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# Física# Astrofísica terrestre e planetária# Astrofísica solar e estelar

A Relação Entre Estrelas Hospedeiras e Tipos de Júpiter

Examinando como as propriedades da estrela anfitriã influenciam os diferentes tipos de Júpiter.

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Tipos de Estrelas eTipos de Estrelas eCombinações com Júpiterformação de vários Júpiteres.Ligando as propriedades das estrelas à
Índice

Fora do nosso sistema solar, a gente já descobriu mais de 5.000 planetas, e esse número não para de crescer. Esses exoplanetas geralmente têm características bem diferentes dos planetas do nosso sistema solar. Um grupo bem interessante desses exoplanetas é conhecido como "Júpiteres quentes". Esses são planetas gigantes que orbitam bem perto de suas estrelas, com órbitas que levam menos de 10 dias pra completar.

As propriedades desses planetas, embora bem variadas, estão muito ligadas às características de suas estrelas anfitriãs. Por exemplo, a gente vê correlações entre o tipo de estrela, massa, e o tamanho e massa dos planetas que giram em torno delas. Outra conexão importante que encontramos é entre a metallicidade de uma estrela (a quantidade de elementos mais pesados que hidrogênio e hélio) e a massa dos planetas. Planetas gigantes tendem a ser mais comuns ao redor de estrelas com maior metallicidade. Porém, muitas dessas conclusões vêm de amostras que podem não representar toda a variedade de exoplanetas que existem por aí.

Novos métodos, como os do Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS), nos permitiram encontrar mais Júpiteres mornos e Júpiteres de longo período. Essas descobertas sugerem que as chances de encontrar planetas gigantes mudam de acordo com a distância deles em relação às suas estrelas, atingindo um pico em torno de 1 unidade astronômica (ua), que é a distância entre a Terra e o Sol.

No sistema solar, Júpiter está mais longe e orbita uma estrela com menor metallicidade do que as estrelas que hospedam Júpiteres quentes. Júpiteres de longo período descobertos depois não mostram uma tendência clara com a metallicidade das estrelas. Muitos desses Júpiteres de longo período têm órbitas que não são circulares, diferente das órbitas circulares dos Júpiteres quentes. Isso levanta questões sobre se a forma como esses planetas se formaram e evoluíram é diferente.

A gente vai ver como as propriedades das estrelas anfitriãs se relacionam com os diferentes tipos de Júpiteres, focando especialmente em Júpiteres quentes, mornos e frios.

Tipos de Júpiteres

Pra entender os diferentes tipos de Júpiteres, a gente pode agrupá-los com base em seus períodos orbitais:

  1. Júpiteres quentes (JQ): Esses são Júpiteres com um período orbital de menos de 10 dias.
  2. Júpiteres mornos (JM): Esses Júpiteres têm períodos orbitais entre 10 e 100 dias.
  3. Júpiteres frios (JF): Esses têm um período orbital maior que 100 dias.

Propriedades das Estrelas Anfitriãs

As propriedades das estrelas que hospedam esses Júpiteres podem nos dar pistas sobre como os planetas se formaram. A gente quer olhar especificamente pra duas características importantes das estrelas: metallicidade e idade.

A metallicidade é frequentemente medida como [Fe/H], que compara a proporção de ferro com hidrogênio em uma estrela. Estrelas com um valor [Fe/H] mais alto são consideradas ricas em metais, enquanto aquelas com valores mais baixos são pobres em metais. Observações mostram que as estrelas que hospedam Júpiteres quentes tendem a ser ricas em metais e mais jovens do que as que hospedam Júpiteres frios, que geralmente são mais velhas e mais pobres em metais.

No nosso estudo, usamos dados do Gaia DR3, uma grande base de dados que fornece medições precisas das posições, movimentos e metallicidades das estrelas. A gente analisou estrelas que hospedam Júpiteres e comparou os diferentes grupos com base em seus períodos orbitais.

A gente encontrou que as estrelas que hospedam Júpiteres quentes têm uma metallicidade média mais alta em comparação com as que hospedam Júpiteres mornos e frios. Enquanto isso, os Júpiteres frios costumam ter uma faixa de idade maior, com muitos sendo mais velhos.

Mecanismos de Formação

Pra explicar as diferenças nas características, os cientistas propuseram várias teorias sobre como esses planetas gigantes se formam.

  1. Formação in-situ: Essa teoria sugere que Júpiteres quentes e mornos se formam onde os encontramos hoje. Pra isso acontecer, algum material sólido precisa estar presente nas proximidades pra que os planetas se formem rapidamente antes que o disco de gás se dissipe. Se isso fosse verdade, esperaríamos que as estrelas que hospedam Júpiteres quentes tivessem alta metallicidade.

  2. Migração: Nesse cenário, os Júpiteres se formam mais longe no disco e migram gradualmente pra mais perto devido a interações com o gás ao redor. Um possível caminho inclui migração tidal de alta excentricidade, onde os planetas podem ser empurrados pra órbitas mais apertadas através de interações com outros planetas ou estrelas. Se isso for verdade, esperaríamos que a metallicidade das estrelas que hospedam esses planetas esteja intimamente ligada à sua história de migração.

Análise de Dados

A gente focou em reunir uma amostra de estrelas da sequência principal com planetas gigantes confirmados. Isso inclui examinar suas metallicidades e idades usando medições obtidas do Gaia.

Analisando as velocidades dessas estrelas, a gente conseguiu estimar suas idades através de uma relação conhecida como a relação dispersão de velocidade-idade. Também verificamos a confiabilidade dos nossos dados comparando-os com outras fontes.

Dividimos nossos dados em três grupos com base na rapidez com que os Júpiteres orbitam suas estrelas e observamos suas distribuições de metallicidade e idade.

Essa análise revelou que as estrelas anfitriãs de Júpiteres quentes são geralmente mais jovens e mais ricas em metais em comparação com as anfitriãs de Júpiteres frios. No entanto, Júpiteres frios em órbitas excêntricas parecem ter metallicidades semelhantes às dos Júpiteres quentes, mas tendem a ser mais velhos.

Resultados

Nossas principais descobertas indicaram que:

  • Estrelas que hospedam Júpiteres quentes são ricas em metais e mais jovens do que as que hospedam Júpiteres frios, que são mais velhas e mais pobres em metais.
  • Júpiteres frios em órbitas de alta excentricidade compartilham características de metallicidade com as das estrelas que hospedam Júpiteres quentes, mas tendem a ser mais velhos.
  • Esse padrão apoia a ideia de que Júpiteres quentes podem ter se formado através da migração de alta excentricidade a partir de um estado de Júpiter Frio.

Essa diferença de idade sugere que Júpiteres quentes podem ter sido engolidos por suas estrelas anfitriãs, resultando em uma média de idade mais jovem para sua população atual.

Discussão

As descobertas mostram que os processos de formação desses Júpiteres são distintos. Júpiteres quentes e mornos podem ter se formado no lugar, perto de suas localizações atuais, ou migrado de mais longe, enquanto Júpiteres frios parecem manter uma história evolutiva diferente.

Implicações para Futuras Pesquisas

A correlação entre as características das estrelas e seus planetas em órbita pode ajudar a refinar nossa compreensão sobre a formação e o comportamento dinâmico dos exoplanetas. Isso também ressalta a importância de coletar mais dados sobre uma gama mais ampla de sistemas planetários.

As percepções desse estudo vão contribuir para a pesquisa em andamento na área de estudos de exoplanetas, especialmente na compreensão dos ambientes onde os planetas são mais propensos a se formar e evoluir.

Fonte original

Título: Host star properties of hot, warm and cold Jupiters in the solar neighborhood from \textit{Gaia} DR3: clues to formation pathways

Resumo: Giant planets exhibit diverse orbital properties, hinting at their distinct formation and dynamic histories. In this paper, using $\textit{Gaia}$ DR3, we investigate if and how the orbital properties of Jupiters are linked to their host star properties, particularly their metallicity and age. We obtain metallicities for main sequence stars of spectral type F, G, and K, hosting hot, warm, and cold Jupiters with varying eccentricities. We compute the velocity dispersion of host stars of these three groups using kinematic information from $\textit{Gaia}$ DR3 and obtain average ages using velocity dispersion-age relation. We find that host stars of hot Jupiters are relatively metal-rich ([Fe/H]=$0.18 \pm 0.13$) and young ( median age $3.97 \pm 0.51$ Gyr) compared to the host stars of cold Jupiters in nearly circular orbits, which are relatively metal-poor ($0.03 \pm 0.18$) and older (median age $6.07 \pm 0.79$ Gyr). Host stars of cold Jupiters in high eccentric orbits, on the other hand, show metallicities similar to that of the hosts of hot Jupiters, but are older, on average (median age $6.25 \pm 0.92$ Gyr). The similarity in metallicity between hosts of hot Jupiters and hosts of cold Jupiters in high eccentric orbits supports high eccentricity migration as the potential origin of hot Jupiters, with the latter serving as the progenitors. However, the average age difference between them suggests that the older hot Jupiters may have been engulfed by the star in a timescale of $\sim 6$ Gyr. This allows us to estimate the value of stellar tidal quality factor $Q'_\ast\sim10^{6\pm1}$.

Autores: Bihan Banerjee, Mayank Narang, P. Manoj, Thomas Henning, Himanshu Tyagi, Arun Surya, Prasanta K. Nayak, Mihir Tripathi

Última atualização: 2024-04-25 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2404.16499

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2404.16499

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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