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# Ciências da saúde# Ostetricia e ginecologia

Acesso rural a cesarianas em Uganda

Analisando o impacto do financiamento em cesáreas de emergência para mães do campo.

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O número de partos por cesariana, que muitas vezes é chamado de C-section, tá aumentando no mundo todo. Na verdade, agora representa cerca de 21% de todos os nascimentos, um aumento significativo em relação a apenas 7% em 1990. As cesarianas às vezes são necessárias por causa de várias complicações durante o parto, tipo trabalho de parto prolongado, problemas com a posição do bebê ou preocupações com a saúde do pequeno. Mas, o acesso a esses procedimentos essenciais pode variar muito dependendo de onde a paciente mora. Mulheres em áreas rurais geralmente têm mais dificuldade em conseguir as cirurgias que precisam.

Em países de baixa renda e menos desenvolvidos, a taxa de cesarianas é bem mais baixa. Por exemplo, só cerca de 8% das mulheres nesses países dão à luz por C-section, e a taxa cai para apenas 5% na África Subsaariana. Em Uganda, mesmo com uma porcentagem grande de cirurgias relacionadas à gravidez, apenas uma em cada três mulheres que precisam de uma cesariana realmente recebe. Esse problema é ainda pior em áreas rurais, onde há menos hospitais e recursos disponíveis.

Desafios para Acessar Cesarianas

Vários fatores contribuem para a falta de acesso a cesarianas na maioria dos países africanos, especialmente nas áreas rurais. Esses desafios incluem equipamentos antigos ou quebrados, falta de profissionais de saúde treinados, dificuldades para conseguir transporte até o hospital e a falta de grana pra viajar. Além disso, muitas mulheres demoram a procurar ajuda médica de emergência por medo de cesarianas.

O custo das cesarianas é outro grande obstáculo, já que muitas famílias simplesmente não conseguem pagar por esse tipo de cirurgia. Juntos, esses fatores colocam muitas mães em situações difíceis, onde cesarianas de emergência são necessárias, mas não estão disponíveis.

Serviços de Saúde em Uganda

Em Uganda, muitos hospitais privados e missionários realizam as cirurgias mais comuns, incluindo cesarianas. Melhorar o acesso à saúde para mães de baixa renda em áreas rurais depende do apoio de vários programas que oferecem suprimentos médicos, habilidades especializadas ou financiamento para serviços específicos. Entender como esses programas afetam os resultados de saúde é fundamental, especialmente porque há pouca pesquisa sobre programas que oferecem cobertura total do custo para cesarianas de emergência em países de baixa renda.

Esse estudo tem como objetivo analisar como o tipo de pagador (se as mulheres pagam do próprio bolso ou recebem apoio) impacta a qualidade do atendimento para mães que acabam parindo por cesariana de emergência em hospitais rurais de Uganda. A pesquisa foca em um programa chamado Acesso à Cirurgia para Todos, ou SAFE, que ajuda a cobrir custos para pacientes que precisam.

Coleta de Dados e Visão Geral dos Hospitais

O estudo analisou dados de três hospitais rurais em Uganda. Dois desses hospitais fazem parte do programa SAFE, enquanto o terceiro não se beneficia dele. Esses hospitais atendem cerca de 40 mil pacientes a cada ano e variam em tamanho e equipe.

Os registros de pacientes que receberam cesarianas de emergência dentro de um certo período foram incluídos na análise. O estudo olhou para dois grupos: aqueles cujos custos de entrega foram totalmente cobertos pelo programa SAFE e aqueles que pagaram do próprio bolso.

Além de cobrir os custos da cirurgia, o programa SAFE também exige que os hospitais atendam a padrões específicos de qualidade, e verificações são feitas regularmente para garantir a conformidade.

Resultados do Estudo

Um total de 736 registros de pacientes foi analisado. A maioria das participantes era casada e precisava de uma cesariana de emergência. A idade média era em torno de 26 para quem pagava do próprio bolso e 27 para quem se beneficiava do programa SAFE. As razões comuns para precisar de uma cesariana incluíam cirurgias anteriores e complicações relacionadas à gravidez.

Os resultados mostraram diferenças notáveis no tempo de internação entre os dois grupos. As mulheres que pagavam por seu atendimento passaram significativamente mais tempo no hospital após a cirurgia em comparação com aquelas cobertas pelo programa SAFE. Em média, as pacientes que pagavam do próprio bolso tiveram uma estadia total no hospital cerca de 29 horas a mais do que o grupo SAFE.

Ambos os grupos tiveram tempos semelhantes entre quando uma cesariana foi considerada necessária e quando foi realizada, indicando que a qualidade do atendimento cirúrgico foi consistente entre os dois grupos.

Intervalo entre Decisão e Parto

O tempo que leva desde que um médico decide que uma cesariana é necessária até o nascimento do bebê é uma medida importante da qualidade do atendimento. O estudo descobriu que esse tempo, conhecido como intervalo decisão-parto (DDI), não foi significativamente diferente entre os dois grupos. No entanto, vários fatores, como a idade da mãe e quantos filhos ela já tinha, influenciaram esse intervalo de tempo.

Como esperado, mães mais velhas tendem a ter um DDI mais longo. Mulheres com mais partos anteriores tiveram tempos mais curtos entre a decisão e o parto, provavelmente devido à sua familiaridade com o processo.

Duração da Internação

Outra medida importante foi a duração total da internação no hospital, que inclui o tempo desde a admissão até que os pacientes sejam liberados com base na saúde deles. Essa medida mostrou diferenças significativas entre os dois grupos. Pacientes apoiadas pelo programa SAFE passaram muito menos tempo no hospital do que aquelas que pagaram do próprio bolso.

Os achados sugerem que aqueles que recebem apoio provavelmente experimentam uma recuperação mais rápida e melhor gerenciamento de caso durante a internação. O programa SAFE envolve um gerenciamento intensivo de casos, ajudando a garantir que os pacientes estejam progredindo bem na recuperação após a cirurgia.

Conclusão

Esse estudo destaca as diferenças consideráveis nos tempos de internação entre mães que recebem cesarianas de emergência, dependendo da situação de pagamento. Embora a qualidade do atendimento cirúrgico parecesse similar entre os dois grupos, o atendimento pós-operatório e as experiências gerais de recuperação foram melhores para aquelas cobertas pelo programa SAFE. Dada a luta contínua que muitas mulheres enfrentam para acessar cirurgias necessárias, é essencial expandir o financiamento para cesarianas de emergência em áreas rurais. Isso é necessário para ajudar melhor as mulheres que têm acesso limitado a cuidados cirúrgicos.

Os achados sublinham a importância de programas que melhoram o acesso à saúde para quem precisa, especialmente em regiões onde os recursos são escassos. Esforços contínuos são necessários para melhorar o atendimento ao parto e garantir que cada mãe receba a atenção e o apoio que precisa durante o parto. Pesquisas futuras devem focar nos impactos a longo prazo de vários tipos de pagamento na recuperação do paciente e na qualidade de vida.

Fonte original

Título: The relationship between payer type and quality of care for women undergoing emergency cesarean section at three hospitals in rural Uganda.

Resumo: BackgroundThe study examined the relationship between payer type, and quality of care among mothers who deliver through emergency cesarean section in rural Ugandan hospitals. MethodsWe analyzed retrospective, de-identified patient data from three rural private-not-for-profit hospitals in Uganda. Two groups were included in the study, a self-payer patient group and a group fully sponsored by an international funding organization. The data was analyzed using hierarchical linear regression models comparing length of stay against payer type, and controlling for patient age, education level, parity, and indication for C-section. Length of stay (LOS) was assumed to represent a realistic proxy variable for patient quality of care. ResultsThe self-pay group had statistically significant longer postoperative LOS (surgery to clinical discharge), and longer aggregate LOS, or admission to clinical discharge, compared to the sponsored group. Payer type was not significant in the admission-to-decision LOS, but payer type was highly significant for aggregate LOS (p < .001). ConclusionCase management in rural Ugandan hospitals influences quality of post-operative care for patients undergoing emergency C-sections. Expanding surgical funding, combined with effective case management approaches, is likely to increase quality of surgical care as measured by length of stay. Synopsis: Post-operative quality of care for emergency C-section cases, measured by length of stay in Ugandan rural hospitals, is impacted by case management.

Autores: Jonathan Mwiindi, R. Delgado, L. Revere, B. Wangigi, E. Muguthu, P. Busingye

Última atualização: 2024-03-18 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.17.24304434

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.17.24304434.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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