Adaptando a visão em peixes de águas profundas
Pesquisas mostram como os peixes de águas profundas adaptam a visão deles para ambientes com pouca luz.
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Índice
- Bastonetes e Cones: Suas Funções na Visão
- Pesquisa sobre a Visão de Peixes de Profundidade
- Descobertas sobre Expressão Genética Visual
- Características Morfológicas dos Fotoreceptores
- Entendendo os Fatores de Transcrição
- O Papel dos Cones Semelhantes a Bastonetes no Desenvolvimento Larval
- Implicações para a Biologia Evolutiva
- Conclusão
- Fonte original
A visão dos vertebrados mudou pra funcionar em vários ambientes de luz, desde lugares bem iluminados como recifes de coral até áreas escuras como cavernas e o fundo do mar. A maioria dos vertebrados usa dois tipos de células nos olhos, chamadas bastonetes e Cones, pra enxergar. Os bastonetes são bons pra ver em luz baixa, enquanto os cones são melhores em luz forte. Às vezes, bastonetes e cones trabalham juntos em luz média. Algumas espécies têm células especiais chamadas fotoreceptores híbridos que misturam características de ambos, permitindo que se adaptem às condições de luz específicas.
Bastonetes e Cones: Suas Funções na Visão
Bastonetes e cones têm propósitos diferentes na visão. Os bastonetes são super sensíveis à luz, o que os torna úteis pra ver no escuro. Eles são cheios de proteínas sensíveis à luz chamadas opsinas que reagem à luz azul-verde. Por outro lado, os cones são feitos pra funcionar bem em ambientes mais iluminados, com diferentes tipos de opsinas que conseguem detectar uma gama mais ampla de cores, do ultravioleta ao vermelho.
O equilíbrio entre bastonetes e cones varia entre as espécies. Animais diurnos geralmente têm mais cones, enquanto os noturnos tendem a ter mais bastonetes. Alguns peixes que vivem no fundo do mar costumam depender muito dos bastonetes pra enxergar em seu ambiente escuro. Curiosamente, todos os vertebrados começam a vida com mais cones, e os bastonetes se desenvolvem depois. Esse padrão de crescimento funciona bem pra animais que vivem inicialmente em áreas iluminadas, mas parece menos ideal pra peixes de profundidade que passam a vida na escuridão.
Pesquisa sobre a Visão de Peixes de Profundidade
Pra entender melhor como os peixes de profundidade desenvolvem sua visão, os pesquisadores analisaram três tipos: peixe-luz, peixe-machado e peixe-lanterna. Esses peixes vivem em diferentes ambientes de luz no fundo do mar. O peixe-luz começa a vida em um ambiente de luz média e depois se muda pra áreas mais escuras, enquanto as condições de luz do peixe-machado mudam de maneira semelhante. Já o peixe-lanterna permanece em um ambiente de luz média durante toda a vida.
Usando várias ferramentas científicas, os pesquisadores examinaram como esses peixes desenvolvem sua visão. Eles focaram nos genes dos olhos e na estrutura física das células sensíveis à luz. Descobriram que, nas primeiras etapas da vida, todos os três peixes tinham principalmente células que agiam como cones, embora essas células parecessem mais com bastonetes. Conforme foram crescendo, o peixe-luz e o peixe-machado passaram a ter mais bastonetes, enquanto o peixe-lanterna manteve suas células semelhantes a cones.
Descobertas sobre Expressão Genética Visual
Os pesquisadores acharam que as fases larvais dos três peixes expressavam principalmente genes de cones, indicando sua dependência de células semelhantes a cones pra visão. O peixe-luz não mostrava sinais de genes de bastonetes nas fases iniciais. O peixe-machado e o peixe-lanterna apresentaram níveis bem baixos de expressão de genes de bastonetes no começo. Conforme cresceram, o peixe-luz e o peixe-machado começaram a expressar mais genes de bastonetes, especialmente durante a transição pra águas mais profundas. Em contraste, o peixe-lanterna continuou expressando principalmente genes de cones mesmo quando adulto.
Essa mudança de expressão de cones pra bastonetes nesses peixes de profundidade reflete padrões vistos em outros tipos de peixes. Os padrões mostram estratégias evolutivas que se adaptam às condições de luz em que esses peixes vivem.
Características Morfológicas dos Fotoreceptores
A maioria dos olhos de vertebrados tem uma mistura de bastonetes e cones, enquanto muitos peixes de profundidade têm principalmente células semelhantes a bastonetes. Os pesquisadores observaram que, nas fases iniciais, todos os três peixes tinham muitas características semelhantes a bastonetes, como estruturas longas e cilíndricas. Essas estruturas são típicas dos bastonetes, sugerindo uma adaptação forte à baixa luminosidade. No entanto, o peixe-machado tinha uma pequena porcentagem de células verdadeiramente semelhantes a cones, indicando alguma diversidade na estrutura de seus olhos.
À medida que os peixes amadureceram, a pesquisa mostrou que o peixe-luz e o peixe-machado desenvolveram olhos completamente semelhantes a bastonetes, enquanto o peixe-lanterna continuou a ter uma mistura de células semelhantes a bastonetes com algumas características de cones. Essa estrutura é comum em outros peixes de profundidade, que dependem bastante de células de bastonetes pra ter uma visão melhor em ambientes escuros.
Entendendo os Fatores de Transcrição
Fatores de transcrição são proteínas que ajudam a controlar a expressão genética durante o desenvolvimento ocular. Certos fatores de transcrição desempenham papel essencial em guiar as células da retina a se tornarem bastonetes ou cones. Pesquisas revelaram que fatores específicos de transcrição estavam consistentemente presentes em todos os peixes durante as fases em que tinham cones semelhantes a bastonetes. À medida que os peixes amadureceram, alguns desses fatores de transcrição continuaram ativos, sugerindo que eles continuaram a influenciar o desenvolvimento de verdadeiros bastonetes no peixe-luz e no peixe-machado.
Essa coordenação de fatores de transcrição também é vista em mamíferos, onde ajudam a determinar o futuro das células sensíveis à luz. Essa visão sobre os mecanismos de controle genético aprofunda nosso entendimento do desenvolvimento do sistema visual em ambientes incomuns como o fundo do mar.
O Papel dos Cones Semelhantes a Bastonetes no Desenvolvimento Larval
Os pesquisadores descobriram que essas larvas de peixes possuem principalmente cones semelhantes a bastonetes, o que é uma descoberta significativa. Essa estrutura contrasta com a maioria dos vertebrados, que tipicamente têm cones verdadeiros durante seu desenvolvimento inicial. A predominância de cones semelhantes a bastonetes nesses peixes de profundidade pode permitir uma adaptação mais rápida às fases da vida adulta focadas na visão em baixa luminosidade.
Ter cones semelhantes a bastonetes desde cedo provavelmente melhora a capacidade deles de enxergar na luz fraca do ambiente. Essa característica sugere que essas células estão bem adaptadas aos desafios de viver em condições mesópicas, típicas dos habitats de profundidade.
Implicações para a Biologia Evolutiva
A presença de cones semelhantes a bastonetes nesses peixes levanta questões interessantes sobre a evolução da visão nos animais. A ocorrência de tais estruturas em diferentes espécies pode indicar que essa adaptação é mais comum no fundo do mar do que se pensava. Os ambientes compartilhados de vários peixes de profundidade e a descoberta de características semelhantes em outros grupos de animais sugerem que essa adaptação pode ser uma estratégia benéfica pra sobrevivência em condições de pouca luz.
Além disso, casos de adaptações semelhantes em répteis, anfíbios e outros animais implicam que a evolução de cones semelhantes a bastonetes pode ter raízes mais profundas na história dos vertebrados. Mais pesquisas são necessárias pra entender como essas adaptações se desenvolveram ao longo do tempo e como permitem que diferentes espécies prosperem em seus ambientes únicos.
Conclusão
O estudo do desenvolvimento visual em peixes de profundidade revela insights fascinantes de como essas criaturas adaptam a visão pra sobreviver em ambientes desafiadores. Ao combinar análise genética e observações detalhadas da estrutura dos olhos, os pesquisadores descobriram um caminho de desenvolvimento único que permite a existência de cones semelhantes a bastonetes desde o início da vida.
Essa descoberta não só melhora nosso entendimento da visão dos vertebrados, mas também convida a uma exploração mais aprofundada dos processos evolutivos que moldam como diferentes espécies se adaptam ao seu redor. A complexidade dos sistemas visuais em peixes de profundidade reflete a incrível diversidade da vida na Terra e destaca a adaptabilidade dos organismos que enfrentam condições extremas.
Título: Deep-sea fish reveal alternative pathway for vertebrate visual development
Resumo: Vertebrate vision is accomplished by two phenotypically distinct types of photoreceptors in the retina: the saturation-resistant cones for the detection of bright light and the highly sensitive rods for dim light conditions [1]. The current dogma is that, during development, all vertebrates initially feature a cone-dominated retina, and rods are added later [2, 3]. By studying the ontogeny of vision in three species of deep-sea fishes, we show that their larvae express cone-specific genes in photoreceptors with rod-like morphologies. Through development, these fishes either retain this rod-like cone retina (Maurolicus mucronatus) or switch to a retina with true rod photoreceptors with expression of rod-specific genes and transcription factors (Vinciguerria mabahiss and Benthosema pterotum). In contrast to the larvae of most marine fishes, which inhabit the bright upper layer of the open ocean, the larvae of deep-sea fishes occur deeper, exposing them to a dimmer light environment [4-7]. Spectral maxima predictions from molecular dynamics simulations and environmental light estimations suggest that using transmuted photoreceptors that combine the characteristics of both cones and rods maximises visual performance in these dimmer light conditions. Our findings provide molecular, morphological, and functional evidence for the evolution of an alternative developmental pathway for vertebrate vision.
Autores: Lily G Fogg, S. Isari, J. E. Barnes, J. S. Patel, J. Marshall, W. Salzburger, F. Cortesi, F. de Busserolles
Última atualização: 2024-10-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.10.617579
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.10.617579.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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