Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Ciências da saúde# Salute pubblica e globale

Melhorando os Padrões de Relato de Dados de Saúde Pública

Estão sendo feitos esforços pra criar diretrizes claras sobre o compartilhamento de dados de surtos.

― 8 min ler


Padrões para Relatório dePadrões para Relatório deSurto Precisam de Padrõescompartilhamento de dados sobre surtos.Novas diretrizes visam melhorar o
Índice

Nos últimos vinte anos, teve um monte de Surtos sérios de doenças infecciosas. Alguns dos mais marcantes foram a SARS em 2002-2003, a pandemia de gripe H1N1 em 2009-2010, o MERS em 2012, o Ebola de 2014 a 2016, e a pandemia de COVID-19 que começou em 2019. O sucesso das respostas de Saúde Pública a esses surtos geralmente depende de quão bem as informações são compartilhadas. Os departamentos de saúde pública podem optar por divulgar relatórios que informem o público sobre o que tá rolando durante um surto. Mas, o jeito que essa informação é compartilhada costuma ser inconsistente e falta um padrão claro.

Questões com Relatórios

Muitas regiões lançam atualizações regulares ou relatórios de situação pra manter o público informado sobre surtos. Mas, cada autoridade de saúde decide o que compartilhar. Essa disparidade pode gerar diferenças significativas nas informações que estão sendo relatadas. Por exemplo, durante um surto do vírus Sudan em Uganda em 2022, as autoridades de saúde não relataram consistentemente o número de casos prováveis. Essa inconsistência dificultou que as pessoas entendessem como o surto estava progredindo e se os testes de laboratório podiam confirmar os casos.

Em outro caso, a Flórida enfrentou um surto de meningite C em 2022, mas a divulgação de Dados foi limitada a atualizações ocasionais na mídia. Durante a pandemia de COVID-19, também teve diferenças em como os dados de testes foram reportados. Algumas regiões contavam apenas o primeiro teste de uma pessoa, enquanto outras incluíam todos os testes daquela pessoa. Essa variação causou confusão sobre os dados reportados e o que isso significava para a saúde pública.

Essa falta de padronização significa que cada autoridade de saúde decide de forma independente o que, quando e como compartilhar informações. Como resultado, os tomadores de decisão em outras áreas que dependem dessas informações enfrentam desafios devido à inconsistência nos relatórios. Essa falta de consistência tem consequências claras. Vários estudos e relatórios destacam a importância de ter dados de saúde pública acessíveis. As agências de saúde usam dados disponíveis publicamente pra avaliar riscos e desenvolver medidas pra controlar a propagação de doenças. A mídia também depende desses dados pra informar o público, ajudando as pessoas a tomarem decisões informadas sobre seu comportamento. Quando o compartilhamento de dados é inconsistente, fica difícil pra todo mundo ter uma compreensão compartilhada do que tá rolando durante crises de saúde.

A Necessidade de Padrões

Pra resolver as questões com a divulgação de dados de surtos, estão sendo feitos esforços pra criar Diretrizes de como a informação de saúde pública deve ser compartilhada. Essas diretrizes visam tornar o processo de relato mais claro e consistente, garantindo que informações importantes sejam fáceis de entender e úteis pra quem toma decisão. Um exemplo de desenvolvimento de diretrizes bem-sucedido no passado é a iniciativa CONSORT, que melhorou a qualidade dos Relatos em ensaios clínicos.

Como primeiro passo pra criar essas diretrizes, foi feita uma revisão completa da literatura existente. O objetivo era encontrar quaisquer diretrizes que já existissem relacionadas ao timing, métodos e conteúdo da divulgação pública durante surtos. A revisão também tinha a intenção de identificar quais eram as forças, fraquezas e lacunas no sistema de relatórios atual.

Processo de Revisão

Pra realizar a revisão, dez líderes em epidemiologia e resposta a surtos foram convidados a participar de um comitê de direção. Nove especialistas de várias organizações de saúde concordaram em participar. O comitê realizou uma série de reuniões virtuais pra finalizar a estratégia de busca e o jeito que as informações seriam coletadas. Seguiram as melhores práticas pra revisões sistemáticas, o que garantiu que o processo fosse completo e imparcial.

A busca na literatura incluiu bases de dados como PubMed, EMBASE e Google Scholar, usando palavras-chave específicas relacionadas a surtos e relatórios de dados. Essa busca resultou num total de 46 manuscritos pra triagem inicial.

A triagem inicial envolveu revisar o título e o resumo de cada manuscrito pra determinar se era relevante. Esse processo envolveu dois pesquisadores avaliando os manuscritos de forma independente, e se houvesse qualquer desacordo, a equipe discutia até chegar a um consenso. Após a triagem inicial, uma revisão do texto completo foi realizada nos manuscritos restantes.

Durante a revisão do texto completo, 20 manuscritos ficaram, e 16 deles foram considerados irrelevantes. Novamente, discussões foram realizadas pra garantir consenso sobre os trabalhos restantes. No final, apenas aqueles que focavam especificamente em diretrizes pra divulgação pública durante surtos foram incluídos na análise final.

Descobertas da Revisão

A revisão identificou quatro manuscritos que trouxeram insights sobre a qualidade e o conteúdo da divulgação de surtos. Embora esses manuscritos não tenham todos como objetivo criar diretrizes formais, eles ofereceram recomendações valiosas que poderiam informar a maneira como os dados de surtos são reportados.

O primeiro manuscrito discutiu como relatórios de situação podem informar e ajudar os tomadores de decisão. Destacou áreas como gravidade da doença, tamanho do surto, quão contagiosa é a doença e a eficácia das contramedidas. Os autores recomendaram que incertezas relacionadas à informação também deveriam ser comunicadas.

O segundo manuscrito focou em um conjunto mínimo de dados pra relato de COVID-19 no Irã. Sugeriu padronizar as informações coletadas pra melhorar a qualidade do relato. Identificou categorias-chave de dados que deveriam ser incluídas, como achados clínicos e informações demográficas.

O terceiro manuscrito examinou como a divulgação de dados de COVID-19 variou entre diferentes estados da Índia. Observou problemas relacionados à qualidade da divulgação de dados e enfatizou que mensagens essenciais de saúde pública precisam ser claras e acessíveis além da comunidade científica.

O quarto manuscrito avaliou a completude dos relatos de surtos alimentares nos Estados Unidos ao longo de vários anos. Forneceu recomendações pra melhorar o processo de relato de dados e sugeriu que auditorias regulares dos sistemas de relato poderiam aumentar a qualidade.

Necessidade de Padrões Mínimos

As descobertas desses manuscritos ressaltam os desafios enfrentados pelas autoridades de saúde locais na divulgação de dados de surtos. A flexibilidade permitida a elas pode levar a inconsistências e afetar o quão bem os surtos são detectados e gerenciados. A ausência de padrões universais pra relatórios de saúde pública cria uma clara necessidade de desenvolvimento de diretrizes.

Com base nas recomendações da revisão, um conjunto de pontos de dados mínimos pra relatos de surtos poderia incluir aspectos como:

  • Gravidade da doença
  • Tamanho e disseminação geográfica do surto
  • Contagem diária e total de casos
  • Informações demográficas sobre os indivíduos afetados
  • Quão contagiosa é a doença
  • Sintomas associados à doença
  • Possíveis vias de transmissão
  • Status das contramedidas
  • Fontes de incerteza relacionadas aos dados

As informações devem ser apresentadas de forma clara e fácil de entender. Recursos visuais e input de especialistas poderiam melhorar a compreensão dos dados reportados. O relatório ideal sobre surtos deveria fornecer informações suficientes pra apoiar decisões importantes durante surtos.

Avançando

Essa revisão da literatura mostra a necessidade de padrões universais pra a divulgação de dados de surtos. Uma nova iniciativa, chamada Enabling Accountability for Effective Outbreak Reporting Best Practices in Transparency (ORBIT), foi lançada pra desenvolver e promover diretrizes consensuais pra a divulgação de dados de surtos. O objetivo do ORBIT é estabelecer padrões mínimos pra o compartilhamento de informações durante surtos e incentivar sua adoção ampla.

Um painel de especialistas de vários setores, incluindo academia e governo, vai gerar uma lista abrangente de itens de relato pra guiar as autoridades de saúde pública. A revisão sistemática da literatura que foi conduzida serve como base pras diretrizes do ORBIT. A meta é produzir resultados concretos dessa iniciativa até 2024, levando a práticas de relato melhoradas que beneficiarão as respostas de saúde pública durante futuros surtos.

Fonte original

Título: Reporting standards for outbreak data: A systematic review

Resumo: The current landscape of data reporting for outbreaks is ad hoc and inconsistent. Public health authorities have discretion to determine when, where, how, and what outbreak data to report. This uneven information flow hampers response efforts by decreasing the accountability and transparency needed to build public trust in the public health response. We performed a systematic literature review using the PubMed, EMBASE, MedLine Plus, and Google Scholar databases to identify existing guidelines that address timing, methodology and content of outbreak reporting. Our search strategy produced 46 manuscripts for initial screening to determine eligibility, after which we performed a full-text review of those selected for comprehensive evaluation. We identified four manuscripts that discuss minimum standards and expectations for outbreak reports. Included manuscripts highlight the absence of and the consequent need for minimum standards for what information should be reported to the public during outbreaks. Together, they suggest that the ideal outbreak report should contain information on disease severity, epidemic size and geographic extent, daily and total case count, demographics, transmissibility, signs and symptoms, probable disease transmission and exposure pathways, countermeasure status, and sources of uncertainty. This systematic review of existing guidelines is part of a larger effort to develop consensus guidelines for the public reporting of outbreak data.

Autores: Caitlin M Rivers, V. Gregoire, A. W. Zhu, C. A. Haines

Última atualização: 2024-05-23 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.22.24307752

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.22.24307752.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes