Insights sobre a dor de cabeça pós-punção dural depois da anestesia espinhal
Explorando a prevalência e os fatores de risco da PDPH em mulheres pós-cirurgia.
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Índice
A anestesia espinhal é um método usado pra anestesiar a parte baixa do corpo durante cirurgias. Essa técnica envolve injetar um anestésico local no espaço ao redor da medula espinhal, conhecido como espaço subaracnóideo. Esse espaço contém um líquido claro chamado líquido cerebrospinal (LCR), que protege o cérebro e a medula. Um adulto normalmente tem entre 130 a 140 mL desse líquido, que tá sempre sendo produzido e reabsorvido ao longo do dia.
A anestesia espinhal é frequentemente escolhida pra cirurgias na parte de baixo do corpo, como nas pernas ou na pelve. Geralmente, é considerada mais segura que a anestesia geral pra esses tipos de procedimento. Além disso, muitas mães preferem esse método pra cesarianas porque custa menos e elas ficam acordadas durante o parto. Porém, tem alguns riscos, incluindo uma condição conhecida como dor de cabeça pós-punctura dural (DCPD).
O que é a Dor de Cabeça Pós-Punctura Dural (DCPD)?
A DCPD pode acontecer em alguns pacientes de 24 a 48 horas após a anestesia espinhal. Acredita-se que essa dor de cabeça ocorra devido ao vazamento do líquido cerebrospinal do local da injeção, o que pode gerar mudanças de pressão na cabeça. Quando o LCR vaza, o corpo pode tentar compensar essa perda, causando tração nas áreas sensíveis ao redor do cérebro. Isso pode causar uma dor de cabeça que geralmente piora ao sentar ou ficar em pé e pode melhorar ao deitar.
A DCPD é mais comum em mulheres mais jovens e parece ser influenciada por fatores como o tamanho da agulha usada durante o procedimento. As pessoas com DCPD frequentemente descrevem como uma dor de cabeça pulsante relacionada à postura, surgindo geralmente dentro de 48 horas após uma queda na pressão do LCR.
Quão Comum é a DCPD?
Estudos recentes mostraram taxas variadas de DCPD. Por exemplo, em algumas áreas da Índia, a incidência foi de aproximadamente 11,4%, enquanto em partes da Nigéria, foi cerca de 15,8%. Em outro estudo na Jordânia, a taxa foi menor, ficando em 6,3%. Um estudo diferente na Etiópia reportou uma incidência de 31,3%. Essas diferenças podem ser atribuídas a vários fatores, como o tipo de população estudada, o método de anestesia e até o número de participantes.
Fatores de Risco para DCPD
Vários fatores podem aumentar as chances de desenvolver DCPD. Esses incluem:
- Idade: Pessoas mais jovens, especialmente mulheres, estão em maior risco.
- Peso corporal: Pessoas com sobrepeso podem ter mais chance de dores de cabeça após anestesia espinhal.
- Gravidez: Mulheres grávidas parecem ter um risco aumentado de DCPD.
- Tamanho da agulha: Agulhas maiores podem aumentar a probabilidade de dores de cabeça, enquanto agulhas menores costumam diminuir.
- Número de tentativas: Mais tentativas de inserir a agulha podem elevar o risco de DCPD.
O design da agulha e como ela é inserida também influenciam. Por exemplo, inserir a agulha de forma paralela às fibras durais pode ajudar a fechar melhor o buraco.
Estudo sobre a Prevalência de DCPD
Pra entender melhor a prevalência e os sintomas da DCPD, foi feito um estudo com mulheres que passaram por cesarianas. Essa pesquisa rolou em um hospital ao longo de alguns meses, e a informação foi coletada usando questionários. Mulheres entre 15 e 49 anos que estavam programadas pra cirurgia foram incluídas, enquanto aquelas com histórico de dores de cabeça crônicas foram excluídas.
Entre as 89 mulheres cujos dados foram analisados, a maioria tinha entre 21 e 30 anos. A maioria era casada e tinha completado o ensino secundário. Os resultados foram coletados sobre as experiências delas com anestesia espinhal e qualquer dor de cabeça que aconteceu depois.
Resultados do Estudo
Das 89 mulheres, 38 tiveram DCPD após a cirurgia, o que significa que a prevalência nesse estudo foi de cerca de 42,7%. Entre aquelas que tiveram dores de cabeça, um número significativo relatou dor intensa. O sintoma mais comum associado foi dor no pescoço, seguido por dor nas costas.
O estudo analisou vários fatores, incluindo idade, peso e detalhes da cirurgia, pra ver se tinham alguma ligação com a DCPD. Curiosamente, não foram encontradas conexões fortes entre DCPD e a maioria das características socioeconômicas, exceto pelo nível de educação, que mostrou uma ligação fraca.
Em termos de características clínicas durante a cirurgia, algumas associações foram encontradas. Por exemplo, uma ligação fraca foi notada entre DCPD e a Idade Gestacional, o número de tentativas de inserção da agulha e o nível em que a agulha foi inserida.
Discussão sobre os Resultados
Os resultados do estudo indicaram que um número significativo de mulheres teve DCPD após anestesia espinhal durante suas cesarianas. Comparando com outros estudos de diferentes partes do mundo, a prevalência encontrada nesse estudo foi mais alta. Várias razões podem explicar essa discrepância, incluindo diferenças nos tamanhos das agulhas usadas durante os procedimentos.
O estudo revelou que a maioria das participantes recebeu anestesia espinhal usando uma agulha de 22G, que é conhecida por ter uma incidência maior de DCPD em comparação com agulhas menores. Outros estudos mostraram que o uso de agulhas menores, como 26G ou 25G, frequentemente resulta em taxas mais baixas de DCPD.
Além disso, o número de tentativas pra inserir a agulha é importante. Tentativas repetidas podem aumentar a taxa de vazamentos de LCR, levando a um maior risco de desenvolver DCPD. Isso se alinha com achados de vários estudos que sugerem que punções repetidas podem elevar as chances de dores de cabeça.
Conclusão
Esse estudo traz à tona a prevalência e os fatores de risco associados à Dor de Cabeça Pós-Punctura Dural em mulheres após cesarianas. Os achados mostram que a DCPD é uma complicação notável após anestesia espinhal, com uma prevalência de cerca de 42,7%. Fatores como idade gestacional, múltiplas tentativas de punção e tamanho da agulha foram todos encontrados relacionados à ocorrência de DCPD. Além disso, o estudo destaca a importância de monitorar mulheres que passaram por anestesia espinhal, especialmente aquelas que tiveram cirurgias de emergência, já que elas parecem ter um risco maior de desenvolver dores de cabeça.
Compreender esses fatores pode ajudar os profissionais de saúde a fazerem melhores escolhas sobre o uso de anestesia espinhal e potencialmente reduzir a incidência de complicações como a DCPD entre os pacientes.
Título: Prevalence of Dural Puncture headache after caesarean section at a Tertiary Hospital in the Gambia.
Resumo: BackgroundFollowing a caesarean section performed under spinal anaesthesia, a common complication is post-dural puncture headache (PDPH). Spinal anaesthesia has become the most common anaesthetic procedure during caesarean section in our practice. Therefore, knowing the prevalence and risk factors of PDPH will inform practice and add value in our obstetrics practice. MethodologyA cross-sectional study was conducted at Edward Francis Small Teaching Hospital from July to. September 2023. A structured data collection tool was used to collect data. The data was entered into a computer database and analyzed using the SPSS version 26. Pain was graded using a 10-cm visual analogue scale. Results were expressed in simple descriptive statistics and test of significance was set at p-value 0.05. ResultsA total of 89 participants with mean age of 28 years (SD{+/-}6.1) and majority 45(50.6%), between 21 to 30 years. Majority had low parity (0 to 3), 64(71.9%), emergency CS of 71(79.8%), while only 20.2% (n=18) were elective CS. Overall prevalence of Post Dural Puncture Headache (PDPH) was 42.7% with majority of cases presenting with Occipital headache (29.2%), lasting for 3hrs (18%). A statistically significant association between PDPH and Gestational age with p-value (p=0.02); number of attempts with p-value (p=0.01); larger needle gauge and number of CSF drops (p=0.01), respectively were observed. ConclusionPrevalence of PDPH was high and associated with the use of large needle gauges, multiple attempts and increased CSF drops. Patients that underwent emergency CS, have a higher risk of developing Post-Dural Puncture Headache.
Autores: Matthew Oguwike Anyanwu, A. Coker
Última atualização: 2024-04-28 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.25.24306406
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.25.24306406.full.pdf
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