Movimento e Adaptação Bacteriana: Um Estudo Sobre Shewanella putrefaciens
Pesquisas mostram como a Shewanella putrefaciens melhora o movimento através de mudanças genéticas.
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Índice
Bactérias são seres vivos minúsculos que conseguem se mover de várias formas. Uma forma comum de algumas bactérias se moverem é usando estruturas chamadas Flagelos. Flagelos são partes longas que saem da superfície das bactérias e ajudam elas a nadar em líquidos ou a se moverem por superfícies. Esse estudo analisa mais de perto como um tipo de bactéria, chamada Shewanella putrefaciens, usa seus flagelos para se mover melhor em certas condições.
Por que o Movimento Importa
As bactérias precisam se mover para achar comida e escapar de condições ruins. Elas conseguem perceber o ambiente e reagem se movendo em direção a nutrientes ou se afastando de substâncias prejudiciais. Essa habilidade de se mover em resposta a sinais do ambiente é chamada de quimiotaxia. As bactérias têm proteínas especiais que ajudam a detectar esses sinais. No caso da S. putrefaciens, existem várias dessas proteínas que ajudam a bactéria a entender o que está rolando ao redor dela.
Os Flagelos e o Movimento
Os flagelos são importantes para o movimento, mas produzi-los consome energia. Para as bactérias, isso significa que elas têm que equilibrar quanto de energia gastam se movendo com quanto conseguem crescer. Quando as condições estão boas e tem bastante comida, as bactérias talvez não precisem gastar tanto energia se movendo. Mas, se a comida começa a escassear, elas podem mudar a estratégia e se mover mais para encontrar nutrientes.
Esse estudo mostra como os genes que controlam a produção de flagelos são ajustados com base no que as bactérias percebem ao seu redor. Por exemplo, em ambientes onde a comida é pouca, a S. putrefaciens pode aumentar seu movimento para sobreviver.
Conhecendo a Shewanella putrefaciens
A Shewanella putrefaciens é um tipo de bactéria que consegue viver com ou sem oxigênio. Ela tem dois tipos de flagelos: um que fica na ponta da célula (flagelo polar) e outros ao longo das laterais (flagelos laterais). O jeito que esses flagelos são dispostos permite que as bactérias se movam de maneiras diferentes. O flagelo polar ajuda a bactéria a se mover pra frente, enquanto os flagelos laterais podem ajudar a empurrar contra superfícies, facilitando a dispersão.
Essa bactéria é mais complicada em termos de movimento do que a E. coli, que tem uma configuração de flagelo mais simples. Por ter os dois tipos de flagelos, a S. putrefaciens consegue ser mais flexível na forma como se move.
O Experimento
Para entender como a S. putrefaciens poderia ser melhor em se espalhar e se mover por diferentes tipos de ambientes, os pesquisadores realizaram experimentos com essas bactérias. Eles queriam descobrir quais mudanças aconteciam nas bactérias que permitiam que elas se movessem melhor em uma substância gelatinosa chamada ágar mole.
Os pesquisadores pegaram bactérias que estavam se desenvolvendo bem e deixaram elas se espalharem em placas de ágar mole. Eles observaram o quanto diferentes grupos de bactérias conseguiam se mover após várias rodadas de seleção. Com o tempo, eles encontraram algumas bactérias que conseguiam se espalhar muito mais longe do que as outras. Essas bactérias ganharam um novo nome, G14.
Resultados do Experimento
As bactérias recém-evoluídas mostraram uma vantagem clara em movimento. Elas se espalharam rapidamente pela superfície do ágar, superando as bactérias originais. Esse desempenho forte foi notado desde o começo e não desenvolveu depois que começaram a se espalhar.
Ao analisar as características das bactérias, os pesquisadores descobriram que as bactérias G14 não mudaram em relação à quantidade de flagelos que tinham. As formas e tamanhos eram semelhantes às das bactérias originais, mas houve uma pequena mudança em uma das proteínas relacionadas ao movimento.
Encontrando a Mutação Chave
Para identificar o que fez as bactérias G14 tão boas em se espalhar, os pesquisadores verificaram as mudanças em seus genes. Eles acharam uma mutação específica: um pequeno pedaço de DNA estava faltando em uma parte do genoma das bactérias relacionada às proteínas de quimiotaxia. Essa proteína era chamada MCP_0387, e ela tem um papel em como a S. putrefaciens percebe o ambiente.
Os pesquisadores então checaram se esse MCP_0387 era crucial para o movimento melhorado. Ao remover o gene, descobriram que as bactérias perderam a vantagem em se espalhar. Isso indicou que o MCP_0387 estava diretamente ligado à habilidade aumentada de se mover através do ágar mole.
O Papel do MCP_0387
O MCP_0387 é apenas uma das muitas proteínas que ajudam as bactérias a perceber sinais; a S. putrefaciens tem várias dessas proteínas, o que dá a ela uma grande variedade de formas de entender o ambiente. Até mesmo um pequeno aumento na quantidade dessa proteína pode mudar significativamente como as bactérias reagem ao que está ao seu redor e, consequentemente, afetar seu movimento.
Entendendo como o MCP_0387 funciona, os pesquisadores conseguiram insights sobre como os sinais do ambiente podem mudar o comportamento bacteriano. Essa mudança pode ajudar as bactérias a se moverem em direção a condições favoráveis ou se afastarem do perigo.
Observando Padrões de Movimento
Para entender melhor como as bactérias se moviam pelo ágar mole, os pesquisadores rastrearam bactérias individuais. Eles descobriram que a S. putrefaciens mostrava um padrão de movimento único chamado "pular e agarrar". Isso significa que, enquanto tentavam se mover livremente pelo ágar, muitas vezes ficavam presas e tinham que se contorcer para encontrar caminhos para avançar.
As bactérias G14 não só se moviam distâncias maiores, como também tinham períodos mais curtos em que estavam presas. Esse comportamento sugere que a presença aumentada do MCP_0387 realmente ajuda as bactérias a navegarem melhor dentro do ambiente do ágar.
Crescimento vs. Movimento
Normalmente, quando as bactérias evoluem para serem melhores em se mover, elas costumam enfrentar desvantagens em crescimento, ou seja, podem não multiplicar tão rápido. Surpreendentemente, nesse estudo, os dois tipos de bactérias (a original e a G14) cresceram em taxas semelhantes em condições ricas em nutrientes. Isso indica que as mudanças que levaram a um melhor espalhamento não vieram com o custo de um crescimento mais lento.
Conclusão
Esse estudo revelou como a S. putrefaciens adapta suas capacidades de movimento e espalhamento através de mudanças em uma de suas proteínas sinalizadoras, o MCP_0387. A habilidade aumentada das bactérias evoluídas de perceber e responder ao ambiente permite que elas naveguem mais eficientemente em ambientes complexos.
Bactérias como a S. putrefaciens mostram como organismos vivos podem se ajustar ao seu entorno. Essas descobertas podem ajudar a entender outras espécies bacterianas e seus movimentos também. Explorar os sinais específicos que afetam o MCP_0387 e outras proteínas semelhantes pode abrir novas avenidas para pesquisas sobre comportamento bacteriano e interações em diversos ambientes. Compreender esses mecanismos não é só importante para a ciência, mas também pode levar a aplicações práticas em áreas como medicina e biotecnologia.
Título: Role of a single MCP in evolutionary adaptation of Shewanella putrefaciens for swimming in planktonic and structured environments
Resumo: Bacteria can adapt to their environments by changing phenotypic traits by mutations. However, improving one trait often results in deterioration of another one, a trade-off which limits the degree of adaption. The gammaproteobacterium Shewanella putrefaciens CN-32 has an elaborate motility machinery comprising two distinct flagellar systems and an extensive chemotaxis array with 36 methyl-accepting chemotaxis sensor proteins (MCPs). In this study we performed experimental selection on S. putrefaciens for increased spreading through a porous environment. We readily obtained a mutant that showed a pronounced increase in covered distance. This phenotype was almost completely caused by a deletion of 24 bp from the chromosome, which leads to a moderately enhanced production of a single MCP. Accordingly, chemotaxis assays under planktonic conditions and cell tracking in soft agar showed that the mutation improved navigation through nutritional gradients. The study demonstrates how differences in the abundance of a single MCP can lead to an efficient upgrade of directed flagella-mediated motility in specific environments at a low expense of cellular resources. ImportanceExperimental evolution experiments have been used to determine the trade-offs occurring in specific environments. Several studies that have used the spreading behavior of bacteria in structured environments identified regulatory mutants that increase the swimming speed of the cells. While this results in a higher chemotaxis drift, the growth fitness decreases as the higher swimming speed requires substantial cellular resources. Here we show that rapid chemotaxis adaptation can also be achieved through modification of the chemotaxis signal input at a low metabolic cost for the cell.
Autores: Kai M Thormann, D. B. Edelmann, A. M. Jakob, L. G. Wilson, R. Colin, D. Brandt, F. Eck, J. Kalinowski
Última atualização: 2024-10-16 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.15.618407
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.15.618407.full.pdf
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