O Papel do BMP-9 e BMP-10 na Saúde dos Vasos Sanguíneos
BMP-9 e BMP-10 são fundamentais pro desenvolvimento e funcionamento dos vasos sanguíneos.
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Índice
As proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs) são um grupo de fatores de crescimento famosos pelo seu papel na formação e cicatrização de ossos. Especificamente, a BMP-9 e a BMP-10 são membros importantes da família do fator de crescimento transformante beta (TGF-β). Essas proteínas são produzidas principalmente por células do fígado e, no caso da BMP-10, também por células do músculo cardíaco. Depois de serem produzidas, a BMP-9 e a BMP-10 são liberadas na corrente sanguínea, onde interagem com as células dos vasos sanguíneos. A sinalização delas é crucial para o desenvolvimento e manutenção adequados dos vasos sanguíneos.
Em algumas doenças, problemas com a via de sinalização da BMP-9 e BMP-10 podem levar a telangiectasia hemorrágica hereditária (HHT). Essa condição é caracterizada pela formação de conexões anormais entre artérias e veias, conhecidas como malformações arteriovenosas (AVMs). Essas AVMs podem ocorrer em pequenos vasos sanguíneos na pele e no nariz, assim como em vasos maiores nos pulmões, fígado e cérebro. Elas podem causar complicações sérias, como sangramentos nasais, hemorragias internas, anemia, AVCs, abscessos cerebrais e até insuficiência cardíaca.
Estudar a via de sinalização da BMP-9 e BMP-10 pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos direcionados para pacientes com HHT.
Formação e Função da BMP-9 e BMP-10
BMP-9 e BMP-10 começam como proteínas precursoras maiores, que passam por um processamento por uma enzima chamada furina. Esse processo libera as formas ativas dos fatores de crescimento BMP-9 e BMP-10, que consistem em dois monômeros conectados de uma maneira única. Uma vez na corrente sanguínea, esses fatores de crescimento interagem com receptores específicos nas células dos vasos sanguíneos.
Um dos principais receptores para a BMP-9 e BMP-10 é o ALK1, que trabalha em parceria com outra proteína, a endoglina. O receptor ALK1 se liga à BMP-9 e BMP-10 de uma forma que permite interações fortes e específicas. Isso é importante para iniciar as vias de sinalização que levam a respostas celulares relacionadas à formação e manutenção dos vasos sanguíneos.
Em muitos casos de HHT, mudanças nos genes que produzem ALK1 ou endoglina levam à doença. Essas mudanças podem desativar a função normal da via de sinalização da BMP-9 e BMP-10.
Propriedades Únicas da BMP-9 e BMP-10
BMP-9 e BMP-10 existem como unidades únicas (monômeros) na corrente sanguínea, mas também podem formar pares (dímeros). A principal forma circulante é, na verdade, uma mistura de BMP-9 e BMP-10, criando um heterodímero. Embora os detalhes exatos de como esses heterodímeros se formam ainda estejam sendo estudados, existem algumas possibilidades. Uma ideia é que a forma como essas proteínas são estruturadas pode facilitar essa combinação.
Diferente de muitas outras proteínas na família TGF-β, que são normalmente secretadas como dímeros, BMP-9 e BMP-10 são secretadas como uma mistura de monômeros e dímeros. Pesquisadores descobriram que, em laboratório, quando essas proteínas são produzidas em células, elas nem sempre se associam em dímeros estáveis. Isso trouxe alguns desafios para estudar suas estruturas, já que os cientistas dependem de dímeros para entender como essas proteínas funcionam.
Desafios Estruturais e Análise
As estruturas de BMP-9 e BMP-10 foram estudadas usando diferentes técnicas, incluindo cristalografia de raios X. No entanto, devido à maneira como se associam, os dados resultantes podem ser difíceis de interpretar. As conexões entre os dois monômeros que formam o dímero podem ser tensionadas, o que afeta sua estabilidade e ajuda a explicar por que eles nem sempre formam dímeros fortes em solução.
Quando BMP-9 e BMP-10 estão em um ambiente de laboratório, os pesquisadores observaram que os monômeros de BMP-9 não se conectam facilmente entre si em concentrações mais baixas. Além disso, quando ensaios de sinalização são realizados com monômeros, eles mostram menos potência em comparação com dímeros. Isso sugere que, para uma sinalização eficaz, essas proteínas precisam formar dímeros estáveis.
Estudos usando técnicas avançadas, como cromatografia de exclusão por tamanho, mostraram que, em concentrações biologicamente relevantes, BMP-9 e BMP-10 existem principalmente como monômeros individuais em vez de dímeros emparelhados. Isso pode explicar sua eficácia reduzida em sinalização em comparação com quando estão em forma de dímero.
Cisteinilação dos Monômeros de BMP-9 e BMP-10
Os monômeros purificados de BMP-9 e BMP-10 mostraram passar por um processo chamado cisteinilação. Isso significa que um resíduo de cisteína na proteína pode ser modificado, o que pode desempenhar um papel em sua estabilidade e interação com outras proteínas. Foi descoberto que seis dos sete resíduos de cisteína nessas proteínas formam conexões críticas, mas a modificação de uma cisteína específica pode afetar seu comportamento.
Ao cristalizar a BMP-9, os pesquisadores descobriram uma densidade alta ao redor da cisteína, indicando que ela é modificada. Isso adiciona complexidade para entender como a BMP-9 e BMP-10 se comportam em solução e como podem interagir com seus receptores e outras proteínas.
Sensibilidade à Radiação e Integridade Estrutural
Curiosamente, a BMP-9 parece ser sensível à radiação, especialmente em relação à conexão entre os monômeros. Quando exposta à radiação, a estrutura da BMP-9 pode ficar danificada, particularmente na ligação dissulfídica que mantém os dois monômeros juntos. Essa sensibilidade pode complicar os estudos e reduzir a clareza da análise estrutural.
A radiação pode causar mudanças na interação entre os monômeros, levando a uma perda da integridade estrutural. Isso tem implicações para como os pesquisadores entendem e visualizam essas proteínas, já que as condições utilizadas durante os experimentos podem afetar os resultados.
Dimerização e Mutações
Estudos recentes identificaram diferenças específicas de aminoácidos entre BMP-9 e BMP-10 que podem influenciar sua capacidade de formar dímeros. As diferenças perto da cisteína entre cadeias fornecem uma ideia de por que a BMP-10 pode ter uma capacidade melhor de dimerização em comparação com BMP-9.
Experimentos de mutagênese, que envolvem mudar aminoácidos específicos para ver como afetam a função, mostraram que trocar certos resíduos pode influenciar significativamente as propriedades de dimerização da BMP-9 e BMP-10. Por exemplo, mudar uma glicina para uma serina na BMP-9 pode aumentar sua capacidade de formar dímeros em certas condições.
Essas descobertas sugerem que pequenas mudanças na sequência de aminoácidos podem ter um grande impacto em como essas proteínas podem formar estruturas estáveis necessárias para a sinalização.
Implicações Biológicas para a Formação de Heterodímeros
BMP-9 e BMP-10 são frequentemente encontrados circulando juntos como heterodímeros, e entender como essas proteínas interagem pode ter implicações biológicas significativas. As condições que suportam a formação de heterodímeros podem ser diferentes daquelas que promovem a homodimerização, levando a insights sobre como BMP-9 e BMP-10 funcionam juntas no corpo.
As diferenças em como essas proteínas interagem com seus receptores específicos também sugerem que BMP-9 e BMP-10 podem ter papéis únicos na regulação da formação e manutenção dos vasos sanguíneos. Investigações adicionais sobre essas interações ajudarão no desenvolvimento de terapias direcionadas para doenças como HHT, onde essas vias de sinalização estão comprometidas.
Conclusão
BMP-9 e BMP-10 desempenham funções vitais no corpo, especialmente em relação à saúde dos vasos sanguíneos. No entanto, suas propriedades únicas, como baixa dimerização e sensibilidade à radiação, apresentam desafios para estudá-las de forma eficaz. Pesquisas contínuas sobre suas estruturas e interações continuam iluminando como essas proteínas funcionam na saúde e na doença.
Descobrir como BMP-9 e BMP-10 formam heterodímeros abre a porta para potenciais novos tratamentos para condições onde essas vias estão comprometidas. Ao entender a base molecular de suas interações e sinalização, os pesquisadores estão um passo mais perto de aproveitar essas proteínas no desenvolvimento de terapias inovadoras para lidar com vários distúrbios vasculares.
Os achados desses estudos não apenas fornecem insights cruciais sobre como a BMP-9 e BMP-10 funcionam, mas também enfatizam a importância de uma investigação mais aprofundada sobre seus papéis na saúde humana. Mais pesquisas são necessárias para elucidar completamente as complexidades dessas proteínas e como elas podem ser usadas em ambientes clínicos para melhorar os resultados dos pacientes.
Título: Molecular basis of interchain disulfide-bond formation in BMP-9 and BMP-10
Resumo: BMP-9 and BMP-10 are TGF-{beta} family signaling ligands naturally secreted into blood. They act on endothelial cells and are required for proper development and maintenance of the vasculature. In hereditary hemorrhagic telangiectasia, regulation is disrupted due to mutations in the BMP-9/10 pathway, namely in the type I receptor ALK1 or the co-receptor endoglin. It has been demonstrated that BMP-9/10 heterodimers are the most abundant signaling species in the blood, but it is unclear how they form. Unlike other ligands of the TGF-{beta} family, BMP-9 and -10 are secreted as a mixture of monomers and disulfide-linked dimers. Here, we show that the monomers are secreted in a cysteinylated form that crystallizes as a noncovalent dimer. Despite this, monomers do not self-associate at micromolar or lower concentrations and have reduced signaling potency compared to dimers. We further show using protein crystallography that the interchain disulfide of the BMP-9 homodimer adopts a highly strained syn-periplanar conformation. Hence, geometric strain across the interchain disulfide is responsible for the reduced propensity to dimerize, not the cysteinylation. Additionally, we show that the dimerization propensity of BMP-9 is lower than BMP-10 and these propensities can be reversed by swapping residues near the interchain disulfide that form attractive interactions with the opposing monomer. Finally, we discuss the implications of these observations on BMP-9/10 heterodimer formation.
Autores: Andrew P. Hinck P Hinck, T. A. Schwartze, S. A. Morosky, T. L. Rosato, A. Henrickson, G. Lin, A. B. A. Taylor, S. K. Olsen, G. Calero, B. Demeler, B. L. Roman
Última atualização: 2024-10-17 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.14.618187
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.14.618187.full.pdf
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