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# Biologia# Biofísica

Insights Microbianos na Conversão de Biomassa

Estudo revela como A. bescii transporta açúcares para conversão em biomassa.

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Hoje em dia, a galera enfrenta desafios com energia e meio ambiente. Uma solução é usar biomassa lignocelulósica, que vem das plantas e pode ser transformada em combustíveis e produtos químicos renováveis. Esse tipo de biomassa inclui materiais como madeira, palha e grama. Mas, transformar isso em produtos úteis é complicado porque é difícil de quebrar.

O Papel dos Microrganismos

A natureza tem uns microrganismos ajudantes que podem ajudar nesse processo. Entre eles, estão alguns termófilos, que são microrganismos que vivem em ambientes quentes e conseguem quebrar materiais vegetais difíceis. Esses micróbios usam vários açúcares para energia de forma eficiente. Essa habilidade faz deles uma ajuda valiosa na conversão da biomassa lignocelulósica em combustíveis e produtos químicos úteis, como etanol ou acetona.

Anaerocellum bescii

Um microrganismo notável é o Anaerocellum bescii, que se dá bem em temperaturas altas, em torno de 78°C. Essa bactéria se destaca porque tem enzimas potentes que quebram carboidratos, não limita o uso de açúcares e tem um sistema genético que permite que os cientistas a modifiquem. Graças a essas características, A. bescii é um bom candidato para converter biomassa lignocelulósica em combustíveis.

Pesquisas mostraram que os cientistas podem modificar geneticamente A. bescii para produzir produtos valiosos como acetona e etanol a partir de lignocelulose em níveis adequados para uso industrial. Porém, nosso conhecimento sobre como esse micróbio utiliza várias fontes de açúcar ainda é limitado. Entender como A. bescii transporta açúcares é essencial para aproveitar totalmente seu potencial.

Insights da Transcriptômica

Os cientistas têm utilizado a transcriptômica, um método que analisa a atividade gênica, para estudar o transporte de açúcares em microrganismos relacionados. Alguns estudos examinaram como uma bactéria parecida, C. saccharolyticus, funciona, propondo como seus transportadores de açúcar atuam. Essas descobertas foram ampliadas em estudos focados em A. bescii, oferecendo novas informações sobre sua composição genética e uso de açúcar.

Transportadores de Açúcar

Em A. bescii e outros microrganismos parecidos, o transporte de açúcar depende de proteínas especiais conhecidas como transportadores ABC (ATP-Binding Cassette). Esses transportadores são compostos por uma proteína que se liga ao substrato, duas proteínas que atravessam a membrana celular, e uma proteína que fornece energia.

Existem duas famílias de transportadores ABC nesses microrganismos: CUT1 e CUT2. Os transportadores CUT1 são feitos para absorver açúcares maiores, enquanto os CUT2 preferem açúcares menores. Ambos os tipos usam energia da quebra de ATP para trazer açúcares para dentro da célula.

A proteína que se liga ao substrato é fundamental para determinar qual açúcar pode ser transportado. Essas proteínas podem mudar de forma quando se ligam aos açúcares, aumentando a eficiência da absorção. Sua estrutura inclui duas partes conectadas por uma região flexível, que permite que elas "prendam" os açúcares quando se ligam.

A Importância da Especificidade

Estudos sobre proteínas que se ligam ao substrato mostram que aquelas que se ligam a malto-oligossacarídeos têm vários locais para coordenação de açúcar. Cada unidade de glicose da maltodextrina pode se encaixar em locais específicos dentro da proteína, influenciando sua capacidade de ligação.

Em E. coli, um exemplo bem estudado de transporte de açúcar, pesquisadores identificaram transportadores que gerenciam maltodextrinas. Para A. bescii, a compreensão de como seus transportadores funcionam ainda está em desenvolvimento.

O Foco do Estudo

Nosso estudo se concentra em dois transportadores ABC em A. bescii que se acredita ajudarem no transporte de maltodextrinas. As proteínas ligadoras de substrato de cada transportador foram produzidas em E. coli para investigação adicional. Usamos técnicas como calorimetria diferencial de varredura (DSC) e calorimetria de titulação isotérmica (ITC) para explorar a especificidade de substrato desses transportadores.

O método DSC ajuda a identificar como os açúcares afetam a estabilidade das proteínas, enquanto o ITC mede como as proteínas interagem com os açúcares, fornecendo informações sobre a força de ligação.

Resultados da Pesquisa

Especificidade de Substrato

Através de nossos experimentos, encontramos que os dois transportadores têm preferências de açúcar distintas. O primeiro, Athe_2310, se liga bem a maltose e trehalose, enquanto o segundo, Athe_2574, prefere maltodextrinas maiores.

Nos experimentos de DSC, Athe_2310 mostrou a maior estabilidade térmica quando combinado com maltose e um pouco menos com trehalose e maltotriose. Em contraste, Athe_2574 foi mais estável com cadeias de maltodextrina mais longas.

Análise Biofísica

Usando ITC, medimos como Athe_2310 se liga a vários açúcares, descobrindo que tem interações fortes com açúcares menores. Em comparação, Athe_2574 apresentou alta afinidade por açúcares mais longos, especialmente maltoheptaose.

Insights Estruturais

Também olhamos a estrutura dessas proteínas para entender por que elas têm diferentes preferências de açúcar. Nossa análise mostrou que ambas as proteínas têm estruturas semelhantes a proteínas conhecidas, mas diferem em seus bolsões de ligação, o que impacta sua especificidade.

Modelagem Computacional

Usar modelos computacionais ajudou a confirmar nossas descobertas experimentais sobre a ligação de açúcares. Descobrimos que a energia de ligação e a disposição das moléculas de açúcar nos bolsões de ligação estavam alinhadas com nossos resultados de laboratório.

Conclusão

Nossos achados sugerem que A. bescii usa dois transportadores ABC diferentes para absorver maltodextrinas de tamanhos diferentes. Athe_2310 transporta principalmente açúcares menores, enquanto Athe_2574 é feito para os maiores. Esse sistema duplo permite que A. bescii busque eficazmente açúcares em seu ambiente natural, que muitas vezes tem recursos limitados.

Essa pesquisa ajuda a abrir caminho para mais estudos sobre como as bactérias podem ser manipuladas para fins industriais, especialmente na criação de combustíveis e produtos químicos renováveis a partir de materiais vegetais. Compreender como A. bescii e microrganismos semelhantes operam pode levar a melhores estratégias para aproveitar seu potencial a fim de enfrentar desafios de energia e meio ambiente.

Direções Futuras

Seguindo em frente, mais pesquisas são necessárias para explorar sistemas de transporte de açúcar adicionais em A. bescii e espécies relacionadas. Ao entender esses mecanismos, os cientistas podem desenvolver métodos para melhorar a eficiência dos processos de conversão de biomassa, contribuindo para soluções de energia sustentável.

Compreender esses processos também pode ajudar a estreitar possíveis modificações genéticas para otimizar a absorção de açúcar e aumentar a produção geral de combustíveis e produtos químicos valiosos a partir da biomassa lignocelulósica.

Fonte original

Título: Maltodextrin Transport in the Extremely Thermophilic, Lignocellulose Degrading Bacterium Anaerocellum bescii (f. Caldicellulosiruptor bescii)

Resumo: Sugar transport into microbial cells is a critical, yet understudied step in the conversion of lignocellulosic biomass to metabolic products. Anaerocellum bescii (formerly Caldicellulosiruptor bescii) is an extremely thermophilic, anaerobic bacterium that readily degrades the cellulose and hemicellulose components of lignocellulosic biomass into a diversity of oligosaccharide substrates. Despite significant understanding of how this microorganism degrades lignocellulose, the mechanisms underlying its highly efficient transport of the resulting oligosaccharides into the cell are comparatively underexplored. Here, we identify and characterize the ATP-Binding Cassette (ABC) transporters in A. bescii governing maltodextrin transport. Utilizing past transcriptomic studies on Anaerocellum and Caldicellulosiruptor species, we identify two maltodextrin transporters in A. bescii and express and purify their substrate-binding proteins (Athe_2310 and Athe_2574) for characterization. Using differential scanning calorimetry and isothermal titration calorimetry, we show that Athe_2310 strongly interacts with shorter maltodextrins such as maltose and trehalose with dissociation constants in the micromolar range, while Athe_2574 binds longer maltodextrins, with dissociation constants in the sub-micro molar range. Using a sequence-structure-function comparison approach combined with molecular modeling we provide context for the specificity of each of these substrate-binding proteins. We propose that A. bescii utilizes orthogonal ABC transporters to uptake malto-oligosaccharides of different lengths to maximize transport efficiency. ImportanceHere, we reveal the biophysical and structural basis for oligosaccharide transport by two maltodextrin ABC transporters in A. bescii. This is the first biophysical characterization of carbohydrate uptake in this organism and establishes a workflow for characterizing other oligosaccharide transporters in A. bescii and similar lignocellulosic thermophiles of interest for lignocellulosic bioprocessing. By deciphering the mechanisms underlying high affinity sugar uptake in A. bescii, we shed light on an underexplored step between extracellular lignocellulose degradation and intracellular conversion of sugars to metabolic products. This understanding will expand opportunities for harnessing sugar transport in thermophiles to reshape lignocellulose bioprocessing as part of a renewable bioeconomy.

Autores: Jonathan M Conway, H. Tjo, V. Jiang, J. A. Joseph

Última atualização: 2024-09-14 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.14.613025

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.14.613025.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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