Montelucaste Mostra Potencial para Tratar Distúrbios Neurológicos
Pesquisas sugerem que o montelucaste pode ajudar a controlar a epilepsia bloqueando os canais Cav3.1.
― 7 min ler
Índice
- Tipos de Canais de Cálcio
- O Papel dos Canais de Cálcio do Tipo T
- Encontrando um Medicamento para Bloquear o Cav3.1
- Métodos Usados para Encontrar Medicamentos Potenciais
- Resultados do Docking Molecular
- Mais Sobre o Montelucaste
- Cálculos de Energia de Ligação
- Simulações de Dinâmica Molecular
- Simulando o Ambiente Pré-Sináptico
- Efeitos do Montelucaste nas Simulações MCell
- Limitações do Estudo
- Conclusão
- Fonte original
Os Canais de Cálcio são partes importantes das células no nosso corpo, encontrados em lugares como o cérebro e o coração. Esses canais controlam a entrada de íons de cálcio, que são partículas carregadas bem pequenas. Quando os íons de cálcio fluem para dentro de uma célula, eles podem mudar a atividade dela. Por exemplo, ajudam os neurônios a enviar sinais e permitem que as células musculares se contraiam. Tem várias maneiras de controlar esses canais, como bloqueá-los com medicamentos.
Tipos de Canais de Cálcio
Tem dois tipos principais de canais de cálcio: os dependentes de voltagem e os dependentes de ligantes. Os canais dependentes de voltagem abrem quando há uma mudança na voltagem da membrana celular. Já os canais dependentes de ligantes abrem quando certos químicos se ligam a eles.
Os canais de cálcio dependentes de voltagem vêm em vários tipos. Por exemplo, os canais do tipo L são duradouros, enquanto os do tipo T são temporários. Cada tipo de canal pode ser encontrado em diferentes partes do corpo. Os canais do tipo N são encontrados principalmente no cérebro, enquanto os canais do tipo L podem ser encontrados em músculos e ossos.
O Papel dos Canais de Cálcio do Tipo T
Os canais de cálcio do tipo T têm três subtipos: Cav3.1, Cav3.2 e Cav3.3. Esses canais podem estar ligados a vários problemas neurológicos, como epilepsia e dor neuropática.
Os canais Cav3.1 são bem ativos no sistema nervoso central e ajudam a regular padrões importantes como o sono. Se o Cav3.1 estiver superativo, pode causar convulsões. Pesquisas mostraram que remover os canais Cav3.1 de camundongos reduz o risco de convulsões.
Os canais Cav3.2 têm um papel na liberação de hormônios e no controle da atividade do coração. Já os canais Cav3.3 estão no tálamo, uma área do cérebro que ajuda no processamento sensorial e no sono. Por conta da sua ligação com esses problemas, os três canais Cav3 estão sendo estudados como alvos para novos tratamentos.
Encontrando um Medicamento para Bloquear o Cav3.1
Essa pesquisa tem como objetivo encontrar um medicamento que possa bloquear efetivamente os canais Cav3.1. A ideia é usar simulações in-silico para identificar um remédio que já esteja aprovado para uso humano.
Na descoberta de drogas, o primeiro passo geralmente envolve simulações em computador para encontrar candidatos potenciais. Os pesquisadores criam uma biblioteca de várias moléculas que poderiam se ligar aos canais-alvo. Essa biblioteca pode ser feita usando bancos de dados existentes de produtos químicos. Depois de reunir possíveis candidatos a medicamentos, os cientistas os testam para ver quais podem se ligar efetivamente ao canal Cav3.1.
Métodos Usados para Encontrar Medicamentos Potenciais
Para achar um bom candidato, vários métodos são usados. Esses incluem o docking molecular, que vê como um remédio se encaixa no canal, e a dinâmica molecular, que estuda como o remédio e o canal se comportam ao longo do tempo. Outros métodos avaliam quão estável é o complexo remédio-canal e como ele interage com moléculas de água.
As simulações mostraram que o Montelucaste, um remédio geralmente usado para asma e alergias, pode se ligar bem aos canais Cav3.1 e ajudar a manejar problemas neurológicos.
Resultados do Docking Molecular
Nas simulações, o montelucaste foi comparado a mais de 2.000 medicamentos aprovados pelo FDA. Os resultados mostraram que o montelucaste teve uma pontuação de ligação forte, indicando que ele poderia bloquear o fluxo de íons de cálcio através dos canais Cav3.1.
Outros remédios também tiveram boas pontuações, mas muitos apresentaram problemas para uso a longo prazo. Por exemplo, a verde indocianina é usada em diagnósticos, mas não é segura para uso regular. Cobicistat e ritonavir, que são usados para tratar o HIV, podem causar interações medicamentosas se usados regularmente. Isso torna o montelucaste um candidato mais adequado para reaproveitamento.
Mais Sobre o Montelucaste
O montelucaste já é um medicamento bem conhecido. Ele é prescrito há muitos anos para tratar asma e alergias. Os pacientes geralmente tomam uma vez por dia, e ele tem um bom perfil de segurança com efeitos colaterais mínimos. Isso faz dele uma opção atraente para quem está considerando um tratamento a longo prazo.
Um dos benefícios do montelucaste é que ele é seguro para uso durante a gravidez. Muitos outros medicamentos para epilepsia podem trazer riscos durante a gravidez, o que torna o montelucaste uma opção mais atraente para mulheres grávidas.
Cálculos de Energia de Ligação
Para entender melhor como o montelucaste interage com o Cav3.1, os cientistas calcularam a energia de ligação. Os resultados indicaram que o montelucaste tem uma afinidade de ligação mais forte do que o ligante nativo Z944, que foi usado para comparação. Isso significa que o montelucaste provavelmente forma um complexo mais estável com o Cav3.1.
A análise mostrou que as interações entre o remédio e o canal são principalmente devido às forças de van der Waals, que são forças atrativas entre moléculas.
Simulações de Dinâmica Molecular
Simulações de dinâmica molecular foram feitas para observar como o composto se comporta ao longo do tempo. Essas simulações mostraram que o complexo formado pelo montelucaste e o Cav3.1 estabilizou após algum tempo, confirmando sua probabilidade de ser um inibidor adequado.
Os resultados também demonstraram quão flexível ou compacto é o complexo remédio-canal, ajudando os cientistas a entender como o remédio interage com o canal em um prazo mais longo. Medidas importantes incluíram o número de ligações de hidrogênio, que indicam quão fortemente o remédio é mantido pelo canal.
Simulando o Ambiente Pré-Sináptico
Para entender melhor como o montelucaste pode agir em uma situação biológica real, os pesquisadores criaram um modelo pré-sináptico. Esse modelo ajuda a ilustrar como os íons de cálcio entram em uma sinapse e iniciam a liberação de Neurotransmissores.
Simulações MCell foram usadas para mostrar como o montelucaste poderia bloquear os canais Cav3.1 e reduzir a entrada de íons de cálcio. Os resultados indicaram que, quando o montelucaste estava presente, menos neurotransmissores foram liberados na fenda sináptica.
Efeitos do Montelucaste nas Simulações MCell
Várias simulações foram realizadas com diferentes concentrações de montelucaste e taxas de interação variadas. Quanto maior a concentração de montelucaste, mais ele bloqueava os canais de cálcio e reduzia a liberação de neurotransmissores.
Os pesquisadores notaram uma diminuição significativa no número de vesículas que liberaram neurotransmissores quando o montelucaste estava presente em altas concentrações.
Limitações do Estudo
Apesar dos achados promissores, existem limitações nesse estudo. As simulações podem sugerir quão bem um remédio se liga a um canal, mas não oferecem uma resposta definitiva sobre se o remédio age como um inibidor ou ativador.
As taxas de reação para o montelucaste foram estimadas com base em outro remédio, tornando isso menos preciso. Além disso, as simulações simplificaram as interações complexas em uma sinapse real e excluíram muitos outros fatores que poderiam influenciar os resultados.
Conclusão
No geral, esse estudo destaca o potencial do montelucaste para ser reaproveitado como tratamento para distúrbios neurológicos relacionados aos canais Cav3.1. Com sua segurança e eficácia já estabelecidas no tratamento de asma, estudos experimentais futuros poderiam confirmar seu papel no manejo de condições como a epilepsia.
Os próximos passos incluirão testar o montelucaste em laboratórios para ver como ele se comporta como um inibidor do Cav3.1. A ideia é explorar a possibilidade do montelucaste ser uma opção segura e eficaz para tratar condições neurológicas enquanto reduz os efeitos colaterais que são comuns com muitos medicamentos tradicionais para epilepsia.
Título: In Silico identification and modelling of FDA-approved drugs targeting T-type calcium channels
Resumo: Studies have shown that inhibition of the Cav3.1 T-type calcium channel can prevent or suppress neurological diseases, such as epileptic seizures and diabetic neuropathy. In this study we aimed to use in silico simulations to identify a U.S. Food and Drug Administration (FDA)-approved drug that can bind to the Cav3.1 T-type calcium channel. We used the automated docking suite GOLD v5.5 with the genetic algorithm to simulate molecular docking and predict the protein-ligand binding modes, and the ChemPLP empirical scoring function to estimate the binding affinities of 2,115 FDA-approved drugs to the human Cav3.1 channel. Drugs with high binding affinity and appropriate pharmacodynamic and pharmacokinetic properties were selected for molecular mechanics Poisson-Boltzmann surface area (MMPBSA) and molecular mechanics generalised Born surface area (MMGBSA) binding free energy calculations, GROMACS molecular dynamics (MD) simulations and Monte Carlo Cell (MCell) simulations. The docking results indicated that the FDA-approved drug montelukast has a high binding affinity to Cav3.1, and data from the literature suggested that montelukast has the appropriate drug-like properties to cross the human blood-brain barrier and reach synapses in the central nervous system. MMPBSA, MMGBSA and MD simulations showed the high stability of the montelukast-Cav3.1 complex. MCell simulations indicated that the blockage of Cav3.1 by montelukast reduced the number of synaptic vesicles being released from the pre-synaptic region to the synaptic cleft, which may reduce the probability and amplitude of postsynaptic potentials. Author SummaryNew drugs for current illnesses or disorders are always necessary to enhance therapeutic outcomes or can be utilised for patients who have experienced side effects from current medicines. The Cav3.1 T-type calcium channel has been found to be linked to neurological diseases, such as epilepsy and diabetes. Consequently, identifying a drug that could bind to these receptors may yield therapeutic effects on these neurological conditions. This study utilises various computational methods to sift through 2,115 FDA-approved drugs that have been used for other diseases, not neurological ones, to determine whether some of these drugs could bind to the Cav3.1 T-type calcium channel and potentially produce therapeutic effects on neurological diseases. Our research indicates that the current asthma drug montelukast has the potential to bind to the calcium channel and is worthy of further investigation.
Autores: Pedro Fong, Susana Roman Garcia, Melanie I Stefan, David C Sterratt
Última atualização: 2024-09-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.27.615366
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.27.615366.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.