A Ascensão do Acesso Aberto na Indústria Farmacêutica
A publicação de acesso aberto tá mudando como a pesquisa farmacêutica é compartilhada.
― 8 min ler
A indústria farmacêutica tem um papel super importante na pesquisa e desenvolvimento em saúde, gastando uma grana alta pra criar e melhorar remédios. Em 2021, esse gasto chegou a 238 bilhões de dólares. Como as empresas farmacêuticas desenvolvem e produzem a maioria dos remédios que usamos, elas querem que seu apoio financeiro para pesquisa seja reconhecido, construindo confiança como os financiadores públicos e filantrópicos.
Acesso Aberto (OA) é uma forma de tornar a pesquisa disponível pra todo mundo, sem custo. Isso inclui artigos de revistas e dados que podem ser acessados livremente por qualquer um, não só por quem tem assinaturas caras. Ao aumentar o número de publicações OA, as empresas farmacêuticas podem permitir que mais pessoas examinem suas pesquisas, ajudando a criar confiança e aumentar o conhecimento para vários interessados como profissionais de saúde, cientistas, pacientes e cuidadores. Na verdade, muita gente tem dificuldade em melhorar sua saúde por falta de informação, tornando as publicações OA essenciais pra fornecer pesquisa científica confiável.
Publicar pesquisa como OA também pode ser vantajoso pros autores. Estudos sugerem que artigos OA podem receber mais citações, o que significa que são mais referenciados em outras pesquisas, aumentando sua visibilidade. Porém, alguns estudos não encontraram diferença notável nas citações entre publicações OA e não OA. Enquanto a tendência geral mostra que as publicações OA estão crescendo, a forma como a pesquisa é publicada como OA varia bastante dependendo da localização, instituição e área de estudo.
Existem diferentes modelos de publicação de acesso aberto, como bronze, ouro, verde e híbrido. Cada modelo tem suas próprias regras sobre como e quando a pesquisa pode ser reutilizada. Por exemplo, alguns modelos permitem que qualquer um use e altere o conteúdo, enquanto outros podem restringir o uso comercial. Muitas vezes, as empresas farmacêuticas podem precisar de permissão para reutilizar materiais de revistas, especialmente se planejam usar os achados de forma comercial.
Conforme mais artigos são publicados como OA, a tendência é clara: em 2021, quase metade de todas as obras publicadas eram de acesso aberto, um salto de 15% em 2000. Regiões como a África subsaariana, América do Norte e América Latina lideram as taxas de publicação OA. É notável que as empresas farmacêuticas estão cada vez mais publicando suas pesquisas como OA, com a diferença entre sua produção OA e a de outros financiadores diminuindo.
Agências de fomento podem influenciar muito o aumento nas taxas de publicação OA. Muitas agora incentivam ou exigem que pesquisas financiadas por elas sejam disponibilizadas como OA. Por exemplo, o programa Horizonte 2020 da União Europeia mandou que os resultados de pesquisa fossem publicados abertamente. Nos EUA, novas políticas estão sendo desenvolvidas para promover a pesquisa aberta, e o Plano S-um grupo de agências de fomento-exige que a pesquisa que apoiam seja publicada em revistas OA ou disponibilizada sem demora. Esses mandatos podem aumentar consideravelmente a adoção de práticas OA.
Para organizações acadêmicas e sem fins lucrativos, tornar a pesquisa de acesso aberto significa que o trabalho financiado publicamente tá disponível pro público. As empresas farmacêuticas, que criam remédios com base em licenças do governo, têm um contrato com a sociedade que inclui o dever de compartilhar informações precisas sobre seus produtos. Isso significa que elas devem compartilhar rápida e transparentemente os resultados de seus esforços de pesquisa, incluindo tornar esses achados disponíveis como OA. No entanto, algumas revistas não permitem que pesquisas financiadas pela indústria farmacêutica sejam publicadas como OA, como fazem com pesquisas de entidades sem fins lucrativos.
Apesar disso, algumas empresas estão adotando ativamente práticas OA. Algumas grandes farmacêuticas se comprometeram a publicar apenas conteúdo OA nos últimos anos. Muitas outras também já declararam suas intenções de aumentar seus números de publicações OA. Além disso, colaborações como a Open Pharma defendem práticas mais abertas, embora as políticas específicas dessas empresas permaneçam em grande parte não divulgadas.
Embora algumas empresas farmacêuticas tenham sido comparadas em termos de suas taxas de publicação OA no passado, atualmente não há um estudo direto que as compare com instituições acadêmicas. Pra resolver isso, foi criado um painel pra monitorar taxas de publicações OA em tempo real, permitindo que os usuários vejam tendências e comparem os resultados entre empresas farmacêuticas e instituições acadêmicas focadas em pesquisa. Esse painel fornece um recurso contínuo pra acompanhar como as práticas OA estão sendo adotadas na indústria.
O painel também destaca como as empresas farmacêuticas e instituições acadêmicas selecionadas publicaram suas pesquisas em um determinado período. Nessa análise, foi constatado que há uma diferença nos volumes de publicação; instituições acadêmicas geralmente publicam significativamente mais artigos do que empresas farmacêuticas. Porém, quando se trata de publicações médicas, uma porcentagem maior das que vêm de empresas farmacêuticas era de acesso aberto, indicando sua crescente disposição em compartilhar pesquisas de forma ampla.
Ao longo dos anos, as publicações OA totais tanto das empresas farmacêuticas quanto das instituições acadêmicas tiveram uma tendência de alta, particularmente em artigos relacionados à medicina. Enquanto as instituições acadêmicas experimentaram um crescimento consistente em seus números de publicações OA, as empresas farmacêuticas foram mais seletivas, com menos publicações não OA sendo lançadas.
Analisando tipos específicos de modelos OA, revela-se que o OA ouro está se tornando o método preferido para publicação tanto entre empresas farmacêuticas quanto entidades acadêmicas. OA ouro significa que os artigos estão disponíveis gratuitamente na publicação, muitas vezes exigindo que os autores paguem uma taxa antecipadamente. As empresas mostraram um aumento constante em OA híbrido, onde os artigos podem ser disponibilizados gratuitamente por uma taxa enquanto publicados em revistas por assinatura.
Curiosamente, enquanto ambos os setores mostram crescimento nas taxas de publicação OA, suas escolhas de revistas diferem bastante. Autores acadêmicos costumam preferir revistas que apoiam OA ouro, enquanto as empresas farmacêuticas tendem a usar diferentes canais de publicação. A falta de sobreposição nas escolhas de revistas sugere que as estratégias de publicação e os ambientes para esses dois grupos podem ser bem distintos.
As tendências atuais na publicação OA demonstram que as empresas farmacêuticas estão cada vez mais alinhando suas práticas com as instituições acadêmicas, com taxas de publicação semelhantes observadas. Essa mudança reflete um interesse e compromisso mais amplos em tornar a pesquisa acessível ao público, especialmente na área médica, onde compartilhar informações valiosas pode levar a melhores resultados de saúde.
Embora o progresso nas taxas de OA seja promissor, ainda existem obstáculos a serem superados. O prestígio dentro do mundo acadêmico geralmente leva os autores a escolherem revistas bem conhecidas com opções limitadas de OA. Portanto, os pesquisadores enfrentam desafios pra publicar trabalhos OA em revistas de alto impacto que normalmente cobram mais por taxas de publicação.
Os resultados gerais indicam que a publicação OA está em alta, especialmente entre as empresas farmacêuticas. Essa tendência pode levar a um melhor acesso à pesquisa científica para profissionais de saúde, cientistas e o público. O aumento da conscientização sobre os benefícios do OA e a mudança nas políticas de revistas e agências de fomento provavelmente continuarão a fomentar esse crescimento.
O painel ao vivo criado servirá como uma ferramenta pra pesquisadores, instituições e empresas monitorarem continuamente o desempenho da publicação OA. Usando essa ferramenta, os usuários podem acompanhar tendências e identificar desafios que a adoção do OA enfrenta. À medida que mais organizações compartilham abertamente sua pesquisa, a esperança é por um acesso mais equitativo ao conhecimento médico que pode, em última instância, contribuir pra melhorar a saúde de todos.
Em conclusão, a publicação de acesso aberto pode aumentar muito a disponibilidade de pesquisas de saúde vitais. Tanto as empresas farmacêuticas quanto as instituições acadêmicas têm muito a ganhar ao fazer essa transição pra práticas mais abertas, levando a uma colaboração aprimorada e a melhores resultados de saúde pra comunidade mais ampla.
Título: Benchmarking open access publication rates for the pharmaceutical industry and research-intensive academic institutions
Resumo: ObjectiveIn biomedical and health sciences, many articles are published open access (OA). Rates of OA publications continue to grow, including for research carried out by pharmaceutical companies. To help drive more openness in the pharmaceutical industry, we aimed to compare the OA publication rates of pharmaceutical companies with those of academic institutions. MethodsWe assessed OA publication rates from the 40 largest pharmaceutical companies by earnings and 40 comparator academic institutions that publish the largest number of medical research articles in their geographical region. Using the Lens, we built a live public dashboard that presents the OA publication rates for articles with authors affiliated to the pharmaceutical companies and comparator academic institutions of interest, detailed by OA model and licence, and by medical therapy area. We performed further analysis on data downloaded from the dashboard. ResultsIn our primary analysis of articles 12-24 months since publication date, 76.6% of pharmaceutical company (pharma) and 69.5% of academic institution (academia) publications were OA. The most common OA models were gold (pharma, 37%; academia, 41%) and hybrid (pharma, 22%; academia, 11%). Oncology had lower rates of OA publications than other therapy areas. Growth in the OA publication rate was generally more rapid for pharmaceutical companies than for academic institutions, regardless of field. ConclusionsThe OA publication rate was higher for pharmaceutical companies than for academic institutions and continues to increase. With the pharmaceutical industry focused on encouraging authors to publish OA and increasingly aware of the different types of OA licences, we expect and welcome further changes. Our new report provides data on pharmaceutical company and academic institution publications that are updated every 2 weeks. We encourage others to use this open resource and report their results. Key messagesO_ST_ABSWhat is already known on this topicC_ST_ABSOpen access (OA) publication rates for pharmaceutical companies have been steadily growing. However, previous methods for analysing pharmaceutical company OA publication rates have not been conducive to automation and have not facilitated easy comparison between pharmaceutical companies and other research-intensive environments, such as academic institutions. What this study addsWe built an online dashboard that presents continually and automatically updated OA publication rates for articles with authors affiliated to several large pharmaceutical companies and academic institutions. We found that the OA publication rate was higher for pharmaceutical companies than for academic institutions and that growth in OA publications was generally more rapid for pharmaceutical companies than for academic institutions. How this study might affect research, practice or policyOur dashboard allows ongoing monitoring, and we encourage the use of this free tool to capture evolving OA publishing behaviours and the disclosure of these results to help drive greater adoption of OA publishing practices. Strengths and limitations of this studyO_LIAs expected with large-scale bibliometrics sampling, there are various points at which error and/or information loss may have entered this analysis, for example, during the parsing of author affiliations or categorisation of topics and article types. C_LIO_LIThe comparator set (a globally representative group of research-intensive academic institutions) may not represent academic institutions in general because it includes only the largest academic institutions (in terms of publication counts) from each global region. C_LIO_LIThere is overlap between the pharmaceutical company and academic institution analysis sets because first, pharmaceutical company publications often include academic authors, and second, academic institution publications may include pharmaceutical company authors. Hence, some individual publications may have been included in both analysis sets. C_LIO_LIThe analysis does not account for studies that are led by authors at academic institutions but funded by pharmaceutical companies. These investigator-sponsored studies typically do not have pharmaceutical company authors, and pharmaceutical companies have no influence over decisions relating to publications resulting from these studies, including target journal, OA status and license type. C_LI Plain Language SummaryBiotechnology and pharmaceutical companies develop and deliver most of the worlds new medicines. To ensure important information about these medicines is shared transparently with audiences across the world, more and more often, pharmaceutical companies are choosing to publish their research open access. Open access publishing allows anyone to read and, in some cases, reuse the contents of research publications for free. In medical journals, an increasing proportion of articles are published open access every year. However, at the moment, we dont understand how the open access publication rates of medical publications from pharmaceutical companies compare with those of medical publications from academic institutions. Understanding this could help the scientific community assess how open access publication practices are changing over time. We made an online platform that provides a free, live report of the open access publication rates for pharmaceutical companies and academic institutions. We found that 77% of pharmaceutical company research publications and 70% of academic institution research publications were published open access. Open access publication rates increased each year for both pharmaceutical company and academic institution research publications, but the rates were increasing faster for pharmaceutical companies. Our results are similar to those from other studies of open access publication rates. We encourage users to explore our free online live report and share their results publicly. The live report can be accessed using the following link: https://www.lens.org/lens/report/view/Open-access-dashboard/14572/page/14573.
Autores: Tomas J Rees, V. Philippon, A. Liew, S. Baronikova, W. T. Gattrell, J. Gordon, T. S. Koskenkorva, S. Mysore, J. Osorio, T. J. Koder
Última atualização: 2024-09-16 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.14.613042
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.14.613042.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.