Temperatura Corporal e Adaptabilidade dos Odonata em Rios Amazônicos
Estudo revela como a temperatura do corpo e a adaptabilidade afetam as populações de Odonata.
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Índice
- Visão Geral dos Odonata
- Impacto Ambiental nos Odonata
- Foco da Pesquisa
- Área do Estudo
- Coleta de Odonata
- Medindo Características
- Análise de Dados
- Resultados sobre Temperatura Corporal e Tamanho
- Estrutura Ambiental e Odonata
- Características do Nicho e Abundância
- Contribuição para a Diversidade Local
- Conclusão
- Fonte original
Na ecologia, os cientistas estudam como diferentes espécies de animais e plantas vivem juntas e como suas necessidades influenciam onde elas são encontradas. Um aspecto importante disso é entender o nicho ecológico, que se refere ao papel que uma espécie desempenha no seu ambiente. Isso inclui o que ela come, onde vive e como interage com outras espécies. Duas ideias-chave que ajudam a explicar por que algumas espécies são mais comuns que outras são a amplitude do nicho e a posição do nicho.
A amplitude do nicho se refere a quão adaptável uma espécie é a diferentes condições ambientais. Espécies que conseguem prosperar em várias condições são chamadas de generalistas, enquanto aquelas que precisam de condições específicas são chamadas de especialistas. A posição do nicho analisa onde uma espécie é encontrada dentro do seu ambiente. Espécies encontradas em muitos habitats diferentes tendem a ser mais abundantes.
A conexão entre esses conceitos pode ajudar a explicar por que algumas espécies são mais comuns em certas áreas. Por exemplo, espécies generalistas têm mais chances de serem encontradas em uma variedade de ambientes, enquanto especialistas podem ter dificuldades se suas necessidades específicas não forem atendidas. Além disso, fatores ambientais como temperatura e vegetação podem impactar quais espécies estão presentes em uma área específica.
Visão Geral dos Odonata
Odonata, conhecidos popularmente como libélulas e damselflies, são insetos aquáticos que dependem da temperatura para sua sobrevivência e distribuição. O tamanho do corpo e o comportamento deles determinam como regulam a Temperatura Corporal, o que é crucial para suas atividades. Diferentes espécies têm várias estratégias para gerenciar sua temperatura, levando a diferenças em como ocupam os habitats.
Espécies maiores tendem a ser mais ativas em áreas ensolaradas, enquanto as menores podem preferir lugares sombreados com temperaturas mais consistentes. Entender essas preferências de temperatura pode esclarecer como as populações de Odonata estão distribuídas em diferentes ambientes, especialmente em áreas tropicais como a Amazônia.
Impacto Ambiental nos Odonata
A abundância e distribuição de Odonata em riachos tropicais são bastante influenciadas por fatores ambientais como cobertura vegetal e temperatura. Riachos que não têm vegetação e sombra tendem a favorecer espécies maiores, que se beneficiam da luz solar direta. Em contraste, espécies menores, que normalmente precisam de temperaturas estáveis, podem não prosperar nessas condições.
Odonata são sensíveis a mudanças no ambiente, e aquelas que não conseguem se adaptar a novas condições podem diminuir em número. Portanto, estudar esses insetos pode oferecer insights sobre a saúde dos ecossistemas de água doce e o impacto da atividade humana nos habitats naturais.
Foco da Pesquisa
Neste estudo, queríamos entender como a temperatura corporal e a capacidade dos Odonata de se adaptarem ao seu ambiente afetam sua abundância em riachos amazônicos. Nossa hipótese era que:
A temperatura corporal dos Odonata difere entre os dois grupos principais, Anisoptera (libélulas) e Zygoptera (damselflies). As Anisoptera maiores podem ter temperaturas corporais mais altas em comparação com as Zygoptera, que podem ter temperaturas mais semelhantes à do ar ao redor.
A temperatura corporal dos Odonata e sua Adaptabilidade a diferentes condições podem ser mais importantes para prever quantos indivíduos de cada espécie estão presentes e sua contribuição para a diversidade local do que outras características do nicho.
Área do Estudo
A pesquisa aconteceu em vários riachos nas regiões nordeste e sudeste do Pará, Brasil. Essa área apresenta um clima de floresta tropical e um clima de savana, com temperaturas variando de 22°C a 34°C. Os riachos variavam em tamanho e profundidade, proporcionando diferentes habitats para Odonata.
Coleta de Odonata
Coletamos amostras de 46 riachos durante um período em que a chuva estava baixa. Em cada riacho, capturamos Odonata adultas usando redes especializadas nos horários de maior atividade. Isso garantiu que representássemos com precisão as espécies presentes na área. Após a coleta, os espécimes foram preservados para identificação e análise.
Medindo Características
Para estudar a temperatura e o tamanho dos Odonata, medimos rapidamente sua temperatura corporal para não afetar suas condições. Focamos em indivíduos machos, pois são mais fáceis de identificar. Também medimos a largura do tórax deles, já que isso poderia estar relacionado à capacidade de termorregulação. Além disso, registramos as variáveis ambientais de cada riacho, incluindo profundidade, largura e integridade do habitat.
Análise de Dados
Analisamos como a temperatura corporal das espécies, a adaptabilidade e os fatores ambientais influenciaram sua abundância. Comparando várias espécies e suas características, tentamos determinar quais fatores eram mais significativos para prever onde elas viviam e quantas estavam presentes.
Resultados sobre Temperatura Corporal e Tamanho
Nossos resultados mostraram que as libélulas tinham temperaturas corporais mais altas e larguras de tórax maiores em comparação com as damselflies. Em média, as libélulas estavam cerca de 5°C mais quentes que o ar ao seu redor, enquanto as damselflies mantinham temperaturas mais próximas da temperatura do ar.
Também descobrimos que a temperatura corporal era influenciada tanto pela temperatura do ar quanto pelo tamanho do inseto. Para as libélulas, havia uma diferença notável que permitia regular seu calor de maneira mais eficiente do que as damselflies, que dependiam mais das condições ambientais.
Estrutura Ambiental e Odonata
O estudo revelou uma relação forte entre as condições ambientais e a variedade de espécies de Odonata encontradas nos riachos. Riachos com habitats mais saudáveis, caracterizados por mais vegetação e estabilidade, suportavam um maior número de espécies de libélulas e damselflies. Por outro lado, riachos alterados por atividades humanas tinham menos espécies.
Características do Nicho e Abundância
Observamos que espécies com nichos ecológicos mais amplos tendiam a ser mais abundantes. Por exemplo, espécies que conseguiam sobreviver em uma gama mais ampla de condições eram encontradas com mais frequência. No entanto, a relação esperada entre temperatura corporal e abundância não se manteve completamente - vimos que, enquanto a temperatura corporal estava relacionada à abundância, isso era mais evidente quando analisávamos os grupos separadamente.
Contribuição para a Diversidade Local
A contribuição de diferentes espécies de Odonata para a diversidade local variou com base na amplitude e posição do nicho. Espécies com nichos maiores desempenharam um papel significativo em aumentar a diversidade local, enquanto aquelas com nichos mais estreitos eram mais vulneráveis a mudanças ambientais.
Surpreendentemente, enquanto inicialmente pensávamos que a temperatura corporal seria um forte preditor de diversidade, acabou que as características do nicho eram mais importantes. Isso significa que a capacidade de uma espécie se adaptar ao seu entorno é crucial para sua sobrevivência e contribuição para os ecossistemas locais.
Conclusão
Nossa pesquisa mostra que, nos riachos amazônicos, tanto a temperatura corporal quanto as características do nicho dos Odonata desempenham papéis importantes na determinação de sua abundância e distribuição. Espécies que estão melhor adaptadas a mudanças no ambiente tendem a ser mais comuns, enquanto aquelas que não conseguem lidar com a alteração do habitat podem diminuir.
Monitorar as populações de Odonata pode fornecer informações valiosas sobre a saúde dos ecossistemas de água doce. Sua sensibilidade a mudanças ambientais os torna indicadores úteis da qualidade das zonas ripárias. Ao focar nas relações entre temperatura corporal, condições ambientais e adaptabilidade das espécies, podemos entender melhor as dinâmicas desses insetos fascinantes e os ecossistemas que habitam.
Título: Thorax temperature and niche characteristics as predictors of abundance of Amazonian Odonata
Resumo: Environmental architecture and body temperature drive the distribution of ectothermic species, especially those with specific ecophysiological requirements or narrow ecological niches. In this study, we evaluated the connection between thorax temperature and niche specialization concerning the abundance and species contribution to the beta diversity of adult Odonata in Amazonian streams, employing the Species Contribution to Beta Diversity (SCBD). Our hypotheses were (i) Odonata species thorax temperature is positively correlated with both morphology (thorax width) and air temperature, and (ii) the thorax temperature of the Odonata assemblage serves as a more influential predictor than niche specialization in determining species abundance and SCBD. We sampled 46 streams in an anthropized landscape in the Northeastern and Southeastern regions of Para state, Brazil. Notably, niche breadth emerged as the variable influencing the abundance and SCBD of the Odonata assemblage. Niche position is a predictor for Odonata SCBD and not suborders, and predictor for abundance, except for Anisoptera. Both suborders exhibited a negative relationship between abundance and thoracic temperature. In summary, our results underscore the necessity of considering both niche and ecophysiological predictors to comprehensively assess the Odonata assemblage in Amazonian streams. This holistic approach has implications for conservation efforts and bioassessment practices, offering valuable insights into the collective response of Odonata as a group.
Autores: Alex Córdoba-Aguilar, L. B. Calvao, A. P. J. Faria, C. K. S. de Paiva, J. M. B. Oliveira-Junior, J. Muzon, A. Cordoba-Aguilar, L. Juen
Última atualização: 2024-09-16 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.14.613059
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.14.613059.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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