Investigando Relações Simbióticas em Microeucarióticos
Pesquisas sobre Bodo saltans e suas bactérias revelam padrões de crescimento inesperados.
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Índice
- Hospedeiros Microeucarióticos como Organismos Modelos
- O Estudo de Bodo saltans e Candidatus Bodocaedibacter vickermanii
- Aplicando a Inibição Antisense
- Métodos de Entrega para Moleculas Antisense
- Impacto das Moleculas Antisense na Expressão Gênica
- Explicando o Crescimento Inesperado
- Conclusão e Direções Futuras
- Fonte original
- Ligações de referência
Na natureza, alguns organismos dependem de outros pra sobreviver. Essa relação se chama simbiose. Um exemplo disso é quando um organismo hospedeiro precisa de um parceiro específico, conhecido como simbionte, pra funcionar direitinho. Esse tipo de relação rola bastante e pode ser encontrado em muitos seres vivos. Em alguns casos, entender essas relações pode levar a novas maneiras de tratar doenças em humanos ou melhorar a agricultura.
Por exemplo, certas doenças causadas por parasitas, como as filariais, podem ser tratadas atacando o simbionte. Quando o simbionte é afetado, isso pode levar à esterilização do hospedeiro, o que pode abrir novas estratégias de tratamento. Além disso, muitos insetos que se alimentam de plantas ou sangue dependem de simbiontes. Portanto, entender como essas associações funcionam é chave pra proteger a saúde humana e as fontes de alimento.
Mas estudar essas relações pode ser complicado. Muitas vezes, os simbiontes ou hospedeiros não respondem bem a métodos científicos típicos, dificultando descobrir como essas dependências funcionam.
Hospedeiros Microeucarióticos como Organismos Modelos
Hospedeiros microeucarióticos podem ser valiosos na hora de estudar relações simbióticas. Esses hospedeiros geralmente são organismos unicelulares e podem ter vários micróbios vivendo dentro deles. Esses micróbios podem impactar muito a vida do hospedeiro. Por exemplo, em um caso famoso envolvendo o organismo Paramecium e a alga Chlorella, a alga dá ao Paramecium a habilidade de fazer fotossíntese.
Além disso, essa relação se mantém estável por conta de um mecanismo único. Se a alga morre, os restos podem impactar negativamente o Paramecium silenciando genes essenciais. Isso mostra que a interação entre os genes deles é importante pra manter a relação.
Microeucarióticos são mais fáceis de cultivar em laboratórios, e os cientistas podem manipular seu RNA (um tipo de material genético) pra estudar como os genes funcionam. Além disso, pequenas moléculas podem ser introduzidas nos sistemas deles com facilidade. No entanto, ainda tem muito trabalho a ser feito no desenvolvimento desses métodos pra organismos que vivem na água.
O Estudo de Bodo saltans e Candidatus Bodocaedibacter vickermanii
Nesta pesquisa, o foco foi em um hospedeiro microeucariótico específico chamado Bodo saltans e uma bactéria que vive dentro dele chamada Candidatus Bodocaedibacter vickermanii (Cbv). B. saltans é um organismo minúsculo que se alimenta principalmente de outras bactérias e é encontrado em ambientes de água doce e salgada. Parece que Cbv é uma parte permanente do ciclo de vida de B. saltans, já que removê-lo com antibióticos também mata o hospedeiro.
Os cientistas acham que B. saltans e Cbv precisam um do outro pra sobreviver. Por exemplo, antibióticos que matam Cbv também levam à morte de B. saltans. Pesquisadores descobriram que Cbv tem certos sistemas que podem ajudar a se manter conectado a B. saltans. Se a bactéria for removida, o hospedeiro pode perder suas defesas contra substâncias nocivas produzidas por outras bactérias.
Pra entender melhor essa relação, os pesquisadores queriam desenvolver ferramentas que lhes permitissem manipular a expressão de genes em B. saltans e Cbv. Um método que funcionou bem em organismos relacionados se chama inibição antisense, que pode interromper a ação de genes específicos.
Aplicando a Inibição Antisense
A inibição antisense já foi usada com sucesso em outros organismos semelhantes a B. saltans. Por exemplo, cientistas já bloquearam genes específicos em outro organismo chamado Trypanosoma cruzi, usando um método que envolvia moléculas sintéticas semelhantes ao RNA.
Esse método também foi aplicado a bactérias relacionadas a Cbv. Pesquisadores usaram ácidos nucleicos peptídicos sintéticos (PNAs) pra atingir genes nessas bactérias, confirmando que eles são essenciais pra sobrevivência delas. Porém, pra que o método antisense funcione efetivamente, muitas vezes são necessárias formas específicas de entrega pra levar as moléculas pra dentro das células.
Conforme as ferramentas pra manipular os genes de B. saltans começaram a melhorar, os cientistas tentaram criar protocolos que permitissem aplicar as mesmas técnicas tanto em B. saltans quanto em Cbv.
Métodos de Entrega para Moleculas Antisense
Pra introduzir as moléculas antisense em B. saltans e Cbv, vários métodos foram testados. Uma abordagem bem-sucedida envolveu usar PNAs conjugados a fluoróforos, que podem ser facilmente rastreados sob um microscópio.
Os pesquisadores trataram B. saltans com dois métodos principais: deixando os organismos em uma solução contendo as moléculas antisense por 24 horas ou usando um choque elétrico pra ajudar as moléculas a entrarem nas células rapidamente. Depois de observar as células, eles perceberam que o método de incubação resultou em níveis muito mais altos das moléculas fluorescentes dentro das células em comparação com o método de eletroporação.
Quando checaram, descobriram que as moléculas antisense estavam entrando nas bactérias Cbv dentro das células. No entanto, a quantidade de moléculas dentro das bactérias não era significativamente maior do que no citoplasma ao redor. Isso sugeriu que, embora as moléculas conseguissem entrar, não estavam se acumulando em grandes quantidades no simbionte.
Os pesquisadores também exploraram outros tipos de moléculas antisense, incluindo variações ligadas a transportadores que poderiam facilitar a entrada nas células. Apesar desses esforços, nenhuma delas funcionou tão bem quanto o método original de PNA. Portanto, decidiram continuar com o método de incubação pra mais experimentos mirando tanto B. saltans quanto Cbv.
Expressão Gênica
Impacto das Moleculas Antisense naPra avaliar se conseguiam silenciar genes específicos em B. saltans e Cbv, os pesquisadores projetaram moléculas antisense direcionadas a genes que acreditavam serem cruciais. Em B. saltans, focaram em genes que achavam que estavam envolvidos na alimentação e na estrutura celular, enquanto pra Cbv, direcionaram genes relacionados à produção de toxinas e divisão celular.
Apesar da abordagem detalhada, os resultados mostraram que não houve redução significativa na expressão gênica. Observações de experimentos, incluindo análise de Western blot e PCR quantitativo, indicaram que as moléculas antisense não silenciaram efetivamente os genes alvo.
Pra surpresa deles, em vez de diminuir em número, B. saltans se proliferou rapidamente quando exposto às moléculas antisense. Esse aumento de crescimento foi consistente, independentemente de as moléculas serem sequências direcionadas ou aleatórias.
Explicando o Crescimento Inesperado
Os pesquisadores sugeriram algumas explicações possíveis pra esse crescimento inesperado em B. saltans. Uma ideia é que B. saltans pode estar usando as moléculas antisense como fonte de nutrientes, permitindo um crescimento melhor. Como B. saltans se alimenta de bactérias minúsculas, é plausível que essas moléculas estejam fornecendo nutrientes essenciais.
Outra hipótese era que as bactérias das quais B. saltans se alimenta poderiam estar produzindo substâncias que interagem com as moléculas antisense, influenciando o crescimento de B. saltans indiretamente. De qualquer forma, o método de inibição antisense não deu os resultados esperados nesse caso.
Conclusão e Direções Futuras
Resumindo, enquanto o estudo tinha como objetivo usar a inibição antisense pra entender a relação entre B. saltans e seu simbionte Cbv, o método acabou não sendo eficaz. Os pesquisadores demonstraram com sucesso técnicas de entrega das moléculas antisense e coletaram informações valiosas sobre a biologia de B. saltans.
Mesmo sem conseguir os resultados esperados, o trabalho fornece um conhecimento fundamental pra pesquisas futuras. Atualmente, esforços estão em andamento pra estabelecer métodos alternativos como técnicas de edição genética, que poderiam abrir novas possibilidades pra entender essa relação complexa entre B. saltans e Cbv em mais profundidade.
A jornada pra decifrar o funcionamento genético dessa associação simbiótica continua, prometendo avanços futuros na compreensão da simbiose.
Título: Development of antisense tools to study Bodo saltans and its intracellular symbiont
Resumo: Obligate symbioses are common in nature and present a particular challenge for functional genetic analysis. In many cases, the host is a non-model species with poor tools for genetic manipulation and the symbiont cannot be cultured or its gene expression manipulated to investigate function. Here we investigated the potential for using antisense inhibition to analyse host and symbiont gene function within an obligate aquatic symbiosis. We focused on the kinetoplastid host Bodo saltans and its bacterial symbiont, Candidatus Bodocaedibacter vickermanii, a member of Rickettsiales. We conclude that antisense inhibition is not feasible in the B. saltans and its symbiont, as the holobiont feeds on the antisense molecules - and increases in numbers - upon treatment with the antisense construct. Although our approach has proven unsuccessful, we have developed an array of protocols which can be used to study the biology of this microeukaryote and its microbial associates.
Autores: Ewa Chrostek, M. Ahrar, L. Glenn, M. Held, A. Jackson, K. Kus, G. D. Hurst
Última atualização: 2024-07-27 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.27.605423
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.27.605423.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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