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# Ciências da saúde# Pediatria

Desafios da Perda Auditiva em Crianças Aborígenes

Esse estudo mostra altas taxas de perda auditiva em crianças aborígenes de áreas remotas.

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Índice

Muitas crianças aborígenes em áreas remotas da Austrália enfrentam desafios na educação e na vida social, em parte devido à Perda Auditiva causada por uma infecção no ouvido chamada otite média (OM). Duas bactérias principais, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae não tipável, costumam causar essa infecção logo após o nascimento.

Para ajudar a reduzir esses problemas, o Território do Norte (NT) mudou seu programa de vacinação em 2009 e 2011, introduzindo novos tipos de Vacinas contra pneumonia. Pesquisas mostraram que crianças que receberam a vacina nova tiveram menos infecções no ouvido e menores quantidades de uma das bactérias prejudiciais em seus ouvidos, em comparação com aquelas que receberam a vacina antiga.

O objetivo do nosso estudo foi realizar dois testes principais para comparar a eficácia de duas vacinas diferentes na prevenção de problemas no ouvido. Os nomes desses testes são PREVIX_COMBO e PREVIX_BOOST. Acreditamos que crianças que receberam a vacina nova teriam respostas imunológicas melhores e menos infecções no ouvido, doenças respiratórias e problemas relacionados, incluindo perda auditiva e atrasos no desenvolvimento.

Design do Estudo e Métodos

Os testes PREVIX envolveram vários grupos de crianças. Os testes foram desenhados para que os pesquisadores não soubessem qual vacina cada criança recebeu, garantindo justiça. Adicionamos uma nova parte ao nosso estudo, chamada PREVIX_VOICES, para incluir testes auditivos regulares para crianças de 12 a 36 meses de idade.

As crianças eram elegíveis para os testes se tivessem 12 meses, tivessem participado do teste anterior e vivessem em comunidades remotas específicas. Os testes auditivos foram realizados por profissionais especializados em audição infantil. Esses testes tinham como objetivo medir o quão bem as crianças conseguiam ouvir em diferentes frequências.

Durante o estudo, avaliamos a perda auditiva usando várias categorias, que variavam de normal a perda auditiva profunda. Também consideramos a saúde geral durante cada visita.

Avaliações Auditivas

Nossos pesquisadores começaram as avaliações auditivas em março de 2017, e todos os testes aconteceram em cabines à prova de som nas comunidades das crianças. Usamos brinquedos ou jogos para tornar os testes mais divertidos para as crianças enquanto medíamos suas habilidades auditivas.

Análise de Dados

Para entender os resultados, analisamos as informações coletadas dos testes auditivos. Olhamos para o número de crianças que experimentaram diferentes níveis de perda auditiva ao longo do tempo. A análise comparou os resultados entre os dois grupos de crianças que receberam vacinas diferentes.

No início do estudo, tínhamos um número estimado de crianças que precisavam participar. Acompanhamos seu progresso e categorizamos os dados de acordo. Isso nos permitiu buscar tendências e padrões na perda auditiva à medida que as crianças cresciam.

Resultados

Com 12 meses, cerca de 260 crianças participaram, e ambos os grupos mostraram taxas semelhantes de perda auditiva. Com 18 meses, após a dose de reforço, notamos algumas diferenças. Um número ligeiramente maior de crianças no grupo que recebeu a vacina nova tinha audição normal em comparação com aquelas que receberam a vacina antiga.

Com 18 meses, 36% do grupo da vacina nova não tinham perda auditiva, enquanto apenas 16% do grupo da vacina antiga estava na mesma situação. Embora não tenha havido uma grande diferença em certas categorias de perda auditiva, os dados sugeriram que crianças que receberam a vacina nova tiveram menos casos de perda auditiva moderada.

À medida que continuamos acompanhando as crianças, os níveis de audição permaneceram melhores no grupo da nova vacina. Ao olhar mais de perto, descobrimos que todos os subgrupos de crianças se beneficiaram da vacina nova.

Com 24 e 30 meses, a maioria das crianças recebeu avaliações auditivas. Aos 36 meses, crianças que receberam a vacina nova ainda mostraram uma porcentagem maior de audição normal em comparação com o outro grupo.

Padrões de Perda Auditiva

Também examinamos como os níveis de audição mudaram ao longo do tempo para crianças que tiveram várias avaliações. Enquanto a prevalência geral de perda auditiva permaneceu constante, os níveis de audição de muitas crianças mudaram entre os testes. Por exemplo, algumas crianças que não tinham perda auditiva no início acabaram apresentando perda auditiva leve ou moderada mais tarde, enquanto algumas com perda leve melhoraram para audição normal.

Implicações e Observações

Esse estudo é significativo porque é um dos primeiros a focar nos resultados da perda auditiva dessas vacinas em crianças. Ele destaca questões importantes sobre a audição em crianças aborígenes muito jovens. Os números que encontramos mostram que uma grande porcentagem dessas crianças experimentou algum tipo de perda auditiva, com muitas precisando de assistência auditiva.

No geral, notamos uma prevalência consistente de perda auditiva a partir dos 12 meses, com muitas crianças ainda afetadas quando completaram três anos. Essa tendência é preocupante, já que a perda auditiva moderada pode impactar significativamente as habilidades de aprendizado e sociais de uma criança.

Nossas descobertas enfatizam a necessidade de monitoramento contínuo da audição em crianças pequenas em áreas remotas. Acompanhar a saúde auditiva dessas crianças nos ajuda a entender melhor como intervir antes que problemas mais sérios se desenvolvam.

Desafios e Limitações

Apesar das descobertas importantes, também enfrentamos desafios durante o estudo. Tivemos um número menor de participantes para as avaliações auditivas do que gostaríamos. No entanto, os dados que coletamos ainda fornecem insights valiosos. A alta taxa de perda auditiva que observamos mostra a necessidade de atenção imediata para melhorar os serviços relacionados à saúde auditiva das crianças.

Além disso, há preocupações sobre como as crianças conseguem acessar serviços de audiologia, já que muitas crianças em listas de espera não recebem atendimento a tempo. Essa falta de serviços tem implicações diretas sobre como lidamos com a perda auditiva em crianças das Primeiras Nações.

Direções Futuras

Nossa equipe de pesquisa está trabalhando em estratégias para melhorar os serviços de saúde auditiva para crianças aborígenes. Isso inclui treinamento da comunidade para trabalhadores de saúde locais que podem ajudar na detecção precoce e na prevenção da perda auditiva. Investir mais recursos nesses programas pode criar maneiras mais seguras e eficazes de apoiar a saúde auditiva dessas crianças.

Em conclusão, nosso estudo encontrou altas taxas de perda auditiva evitável em crianças aborígenes. A necessidade de políticas e programas de saúde eficazes voltados para resolver essas questões é urgente. Esta pesquisa visa contribuir para melhores resultados para essas comunidades, garantindo que todas as crianças tenham a chance de prosperar.

Fonte original

Título: Hearing loss at 6-monthly assessments from age 12 to 36 months: secondary outcomes from randomised controlled trials of novel pneumococcal conjugate vaccine schedules.

Resumo: IntroductionIn remote communities, Australian First Nations children with hearing loss are disproportionately at risk of poor school readiness and performance, compared to those with normal hearing. Our objective was to compare two pneumococcal conjugate vaccine (PCV) formulations and mixed schedules (the PREVIX trials) designed to broaden protection and reduce conductive hearing loss to age 36 months. MethodsIn two sequential parallel, open-label, randomised controlled trials, eligible infants were first allocated 1:1:1 at age 28-38 days to standard or mixed PCV primary schedules, then at age 12 months to a booster dose (1:1) of PCV13 (13-valent pneumococcal conjugate vaccine, +P) or PHiD-CV10 (10-valent pneumococcal Haemophilus influenzae protein D conjugate vaccine, +S). Here we report secondary hearing outcomes in the +P and +S groups at 6-monthly scheduled assessments from age 12 to 36 months. FindingsFrom March 2013 to September 2018, 461 hearing assessments were performed. Prevalence of mild-moderate hearing loss declined in both groups from [~]75% at age 12 months to [~]53% at 36 months. At primary endpoint age 18 months, prevalence of moderate (disabling) hearing loss was 21% and 41% in the +P and +S groups, respectively (difference -19% [95% confidence interval -38, -1], p=0.07) and prevalence of normal hearing was 36% and 16%, respectively (difference 19% [95%CI 2, 37], p=0.05). At subsequent timepoints prevalence of moderate hearing loss remained lower in the +P group at -3% [95% CI -23, 18] at age 24 months, -12% [95%CI -30, 6] at 30 months, and -9% [95%CI -23, 5] at 36 months. InterpretationThis study provides first evidence of the high prevalence and persistence of mild and moderate hearing loss throughout early childhood. A lower prevalence of moderate (disabling) hearing loss in the +P group may have substantial benefits for high-risk children and warrants further investigation. Trial registrationClinicalTrials.gov NCT01735084 and NCT01174849 https://clinicaltrials.gov/study/NCT01735084 https://clinicaltrials.gov/study/NCT01174849 FundingNational Health and Medical Research Council of Australia (GNT605810, GNT1046999, GNT1120353)

Autores: Amanda Jane Leach, N. Wilson, B. Arrowsmith, J. Beissbarth, K. Mulholland, M. Santosham, P. J. Torzillo, P. McIntyre, H. Smith-Vaughan, S. A. Skull, V. M. Oguoma, M. D. Chatfield, D. Lehmann, C. G. Brennan-Jones, M. J. Binks, P. V. Licciardi, R. Andrews, T. Snelling, V. Krause, J. Carapetis, A. B. Chang, P. S. Morris

Última atualização: 2024-03-15 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.13.24304198

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.13.24304198.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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