Resiliência dos Corais em Meio aos Desafios de Sedimentos no Atlântico

A área costeira do Atlântico na Colômbia tem muita atividade humana, o que afeta o meio ambiente local. Isso acontece principalmente por causa dos Sedimentos e matéria orgânica que vêm do rio Magdalena, o maior rio do país. O rio carrega uma quantidade enorme de sedimentos todo ano, o que muda as condições do oceano nessa parte do Caribe. Essas condições podem ser difíceis para a Vida Marinha, especialmente para organismos como os Corais, que precisam de ambientes estáveis para sobreviver.

Os corais nessa região são bem interessantes porque a água costuma ser lamacenta devido ao rio. Mesmo que não tenha relatórios oficiais de corais no Atlântico, a galera local já viu alguns em certas áreas. Uns 50 anos atrás, formou-se uma formação natural de areia chamada de manguito de Puerto Velero, no município de Tubará. Esse manguito ajuda a reduzir o impacto das ondas e mantém alguns sedimentos e poluentes afastados, criando uma área de baía mais tranquila onde a vida marinha pode se desenvolver de um jeito diferente das águas ao redor.

Já teve uns relatos sobre corais e outras vidas marinhas ao redor dos pilares de um porto, que funcionam como superfícies artificiais para os corais se desenvolverem. Esse estudo foca em encontrar corais que consigam sobreviver nas condições influenciadas pelo rio Magdalena em ambientes naturais dentro do departamento.

#Área do Estudo

A pesquisa rolou perto do manguito de Puerto Velero, no Atlântico, Colômbia. Essa área é conhecida pelas taxas de sedimentação que mudam bastante, dependendo da estação. Durante a temporada de chuvas, a sedimentação pode ser relativamente baixa, enquanto na seca, pode ser muito mais alta devido a correntes e ventos que levam sedimentos do rio para a baía.

A temperatura média da água nessa área é de cerca de 28 °C, com uma salinidade em torno de 29,3. A região vive três estações distintas: uma estação seca de dezembro a abril, uma estação chuvosa de agosto a novembro, e um período de transição de maio a julho. Esse lugar específico foi escolhido para a pesquisa porque os pescadores locais mencionaram ter visto vidas marinhas normalmente associadas a áreas de corais.

#Coleta de Dados

O trabalho de campo foi feito no dia 20 de julho de 2024. Nesse dia, foram feitas mergulhos em áreas aleatórias marcadas dentro da zona de estudo. Uma câmera GoPro HERO7 Black foi usada para gravar vídeos nos locais onde foram encontrados estruturas de corais ou vidas marinhas relacionadas. Esse método permitiu uma documentação detalhada dos organismos e estruturas presentes na área.

Os vídeos gravados foram assistidos com atenção, sendo desacelerados para melhor observação e revisados várias vezes. Essa abordagem cuidadosa ajudou a identificar vários organismos, incluindo corais, peixes, esponjas e outras criaturas marinhas. Imagens de cada organismo foram tiradas de ângulos diferentes para ajudar na identificação, usando guias de identificação para classificá-los.

#Resultados

Foram encontradas duas áreas de corais, cada uma cobrindo cerca de 20 metros quadrados. A primeira área está a uma profundidade de cerca de 4 a 6 metros e tem grandes colônias de corais, principalmente das espécies Siderastrea siderea e Porites. A segunda área está a cerca de 2,3 quilômetros de distância, a uma profundidade de cerca de 1 a 2 metros, e é composta principalmente de Millepora squarrosa e diferentes tipos de octocorais.

Ambas as áreas abrigam várias vidas marinhas, incluindo peixes, vermes, estrelas-do-mar e esponjas. No total, 35 espécies diferentes foram identificadas nessas áreas de corais, mostrando uma diversidade rica nesse habitat. Notavelmente, 15 espécies encontradas aqui não tinham sido reconhecidas anteriormente no departamento do Atlântico.

É surpreendente encontrar tanta vida marinha aqui, especialmente considerando os altos níveis de sedimentos que geralmente dificultam a sobrevivência de corais e outras espécies sensíveis. Geralmente, eles preferem águas mais claras, mas essas colônias de corais conseguiram sobreviver em condições desafiadoras.

#Observações

Foi notado que as maiores colônias de corais sobreviveram a eventos significativos de mortalidade. Alguns corais mostraram sinais de estar cobertos por algas, enquanto outros sofreram branqueamento, que pode acontecer quando os corais estão estressados. Além disso, muitas espécies de Porites na área mostraram sinais de uma doença conhecida como mancha branca ulcerativa, que é um problema comum para os corais nessa parte do Caribe.

A presença dessas áreas de corais, junto com outras encontradas em diferentes regiões da Colômbia, sugere que os corais nessa área são resilientes e conseguem se adaptar às condições ambientais desafiadoras causadas pelo rio. A falta de registros anteriores de recifes de corais nessa área aponta para a necessidade de mais pesquisas marinhas no departamento do Atlântico, que é uma área importante tanto para a população local quanto para os estudos científicos.

#Importância da Pesquisa

Estudar esses ecossistemas de corais é crucial não só para a sua conservação, mas também para entender como eles respondem a mudanças globais no ambiente, principalmente as causadas pelas mudanças climáticas. Ao documentar e monitorar esses habitats de corais regularmente, os pesquisadores podem obter insights que podem ajudar a protegê-los melhor e contribuir para uma compreensão mais ampla da resiliência dos corais.

Além disso, essa pesquisa pode esclarecer a importância dos ecossistemas locais e seus papéis em apoiar a vida marinha. As descobertas podem incentivar mais estudos e esforços de conservação, destacando a necessidade de proteção em áreas que podem não ser reconhecidas como habitats críticos.

#Conclusão

As descobertas desse estudo destacam o potencial para o crescimento de corais em áreas que foram negligenciadas devido à influência de sedimentos do rio Magdalena. Duas áreas distintas de corais foram encontradas, mostrando uma população marinha variada e vibrante. Apesar das condições ambientais desafiadoras, esses corais demonstraram uma resiliência notável.

Como resultado, essa pesquisa não apenas contribui para o conhecimento científico, mas também enfatiza a necessidade de mais atenção aos ambientes marinhos no departamento do Atlântico. Proteger e entender esses ecossistemas de corais é vital para esforços de conservação e a saúde de todo o ambiente marinho caribenho, ajudando a garantir que esses recursos naturais sejam preservados para as gerações futuras.