais em risco. Os objetivos globais conhecidos como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) visam reduzir essas taxas de mortalidade. Até 2030, os países pretendem diminuir as mortes neonatais para 12 a cada 1.000 nascimentos vivos e as mortes de crianças com menos de 5 anos para 25 a cada 1.000 nascimentos vivos, além de acabar com as mortes evitáveis nesse grupo etário.
Apesar de desafios como a pandemia de COVID-19 e conflitos, houve progresso desde 1990. O número de mortes de recém-nascidos caiu de 5 milhões em 1990 para 2,4 milhões em 2020. No entanto, é preciso fazer mais para alcançar as metas dos ODS e garantir que todos os recém-nascidos e crianças tenham uma chance justa de sobreviver.
Fatores que Influenciam a Mortalidade
Vários fatores podem influenciar as taxas de mortalidade neonatal e infantil. Elementos chave incluem pobreza, educação, condições de vida urbanas, saneamento precário e acesso a energia limpa. Além disso, o acesso à saúde para mulheres e crianças - como cuidados pré-natais, assistência ao parto qualificada, vacinação e nutrição adequada - desempenha um papel significativo. Doenças como HIV e malária também impactam negativamente a sobrevivência infantil.
Os gastos com saúde podem afetar esses fatores de várias maneiras. Como um país aloca seus recursos de saúde pode ter um grande impacto nas taxas de mortalidade neonatal e infantil. Estudos anteriores analisaram a relação entre os gastos em saúde e a mortalidade infantil, mas os resultados costumam ser mistos. Alguns estudos não mostraram uma ligação clara, enquanto outros indicaram que a influência dos gastos em saúde varia com base no nível de renda do país.
Objetivo do Estudo
Este estudo tem como objetivo investigar como diferentes indicadores de gasto em saúde se relacionam com as taxas de mortalidade neonatal e infantil em 188 países de 2000 a 2019. Também busca criar um método para medir como os países estão se saindo nessa área.
Fontes de Dados
O estudo utiliza dados de três fontes principais. As informações sobre gastos em saúde vêm do Banco de Dados Global de Gastos em Saúde, cobrindo 188 países de 2000 a 2019. Os dados sobre taxas de mortalidade neonatal e infantil são obtidos do Estudo da Carga Global de Doenças. Os níveis de renda dos países são retirados do Banco Mundial. Esses conjuntos de dados são públicos e foram combinados para análise.
Indicadores de Gasto em Saúde
Neste estudo, os principais indicadores de gasto em saúde incluem:
Gasto atual em saúde (CHE) per capita: O gasto total em saúde por pessoa, ajustado para comparação internacional.
Gasto público geral em saúde (GGHE-D) per capita: A parte do gasto em saúde coberta pelo governo.
Gasto privado em saúde (PVT-D) per capita: Gastos em saúde pagos por empresas e organizações sem fins lucrativos.
Gastos do bolso (OOPS) per capita: Custos que os indivíduos pagam diretamente por cuidados médicos, não cobertos por seguro.
Arranjos de financiamento governamental (GFA): Esquemas que fornecem cuidados com base na residência.
Arranjos de financiamento obrigatórios (CFA): Seguro de saúde vinculado a contribuições sociais ou prêmios de saúde.
Porcentagem do PIB gasta em saúde: Isso reflete quanto da produção econômica total de um país vai para a saúde.
Métodos de Estimativa de Mortalidade
Os métodos usados para estimar a mortalidade neonatal e infantil incluem várias fontes, como sistemas de registro civil, pesquisas domiciliares e sistemas de vigilância de doenças. Esses métodos ajudam a criar taxas de mortalidade precisas em nível nacional.
Métodos Analíticos
A análise utilizou modelos de regressão para entender como diferentes indicadores de gasto em saúde se relacionam com as mudanças nas taxas de mortalidade ao longo do tempo. Os países foram agrupados por nível de renda e taxas de mortalidade, resultando em seis grupos para reduzir a variabilidade nas estimativas.
Métodos bayesianos foram então usados para identificar tendências significativas entre esses grupos, com foco no ano de 2019 para explorar as variações entre os países. Uma análise de sensibilidade garantiu a robustez dos achados, excluindo países de alta renda para testar os resultados.
Resultados sobre Gasto em Saúde e Mortalidade
Os resultados indicam que um maior gasto em saúde per capita está correlacionado com taxas mais baixas de mortalidade neonatal e infantil. Principalmente, o aumento nos gastos com saúde do governo e arranjos financeiros obrigatórios levam a uma redução da mortalidade. Por outro lado, porcentagens mais altas de gasto privado em saúde e gastos do bolso estão ligadas ao aumento das taxas de mortalidade.
O estudo encontrou que o impacto do gasto em saúde per capita é mais significativo em países de baixa renda. Além disso, em países de renda baixa-média e média-alta, um aumento nos gastos é mais eficaz em áreas com alta mortalidade do que em áreas com baixa mortalidade.
Notavelmente, parece haver um ponto de corte para o gasto em saúde per capita: abaixo desse limite, aumentos reduzem significativamente a mortalidade, enquanto acima dele, o efeito diminui a menos que o sistema de saúde esteja otimizado.
Observações sobre Gastos Públicos
Um aumento na parte do gasto em saúde do governo está consistentemente associado à redução da mortalidade em todos os grupos de renda, enquanto um aumento no gasto privado muitas vezes leva a piores resultados. O impacto dos arranjos de financiamento do governo foi inconsistente entre as categorias, mas os arranjos obrigatórios mostraram consistentemente um efeito positivo na redução da mortalidade.
Observações e Comparações Adicionais
Os resultados destacaram a importância de alcançar a cobertura universal de saúde. Independentemente de os serviços de saúde serem financiados por canais públicos ou privados, melhorar o acesso pode reduzir significativamente as taxas de mortalidade entre recém-nascidos e crianças. Isso significa que, para países com menos gastos em saúde, aumentar o financiamento pode levar a melhores resultados.
Os achados estão alinhados com outros estudos que mostram a importância das taxas de uso na melhoria dos resultados de saúde, especialmente para grupos de baixa renda. Um maior gasto em saúde per capita geralmente leva a melhores resultados de saúde, particularmente entre crianças com menos de cinco anos.
Limitações
Uma grande limitação do estudo é seu design ecológico. Cada país tem um sistema de saúde único influenciado por diferentes fontes de financiamento e infraestrutura. A falta de dados sobre gastos em saúde primária dificultou a análise do impacto direto nas taxas de mortalidade.
Conclusão
O estudo ressalta a importância do gasto em saúde na redução da mortalidade neonatal e infantil. Mostra que um maior gasto, especialmente de fontes governamentais, leva a melhores resultados em saúde. Para efetivas reduções nas taxas de mortalidade, especialmente em países mais pobres, é crucial otimizar a infraestrutura de saúde e garantir amplo acesso a serviços necessários.
Resumindo, alcançar a cobertura universal de saúde e focar em gastos eficazes em saúde pode desempenhar um papel vital em salvar vidas e melhorar a saúde infantil em todo o mundo. Os formuladores de políticas devem considerar essas descobertas para implementar estratégias que promovam melhores resultados de saúde para todas as crianças, especialmente em países de baixa e média renda.
Título: Exploring the Impact of Health Expenditure and Its Allocation on Neonatal and Child Mortality at National Level Across 188 Countries from 2000 to 2019: Insights from the Global Burden of Disease Study
Resumo: BackgroundExploring the impact of national health expenditure and its allocation on neonate and child mortality can help policy makers implement strategies aimed at achieving target 3.2 of Sustainable Development Goals (SDGs). The aim of the current study is to explore the impact of selected indicators of national health accounts on neonate and under-5 mortality across 188 countries from 2000 to 2019. Methods and findingsThis study has an ecological design. Data on health expenditure was obtained from the Global Health Expenditure Database (GHED) for 188 countries from 2000 to 2019. The Global Burden of Disease study (GBD) 2019 data on neonatal and under 5 mortality rates at national levels from 2000 to 2019 were obtained from the website of the Global Health Data Exchange (GHDx) supported by the Institute for Health Metrics and Evaluation. The income groups were stratified based on the World Bank classification. We employed a mixed-effects regression model to investigate the association of different health account indicators with changes in neonatal and under-5 mortality rates over time across countries. We used the Multiple Change Points model to determine the turning points in the association of health expenditure per capita with mortality across countries in 2019. And finally, we estimated the observed-to-expected ratio of mortality based on the segmented regression model for all 188 countries in 2019. Increase in the current health expenditure in International dollar Purchasing Power Parity (Int$ PPP) per capita was associated with lower mortality among both neonates and children in all strata of countries. Reductions were very minimal among high-income countries and were generally more prominent in low-income countries and decreased along with increase in income. Reductions were more noteworthy for under-5 mortality rates. The percentage of domestic general government health expenditure and the percentage of compulsory financing arrangements out of current health expenditure were inversely associated with mortality, while the association of percentage of domestic private health expenditure and out-of-pocket expenditure out of current health expenditure with mortality was positive. Results showed that the reduction in neonatal mortality associated with each ten-dollar increase in current health expenditure per capita is significantly more prominent for per capita expenditures less that the cut-point of 480 Int$ PPP per capita. The respective figure for under-5 mortality was 386 Int$ PPP per capita. Ultimately, a total of 110 countries had observed versus expected ratio less than one for neonatal mortality and 118 countries for child mortality. ConclusionsIncrease in health expenditure is significantly associated with decrease in neonate and under-5 mortality especially among low and low-middle income countries. However, the association fades among countries in which health expenditure per capita is higher than the threshold. In all countries, improvement in neonate and under-5 mortality requires modifying the health system infrastructure to move towards universal health coverage. However, the COVID-19 pandemic may have influenced the health spending at national levels.
Autores: Sadaf G. Sepanlou, A. Sheidaei, N. Rezaei, M. Sharafkhah, H. Poustchi, M. Mobinizadeh, M. Mohammadshahi, M. Naghavi, A. Olyaeemanesh, R. Malekzadeh, A. Delavari
Última atualização: 2024-03-02 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.29.24303584
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.29.24303584.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.